Representantes de ao menos seis países deixaram o plenário da Organização das Nações Unidas (ONU) durante o discurso de abertura da Assembleia Geral da entidade, feito pelo presidente brasileiro não eleito Michel Temer (PMDB). Dirigentes do Equador, Costa Rica, Bolívia, Cuba, Nicarágua e Venezuela abandonaram o local ontem (20), em Nova Iorque (EUA)
O momento de retirada foi registrado e divulgado pelo perfil de Twitter do canal venezuelano TeleSur. No vídeo, é possível escutar o nome de Temer sendo anunciado.
Assim que o processo de impeachment contra Dilma Rousseff se confirmou no Senado, alguns países da América Latina – Equador, Bolívia, Cuba e Venezuela – se manifestaram contrariamente à decisão parlamentar. Há cerca de 60 anos, tradicionalmente, a sessão de abertura da Assembleia Geral é inaugurada por um brasileiro.
O costume nasceu com Oswaldo Aranha, chefe da delegação do Brasil na ONU, em 1947. Por Simone Freire.
Créditos: Brasil de Fato
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
Moro aceita denúncia mesmo sendo uma farsa, diz Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou há pouco que o juiz federal Sérgio Moro aceitou a denúncia apresentada na semana passada pelos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato contra ele mesmo se tratando de uma farsa. "Não quero nenhum privilégio. Mas não quero mentira. Não quero falsidade. Não posso aceitar que algumas pessoas façam o que estão fazendo", disse Lula, que afirmou acreditar na Justiça e que continuará lutando.
“Eles sabem que, embora eu não tenha diploma, eu sei fazer mais do que eles. Fiquei sabendo que o juiz Moro aceitou a denúncia contra mim, mesmo a denúncia sendo uma farsa, uma pirotecnia. Vamos continuar lutando para que o Brasil conquiste a democracia. Nós somos brasileiros e não desistimos nunca”, afirmou Lula, que chamou os autores da denúncia de "irresponsáveis".
"Sou responsável pela criação do maior partido de esquerda da América Latina, pela inclusão social, sou responsável e quero ser responsável por transformar a Petrobras na segunda maior empresa de petróleo do mundo. Se por isso tiver que ser condenado, não tem problema. O que está acontecendo no Brasil não me abala, apenas me motiva a falar muito mais", afirmou.
As declarações foram feitas durante teleconferência, na qual Lula se dirigiu a sindicalistas, juristas e defensores de direitos humanos reunidos em Nova York. O evento é promovido pela Confederação Sindical Internacional (CSI), que representa 162 milhões de trabalhadores sindicalizados em 180 países. Na reunião, que ocorre paralelamente à Assembleia Geral das Nações Unidas, foi lançada a campanha internacional “Stand with Lula” (“Estamos com Lula”). Segundo a secretária-geral da CSI, Sharan Burrow, o objetivo é defender o ex-presidente brasileiro de abusos judiciais e denunciar os “poderosos interesses” que tentam impedir sua livre atuação política.
A denúncia feita na semana pelos procuradores da Lava Jato foi condenada com veemência por juristas, parlamentares, analistas políticos e classificado de "farsa" por defensores do ex-presidente devido à ausência de “provas cabais”, no dizer dos procuradores – apenas de convicções. Foi alvo de piadas, comentários críticos da imprensa internacional e até mesmo de opositores históricos de Lula. A denúncia o acusa de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, no litoral sul de São Paulo.
A decisão de Moro torna o ex-presidente réu pela segunda vez na operação e agora será julgado pelo próprio juiz de Curitiba. Caso seja condenado, ele ficará inelegível nas próximas eleições presidenciais. É esse o principal objetivo da peça de “ilusionismo”, conforme vem manifestando a defesa de Lula e seus aliados. Os procuradores trataram Lula como “comandante máximo” da corrupção na Petrobras sem apontar nenhum fato concreto para sustentar a acusação.
