segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Votos brancos, nulos e abstenções superam votação de Doria em SP

Mesmo eleito no primeiro turno a prefeito de São Paulo, com 34,72% dos votos, o candidato João Doria (PSDB) perdeu ontem (2) para a soma dos votos brancos, nulos e abstenções, que totalizaram 34,84% dos votos válidos. Doria teve 3.085.187 votos, enquanto os votos em branco, nulos e abstenções somaram 3.096.304. Isso significa que um terço do eleitorado paulistano optou por não votar em nenhum candidato, um percentual recorde em eleições na cidade – na eleição de 2012, esse percentual foi de 28,89%.
Para o ex-ministro e atual secretário municipal de Saúde, Alexandre Padilha, o grande número de abstenções e votos brancos e nulos é um fator preocupante, relacionado ao que define como o crescimento da antipolítica. “Ganha no primeiro turno um candidato que fez questão de dizer que não tem nada a ver com a política, que não é da política. A impressão que dá, é que o sentimento contra a política é o que sai vitorioso na cidade de São Paulo, e isso é muito perigoso para a democracia”, disse Padilha, instantes após a entrevista coletiva do prefeito Fernando Haddad no diretório municipal do PT.
Padilha acredita que esse sentimento de antipolítica exigirá do PT, das organizações do campo da esquerda e dos movimentos sociais, a construção na cidade de São Paulo de um espaço de mobilização e resistência. “Uma cidade como São Paulo, com tantas injustiças, tantas desigualdades, tanto preconceito, não pode ser mais justa se não houver um intenso debate político sobre isto, fundamentalmente fortalecendo o exercício da política.”
Segundo o secretário, a elevada soma dos votos nulos, em branco e de abstenções ocorrida na cidade de São Paulo, tem repercussão em todo o país. “Isso é muito ruim porque reforça, no cenário nacional, o crescimento da intolerância, do ataque à política, da destruição de instituições políticas, sejam partidárias ou sociais. Se o significado da vitória do Doria vier a reforçar isto, é muito ruim para a democracia do nosso país. Vamos trabalhar para que não seja este o significado”, afirmou.
Já o secretário de Governo de Haddad, Chico Macena, avalia que a cobertura da “mídia conservadora” tem influência nesse cenário de negação da política. “A mídia levou a população à descrença, a rejeitar a política, e não se pode rejeitar a política, porque é ela que transforma a sociedade”, ponderou Macena. Para ele, tal situação pode favorecer candidatos aventureiros que se apresentam como não sendo políticos, como foi o caso do tucano João Doria em São Paulo, um fator que despolitiza o processo. “Vamos ter que refletir sobre isto, fazer um debate sobre os rumos da política no país, e também discutir com essa mídia conservadora, porque ela não pode levar o país para esse retrocesso. A gente lutou muito para avançar na democracia.”
Para o vereador Paulo Fiorilo (PT-SP), o novo modelo eleitoral, com pouco tempo de campanha, também teve influência em fazer com que um terço do eleitorado preferisse não votar em nenhum candidato. “Isso dificultou o eleitor a se apropriar das propostas e participar mais ativamente do debate. É preciso discutir melhor as regras, porque do jeito que foi quem perdeu foi a democracia diante da quantidade de votos nulos, brancos e abstenções.”
Créditos: Rede Brasil Atual

Colômbia diz ‘não’ ao acordo de paz com as FARC

Decepção em Bogotá depois de conhecer-se os resultados.
Em um mundo de loucuras sem fronteiras, a Colômbia escolheu no domingo dar um salto no vazio ou ser um exemplo para o planeta. Ganhou a primeira opção. Com 98,8% dos votos apurados, 50,2% dos colombianos votaram “não” para referendaros acordos de paz entre o Governo e as FARC, contra 49,7% que votaram no “sim”. A Colômbia entra num beco sem saída e entra em um limbo político repleto de incerteza. 

A abstenção, de mais de 60%, foi tão decisiva quanto a má imagem que a sociedade colombiana continua a ter das FARC. Ninguém sabe exatamente o que vai acontecer a partir de agora, mas o conflito armado que assolou a Colômbia por mais de 50 anos vai continuar.

