domingo, 16 de abril de 2017

Sem reforma política, não há perspectiva

 Para Eduardo Fagnani, economista e professor do Instituto de Economia (IE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a atual crise institucional e política, que teve se agravou nesta semana com dezenas de políticos passando a condição de investigados, aponta para a falência do atual sistema que, segundo ele, opera desde a ditadura. 
Para o professor, a saída é a reforma política, que não pode ser feita pelos políticos investigados, que também não têm legitimidade para levar adiante os projetos de reformas defendidos pelo governo Temer. 
"Os personagens são os mesmos, estão todos aí. Os oligarcas regionais que morreram foram substituídos pelos filhos e netos. Tudo se mantém intacto. Isso que estamos vendo, no meu ponto de vista, revela a questão de fundo: sem reforma política é muito difícil ter qualquer perspectiva daqui para frente", analisa o professor.
 Ele, e mais outros quatro professores da Unicamp, em entrevista ao jornal da universidade, avaliam as consequências da divulgação da chamada lista de Fachin (Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal) – que traz dezenas de políticos, entre ministros, senadores, deputados e governadores, que agora são investigados a partir das delações de executivos da Odebrecht – para o atual cenário político, agora em xeque.
Sobre as reformas do governo Temer, em especial a reforma da Previdência, Fagnani diz que, na verdade, o país enfrenta um déficit de democracia. "Quero lembrar que estamos em um país que tem déficit de democracia, não é da Previdência – apenas 50 anos de democracia em 500." 
Ele contesta a legitimidade do atual governo, originado a partir de um "golpe parlamentar" promovido contra a presidenta Dilma Rousseff. "Qual a legitimidade desse governo para fazer essas mudanças? Qual a legitimidade desse Congresso – que tem sob suspeita os presidentes da Câmara e do Senado, 40 deputados e um terço dos senadores – para implantar a toque de caixa um projeto liberal ao extremo, que vai aumentar a pobreza e praticamente interditar o futuro do país rumo a um padrão civilizatório?", questiona Fagnani.
Créditos: Rede Brasil Atual

Produção da Petrobras cresce 7% no 1º trimestre

A produção média de petróleo e gás natural da Petrobras cresceu cerca de 7 por cento no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 2,805 milhões de barris de óleo equivalente (boed), impulsionada principalmente pelos novos poços do pré-sal, de acordo com dados da estatal divulgados nesta quinta-feira.
A Petrobras informou ainda que a produção total da empresa em março aumentou mais de 7 por cento ante o mesmo período do ano passado, para 2,74 milhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás), sendo 2,61 milhões boed produzidos no Brasil e 130 mil boed no exterior.
Já a produção de petróleo no Brasil, que responde pela maior parte da extração da companhia, aumentou em março 9,5 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado, para 2,12 milhões de barris por dia (bpd), com impacto da nova produção do pré-sal, principalmente.
Em relação a fevereiro, a produção no mês passado caiu 3 por cento, principalmente devido a paradas programadas de plataformas. A produção de gás natural da petroleira no Brasil, por sua vez, excluído o volume liquefeito, foi de 77,7 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) em março, queda de 3 por cento ante fevereiro.
"Esse resultado se deve, principalmente, às paradas para manutenção do FPSO Cidade de Angra dos Reis, localizado no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, e da P-37, no campo de Marlim, na Bacia de Campos", disse a empresa em nota.
No exterior, a empresa produziu em março 66 mil barris de petróleo ao dia, alta de 4 por cento ante o mês anterior devido, principalmente, ao retorno à produção após parada dos campos de Lucius e Hadrian South, nos EUA, em fevereiro. Já a produção da empresa de gás no exterior foi de 11 milhões de m³/d, alta de 31 por cento acima do volume produzido em fevereiro.
A Petrobras informou ainda que a produção operada por ela no pré-sal, incluindo a sua parcela e se seus sócios, em março, somou 1,5 milhão de boed, queda de 2 por cento em relação ao mês anterior, devido à parada do FPSO Cidade de Angra dos Reis.
Na comparação com março de 2016, no entanto, a empresa frisou que houve um aumento de 36 por cento da produção devido, principalmente, à entrada em produção do FPSO Cidade de Saquarema, na área de Lula Central, e do FPSO Cidade de Caraguatatuba, no campo de Lapa, além do aumento da produção do FPSO Cidade de Maricá, na área de Lula Alto, nesse período.
Créditos: Brasil 247

Detectada nova droga 80 vezes mais potente que maconha tradicional

Uma planta de Cannabis.
A Polícia Civil espanhola detectou a entrada, pelo aeroporto de Alicante-Elche, de uma nova droga sintética derivada da cannabis, pouco conhecida até o momento e cujos efeitos em uma grama são 80 vezes mais potentes que os de uma grama da cannabis tradicional, segundo um comunicado.

