sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Febre amarela matou 164 pessoas no Brasil em 8 meses

O ministério da Saúde atualizou na quarta-feira (21), as informações sobre a situação da febre amarela no país. No período de monitoramento, de 1 de julho de 2017 a 20 de fevereiro de 2018, foram confirmados 545 casos de febre amarela no país, sendo que 164 vieram a óbito. No mesmo período do ano passado, foram confirmados 557 casos e 178 óbitos.
No total, foram notificados 1773 casos suspeitos, 685 destes foram descartados e 422 permanecem em investigação. Os informes de febre amarela seguem, desde o ano passado, a sazonalidade da doença, que acontece, em sua maioria, no verão. Dessa forma, o período para a análise considera de 1 de julho a 30 de junho de cada ano, informou o órgão.
O ministério da Saúde reforçou a importância da vacinação nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo durante a campanha contra febre amarela. Dados preliminares desses estados apontam que, até esta segunda-feira, 5,1 milhões de pessoas foram vacinadas. O número corresponde a 25,2% do público-alvo previsto no Sudeste. A recomendação é que os estados continuem vacinando até atingir alta cobertura.
Créditos: Sputnik

Novas prioridades de Temer comprometem futuros governos

O governo não tem mais pauta econômica que centralize as atenções, como era o caso da reforma da Previdência. Por isso, pegou um conjunto de medidas que já estavam em parte sendo discutidas no Congresso Nacional e elencou 15 delas como se fossem novas prioridades. A avaliação é do economista Guilherme Mello, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Para ele, essa é uma agenda legislativa que já existia, e terá pouca força para disputar atenções como a atuação concentrada na intervenção militar no Rio de Janeiro. “Não há uma leitura precisa de qual a capacidade do governo de encaminhar essas pautas, que é muito diversa, atira para todo lado e, portanto, não tem objetivo único”, afirma Mello, em entrevista concedida nesta terça-feira a Rafael Garcia, na RBA. O professor analisou três dessas “15 prioridades”: O projeto de independência do Banco Central, a privatização da Eletrobras e a extinção do chamado Fundo Soberano.
O BC, segundo sua visão, já tem autonomia em relação ao governo ("pena que não tem em relação ao mercado", ironiza) –, e propor independência total seria tirar da sociedade o direito de "eleger" que economia quer para o país.
Essas ideias, observa Mello, são baseadas em necessidades fiscais imediatas. Como o governo não consegue arrecadar, quer usar importantes patrimônios estratégicos para fazer caixa e tentar fechar as contas – “danem-se” os futuros governos. E carregadas de ideologia de mercado, em que se vende a tese de tudo o que é público é ruim e o que é privado é bom – uma tese sem base histórica e prática a comprovar, lembra o economista, citando a experiência da crise de dimensões globais de 2008, originada por corrupção e fraudes em grandes corporações financeiras privadas, geridas pelo “mercado”. Acompanhe a análise.
Evidente que não. Não é de hoje o Banco Central já usufrui alguma autonomia em relação ao governo, mas não em relação às pressões do mercado financeiro. Afinal de contas, ele constrói o seu cenário com base na visão dos integrantes dos mercados. Por exemplo, a partir de boletins que colhem opiniões dos agentes do mercado, o chamado Boletim Focus. Então, essa autonomia, na prática, já existe. O que existe é a discussão entre autonomia e independência.
Independência seria o caso de o presidente do Banco Central não ser nomeado, ou ser indicado para um mandato fixo que o presidente da República não pode mudar. O grande problema nesse caso é que você tira de vez do governo a capacidade de determinar os rumos da política monetária, que é uma parte muito importante da política econômica. É como se o povo elegesse um presidente que não pode comandar a economia. Então, isso é um tema muito complexo, que não pode ser debatido a toque de caixa.
É uma empresa estratégica, sem dúvida. Das poucas grandes empresas estatais que sobraram, a Eletrobras é uma delas. A gente teve, num passado recente, experiências de tentativas de privatização da geração de energia. E isso redundou num apagão energético (em 2001) decorrente da falta de investimento e de planejamento. Por quê?
Porque uma coisa é você privatizar linhas de transmissão ou outras atividades que são mais rentáveis, aí o setor privado tem algum interesse em entrar, em particular investidores internacionais. Outra coisa é tentar privatizar usinas, a parte de geração, que exige investimento inicial muito alto com retorno a muito longo prazo.
Por isso, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, exige uma participação muito grande do setor público. Sem falar que quem controla uma usina controla também o rio – a vazão e seu fluxo. A discussão da privatização da Eletrobras é em parte fiscal. O governo está desesperado para arrecadar mais “recursos extraordinários”, que são as receitas que não vêm todo ano. Vendeu, pronto. Alguém paga e o dinheiro só entra nesse ano. Então ele que fechar as contas e – vamos ser sinceros – fica um “dane-se” para os próximos governos.
E além desse lado fiscal, tem o lado ideológico, que é o de acreditar que tudo que é privado é bom e o que é público é ruim. E obviamente isso é um argumento ideológico, a ideologia do mercado. Se você olhar a história recente, grandes empresas privadas tiveram sérios problemas, de corrupção inclusive, e não só no Brasil. Nunca é demais lembrar que a crise de 2008 foi provocada por corrupção e fraudes nos bancos privados. Essa ideia de que o privado é sempre melhor do que o público me parece basicamente uma tese ideológica, e não com base em experiência histórica nem prática.
O Fundo Soberano no Brasil foi pensado como uma forma de diversificar os ativos do governo federal. O governo tem lá as reservas cambiais, predominantemente em dólar, títulos do tesouro americano, o que rende muito pouco. Fundo soberano é uma forma de diversificar isso. É muito embasado na experiência de países da Europa e, em particular, de outros países, exportadores de petróleo – e o Brasil já é e será cada vez mais um grande produtor.
Parte dessa receita era usada de forma a construir um fundo, e com ele financiar investimentos, inovação, no caso brasileiro poderia estar voltado para educação e saúde. É um projeto que muita gente chamou de passaporte para o futuro. Usar receitas que o petróleo vai gerar para promover desenvolvimento econômico e social e também para evitar que o câmbio se valorize. Se você exporta muito petróleo e o ingresso de dólar aumenta, o câmbio valoriza, o que pode prejudicar sua indústria. É curioso isso, se você exporta bastante acaba prejudicando sua indústria. É uma realidade que vários países já passaram e que o Brasil queria evitar ao criar o fundo soberano.
Então, o governo Temer, ao acabar com o Fundo Soberano, está sinalizado duas coisas. Primeiro, quer raspar o tacho de onde tiver dinheiro (de novo para melhorar o resultado fiscal de imediato). E, segundo, quer destruir o legado dos governos Lula e Dilma, desmontar tudo o que foi feito, entregar tudo para o setor privado, assim como já está entregando o petróleo.
Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Exército revista mochila de crianças no RJ



