quinta-feira, 12 de abril de 2018

50% dos trabalhadores brasileiros ganham menos de um salário mínimo

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que metade dos trabalhadores brasileiros tem, em média, a renda mensal 15% abaixo do salário mínimo. Isso é possível pelo número de pessoas trabalhando de maneira informal ou por conta própria. Também de acordo com o IBGE, o 1% dos trabalhadores com os maiores rendimentos recebiam em 2016 R$ 27.085, em média, ou 36,3 vezes mais do que a metade com os menores rendimentos de trabalho (R$ 747).

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) 2016, divulgada no fim do ano passado. Dos 88,9 milhões de trabalhadores ocupados em 2016, 44,4 milhões recebiam, em média, R$ 747 por mês. Vale lembrar que naquele ano o salário mínimo era de R$ 880.


10% dos brasileiros concentram 43,4% de toda a renda média mensal do país. Enquanto isso, os 10% na faixa de menor renda concentram apenas 0,8% da renda média mensal. Ao todo, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita foi de R$ 255,1 bilhões. A pesquisa também aponta que a Região Sudeste era a que concentrava a maior parte do rendimento do país, com R$ 132,7 bilhões, superior à soma das demais regiões. Já o Sul (R$ 43,5 bilhões) e Nordeste (R$ 43, 8 bilhões) produziram cerca 1/3 da massa de rendimentos do Sudeste. O Centro-Oeste, com R$ 21,8 bilhões, e o Norte, que detinha R$ 13,4 bilhões, produziram 16,4% e 10,1% do Sudeste, respectivamente.
A média da renda domiciliar per capita foi de R$ 1,2 mil por mês no ano de 2016. A pesquisa apontou que nas regiões Norte e Nordeste, a média foi de R$ 772, sendo que a maior média foi a do Sudeste, com R$ 1,5 mi O índice de Gini, que varia de zero (perfeita igualdade) até um (desigualdade máxima), do rendimento mensal real domiciliar per capita no Brasil foi de 0,549. Entre as grandes regiões, o menor índice foi no Sul (0,473) e o maior, no Nordeste (0,555).
Créditos: Observatório 3

Governo encaminha à ANS proposta de fim do SUS

O Ministério da Saúde encaminhou à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) as propostas do grupo de trabalho formado para criar um novo formato de plano de saúde, com cobertura mais restrita e preços mais baixos. As sugestões permitem regras mais flexíveis para aumento de mensalidades, restringem o acesso a procedimentos mais caros e ampliam o prazo para que operadores providenciem o atendimento a seus consumidores. A proposta fala de "princípios norteadores" e, em tese, limitam-se à nova categoria a ser criada, batizada de "planos populares".

Preparada por representantes de empresas de saúde, associações médicas e de seguro, a proposta foi encaminhada pelo Ministério da Saúde à Agência Nacional de Saúde Suplementar em meados de janeiro. Caberá à ANS a palavra final sobre as mudanças. Segunda opinião para procedimentos caros
No documento de três páginas, o grupo de trabalho lista uma série de princípios gerais. Entre as regras previstas está a obrigatoriedade de uma segunda opinião médica para que o usuário tenha acesso a procedimentos considerados de alta complexidade. O grupo diz que a medida pode evitar desperdícios.

A mudança, porém, vai aumentar o tempo de espera para que o usuário do plano de saúde tenha acesso ao procedimento. Principalmente se combinada com uma outra sugestão do grupo, que afrouxa as regras dos prazos de atendimento. A sugestão é a de que consultas de especialidades que não sejam pediatria, cirurgia geral, clínica médica, ginecologia e obstetrícia possam ser marcadas em até 30 dias depois da procura do paciente. Atualmente, o prazo é de 14 dias.
O limite para acesso a cirurgias programadas também mais do que dobra. Em vez dos 21 dias da regra atual, operadoras teriam até 45 dias para providenciar um profissional.

Além da maior dificuldade para o acesso, as regras restringem a lista de terapias e métodos de diagnóstico a que o usuário teria direito. Em vez do rol de procedimentos obrigatórios, formulado pela ANS, os usuários de planos de saúde teriam direito a tratamentos e terapias descritos em protocolos idênticos aos adotados no SUS (Sistema Único de Saúde). Para o grupo de trabalho, a restrição garantiria "a segurança do paciente, orientando e uniformizando as condutas durante o atendimento."
Créditos: Plantão Brasil

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Impedidos de visitar Lula, governadores pedem reunião com Cármen Lúcia


Nove governadores do Norte e do Nordeste do País, entre eles o pernambucano Paulo Câmara (PSB), estiveram na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, na terça-feira (10), mas não conseguiram encontrar o ex-presidente Lula (PT), que começou a cumprir a pena de 12 anos e 1 mês de prisão no último final de semana. 

Em coletiva, do lado de fora do prédio da PF, os governadores anunciaram que buscarão uma audiência com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia, para tratar de "garantias individuais", entre elas a prisão após a condenação em segunda instância.