A droga entrava na Espanha via aeroporto de Alicante, por meio de remessas de pacotes desde Hong Kong e camuflada em sacos de café. Depois de realizar uma entrega controlada desses pacotes, a Polícia Civil deteve os destinatários do envio: dois homens ingleses, de 36 e 37 anos, e habitantes de El Campello, que já haviam sido presos por um delito contra a saúde pública.

Durante a operação, foi interceptado um total de 12.200 gramas dessa substância que, uma vez processada e distribuída em doses, estima-se que valha 3,5 milhões de euros (11 milhões de reais).

A operação foi iniciada em meados do último mês de março, quando agentes da Polícia Civil do Escritório de Análise e Investigação Fiscal (ODAIFI), do Aeroporto de Alicante-Elche, constataram a presença de envios que, após uma análise de risco, foram considerados suscetíveis de carregarem algum tipo de substância ilícita. 

Comprovou-se, em colaboração com o Serviço de Alfândega desse aeroporto, que os citados envios procedentes de Hong Konglevavam sacos ocultos e mesclados com outras embalagens que continham doce, todos dentro de sacos de café. Os pacotes iriam para El Campello, mais precisamente para um bar frequentado pela comunidade inglesa da região.

A partir das amostras obtidas da substância, concluiu-se que se tratava de um forte derivado da cannabis, de elaboração sintética e com potentes efeitos para o organismo humano. Após se constatar o grave perigo que essa substância pode causar, a Autoridade Judicial de Elche autorizou a entrega vigiada dos pacotes para poder ser realizada a prisão dos destinatários dessa nova droga.

Estabeleceu-se uma primeira vigilância nas imediações do bar que seria o destino dos pacotes, resultando na prisão de um homem inglês, de 36 anos, justamente no momento em que se preparava para recebê-los. Dois dias depois, outro cidadão inglês, de 37 anos, foi preso no Aeroporto de Alicante-Elche, enquanto tentava fugir da justiça espanhola.
Créditos: El País

sábado, 15 de abril de 2017

Mercado de escravos com migrantes na Líbia escancara a miséria do capitalismo

A OIM (Organização Internacional para as Migrações) informou que migrantes que viajam até a Líbia para chegar à Europa correm risco de serem sequestrados, abusados, mortos e vendidos em mercados de escravos no país localizado ao norte da África. A OIM é uma agência da ONU (Organização das Nações Unidas) e descreveu que o território da Líbia é um “arquipélago de tortura”. Um dos reféns libertados em Trípoli foi encontrado com 35kg e tinha ferimentos pelo corpo. 
Os imigrantes estão sendo vendidos em mercados de escravos no país por contrabandistas, segundo informação divulgada nesta terça (11) que pode ser encontrada no site da ONU. Para OIM, essa informação faz parte de uma “longa lista de violações” registradas na Líbia.

Um senegalês, quando chegou na Nigéria, teria de pagar 320 dólares para seguir viagem rumo ao território líbio. Acabou aceitando a exigência e seguiu seu caminho pelo deserto. Quando chegou no sudoeste do país, o condutor do transporte do senegalês afirmou que descobriu que a chegada seria em um mercado de escravos.

SC (sigla usada para proteger sua identidade) foi comprado e levado para sua primeira prisão, que era uma propriedade privada em que ao menos uma centena de migrantes eram mantidos reféns. Segundo ele, os sequestradores espancavam os prisioneiros enquanto eles ligavam para os familiares para que os parentes ouvissem a tortura e pagassem o resgate, que correspondia a cerca de 480 dólares. Sem conseguir juntar o dinheiro necessário, o migrante foi comprado por outro líbio e levado a outra casa. O preço do resgate era mais alto — 970 dólares - nessas condições e o montante devia ser pago via Western Union ou Money Gram para um indivíduo chamado Alhadji Balde, que supostamente vivia em Gana.