O jornal Folha de S. Paulo e a Agencia de Notícias Associated Press, mostra a ação do Exercito na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, revistando a mochilha de crianças que vão à escola. 


Mães abrindo as mochilas de crianças que devem ter aproximadamente 10 anos de idade ou menos, para o exército verificar o conteúdo de suas mochilas. Jogam o exército contra o próprio povo, com o discurso de combater a criminalidade. Fotos: Agência Press.
Créditos: Esquerda Diário

Um em cada três paulistanos sentiu perda na renda em 2017

A renda pessoal de pelo menos um em cada três paulistanos diminuiu ao longo de 2017. A queda no rendimento é sentida, principalmente, entre os mais pobres (renda familiar até dois salários mínimos) e a classe média (até cinco salários). Quase a metade (47%) afirmou que seus ganhos mantiveram-se estáveis. Apenas os mais ricos, em faixa de renda superior a R$ 4.685 por mês, perceberam aumento nos seus rendimentos. 
Os dados são da pesquisa a Viver em São Paulo, realizada pelo Ibope a pedido da Rede Nossa São Paulo, que entrevistou mais de 800 paulistanos para identificar as percepções da população sobre trabalho e renda na cidade ao longo de 2017. Os resultados foram apresentados nesta quarta-feira (21) em evento no Sesc Bom Retiro. 
A queda de rendimento é mais grave na zona leste da capital, que concentra praticamente um terço da população paulistana. Destes, 40% afirma que ficaram mais pobres no último ano. Do outro lado, na zona oeste, concentra-se o maior grupo (18%) que diz que seus ganhos subiram no mesmo período.
O coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo e do Programa Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão, destacou que normalmente se entende o tema da renda e do trabalho como ligado à esfera federal de governo, mas é preciso discutir também o papel do poder público local, ainda mais em uma cidade rica, como São Paulo. "É a grande questão dos governos locais, em decidir para onde vão os recursos, para quem se governa. Estamos no momento de investir mais nos espaços desiguais. É preciso coragem aos governos", afirmou. 
Duas em cada 10 pessoas entrevistadas disseram estar desempregadas, levando a uma taxa estimada de 18%, exatamente a mesma média de 2017 da pesquisa Dieese/Seade, que abrange a região metropolitana. O desemprego estimado corresponde a 1.763.454 paulistanos em busca de trabalho. Desses 18%, 14% continuam procurando e 4% desistiram. Entre os que seguem à procura, quase a metade (47%) está desempregada há mais de um ano. 
A falta de trabalho atinge majoritariamente pretos e pardos (59%) e mulheres (58%). A maior parte dos desempregados está entre os menos instruídos (43%), com famílias que ganham até dois salários mínimos e moram nas zonas leste e sul da capital (37%). 
Os trabalhadores com carteira somam menos de um terço dos paulistanos (29%). Outros 23% são autônomos ou trabalham por conta própria, 4% são empresários ou profissionais liberais e 3% são funcionários públicos.
Entre os empregados, a maioria (63%) trabalha na mesma região em que mora, A percepção geral, contudo, é um pouco diferente, na medida em que 45% dos entrevistados afirmam não perceber oportunidades de emprego na região onde vivem.
Créditos: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Senado aprova intervenção no Rio de Janeiro