A votação mostrou a enorme polarização que existe na Colômbia. O ex-presidente Álvaro Uribe, o maior porta-estandarte do não, o mesmo que conseguiu unir quase todo o país em torno da política de Segurança Democrática que enfraqueceu as FARC, recorreu mais uma vez ao jogo de palavras com o qual conseguiu aprofundar a divisão da sociedade: “A paz é entusiasmante, os textos de Havana são decepcionantes”, disse depois de votar. Durante o mês da campanha do referendo, Uribe tentou incutir a ideia de que, se o acordo fosse rejeitado, ele poderia ser renegociado, algo contra o qual foram muito claros o Governo e as FARC. A possibilidade de participar na política por parte dos líderes guerrilheiros e o fato de que nenhum irá para a prisão desde que reconheça seus crimes foi a pedra angular da sua campanha, sabendo que a maioria dos colombianos, mesmo entre os que apoiavam o sim, não via isso com bons olhos.

Uribe sabe que a rejeição às FARC transcende sua pessoa e soube tirar partido disso. A guerrilha continua sendo muito impopular entre os colombianos. No último ano tentaram se abrir para o mundo e mostrar uma modernização de seu discurso, mas a desconfiança depois de 52 anos de guerra continua a ser a nota dominante. Nem sequer os gestos de perdão das últimas semanas serviram como incentivo. Tampouco que na tarde anterior à votação tenham anunciado que seria feito um inventário dos seus bens, algo que até agora tinham recusado porque diziam que não os tinham. A destruição, verificada pela ONU, mais de 600 quilos de explosivos no dia anterior ao plebiscito, tampouco provocou uma mudança na hora de sair para votar num dia chuvoso. São, obviamente, mensagens transcendentais, necessárias para construir um futuro de paz, mas chegaram tarde e muitas vezes foram oportunistas.

O resultado da votação também é um golpe para a classe política colombiana. Ao crônico clientelismo e à crescente corrupção se une uma abismal falta de liderança. Apenas 37% da população votou. Nenhum político, exceto Uribe, soube mobilizar a população.

O dia seguinte à votação estará mais perto de durar 24 anos do que 24 horas. O acordo entre o Governo e as FARC não resolvia os males da Colômbia. Apenas abria um caminho para avançar para um período de modernização, para enfrentar e resolver os problemas que datam inclusive antes de 1964, quando as FARC pegaram em armas.

A negociação foi o triunfo de um bem escasso em todo o mundo: a vontade política. Os representantes daqueles que durante mais de cinco décadas mandaram chumbo conseguiram em quatro anos, muito intensos, mas apenas quatro no fim das contas, redigir um documento de quase 300 páginas que colocava fim ao conflito. O fizeram dialogando, cedendo, tentando encontrar uma saída digna para todo o país. Não foi suficiente. Depois de 52 anos, oito milhões de vítimas, mais de 260.000 mortos, dezenas de milhares de desaparecidos, o primeiro acordo de paz foi rejeitado. A Colômbia mergulha na incerteza. AP)
Créditos: El País

Fone de ouvido pode levar à perda auditiva

Qualquer som que esteja em volume alto pode ocasionar o que os especialistas chamam de perda auditiva induzida por ruído, que é a diminuição da audição por contato com barulhos intensos e frequentes. Antes, o problema era mais diagnosticado em profissionais que trabalhavam em áreas que contavam com equipamentos emissores de ruídos. Porém, na atualidade, especialistas identificam um novo público vulnerável à perda auditiva: os adolescentes e jovens.

Nessa história, há mais de um vilão: as baladas com música alta, os shows e –o mais preocupante de todos– o fone de ouvido, que costuma ser utilizado para ouvir música no transporte para a escola, na academia ou mesmo para caminhar por uma rua movimentada.
“Esses locais normalmente possuem um um nível de ruído alto, que compete com a música. Por isso, a tendência é aumentar ainda mais o volume”, afirma o médico otorrinolaringologista Fausto Nakandakari, do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