Carta dos governadores para Lula
"Nós entendemos que é uma das garantias constitucionais, isso que faltou e permitiu, numa manobra, fazer com que o presidente Lula estivesse privado de liberdade, por não ter votado como manda a regra das ADCs. É preciso dizer se é ou não constitucional o artigo 5º da Constituição, que é direito fundamental e cláusula pétrea. Isso o STF tem que responder", cobrou o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

Além de Paulo Câmara e de Wellington, estiveram na PF os governadores Ricardo Coutinho (Paraíba), Camilo Santana (Ceará), Flávio Dino (Maranhão), Rui Costa (Bahia), Tião Viana (Acre) e Valdez Gomes (Amapá). Eles se reuniram na casa do senador Roberto Requião, que coordenou a visita.

Eles acusaram o veto do juiz Sérgio Moro para o encontro como um descumprimento à Lei de Execução Penal. Sem poder visitá-lo, eles deixaram uma carta para o petista. Depois, parte dos governadores, participou de um ato político com manifestantes do lado de fora da PF. Foto: Agencia PT.
Créditos: JC

Investigações bloqueiam US$ 1 bilhão no exterior

A investigações da Lava Jato bloquearam aproximadamente US$ 1 bilhão no exterior. Esse montante está bloqueado em bancos estrangeiros a pedido das autoridades brasileiras - o que equivale a R$ 3,4 bilhões na cotação desta terça-feira (10). O Ministério da Justiça divulgou os dados.

A maior parte desse montante, segundo informações do governo, é fruto de crimes como corrupção e lavag em de dinheiro. Os recursos estão bloqueados  na Suíça e nos stados Unidos, mas há um movimento de "migração" financeira para países do continente asiático.
Leia mais aqui.
Créditos: Brasil 247 

terça-feira, 10 de abril de 2018

Ministro do STF defende volta do Estado Democrático de Direito

O ministro Ricardo Lewandowski, do STF, expôs o racha do STF, ao publicar artigo, nesta terça-feira (10), em que defende a volta do estado de direito no Brasil. “Parece que hoje alguns magistrados, sobretudo os da área penal, voltaram a considerar o direito uma mera tópica, da qual é possível extrair qualquer resultado. E o fazem pela adoção desabrida de teorias estrangeiras, em especial germânicas e anglo-saxônicas, quase sempre incompatíveis com nossa tradição pretoriana, que extrai o direito essencialmente de fontes formais”, diz ele, que foi um dos votos contra a prisão ilegal do ex-presidente Lula.
“Chegou a hora de colocarmos um paradeiro nessa indesejável relativização do direito, a qual tem levado a uma crescente aleatoriedade dos pronunciamentos judiciais, retornando-se a um positivismo jurídico moderado, a começar pelo estrito respeito às garantias constitucionais, em especial da presunção de inocência”. 
Leia a Íntegra:
Ricardo Lewandowski: Direito como tópica
Chegou a hora de acabar com a relativização jurídica; devem-se respeitar garantias constitucionais, em especial a presunção de inocência
Por Ricardo Lewandowski
A crescente imprevisibilidade das decisões proferidas por juízes e tribunais vem alimentando uma visível descrença no Poder Judiciário.
Esse fato traz de volta uma velha questão: o direito, afinal, é uma ciência ou simples técnica retórica? A resposta a essa pergunta tem suscitado acaloradas discussões ao longo de várias gerações de juristas.
Tal debate não se colocava ao tempo dos antigos romanos. O direito para eles tinha cunho objetivo e eminentemente prático, empregado como instrumento para consolidar a paz social, inclusive nos vastos territórios que conquistaram.
Após a queda do Império Romano, a jurisprudência latina incorporou os usos e costumes dos chamados “povos bárbaros”, dando origem a um sistema híbrido, que mesclava leis escritas e práticas ancestrais, o qual perdurou por toda a Idade Média.
Com a prevalência dos ideais iluministas, surgiram as primeiras Constituições, concebidas para enquadrar o poder político, e também as grandes codificações, destinadas a racionalizar a intrincada legislação que sobreviveu à época medieval. Na crença de que esses novos textos esgotavam todo o direito, exigiu-se dos juízes que fossem aplicados literalmente, sendo-lhes vedada qualquer interpretação.
O aprofundamento da Revolução Industrial fez com que as sociedades se tornassem mais complexas e dinâmicas, ficando logo evidente que os diplomas legais recém-editados não logravam abarcar a totalidade do direito. Como era de esperar, passaram a apresentar inúmeras lacunas, que tiveram de ser preenchidas mediante o emprego da analogia e de outros expedientes.
Várias escolas de hermenêutica, então, se sucederam. Algumas tentaram resgatar a imperatividade das leis escritas, a exemplo da positivista, cujo maior expoente foi o austríaco Hans Kelsen (1881-1973). Outras, de índole relativista, ao contrário, buscaram ampliar a criatividade dos juristas, como aquela chefiada pelo alemão Theodor Viehweg (1907-1988). 
Viehweg repudiava o tradicional método interpretativo, consistente em subsumir fatos a normas previamente selecionadas, segundo um raciocínio lógico-formal. É que ele concebia o direito como uma tópica, cujo significado somente poderia ser desvendado caso a caso, por meio de uma argumentação pontual. Críticos não tardaram a concluir que tal concepção, levada a extremos, geraria enorme insegurança.
Parece que hoje alguns magistrados, sobretudo os da área penal, voltaram a considerar o direito uma mera tópica, da qual é possível extrair qualquer resultado. E o fazem pela adoção desabrida de teorias estrangeiras, em especial germânicas e anglo-saxônicas, quase sempre incompatíveis com nossa tradição pretoriana, que extrai o direito essencialmente de fontes formais.
Chegou a hora de colocarmos um paradeiro nessa indesejável relativização do direito, a qual tem levado a uma crescente aleatoriedade dos pronunciamentos judiciais, retornando-se a um positivismo jurídico moderado, a começar pelo estrito respeito às garantias constitucionais, em especial da presunção de inocência, do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Fonte: Folha de São Paulo.
Créditos: WSCOM