Além do ex-presidente, Moro acolheu as outras denúncias feitas pelos representantes do Ministério Público Federal e também transformou em réu a esposa de Lula, Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e outras cinco pessoas: o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e os ex-diretores e funcionários da empresa Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Fábio Hori Yonamine, Paulo Roberto Valente Gordilho e Roberto Moreira Ferreira.
A decisão do magistrado foi divulgada no final da tarde, em petição na qual ele cita Lula como réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Moro, no entanto, usa no seu despacho os mesmos argumentos que foram contestados por políticos do PT e outros partidos que fazem parte da oposição ao governo Temer. Ao mesmo tempo em que anuncia o acolhimento da denúncia, ele diz estar ciente de que os elementos probatórios de que o o ex-presidente “seria beneficiário direto das vantagens concedidas pelo Grupo OAS e, segundo a denúncia, teria conhecimento de sua origem no esquema criminoso que vitimou a Petrobras” são "questionáveis".
Mas se justificou reiterando que nesta fase preliminar do processo, "não se exige conclusão quanto à presença da responsabilidade criminal, apenas justa causa”. A denúncia pegou de surpresa os parlamentares que tinham acabado de participar de sessão conjunta do Congresso. Com a semana encurtada por causa do recesso branco concedido aos deputados e senadores para que vários deles viajassem ainda hoje ou amanhã pela manhã para seus estados, com o intuito de acompanhar as eleições municipais, muitos deles já estavam fora do Congresso quando foi divulgada a notícia.
Em outro trecho da peça jurídica, Moro disse que as acusações contra um ex-presidente da República “podem dar azo a celeumas de toda a espécie”, mas entende que “o que se espera é observância estrita do devido processo legal, independentemente do cargo outrora ocupado pelo acusado”.
No início da tarde, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) – antes de ser divulgada a decisão de Moro –, comentou a denúncia feita pelo MPF contra o ex-presidente na semana passada e afirmou que episódios do tipo, segundo ele, “retiram prestígio da instituição Ministério Público”.
O senador disse que considera a operação “um avanço civilizatório”, mas acha que “não se pode fazer denúncias por mobilização política”. “A Lava Jato tem a responsabilidade de separar o joio do trigo e acabar com esse exibicionismo, fazer denúncias que sejam consistentes”, destacou. Foto: Arquivo 247
Créditos: Rede Brasil Atual
Vacina da zika será testada com humanos
O Instituto Butantan pode começar, em dois meses, a testar em humanos uma vacina contra o vírus da zika. Esta é a expectativa do diretor da instituição, Jorge Kalil, em anúncio na segunda-feira (19).
O projeto, que é resultado de uma parceria com um instituto americano, é de uma vacina de DNA, que usa um pequeno fragmento de DNA produzido sinteticamente em laboratório que codifica uma proteína do vírus da zika e por isso desperta a resposta imunológica contra o vírus no organismo.
“É uma tecnologia absolutamente revolucionária, mas a gente sabe que não tem nada de infeccioso e que não causa problemas para a grávida. Porque nós temos que proteger a mulher grávida”, disse Kalil. Uma das principais precupações em relação ao vírus da zika é o risco de ele provocar microcefalia em bebês cujas mães foram infectadas.
Segundo Kalil, o instituto tem uma reunião com a Anvisa ainda esta semana para discutir a aprovação dos testes clínicos. “A Anvisa e a Conep (Conselho Nacional de Ética em Pesquisa) estão muito sensibilizadas para a questão, então acho que vai ser uma questão de um ou dois meses para a aprovação”, afirmou o diretor do instituto.
As vacinas de DNA são vistas como uma tendência para o futuro, mas, até o momento, ainda não existe nenhum produto desse tipo aprovado para uso comercial.
O instituto também trabalha no desenvolvimento de um soro contra zika e de anticorpos monoclonais para combater o vírus, ambos com a função de neutralizar o vírus já presente no organismo da pessoa infectada.
O instituto também trabalha no desenvolvimento de um soro contra zika e de anticorpos monoclonais para combater o vírus, ambos com a função de neutralizar o vírus já presente no organismo da pessoa infectada.