militares
O Senado aprovou, por 55 votos a 13 e uma abstenção, na noite desta terça-feira (20) o decreto de intervenção no Rio de Janeiro para a área da segurança pública. Com a aprovação nas duas Casas, cabe agora ao presidente do Congresso, Eunício Oliveira (MDB-CE), publicar um decreto legislativo referendando a decisão do Executivo e autorizando a nomeação do general Walter Braga Netto como interventor. 
Antes mesmo de o relator da proposta, senador Eduardo Lopes (PRB-RJ), ler o parecer favorável à intervenção, parlamentares da oposição apresentaram questões de ordem criticando a medida. Segundo eles, o decreto de intervenção é inconstitucional por não apresentar o impacto orçamentário, e também criticaram a possibilidade de serem expedidos mandados coletivos de busca, apreensão e captura. 
Para o líder do PT, senador Lindbergh Farias (RJ), trata-se de um "factoide político" criado pelo governo Temer para "esconder a falência de sua agenda neoliberal." Ele também afirmou que o governo Temer é responsável pelo caos na segurança pública em todo o país. 
"Qual é a moral do Temer, que pegou um orçamento, em 2016, de R$ 6,1 bilhões para a Segurança Pública? Sabe para quanto ele reduziu em 2018? Para R$ 3,9 bilhões. Só que contingenciaram R$1 bilhão", destacou Lindbergh. "O repasse para os Estados em dois anos na rubrica segurança pública foi reduzido em 50%", denuncia. 
Já o senador Jorge Viana (PT-AC) disse classificou como "maldade" a proposta de intervenção. "Depois de vivermos uma crise institucional dessa magnitude, tentar manipular, usar as Forças Armadas para dar sobrevida a um Governo moribundo?"
Para o senador Roberto Requião (MDB-PR), a crise da segurança no Rio de Janeiro tem como origem os problemas sociais como desemprego, falta de moradia, além de condições "degradantes" da saúde e da educação. "Entretanto, o ministro da Fazenda (Henrique Meirelles) de Temer anuncia que os recursos a serem dados à área de segurança serão remanejados de outras áreas. Ou seja, as raízes profundas da crise ficarão inalteradas, ou melhor, agravadas, porque os recursos sairão da área da saúde, da educação, da habitação e das áreas sociais do Rio de Janeiro", afirmou.
Já na defesa do governo, a senadora Marta Suplicy (MDB-SP) declarou se tratar de uma "uma intervenção federal, e não é militar", e disse que o presidente Temer foi "enfático" na garantia dos recursos para as ações. A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) defendeu o decreto afirmando que não há alternativa para garantir um "mínimo de segurança" aos moradores do estado do Rio. Com informações da Agência Brasil.
Créditos: rede Brasil Atual

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Exército prepara ordens de busca e apreensão em bairros inteiros do Rio

A intervenção do governo Michel Temer (PMDB) na segurança pública do Rio de Janeiro, aprovada na madrugada desta terça-feira na Câmara dos Deputados, mal começou e já enfrenta seus primeiros entraves. Nesta segunda-feira, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou que a gestão federal prepara uma série de mandados coletivos de busca e apreensão para bairros inteiros do Rio. Medida essa que já foi adotada em ao menos outras três ocasiões e acabou proibida pela Justiça fluminense.