“Para ter uma ideia, o ruído de um ônibus gira em torno de 85 decibéis. Então, para ouvir música de forma confortável dentro dele, é preciso colocar o som 20 decibéis acima, chegando perto dos 105 decibéis. Os nossos ouvidos suportam com segurança 30 minutos diários de exposição a esse volume. O problema é que esse tempo costuma ser bem maior no dia a dia do jovem”, diz Nakandakari. Quando esse limite é ultrapassado com frequência, começa a ocorrer uma degeneração das células localizadas na cóclea, parte auditiva do ouvido interno.
“Quando o ruído cessa, as células voltam ao estado normal, mas esse processo de degenerar e recuperar não resiste muito tempo. Em um período de cinco a dez anos, em média, essas células morrem e acontece a perda auditiva permanente”, explica a fonoaudióloga Daniela Dalapicula Barcelos, especialista em audiologia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia.
Segundo Daniela, anos atrás, o problema era atenuado por conta da própria tecnologia dos dispositivos de música, que funcionavam por pouco tempo entre uma troca de pilha e outra. O mesmo não acontece com os gadgets modernos, que podem ficar ligados durante o dia inteiro antes de serem carregados. O design do fone também influencia: os que são colocados dentro do ouvido são os mais prejudiciais.
Para perceber se o adolescente está com algum nível de perda auditiva, alguns sinais devem ser observados: necessidade de aumentar o volume da televisão para ouvir, dificuldade de entender o que as pessoas falam em ambientes amplos, ansiedade e irritação causados por não ser compreendido e até alterações no sono e nos batimentos cardíacos. A perda auditiva só pode ser confirmada por meio de exames médicos e, uma vez constatada, não pode ser revertida. “O tratamento é a colocação de aparelhos auditivos”, fala otorrinolaringologista Nakandakari. (Do UOL)
Créditos: Focando a Notícia

domingo, 2 de outubro de 2016

144 milhões de brasileiros vão às urnas eleger prefeitos e vereadores

As seções eleitorais da maioria dos municípios brasileiros foram abertas às 8h para que 144 milhões de eleitores possam votar e escolher prefeitos e vereadores em todos os estados, com exceção do Distrito Federal e do arquipélago de Fernando de Noronha, onde não há eleição para os cargos em disputa. Os locais de votação fecham às 17h, de acordo com o fuso horário de cada cidade.
Para votar, o eleitor que está apto deve levar um documento oficial com foto, como carteira de identidade, carteira de motorista ou passaporte válido. A apresentação do título de eleitor não é obrigatória.
O eleitor pode levar um papel com uma “colinha” com o números de seus candidatos, mas não pode manifestar sua intenção de voto ou fazer propaganda para seu candidato no local de votação, sob pena de prisão, por crime eleitoral. O uso de celulares e máquinas fotográficas para fazer imagens da urna eletrônica ou selfies na cabina da votação está proibido.
Pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida poderão contar com ajuda de uma pessoa de sua confiança para votar.
O tempo estimado para que cada eleitor possa votar é de 60 segundos nos casos de identificação pela biometria.  Sem biometria, o tempo de votação é de 40 segundos.
Como votar
A votação é dividida em duas fases e ocorre por meio da urna eletrônica. Primeiro, o eleitor votará para vereador e, depois, para prefeito. Após a liberação da urna pelo mesário, o eleitor deve digitar os cinco números do seu candidato a vereador, checar na tela se aparece a foto do candidato e teclar confirma (tecla verde).
Em seguida, o cidadão deverá digitar os dois números do candidato à prefeitura de sua preferência e teclar confirma. Nas duas votações, em caso de erro na digitação do número, basta apertar o botão corrige (tecla laranja) e retornar para a tela inicial.
Quando todo o processo de votação for concluído, a tela exibirá a frase “FIM” e emitirá um sinal sonoro.
Justificativa
O voto é obrigatório para todos os eleitores e quem faltar à votação terá que justificar a ausência. O eleitor poderá procurar um posto de justificativa disponibilizado pela Justiça Eleitoral em sua cidade no dia da eleição ou comparecer ao cartório eleitoral em até 60 dias após o pleito, quando terá que preencher um fomulário, que é entregue na hora. Cada turno conta como uma falta. Após três faltas, o título eleitoral poderá ser cancelado.
Estatísticas
De acordo com as estatísticas da Justiça Eleitoral, dos cerca de 144 milhões de eleitores, 68,7 milhões são homens e 75,2 milhões são mulheres. Jovens entre 16 e 17 anos somam 2,3 milhões. Cerca de 11,3 milhões de eleitores têm 70 anos ou mais. O colégio eleitoral com o maior número de eleitores é São Paulo, com 8,8 milhões. O menor, Araguainha (TO), que tem 954 eleitores.  O sistema de candidaturas registrou 16,5 mil candidatos a prefeito e 463.3 mil a vereador. Serão usadas aproximadamente 550 mil urnas eletrônicas.
Créditos: Sul 21