Outra iniciativa em andamento no Instituto Butantan é um projeto de vacina de zika com vírus inativado para o qual centro de pesquisa recebeu US$ 3 milhões da Autoridade de Desenvolvimento e Pesquisa Biomédica Avançada (Barda, na sigla em inglês), órgão ligado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo americano (HHS). Pesquisadores do centro já trabalharam no processo de cultura, purificação e inativação do vírus em laboratório.
Nos EUA, existem pelo menos duas vacinas de zika em desenvolvimento. O Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), parte dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), já está fazendo testes em humanos com uma vacina de DNA. Também já recebeu autorização para realizar testes clínicos a vacina GLS-5700, dos laboratórios farmacêuticos Inovio, dos Estados Unidos, e do GeneOne Life Sciences, da Coreia do Sul.(G1).
Créditos: WSCOM
terça-feira, 20 de setembro de 2016
Petrobras anuncia corte de 25% dos investimentos
A Petrobras divulgou seu plano estratégico 2017-2021 em comunicado ao mercado nesta terça-feira (20), afirmando que a carteira de investimentos do Plano prioriza projetos de exploração e produção de petróleo no Brasil, com ênfase em águas profundas.
Nas demais áreas de negócios, os investimentos destinam-se, basicamente, à manutenção das operações e à projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural. Os investimentos totais foram reduzidos em 25% quando comparados à última revisão do Plano de Negócios e Gestão 2015-2019, divulgada em janeiro de 2016, passando de US$ 98 bilhões para US$ 74 bilhões.
Dos investimentos da área de Exploração & Produção (US$ 60,6 bilhões), 76% serão alocados para desenvolvimento da produção, 11% para exploração e 13% para suporte operacional. Já na área de Refino e Gás Natural serão investidos US$ 12,4 bilhões, sendo 50% destinados à continuidade operacional dos ativos e o restante a projetos relacionados ao escoamento da produção de óleo e gás.
"Além da maior eficiência na aplicação dos recursos investidos, que possibilitará a redução do volume de investimento sem grande impacto nas metas operacionais, o Plano também prevê a adoção de novas medidas para redução de custos (gastos operacionais gerenciáveis). Dentre essas ações destaca-se a implantação de novas ferramentas de gestão, como o Orçamento Base Zero (OBZ), a gestão diferenciada de contratos e de pessoal. A meta é reduzir em 18% os gastos operacionais gerenciáveis, quando comparado ao valor estimado caso nenhuma iniciativa fosse implementada", informou a companhia.
A Petrobras destacou ainda a ampliação das parcerias e desinvestimentos, disseminando a experiência bem sucedida na área de exploração e produção para as demais áreas da companhia. Estão previstos US$ 19,5 bilhões de parcerias e desinvestimentos no biênio 2017/2018. "Essas iniciativas, associadas a uma geração operacional de caixa estimada em US$ 158 bilhões, após dividendos, permitirão à Petrobras realizar seus investimentos e reduzir seu endividamento, sem necessidade de novas captações líquidas no horizonte do Plano".
A petroleira espera alcançar uma produção total de óleo e gás, no Brasil e no exterior, de 3,41 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2021, sendo 2,77 milhões de barris por dia (bpd) de óleo e líquido de gás natural (LGN) no Brasil, já considerando o novo nível de investimento, as parcerias e os desinvestimentos.
Créditos: InfoMoney
Nas demais áreas de negócios, os investimentos destinam-se, basicamente, à manutenção das operações e à projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural. Os investimentos totais foram reduzidos em 25% quando comparados à última revisão do Plano de Negócios e Gestão 2015-2019, divulgada em janeiro de 2016, passando de US$ 98 bilhões para US$ 74 bilhões.
Dos investimentos da área de Exploração & Produção (US$ 60,6 bilhões), 76% serão alocados para desenvolvimento da produção, 11% para exploração e 13% para suporte operacional. Já na área de Refino e Gás Natural serão investidos US$ 12,4 bilhões, sendo 50% destinados à continuidade operacional dos ativos e o restante a projetos relacionados ao escoamento da produção de óleo e gás.
