segunda-feira, 4 de junho de 2018

Brasil tem 7ª maior taxa de homicídios das Américas, diz OMS

Com um indicador de 31,3 mortes para cada 100 mil habitantes, o Brasil subiu duas posições e agora detém a sétima maior taxa de homicídios da região das Américas.
É o que aponta o relatório “World Health Statistics 2018”, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que contém as mais recentes estatísticas mundiais de saúde.
O país das Américas com os maiores índices de homicídios é Honduras, com uma taxa de 55,5 mortes para cada 100 mil habitantes. Em seguida está a Venezuela, que passou a ficar na segunda posição, com 49,2 homicídios para cada 100 mil habitantes. El Salvador, que antes ocupava o segundo lugar, atualmente está no terceiro lugar do ranking.
Na outra ponta da lista estão o Canadá, com taxa de 1,5 homicídio para cada 100 mil habitantes; Antígua e Barbuda, com 1,8; e Chile, com 4,4. Em relatórios anteriores, a OMS já havia afirmado que um dos principais impulsionadores das taxas de assassinato no mundo é o acesso a armas, com aproximadamente metade de todos os homicídios cometidos com armas de fogo.

Reforma trabalhista faz desabar 88% arrecadação de sindicatos

 As alterações nas leis trabalhistas drenaram recursos dos sindicatos. Apenas em abril, o volume total arrecadado pelas associações que representam trabalhadores foi de R$ 102,5 milhões – uma queda de 90% em relação ao mesmo mês de 2017. 
“O ‘ajuste fiscal’ chegou também para os sindicatos. Depois da entrada em vigor da reforma trabalhista, em novembro, que acabou com o imposto sindical, as entidades viram sua arrecadação despencar 88% nos quatro primeiros meses do ano, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Enxutos, os sindicatos querem contornar o baque se mostrando mais atuantes junto aos trabalhadores e tentam compensar parte da queda de receita com a conquista de novos associados. 
Isso porque, com a nova legislação, em vigor há mais de seis meses, a cessão obrigatória do equivalente a um dia de trabalho, que era destinada a sindicatos, centrais e federações que representam as categorias, foi extinta. A contribuição ainda existe, mas agora é voluntária, e a empresa só pode fazer o desconto com uma autorização, por escrito, do funcionário.”Leia mais aqui. Foto: CTB.
Créditos: Brasil 247

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Governo fará cortes em programas sociais e até no SUS para baixar diesel