Cumprir mandados coletivos é algo incomum. Significa, por exemplo, que policiais (ou militares que estejam sob o comando do interventor) teriam a autorização para vasculhar qualquer casa da favela da Rocinha, uma comunidade com quase 70.000 habitantes. As varreduras ocorreriam mesmo se não houvesse a suspeita do cometimento de crimes pelos moradores ou frequentadores dessas residências. Para a ex-presidenta Dilma Rousseff,  "a iniciativa do governo golpista de promover mandados coletivos de busca, apreensão e captura é uma das mais graves violações aos direitos civis que o Brasil enfrenta desde o fim da ditadura". Dilma comentou a questão no Twitter.

O decreto, assinado pelo presidente Michel Temer na sexta-feira, dia 16, foi aprovado nesta madrugada após sete horas de sessão, com 340 votos favoráveis, 72 contrários e uma abstenção. O texto segue agora para o Senado, onde deve ser analisado na tarde desta terça-feira. Para aprovação, precisa do apoio da maioria simples dos senadores.

No ano passado, quando a polícia foi autorizada a investigar todas as casas da comunidade do Jacarezinho, o Judiciário suspendeu a decisão alegando que o abandono das regras e princípios jurídicos não é permitido nem em tempos de paz contra os cidadãos, nem em tempo de guerra contra os inimigos. Na ocasião, o mandado tinha como objetivo investigar a morte de um policial civil e a consequente reação que resultou no assassinato de sete moradores do local.

A possível batalha jurídica que Temer enfrentará já está no radar de vários especialistas do assunto. O procurador da República Vladimir Aras, por exemplo, afirma que esse mandado coletivo seria ilegal. “A intervenção federal não suspende garantias individuais. Entre essas garantias está o direito à inviolabilidade domiciliar. Se houvesse sido declarado o estado de sítio, seria possível fazer buscas coletivas, inclusive sem mandado judicial”, alertou em uma rede social. "Os mandados coletivos são um chute na porta do cidadão, de qualquer cidadão", reclamou o deputado Wadih Dahmous (PT-RJ), ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio.

Opositores do Governo reclamam que a proposta não foi devidamente embasada. “Essa decisão da intervenção não teve qualquer planejamento. Foi uma decisão atabalhoada. Foi um tiro no escuro. Não foi feito nenhum balanço das ações anteriores”, reclamou o líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Nos últimos dois anos o Rio de Janeiro foi palco de 18 operações de Garantia da Lei e da Ordem, conhecidas como GLO. Nelas, militares das Forças Armadas e da Força Nacional eram deslocados para fazer o policiamento de diversas regiões do Estado. Os resultados delas ainda são desconhecidos do público em geral. Leia matéria completa no El País.
Créditos: El País

Gasolina brasileira é a segunda mais cara do mundo

Desde meados de 2017, quando a Petrobras passou a reajustar os preços diariamente e o governo aumentou a carga tributária sobre o setor, os preços da gasolina subiram cerca de 20% para o consumidor final. Com o aumento, o Brasil se consolida no posto de uma das gasolinas mais caras dentre os países produtores de petróleo, enquanto União, Petrobras, distribuidoras e revendedores tentam se dissociar da escalada dos preços dos combustíveis na bomba.
Levantamento da consultoria Air-Inc, que consolida estatísticas globais de custo de vida e mobilidade, mostra que a gasolina vendida nos postos brasileiros é a segunda mais cara dentre os 15 países que mais produzem petróleo no mundo. De acordo com a pesquisa, obtida pelo Valor, a gasolina é vendida no Brasil a US$ 1,30 por litro (considerando câmbio de R$ 3,3 e preço médio de R$ 4,28). No ranking dos maiores produtores de petróleo, só não é mais cara que o combustível vendido na Noruega.
Hoje, a estatal começa a adotar nova estratégia de divulgação de reajustes nas refinarias. A companhia passará a divulgar, junto com as variação percentual diária, o preço médio do litro da gasolina e do diesel nas refinarias. A intenção é deixar claro que os preços praticados nas refinarias correspondem a 1/3 dos preços na bomba.
Na semana retrasada, distribuidoras e postos entraram no centro de um embate com o governo, que pediu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para investigar possível formação de cartel no setor. O presidente Michel Temer chegou a acusar publicamente as empresas da cadeia de distribuição e revenda de não repassarem ao consumidor as baixas nos preços nas refinarias.Foto: Adenilson Nunes
Créditos: Brasil 247