"Além da maior eficiência na aplicação dos recursos investidos, que possibilitará a redução do volume de investimento sem grande impacto nas metas operacionais, o Plano também prevê a adoção de novas medidas para redução de custos (gastos operacionais gerenciáveis). Dentre essas ações destaca-se a implantação de novas ferramentas de gestão, como o Orçamento Base Zero (OBZ), a gestão diferenciada de contratos e de pessoal. A meta é reduzir em 18% os gastos operacionais gerenciáveis, quando comparado ao valor estimado caso nenhuma iniciativa fosse implementada", informou a companhia.
A Petrobras destacou ainda a ampliação das parcerias e desinvestimentos, disseminando a experiência bem sucedida na área de exploração e produção para as demais áreas da companhia. Estão previstos US$ 19,5 bilhões de parcerias e desinvestimentos no biênio 2017/2018. "Essas iniciativas, associadas a uma geração operacional de caixa estimada em US$ 158 bilhões, após dividendos, permitirão à Petrobras realizar seus investimentos e reduzir seu endividamento, sem necessidade de novas captações líquidas no horizonte do Plano".
A petroleira espera alcançar uma produção total de óleo e gás, no Brasil e no exterior, de 3,41 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) em 2021, sendo 2,77 milhões de barris por dia (bpd) de óleo e líquido de gás natural (LGN) no Brasil, já considerando o novo nível de investimento, as parcerias e os desinvestimentos.
Créditos: InfoMoney
Carga tributária sobe para 32,66 % do PIB
A carga tributária brasileira subiu para 32,66% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, divulgou a Receita Federal. Um ano antes, os tributos recolhidos pelos governos somavam 32,42% do PIB. A Receita revisou a carga tributária de 2014, que, no ano passado, havia sido calculada em 33,47% do PIB.
Nas contas de 2015, o governo considerou um PIB de R$ 5,904 trilhões e uma arrecadação tributária bruta de R$ 1,928 trilhão. Em sua apresentação, o Fisco destacou que houve queda de 3,8% do PIB em 2015 e de 3,15% da arrecadação tributária nos três níveis de governo.
Considerando a esfera de governo, a carga de tributos cobrados pela União foi de 22,29% do PIB em 2015, ante 22,17% em 2014. No caso dos Estados, a carga tributária em 2015 foi de 8,28%, contra 8,23% no ano anterior. Por último, a carga tributária dos municípios foi de 2,08% do PIB em 2015, ante 2,01% em 2014.
A Receita Federal destacou que, dentre os tributos cobrados pelo governo federal, arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) apresentou a maior variação em percentual do PIB entre 2014 e 2015, passando de 3,25% do PIB para 3,55% do PIB.
Em seguida, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi de 1,91% do PIB para 2% do PIB. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com a terceira maior variação, saiu de 0,52% do PIB para 0,59% do PIB.
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, disse que “não há relação direta” entre o aumento da carga tributária e a redução das desonerações tributárias e ajustes legislativos. “Não é direta a comparação, mas é claro que cada real que deixamos de desonerar, evidentemente que isso cresce na arrecadação”, afirmou, complementando que não é possível medir outros eventuais efeitos positivos desses gastos tributários sobre a economia.
O estudo da Receita mostrou que, em 2015, o governo federal deixou de arrecadar de R$ 108,586 bilhões em função de uma série de desonerações tributárias, ante R$ 104,406 bilhões em 2014. Somente com a folha de pagamentos, as desonerações somaram R$ 24,149 bilhões no ano passado, contra R$ 22,107 bilhões em 2014. “Tínhamos um patamar das desonerações e elas foram parcialmente revertidas. Essa reversão parcial ainda não tirou os efeitos completos das desonerações”, disse.
Segundo o estudo, “a carga tributária, apesar do pequeno acréscimo verificado, manteve a tendência à estabilidade apresentada nos últimos anos”. “Embora tenha se verificado aumento de alíquotas de alguns tributos, grande parte das desonerações instituídas nos anos anteriores continuaram a surtir efeitos em 2015”, aponta o levantamento.