Já Adam (nome fictício também para preservar a identidade), que foi encontrado em Trípoli com 35kg, foi acolhido por uma família e recebeu assistência de um médico da OIM, ele conseguiu voltar para a Gâmbia no dia 4 de abril.

A crise humanitária e as relações entre os países e as grandes potências na miséria da política antimigratória e xenófoba é escancarada mais ainda nesses casos. É formado um mercado de pessoas já vulneráveis em seus próprios países para manter as chantagens entre as nações, assim como podemos ver milhares de refugiados em trabalhos escravos e semi escravos para garantir o capital das potências mundiais e grandes empresas.

As histórias de Adam e SC não são isoladas, mas são também compartilhadas por milhares de imigrantes, e só escancaram o que significa a crise humanitária hoje, resultado do Imperialismo norte-americano e europeu com suas políticas de saques à esses países.

As políticas xenófobas da Europa e dos EUA com sua face mais nefasta que é Trump, só servem para dividir ainda mais a classe trabalhadora, fazendo com que os imigrantes sejam extremamente explorados, com condições de trabalho e moradia precários, e relegados aos trabalhos informais para que os capitalistas não tenham que garantir seus direitos e possam lucrar ainda mais com a vida dessas pessoas.

As organizações dos trabalhadores devem travar verdadeiras batalhas para que as demandas dos imigrantes não sejam separadas das suas demandas. Só a unidade dos trabalhadores com os imigrantes e refugiados, lutando por plenos e iguais direitos pode dar uma verdadeira saída para a crise, exigindo o fim das intervenções nos países africanos, o fim do mercado de escravos, a abertura das fronteiras, e condições de trabalho e moradia dignas para os imigrantes, fazendo com que a conta da crise econômica, política e social que vivemos hoje, não seja descarregada nas costas dos trabalhadores e setores oprimidos, mas que seja paga pelos seus donos, os capitalistas. Por Cássia Silva
Créditos: Esquerda Diário

Brasil é o país com o maior número de católicos do mundo

O Anuário Pontifício 2017 e o Anuarium Statisticum Ecclesiae 2015, cuja redação esteve sob a responsabilidade do Departamento Central de Estatística da Igreja foi distribuídos nestes dias nas livrarias. O trabalho de impressão dos dois volumes é da Tipografia Vaticana. Reproduzimos aqui a análise dos dados do L’Osservatore Romano.
Da análise dos dados referidos no Anuário Pontifício pode-se deduzir algumas novidades relativas à vida da Igreja Católica no mundo, a partir de 2016. Como por exemplo: durante o referido período foram eretas quatro novas sedes episcopais, uma eparquia, dois exarcados apostólicos, um ordinariato e um exarcado apostólico foi elevado à eparquia. Os dados do Annuarium Statisticum, por sua vez, relativos ao ano de 2015, fornecem um quadro de síntese dos principais andamentos que interessam o desenvolvimento da Igreja Católica no mundo.
A seguir são descritas as tendências verificadas no quinquênio recém transcorrido, quer dos católicos batizados, quer dos clérigos, religiosos professos não-sacerdotes e religiosas professas e do número de vocações sacerdotais. As informações serão fornecidas em nível global, assim como para cada área geográfica.
Na presente nota, os dados de 2015, além de serem sistematicamente confrontados com aqueles relativos ao ano precedente, são comparados também com aqueles do quinquênio que teve início em 2010, com o objetivo de extrapolar as dinâmicas evolutivas prevalentes no médio período.
O arco de tempo considerado cobre os últimos dois anos do Pontificado do Papa Bento XVI e os primeiros três anos do atual pontificado do Papa Francisco, com importantes indicações sobre a Igreja Católica no novo milênio.
O número de católicos batizados cresceu em todo o mundo, passando de 1,272 bilhões em 2014 a 1,285 bilhões em 2015, com um incremento pertinente a 1%, o que representa 17,7% da população total do planeta.
Caso se adote uma perspectiva de período médio, por exemplo com referência a 2010, se constata um crescimento mais significativo, de 7,4%.
A dinâmica de tal incremento varia de continente a continente: enquanto, de fato, na África se registra um aumento de 19,4% no número de católicos, passando no mesmo período de 186 a 222 milhões, na Europa, por outro lado, manifesta-se uma situação de estabilidade (em 2015 os católicos chegavam a quase 286 milhões, pouco mais de 800 mil em relação a 2010, e 1,3 milhões a menos em relação a 2014. Tal constatação deve ser atribuída à situação demográfica, cuja população teve um leve aumento e para a qual, nos próximos anos, está prevista uma queda.
Situação intermediária entre as duas citadas acima são registradas na América e na Ásia, onde o crescimento dos católicos é certamente importante (respectivamente + 6,7% e + 9,1 %), mas alinhado com o desenvolvimento demográfico destes dois continentes. Estacionários, no entanto, com valores absolutos obviamente inferiores, os números relativos à Oceania.
Como estes movimentos estão relacionamos com os dados demográficos, uma informação melhor pode ser obtida analisando-se a relação entre católicos batizados por número de habitantes. Na África, por exemplo, a tendência ao crescimento permanece constante, enquanto mais contida se mostra na Ásia e na Oceania.
Também poderia ser frisado que nos vários continentes o número relativo de católicos varia em dimensões profundamente diferentes: se vai pelo ano mais recente, dos 3,2 católicos a cada 100 habitantes na Ásia aos 63,7 na América. Tal número relativo de católicos é de 19,4 na África, de 26,4 na Oceania e de 39,9 na Europa.
Também se confirma o peso do continente africano, cujos fiéis batizados aumentam dos 15,5% aos 17,3% dos católicos totais  no mundo. A Europa, por outro lado, registra uma queda, saindo dos 23,8 % em 2010 para os 22,2% em 2015. Leia reportagem completa Aqui Foto: Zito Bezerra.
Créditos: Aleteia