Voto útil pode decidir eleições em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre

A lógica do voto útil, contestada por eleitores cujos votos são mais ideológicos, marca um movimento natural em eleições disputadas de maneira acirrada por setores progressistas e conservadores. A opção por um candidato com mais chance de evitar uma derrota antecipada do campo progressista não deve ser descartada e é legítima, avalia o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do ABC.
“Não tem muito cabimento discutir se o voto útil deve ser admitido ou não. No processo, o eleitor raciocina e começa a avaliar, no cenário, quem tem mais chance. O voto útil é sempre uma estratégia”, afirma.
O cientista político destaca três das principais capitais do país onde “a lógica do voto útil está imperando” nas eleições municipais de 2016: Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. “No fundo, essa lógica está reportando que hoje há dois campos em disputa no país: um campo da esquerda e um campo da direita. Quem está no campo da esquerda começa a fazer um cálculo mais racional sobre quem tem mais chance de liderar o setor progressista”, diz.
Marchetti observa que as pesquisas indicam, no Rio, esse movimento sendo “capitaneado pelo Psol”, cujo candidato, Marcelo Freixo, aparentemente, tem mais chance do que Jandira Feghali (PCdoB) de ir ao segundo turno contra Marcelo Crivella (PRB).
Em São Paulo, o atual prefeito, Fernando Haddad, é o único nome da esquerda com possibilidade de disputar a decisão contra o tucano João Doria, candidato do governador Geraldo Alckmin que parece liderar a corrida eleitoral. Na capital paulista, de acordo com a “lógica” do voto útil, Luiza Erundina (Psol) deve ver boa parte de seus votos se transferir para Haddad. Pelo menos segundo as pesquisas e trackings dos partidos, o petista disputa a segunda vaga, cabeça a cabeça, com Celso Russomanno (PRB). Marta Suplicy estaria para trás de ambos os candidatos.
Já no Rio Grande do Sul, Raul Pont (PT) é eleitoralmente mais credenciado a disputar o segundo turno contra Sebastião Melo (PMDB), sugando os votos progressistas que, no caso, se transfeririam de Luciana Genro para a candidatura petista, como movimento para desbancar Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que disputa a segunda vaga.
Apesar de considerar natural o voto útil, principalmente numa conjuntura como a atual, após o impeachment de Dilma Rousseff, em que o país está fortemente dividido entre dois campos, o voto ideológico “mais forte” é inerente ao processo. “É também normal que haja uma parcela do eleitorado da Erundina que fique com ela”, diz Marchetti. “Seja como for, a lógica do voto útil está disseminada pelo país. Na minha opinião, vai fazer a diferença do ponto de vista do resultado.”
Na quarta-feira (28), em evento de campanha de Haddad realizado na Casa de Portugal, centro da capital, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu o tom sobre o que está em jogo e é a principal motivação do voto útil: "Precisamos ter um prefeito sério e responsável governando a cidade mais importante da América Latina para fazer frente aos pacotes do Temer para tirar dinheiro da educação e saúde".
No mesmo evento, o escritor Fernando Morais pediu união de PT e Psol para evitar que dois candidatos de direita cheguem ao segundo turno em São Paulo e Rio. “Estamos correndo o risco de entregar as duas maiores cidades do país aos golpistas. Está na hora do PT e do Psol se entenderem”, afirmou. Na capital fluminense, o PT não tem candidato e apoia Jandira Feghali.
Sobre a opinião de que a candidatura de Erundina é uma irresponsabilidade e um fator de divisão do eleitorado de esquerda, o candidato a vereador pelo Psol em São Paulo Douglas Belchior a considera equivocada. “Não é justo jogar nas costas do Psol e nas costas da candidatura da Erundina a responsabilidade por uma possível não chegada do Haddad ao segundo turno”, disse à RBA. “A posição da nossa campanha é: a nossa candidata é a Erundina e nós vamos com essa candidatura até o fim, porque é a melhor candidatura, tem a melhor plataforma.” Foto: EBC
Créditos: Rede Brasil Atual