Malaquias lembrou que, em 2015, houve a reversão de algumas desonerações como o IPI da linha branca e do setor automotivo. Em 2016, também haverá a recomposição de outros tributos, o que poderá ajudar na melhora da arrecadação.
O chefe do Centro de Estudos disse, no entanto, que não dá para fazer uma previsão sobre o comportamento da carga tributária no próximo ano, ou seja, se ela subirá ou não. Segundo ele, tudo vai depender da composição do crescimento econômico. Isso porque há segmentos mais tributados que outros. O técnico da Receita destacou que, por exemplo, se a economia neste ano for puxada por exportações, que é pouco tributado, a arrecadação tributária não vai crescer.
Segundo Malaquias, não é possível fazer uma relação direta entre os recursos perdidos em função da corrupção no país e a carga tributária. “Não são coisas correlatas. Se fosse verdade isso, todo o processo de apuração, investigação, elevaria a carga tributária. Não dá para medir esse efeito”, afirmou ao responder questionamento sobre se a corrupção tinha representado peso na carga tributária do ano passado. Foto: EBC
Créditos: Valor Econômico
ONU suspende operações humanitárias na Síria após ataque
O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) anunciou nesta terça-feira (20) que todas as operações humanitárias na Síria "estão suspensas" após o ataque contra um comboio humanitário na segunda-feira (19), na região de Aleppo.
"Por enquanto não temos uma visão global do que aconteceu, mas foi tomada a decisão que todas as operações humanitárias na região estão suspensas por enquanto", afirmou em entrevista coletiva o porta-voz da OCHA, Jens Laerke.
Pelo menos 18 caminhões de um comboio de ajuda humanitária, organizado pela ONU e pelo Crescente Vermelho, foram atingidos por um bombardeio nesta segunda-feira (19) perto da cidade de Urum al Kubra, no norte da província de Aleppo.
Segundo o porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, o comboio de 31 caminhões levava mantimentos para 78 mil pessoas que estão isoladas em Urum al Kubra. O incidente ocorreu durante um ataque aéreo na cidade.
"Nossa indignação com esse ataque é enorme. O comboio foi resultado de um longo processo de permissão e preparação para ajudar civis isolados", disse o enviado especial da ONU para a crise Síria, Staffan de Mistura.
A ONU não informou se houve vítimas no ataque. No entanto o Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou que pelo menos 12 pessoas morreram no bombardeio. A maioria das vítimas seria motorista dos caminhões e uma dela era funcionário do Crescente Vermelho.
Responsabilidade
Os EUA responsabilizaram a Rússia pelo ataque aéreo a um comboio humanitário. O porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, disse em comunicado que tanto o governo russo como o regime de Assad "conheciam o destino deste comboio".
Os EUA responsabilizaram a Rússia pelo ataque aéreo a um comboio humanitário. O porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, disse em comunicado que tanto o governo russo como o regime de Assad "conheciam o destino deste comboio".
"Os Estados Unidos vão tratar deste tema diretamente com a Rússia. Dada esta violação flagrante da cessação de hostilidades, nós vamos pensar nas perspectivas futuras de cooperação com a Rússia", afirmou Kirby.(G1). Foto: Omar Haj/AFP.
Créditos: WSCOM
50 mil crianças correm risco de morrer de fome na Nigéria, diz Unicef
Quase 50 mil crianças que vivem no nordeste da Nigéria, a região onde o grupo jihadista Boko Haram operou nos últimos anos, correm risco de morrer no próximos 12 meses devido à desnutrição avançada, alertou nesta sexta-feira (16) o responsável de nutrição do Unicef neste país, Arjan de Wagt.
Após a recuperação do acesso a zonas que tinham sido tomadas pelo grupo terrorista, a partir de abril, descobriu-se que o nordeste da Nigéria sofre uma crise humanitária mais grave do que se imaginava. Uma ofensiva do Exército obrigou nos últimos meses as forças do Boko Haram a se retirarem mais ao norte, onde estima-se que haja 2 milhões de pessoas que seguem fora do alcance das organizações de ajuda.