Papa reza no Coliseu pelo sangue derramado por inocentes

O papa Francisco presidiu na sexta-feira, 14, em uma Roma blindada, sua quinta Via Crucis como pontífice, ao redor do Coliseu, ao fim da qual rezou pelo "sangue derramado pelos inocentes" por conta das guerras e injustiças. Ao final do percurso com o qual se rememora o calvário de Cristo até sua crucificação, o papa pronunciou mais de sete vezes a palavra "vergonha" para enumerar os pecados, omissões, injustiças, escândalos e horrores que atingem o mundo e a Igreja.
"Vergonha pelo sangue de inocentes que cotidianamente é derramado de mulheres, crianças, imigrantes, pessoas perseguidas pela cor da pele ou por seu pertencimento étnico, social, ou por sua fé", disse o papa com voz firme e, às vezes, comovida.
Dirigindo-se ao Cristo crucificado, o papa argentino reconheceu sua "vergonha por todas as imagens de devastação, destruição e naufrágio, que se tornaram comuns para nós", acrescentou. O papa Francisco reconheceu também sua "vergonha por todas as vezes que bispos, sacerdotes, consagrados e consagradas feriram seu corpo, a Igreja", em alusão aos abusos cometidos por padres pedófilos.
Em sua oração, o pontífice pediu por "irmãos atingidos pela violência, pela indiferença e pela guerra" e pediu que "rompam as cadeias que nos fazem prisioneiros de nosso egoísmo, de nossa cegueira involuntária, e da vaidade de nossos cálculos mundanos".
O papa chegou às 21H00 locais (16H00 de Brasília) ao célebre monumento romano, onde cerca de 20.000 pessoas, entre elas turistas e religiosos, além da prefeita de Roma, Virgina Raggi, o esperavam, algumas com tochas.
O percurso noturno ao redor do Coliseu foi feito neste ano em um clima particular, marcado pelas fortes medidas de segurança adotadas desde os atentados de domingo passado no Egito contra duas igrejas de cristãos coptas, que deixaram 45 mortos.
"Roma está blindada, vigiada. Espero que não aconteça nada", comentou uma jovem à emissora italiana RAI, que transmitiu ao vivo o evento para inúmeros países. Toda a área foi vigiada por patrulhas da polícia e pelo exército, além de corpos especiais de Inteligência.
Tanques do exército foram colocados na entrada da grande avenida que leva ao Coliseu para impedir ataques contra a multidão com automóveis, como ocorreu em Londres e Nice. Francisco, de 80 anos, presidiu - como no ano passado - o rito do terraço do Palatino, em frente ao imponente anfiteatro romano, sem percorrer a pé as 14 estações.
Para esta ocasião, as meditações foram escritas pela biblista francesa Anne-Marie Pelletier, que decidiu não usar os nomes que habitualmente usa.Entre os novos nomes das 14 estações destacam-se "Jesus é negado por Pedro", "Jesus e Pilatos", enquanto a última, a 14ª, se chamou "Jesus no sepulcro e as mulheres", tema que desenvolveu a questão feminina, das mulheres que sofrem.
Em cada uma das estações, algumas colocadas dentro do monumento, uma cruz cinza feita especialmente para o rito foi carregada por jovens, imigrantes e religiosos. Na 10ª estação, uma família colombiana formada por Claver Martínez Ariza, sua esposa Marlene e seus dois filhos, levou a cruz. Na 8ª, foi carregada por uma família egípcia.
As duas famílias representam os dois países que o papa argentino anunciou que visitará neste ano para pedir o diálogo e a reconciliação, em particular na Colômbia, onde espera promover em setembro o perdão após a histórica assinatura do acordo de paz com a guerrilha das Farc, que pôs fim a mais de 50 anos de conflito.
Antes da Via Crucis, o pontífice, vestido de vermelho, se deitou sobre uma tapete na basílica de São Pedro, sem a cruz em seu peito e o anel de pescador, como um sinal de que Jesus morreu.No domingo, as celebrações atingirão o ápice da Semana Santa com a missa da Ressurreição e com a mensagem "Urbi et orbi", que significa "à cidade e ao mundo". Foto: Filippo Monteforte/AFP.
Créditos: A Tarde