Funcionários públicos são detidos com dinheiro para suposta compra de votos

Dois funcionários públicos foram detidos pela polícia e pelo juiz eleitoral, no município de Borborema-PB, depois de serem encontrados com dinheiro em espécie dentro de um carro para suposta compra de votos, já que um deles pertence a uma das coligações na disputa pelo comando da cidade.
Policiais do plantão foram chamados pelo juiz da Comarca, Jailson Shizue Suassuna, para fazer rondas no município. Ao chegarem na Praça Dr. José Amâncio Ramalho, abordaram os dois funcionários que estavam em um carro onde foi encontrada a quantia de R$ 2.840,00. Indagados sobre a procedência do valor, um dos acusados não soube informar e apenas disse que fazia parte da coligação a que pertencia o segundo acusado.
No mesmo local, minutos após, um agricultor foi detido com a quantia de R$ 610. Ao ser abordado pelos policiais e juiz local, o acusado não soube informar a origem do dinheiro. Todos eles foram conduzidos para a delegacia de Solânea, responsável pela região após às 18h, já que as demais delegacias nesse horário ficam fechadas.
Créditos: Focando a Notícia

Mãe com mutação genética consegue gerar filho do marido com outra mulher

Com apenas cinco meses de vida, I.H., filho de um casal jordaniano, tem uma história revolucionária para a medicina reprodutiva. É o primeiro bebê que carrega genes herdados de três pessoas: do pai, da mãe e de uma doadora. 
Controversa, a técnica de fertilização protegeu o menino de uma mutação genética responsável pela síndrome de Leigh, presente na mãe e responsável por quatro abortos anteriores. Segundo artigo divulgado pela equipe, liderada por John Zhang, do Centro de Fertilidade New Hope, nos Estados Unidos, a tecnologia se mostrou “inovadora na minimização da transmissão da falha genética”, e a criança “está indo bem”. Detalhes do procedimento serão apresentados, no próximo mês, no Congresso Científico da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em Salt Lake City.
Essa forma de fertilização foi aprovada legalmente no Reino Unido, em feveveiro do ano passado. Os pais de I.H., porém, receberam o tratamento da equipe norte-americana na unidade da clínica em Guadalajara, no México. Em entrevista à revista New Scientist, John Zhang disse que, diferentemente dos EUA, não havia impedimento para aplicar os métodos no México. O especialista ressaltou estar convencido de que fez a melhor escolha. “Para salvar vidas, é a coisa ética a se fazer”, justificou. Especialistas ouvidos pela publicação avaliaram que o trabalho vai intensificar a discussão sobre a técnica e pode até acelerar a aprovação dela em outros países. “É revolucionário”, avaliou Dusko Ilic, do King’s College London, no Reino Unido.
Na técnica autorizada pelos britânicos, o óvulo da mãe e da doadora são fertilizados pelo esperma do pai. Os núcleos dos óvulos fertilizados são removidos antes que eles comecem a se dividir, a doadora recebe o material retirado da mãe e passa a geri-lo. O procedimento, porém, não pôde ser feito com o casal jordaniano porque, como são muçulmanos, não aceitam a destruição de embriões. A solução encontrada por John Zhang e equipe foi retirar o núcleo de um dos óvulos da mãe e inseri-lo no óvulo, com o núcleo já removido, da doadora.
A combinação resultante — com o DNA nuclear da mãe e o DNA mitocondrial da doadora — foi, então, fertilizada com o esperma do pai. A abordagem resultou na criação de cinco embriões, sendo que apenas um se desenvolveu normalmente e foi implantado na mãe da criança. “A transferência do embrião resultou em uma gravidez sem complicações, com a entrega de um menino saudável em 37 semanas de gestação”, escreveram os autores. Fonte: Correio Brasiliense.
Créditos: WSCOM