terça-feira, 15 de agosto de 2017

Poluição mata mais que acidentes de trânsito em São Paulo

 O Instituto Saúde e Sustentabilidade divulgou na segunda-feira (14), um estudo revelando que os poluentes atmosféricos foram a causa de 31 mortes precoces por dia no estado de São Paulo, em 2015.  Com base no Relatório de Qualidade do Ar do mesmo ano elaborado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o estudo demonstrou que o total de óbitos causados pela poluição – 11.200, em 2015 – é maior que as mortes causadas por acidentes de trânsito (7.867), câncer de mama (3.620) ou aids (2.922). 
Para efeito de comparação, permanecer duas horas no trânsito da capital equivale a fumar um cigarro, segundo o estudo. Contudo, as políticas públicas destinadas ao combate à poluição não têm o mesmo apelo daquelas realizadas contra os males do tabaco. 
Doenças cardio e cerebrovasculares, tais como arritmia, infarto do coração e derrame cerebral, representam 80% dos efeitos da poluição do ar.  Ela é causa comprovada dos cânceres de pulmão (o mais letal dos tumores) e de bexiga. O ar poluído está também relacionado à metade dos casos de pneumonia em crianças.  
Para o diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Saldiva, um dos autores do estudo, "é inaceitável que um problema de saúde pública desta dimensão continue invisível". O especialista defende a substituição dos padrões adotados pela Cetesb para avaliar a qualidade do ar, menos rigoroso do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 
Segundo a OMS, a poluição do ar causou 8 milhões de mortes precoces no mundo, em 2015, e é atualmente a principal causa de morte por complicações cardiorrespiratórias –  tais como arritmia, infarto do coração e derrame cerebral – relacionadas ao meio ambiente e de câncer de pulmão.
O engenheiro Raimundo Nóbrega, também especialista em poluição do ar pela USP, destaca que países como França e Inglaterra decidiram banir, até 2040, os motores movidos a combustão, que deverão ser substituídos pelos elétricos. 
Mais do que alteração no tipo de propulsão dos veículos, Raimundo defende mudanças no sistema de modalidade das cidades. "A prioridade, no caso da mobilidade urbana, teria que ser o transporte coletivo, e não o transporte individual."
Ele reivindica mudança de "mentalidade" dos políticos, com maior atenção para modalidades de transporte como o metrô, e de "costumes", por parte da população, para que se abandone o automóvel como símbolo de status. 
Créditos: Rede Brasil Atual

domingo, 13 de agosto de 2017

Para 86%, democracia não é respeitada no Brasil

A democracia não é respeitada no Brasil e o País hoje é governado por usurpadores do poder. Essas são as duas conclusões principais de uma pesquisa Ipsos publicada pelo jornal Estado de S. Paulo.
De acordo com o levantamento, nada menos que 86% avaliam que a democracia não é respeitada – resultado natural desde que a presidente legítima Dilma Rousseff foi afastada pelo vice Michel Temer que conspirou e a traiu. Além disso, 94% avaliam que o grupo que está no poder – Temer e sua turma – não representa a sociedade.
"A onda de negativismo contamina a percepção sobre a própria democracia: só metade da população considera que esse é o melhor regime para o Brasil, e um terço afirma que não é. Quando os eleitores são questionados especificamente sobre o modelo brasileiro de democracia, a taxa de apoio é ainda mais baixa: 38% consideram que é o melhor regime, e 47% discordam. A pesquisa também mostra que 74% são contra o voto obrigatório", diz ainda a pesquisa.
Créditos: Brasil 247

Trump é ameaça para toda a América Latina, afirma PT no Senado

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"Caso a ameaça de intervenção militar de Trump se concretize, o conflito interno da Venezuela se internacionalizará, transformando a América do Sul em um novo Oriente Médio", aponta nota da bancada do PT no Senado, comandada pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
Veja a íntegra:
A Bancada do PT no Senado condena veementemente as declarações do presidente Donald Trump de que não descarta uma intervenção militar na Venezuela.
Caso essa opção desastrosa se concretize, a Venezuela mergulhará definitivamente na violência e no caos e seu conflito interno se internacionalizará, transformando a América do Sul, uma região estável, em um novo Oriente Médio.  Nesse caso, todos os países da região, inclusive o Brasil, sofrerão terríveis consequências e a integração regional plasmada no Mercosul, na Unasul e na Celac, que custou décadas de esforços, será desarticulada.
A lamentar em todo esse episódio a posição do governo golpista do Brasil, que se presta a fazer o baixo e míope papel de braço auxiliar dos interesses geopolíticos norte-americanos, em vez de defender os interesses reais do País, que, conforme seus princípios constitucionais e sua melhor tradição diplomática, sempre apostou na moderação, no diálogo e na solução pacífica das controvérsias.
A bancada apela para o bom senso e a racionalidade e insta todas as forças políticas, venezuelanas e internacionais , a que voltem a apostar no diálogo e numa solução democrática e pacifica para o grave conflito por que passa o nosso vizinho. Por último, a Bancada envia sua total solidariedade ao povo venezuelano, nesta hora difícil e delicada.
Lider do PT no Senado. senador Lindbergh Farias (PT-RJ). 
Créditos: Brasil 247