sexta-feira, 14 de abril de 2017

93% são contra reforma da Previdência. Aprovação de Temer cai a 5%

Nova pesquisa CUT/Vox Populi indica que a aprovação de Michel Temer como presidente cai na mesma velocidade em que aumenta o número de brasileiros contrários à reforma da Previdência e à terceirização irrestrita em todos os níveis das empresas. Segundo o levantamento, apenas 5% dos brasileiros consideram o governo Temer positivo – 65% avaliam seu desempenho negativamente e 28%, regular.


Em dezembro do ano passado, no último levantamento do instituto, os índices foram de 55% de avaliação negativa, 32% regular e 8% positiva. No Nordeste, o desempenho de Temer como presidente é considerado ainda pior: 78% negativo, ante 4% positivo. Regionalmente, o maior índice positivo registrado pela pesquisa foi no Sudeste, com 6%, frente a 59% de negativo. Na região Sul, os números foram: negativo 62% e positivo, 5%; no Centro-Oeste e Norte, 57% e 5%, respectivamente.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, a piora da avaliação do desempenho do governo Temer em todas as regiões, em especial no Sudeste, onde o golpe parlamentar que destituiu Dilma Roussef e o levou ao poder teve mais apoiadores, demonstra que a população percebeu que, por trás da ideia de combate à corrupção para justificar o impeachment da presidenta, tratava-se de um ataque contra a classe trabalhadora.
“Até agora, nenhuma medida do Temer visou crescimento econômico, geração de emprego e renda, ou combate à fome e a miséria. Ele só propõe desmonte: da aposentadoria, da CLT, dos direitos trabalhistas e venda do patrimônio público”, afirma Vagner.
Para o dirigente, Temer perdeu o debate na sociedade, apesar do investimento milionário em propaganda oficial, e tudo que faz só contribui para fortalecer a mobilização para a greve geral de 28 de abril convocada pelos movimentos sociais e sindicais.
As medidas de desmonte da aposentadoria – como a idade mínima e o alongamento do prazo de contribuição –, são reprovadas por 93% dos brasileiros ouvidos pelo Vox Populi em todos os estados e no Distrito Federal. Apenas 5% concordam com as medidas propostas e 2% se disseram indiferentes.
O maior percentual dos que discordam da reforma da Previdência também foi encontrado na região que mais apoiou o golpe, o Sudeste (94%), seguido de Centro-Oeste e Norte (93%), Nordeste (92%) e Sul (91%).
Outras medidas de Temer reprovadas pela população foram o congelamento dos gastos públicos, em especial de saúde e educação nos próximos 20 anos – reprovadas por 83% dos entrevistados – e a ampliação da terceirização do trabalho para todos os setores da economia, reprovada por 80% dos brasileiros.
A pesquisa CUT-Vox Populi foi realizada entre os dias 6 e 10. Foram ouvidas 2 mil pessoas com mais de 16 anos, em 118 municípios de áreas urbanas e rurais de todos os estados da federação e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior. A margem de erro é de 2,2%, estimada em um intervalo de confiança de 95%.
Créditos: Rede Brasil Atual