Governadores do Nordeste vão visitar Lula em Curitiba

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Os governadores dos estados do Nordeste devem visitar o ex-presidente Luiz Inácio Luia da Silva nesta terça-feira (10) em Curitiba. A iniciativa de levar apoio ao ex-presidente vem sendo construída pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT). 
Após a determinação de prisão de Lula ainda na quinta-feira (5), Camilo lembrou que o governo Lula levou dignidade para os mais pobres, especialmente os do Nordeste, região "historicamente esquecida". 
Oito dos nove governadores já confirmaram a ida à capital paranaense, segundo a assessoria do governo cearense. A única dúvida, até o momento, é em relação ao governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). 
Pelo Twitter, Câmara chamou o ex-presidente Lula de "sobrevivente" e "lutador", e afirmou que a sua liberdade neste momento não apresenta ameaça que justifique a sua prisão. foto: GCN.
Créditos: RBA

EUA anunciam ataque unilateral à Síria após suposto ataque químico

Os Estados Unidos disseram ontem (9) que "responderão" ao suposto ataque químico na localidade de Duma, na Síria, com ou sem o apoio do Conselho de Segurança da ONU. "A História registrará este como o momento no qual o Conselho de Segurança cumpriu seu dever ou mostrou seu fracasso total e completo em proteger os sírios. 

De qualquer forma, os EUA responderão", afirmou a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley. A informação é da EFE.
A diplomata não detalhou que tipo de resposta seria essa, mas assegurou que Washington está avaliando atualmente "decisões importantes". Referindo-se ao líder sírio, Bashar al Assad, ela ressaltou que os EUA estão "determinados a ver o monstro que usa armas químicas ser responsabilizado".
Hoje, o presidente americano já tinha antecipado sua intenção de decidir nas próximas horas sobre uma possível resposta militar ao suposto ataque químico, pelo qual os EUA e seus aliados culpam Damasco.
Nikki Haley reforçou ainda que Rússia e Irã, como aliados estreitos de Assad, têm responsabilidade por suas ações e poderiam ter evitado o ocorrido. Além disso, ela lembrou que Moscou utilizou em várias ocasiões seu direito de veto no Conselho de Segurança para proteger as autoridades sírias e lamentou que o "obstrucionismo" russo mantenha "refém" o principal órgão de decisão das Nações Unidas.
Os Estados Unidos propuseram hoje aos demais membros do Conselho uma minuta de resolução para criar um novo mecanismo internacional que se encarregue de determinar quem está por trás dos ataques com armas químicas na Síria. 
Os EUA e outros países estão insistindo na necessidade de estabelecer uma investigação deste tipo desde novembro do ano passado, quando a Rússia vetou a continuidade do mecanismo conjunto da ONU e da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) que tinha essa mesma incumbência.
O governo dos Estados Unidos acusou hoje a Rússia de descumprir a obrigação de garantir o fim do programa de armas químicas da Síria e afirmou que analisa uma "série de opções" para responder ao suposto ataque com esse tipo de armamento registrado no sábado, nos arredores de Damasco.
"Esses atos não seriam possíveis sem o apoio material da Rússia e do Irã. Além disso, agora está claro que a Rússia traiu a obrigação de garantir o fim do programa de armas químicas do regime sírio", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.
Em 2013, após um acordo entre Rússia e EUA, a Síria aceitou destruir seu arsenal químico após vários supostos ataques. No entanto, no ano passado, o Kremlin vetou a sequência de uma investigação da ONU e da Opaq sobre o uso desse tipo de armamento no país.
"Estamos consultando nossos aliados para determinar uma resposta apropriada. Como o presidente Trump disse claramente, haverá um preço a ser pago", alertou Sanders sobre o ataque.
"Pedimos que o regime sírio e a Rússia abram a região para a supervisão internacional e a ajuda médica", acrescentou Sanders.
A porta-voz afirmou que Trump estuda uma "ampla gama de opções" para responder ao ataque e "dissuadir" o regime da Síria a tomar esse tipo de ação. Sanders deixou em aberto a possibilidade de uma reação militar. O Pentágono também não descartou a hipótese. Foto: Arquivo EBC. 
Créditos: Brasil 247