Capital estrangeiro se prepara para lucrar com sistemas de controle do SUS

Ao lado da reforma trabalhista e do regime fiscal, que encolhe o tamanho do Estado ao congelar por 20 anos o suporte à saúde e a outras áreas sociais, investidores internacionais estão de olho no Sistema Único de Saúde. Não para destruí-lo, mas para lucrar. Com um "mercado" gigante, um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, que abrange desde simples atendimento ambulatorial, vacinação, até transplante de órgãos, oferecido de maneira gratuita para toda a população. E com a venda de consultoria e tecnologias de informação e de gestão para prefeituras e estados. Ou seja, um negócio que pode significar o lucro a partir do controle da saúde pública.
“Espanhóis e holandeses, principalmente, estão investindo pesado em consultoria e assessoria, principalmente no treinamento de profissionais em regras de negócios, para implementação de métodos de enquadrar o serviço público de saúde a padrões empresariais, que inclui corte de custos, e afeta diretamente a dinâmica do trabalho”, disse ontem (11) o ex-ministro da Saúde e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Arthur Chioro. Ele participou de seminário da Federação Internacional de Serviços Públicos (ISP), que durante dois dias discutiu a entrada das empresas multinacionais na saúde e os desafios para o movimento sindical.
O ex-ministro avalia que o nicho atrai investidores que se frustraram ao ver o mercado de planos de saúde encolher no país muito provavelmente pela crise econômica. Em 2016, perdeu 1 milhão de usuários e passou a ter em sua carteira o equivalente a 22,9% da população. Esse percentual já foi de 25%. E que mudaram o alvo para um promissor mercado aberto pela onda conversadora que toma conta da maioria dos estados e municípios.
“O SUS é um mercadaço. Vender essas coisas tem um valor de capital muito grande quando se trata de um setor sustentado por uma lógica que se coloca pautada pelo mercado. Por isso não interessa a essa lógica empresarial 'matar a vaca' que o SUS, como muitos temem, representa, e sim mantê-la viva”, disse.
A entrada do capital estrangeiro foi aprovada pela Lei 13.097/2015, que alterou a Lei 8.080/1990. 
Se não houver reação ou mesmo força política para reverter a Emenda 95/2016, que congela os gastos por 20 anos, afetando diretamente o SUS, a tendência é de enxugamento cada vez maior do sistema público, avalia o professor da Unifesp. Será mantida apenas uma "cesta básica de cobertura" para as pessoas mais pobres, sem condições de aderir aos planos acessíveis de saúde em estudo.
"Não se pode deixar de dar essa atenção mínima à saúde porque os governos conservadores sabem o risco que correm com a volta de doenças infecto-contagiosas e até mesmo com uma convulsão social. Afinal, a saúde é fator de mobilização", disse Chioro. "Para a classe média baixa haverá os chamados planos de saúde populares defendidos pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, que só não foram lançados ainda porque não é de interesse do mercado. Em um momento de crise como agora, não seriam vendidos." 
Chioro defende que a questão, bem como suas implicações sobre o atendimento à saúde e aos trabalhadores, seja mais estudado na academia e também pelas organizações de trabalhadores. Segundo ele, que realiza pesquisas sobre a micropolítica do trabalho no setor da saúde em parceria com universidades estrangeiras, há uma tentativa de profunda normatização com o estabelecimento de regras e de processos que consolidam a divisão do trabalho levando à alienação dos trabalhadores. E os usuários são prejudicados também pela piora da qualidade do atendimento.
A ISP deverá firmar parceria com a Unifesp e outras universidades estrangeiras para estudar os impactos aos trabalhadores trazidos pela padronização nos serviços de saúde. Além disso, entidades sindicais que compõem a federação internacional serão acionadas para investigar mecanismos de incentivos às transnacionais.
"Vamos verificar por que essas empresas não pagam impostos, razão que faz com que sigam lucrando mesmo em cenário de crise", disse o secretário regional do ISP, Jocélio Henrique Drummond.
Créditos: Rede Brasil Atual

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

ONU denuncia ações de "limpeza étnica" e escalada da violência

 A República Democrática do Congo assiste a uma assustadora escalada da violência, que pelos números e pela intensidade dos combates, poderá se transformar na principal crise no continente africano, alertou a ONU, que fala da existência de uma “limpeza étnica” em andamento no país.

O UNICEF fala de 85 mil crianças deslocadas. Crimes contra a humanidade são cometidos tanto pelos soldados governamentais como por milicianos rebeldes, denuncia o organismo com sede em Nova Iorque. O conflito no país teve início em agosto de 2016, opondo populações tribais locais e o governo central de Kinshasa, considerado pelos primeiros como ilegítimo.