“Ao norte de Borno ainda há muitos distritos que são completamente inacessíveis para nós”, indicou o representante do organização de proteção infantil. Segundo De Wagt, as novas avaliações revelaram que pelo menos 244 mil crianças estão em condição de desnutrição grave unicamente no estado de Borno, e “uma quinta parte delas foi achada literalmente à beira da morte”.
Para superar esse estado, os menores necessitam ser nutridos em primeira instância com alimentos terapêuticos. Nos três estados do norte da Nigéria, a ONU calcula que 4,4 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária urgente e que cerca de 55 mil pessoas adicionais estão em “condições similares à crise de fome”, disse o representante do Unicef.
“O nível de sofrimento e desnutrição nesses lugares é extremamente alto, com 12% de desnutrição severa, que é algo que normalmente não se vê e ressalta a gravidade do que está ocorrendo no local”, declarou De Wagt por telefone desde Abuja. O representante sustentou que, em seus 20 anos de experiência em contextos similares, a última crise comparável foi a ocorrida na Somália em 2011.
Após a recuperação do acesso a zonas que tinham sido tomadas pelo grupo terrorista, a partir de abril, descobriu-se que o nordeste da Nigéria sofre uma crise humanitária mais grave do que se imaginava. Uma ofensiva do Exército obrigou nos últimos meses as forças do Boko Haram a se retirarem mais ao norte, onde estima-se que haja 2 milhões de pessoas que seguem fora do alcance das organizações de ajuda.
“Ao norte de Borno ainda há muitos distritos que são completamente inacessíveis para nós”, indicou o representante do organização de proteção infantil. Segundo De Wagt, as novas avaliações revelaram que pelo menos 244 mil crianças estão em condição de desnutrição grave unicamente no estado de Borno, e “uma quinta parte delas foi achada literalmente à beira da morte”.
Para superar esse estado, os menores necessitam ser nutridos em primeira instância com alimentos terapêuticos. Nos três estados do norte da Nigéria, a ONU calcula que 4,4 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária urgente e que cerca de 55 mil pessoas adicionais estão em “condições similares à crise de fome”, disse o representante do Unicef.
“O nível de sofrimento e desnutrição nesses lugares é extremamente alto, com 12% de desnutrição severa, que é algo que normalmente não se vê e ressalta a gravidade do que está ocorrendo no local”, declarou De Wagt por telefone desde Abuja. O representante sustentou que, em seus 20 anos de experiência em contextos similares, a última crise comparável foi a ocorrida na Somália em 2011.
Uma das razões para que a população do norte da Nigéria tenha chegado a este extremo é que os milicianos de Boko Haram se apoderaram nos últimos cinco anos dos terrenos agrícolas e os habitantes não puderam cultivar suas próprias terras com fins de autoconsumo.
Uma das razões para que a população do norte da Nigéria tenha chegado a este extremo é que o Boko Haram se apoderou das terras agrícolas e confiscou alimentos da população.
De Wagt sustentou que outra prática comum dos membros da organização terrorista foi a de confiscar os alimentos da população, que com a passagem dos anos foi esgotando suas reservas, incluídos os animais que criavam. “Não há cultivos e todos dependem da ajuda humanitária, pelo menos até o final da próxima colheita, que será em outubro do próximo ano”, disse o especialista em nutrição. Sobre o número de crianças que podem ter morrido até agora pela desnutrição, o Unicef considera que é impossível fazer um cálculo sério porque muitos morreram em suas casas e não há registros.
Considera-se que uma avaliação realista só pode ser feita com visitas casa por casa, para as quais foram contratados 1,5 mil colaboradores que ao mesmo tempo informarão às famílias da existência dos programas nutricionais do Unicef. O grande problema para cumprir com as metas é o pouco financiamento dos programas do organização na Nigéria, lamentou De Wagt. (G1).
Créditos: Focando a Notícia
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