O mandato do Presidente Joseph Kabila expirou em dezembro de 2016 e desde então a rebelião contra o governo não parou de aumentar. Kabila já completou dois mandatos presidenciais e não é mais elegível, segundo a Constituição. Todavia, não obstante o Acordo de São Silvestre, recusa-se a convocar novas eleições, afirmando que a existência de muita tensão no país impediria o desenvolvimento pacífico do voto. As contendas políticas acabaram transformando-se em violência após a morte de Jean-Pierre Bandi - líder tribal de uma das províncias do Kasai – numa ação do exército regular.

Os combates já provocaram a morte de mais de 3.300 pessoas, segundo estimativas de uma ONG humanitária. Povoados inteiros foram destruídos. 52 fossas comuns foram descobertas e 400 mil crianças sofrem de má-nutrição. Ademais, cerca de 1,3 milhões de pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas, a tal ponto que o país passou a ser considerado como aquele com o maior número de deslocados e refugiados no continente.

Os civis fogem em direção ao sul, principalmente Angola, onde já chegaram 40 mil deslocados. No final de junho as vítimas eram 3.383. Os ataques  contra as instituições públicas por parte das milícias irregulares, assim como a execução sumária de funcionários estatais são cada vez mais frequentes.
Para piorar a situação, com o passar das semanas o conflito está assumindo dimensões étnicas. A ONU acusou publicamente o exército regular de Kinshasa de ser o principal responsável.

O conflito se acentuou depois que dois funcionários das Nações Unidas foram encontrados mortos. Segundo algumas fontes jornalísticas, eles teriam sido mortos pelos militares exatamente quando estavam documentando as fossas comuns abertas pelo exército regular. 

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos fez uma advertência há poucos dias ao Presidente Joseph Kabila, para que “intervenha imediatamente para impedir a propagação da violência” e “para respeitar a obrigação de proteger toda a população, independente da etnia de pertença, na região de Kasai”.(Do  L’Osservatore Romano). Foto: AP.
Créditos: Rádio Vaticano

Jerusalém: achado confirma passagem bíblica

Arqueólogos que escavavam por Jerusalém descobriram artefatos queimados que datam de 2.600 anos atrás – provando a veracidade de uma passagem bíblica.

Os pesquisadores descobriram madeira carbonizada, sementes de uva, espinhas de peixes, ossos e cerâmica, ao escavar a Cidade de Davi, em Jerusalém. Os achados fornecem evidências de que os babilônicos "queimaram todas as casas de Jerusalém", como descrito no livro de Jeremias.

Os pesquisadores do  Israel Antiquities Authority descobriram os artefatos sob camadas de rocha na Cidade de Davi – juntamente com frascos com lacres que permitiram que os pesquisadores datassem os artefatos.

“Esses lacres são característicos do final do Período do Primeiro Templo”’, disse Dr. Joe Uziel, do Israel Antiquities Authority. “Eles eram usados pelo sistema administrativo que se desenvolveu no final da dinastia judaica”.

Os danos causados pelo fogo ocorreram há 2600 anos, o que se assemelha com eventos descritos pela Bíblia.O livro de Jeremias diz: “Hoje, no sétimo dia do quinto mês, décimo nono ano do rei Nabucodonosor, rei da Babilônia, Nebuzaradã o capitão da guarda, um servo do rei da Babilônia, veio até Jerusalém. Ele queimou a casa do Senhor, a casa do rei e todas as casas de Jerusalém. Todas as grandes casas foram queimadas pelo fogo”. (SP – Agências internacionais). Foto: ANSA.
Créditos: Rádio Vaticano

Partidos se unem em frente contra o distritão

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Classificado por críticos como uma manobra para assegurar a reeleição dos atuais deputados federais, o "distritão" enfrentará forte resistência na votação em plenário na Câmara, onde precisará do apoio de pelo menos 308 dos 513 parlamentares.
O modelo, usado para candidaturas a deputado e vereador, substituiria o atual em 2018 e é apoiado pela cúpula do Congresso e pelos principais partidos aliados a Michel Temer. Mas as bases dos partidos resistem à proposta. Comissão especial da Câmara que analisa a reforma política aprovou o modelo no final da noite de quarta (9) por margem apertada, 17 a 15.
"No plenário é outro cenário, ninguém sabe o que vai acontecer", resume a deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ), que conduziu o seu partido nos debates da comissão. "Eles vão ter muita dificuldade com o 'distritão', para recompor a base. Eu espero que tenha subido no telhado e não passe", disse o oposicionista Ivan Valente (PSOL-SP).
Uma frente suprapartidária contra o "distritão" foi criada com membros da oposição e governo –PT, PC do B, PSOL, PR, PRB, PHS, PSD, PSB e PDT.
Patrocinado pelo então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso, o "distritão" foi rejeitado pela Câmara, em 2015. Agora, ganhou apoio em outras legendas governistas e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).
O senador afirmou, porém, que a Casa só vai aprovar o modelo se for uma transição para o voto distrital misto –em que metade dos deputados são eleitos por distritos e a outra por lista de candidatos elaborada pelos partidos. As informações são de reportagem de Daniel Carvalho, Angela Boldrini e Ranier Bragon na Folha de S.Paulo.
Créditos: Brasil 247