O governo divulgou de onde serão retirados os recursos para pagara conta da redução do preço do Diesel, que terá impacto de R$ 9,5 bilhões. A equipe econômica continua enrolada quanto ao valor a ser arrecadado com a reoneração de setores da economia, aprovada esta semana pelo Senado. E, ao mesmo tempo com os setores de onde será retirado dinheiro do Orçamento Geral da União (OGU). A verba a ser remanejada baixou de R$ 3,5 para R$ 1,2 bilhão e sairá, agora, de todos os ministérios.
Segundo as informações repassadas pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, a previsão de arrecadação com a reoneração de setores da economia, que antes o Executivo previa ser de R$ 3,5 bilhões, ficará inferior à expectativa inicial e será de apenas R$ 830 milhões este ano. Isso porque dos 28 setores que teriam reoneração, a medida vai atingir apenas 17 deles.
O Executivo anunciou que vai revogar o chamado Regime Especial da Indústria Química (Reiq) e reduzir o subsídio do Programa de Reintegração de Valores Tributários para Empresas Exportadoras (Reitengra) de 2% para 0,1%.
Uma terceira medida será a redução do percentual de crédito existente hoje do Imposto Sobre Produtos Industriais (IPI) da indústria de concentrados para refrigerantes, de 20% para 4%. A previsão é de que tais reduções resultem em outros R$ 740 milhões para os cofres públicos.
Serão utilizados R$ 5,7 bilhões em recursos que representam excesso de arrecadação previsto para 2018 para suprir a conta. E outros R$ 2,1 bilhões que estavam destinados, especificamente, para a capitalização de empresas estatais. O restante R$ 1,2 bilhão sairá do OGU.
O xadrez financeiro foi uma forma encontrada pelo governo Temer para, depois de tantas críticas de parlamentares e técnicos ao fato de a conta sobrar áreas como educação, saúde e moradia, reduzir a previsão inicial, que era de retirar mais de R$ 3 bilhões do OGU.
E, ao mesmo tempo, acabar com a polêmica sobre possível aumento de impostos, provocada por uma declaração dada pelo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, no início da semana. A fala de Moreira Franco suscitou várias contestações e depois um desmentido, por parte do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. 
Guardia explicou que o cancelamento (ou corte, de recursos do Orçamento) será feito “na parcela dos recursos que estavam contingenciados, de modo que não teremos de solicitar aos ministérios um novo contingenciamento”. Também disse que a melhor forma encontrada para que a saída de recursos seja feita é de forma “pulverizada” e que a equipe considerou que “o menor impacto possível” seria diluir a retirada destes valores de todos os órgãos.
Para se ter ideia da situação, os cortes no OGU feitos no ano passado resultaram em crises como dificuldades para impressão de passaportes, redução de verbas para investimentos federais em infraestrutura, de verbas para fiscalização contra o trabalho escravo e crise financeira nas universidades federais.
Além de dificuldades para funcionamento de vários laboratórios e órgãos vinculados ao setor de Ciência e Tecnologia e nas ações da Polícia Rodoviária Federal.
Já os que serão feitos a partir de agora, além de darem continuidade à escassez de verbas para estes setores que vêm atuando para resolver seus déficits e ter condições de trabalhar, também deixarão com menos recursos  programas para fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), gestão de políticas de Juventude, políticas de enfrentamento à violência contra a mulher, entre outros.
Da mesma forma, foram citados dentre outros que serão prejudicados com as medidas anunciadas nesta quinta-feira programas de assistência técnica e extensão rural para agricultura familiar e de desenvolvimento de assentamentos rurais, conforme alguns itens já repassados pela equipe econômica como escolhidos para inclusão nos cortes.
Outros programas que também terão verbas reduzidas ou totalmente zeradas são os destinados à obtenção de imóveis rurais para reforma agrária, promoção e gestão do comércio exterior, defesa de direitos difusos, a força nacional de segurança pública e a política pública sobre drogas.
Alguns ministérios já anunciaram o corte de valores que estavam destinados para seus programas.  Os de transporte terrestre do Ministério dos Transportes, por exemplo, que envolvem adequação e construção de 40 obras, perderam R$ 368,9 milhões.
Ações voltadas para prevenção e repressão ao tráfico de drogas ficarão com R$ 4,1 milhões a menos. A concessão de bolsas de um programa de estímulo ao fortalecimento de instituições de ensino superior terá perda de R$ 55,1 milhões. Outros cortes foram no policiamento ostensivo de rodovias e estradas federais (de onde foram retirados R$ 1,5 milhões) e fortalecimento do SUS (que perdeu R$ 135 milhões).
Para muitos parlamentares, que inclusive apresentaram requerimentos pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para avaliar a política de preços da Petrobras, a questão não deveria ser de ajustes como o anunciado e sim de revisão da forma de gestão da estatal.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), autora do requerimento para abertura da CPI, defendeu que essa política seja reavaliada, em vez de serem retirados recursos das áreas sociais e dos programas voltados para os mais carentes.
“É uma contradição ver que com a redução do diesel, não só os caminhoneiros, mas várias empresas multinacionais vão lucrar, quando a conta sairá de todos nós”, afirmou.
A senadora destacou que “a ficha ainda vai cair para a população” em relação às medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer, já que elas são referentes apenas à redução do diesel. O ideal, de acordo com a senadora, assim como também defendem vários parlamentares da oposição e da base do governo, é que a questão do aumento dos combustíveis seja discutida de um modo geral, para que a conta saia da própria Petrobras.
Créditos: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 30 de maio de 2018

Desemprego e informalidade aumentam

A taxa de desemprego subiu para 12,9% no trimestre encerrado em abril, ante 12,2% em janeiro, segundo o IBGE. Nesse intervalo de três meses, são 723 mil desempregados a mais (crescimento de 5,7%), para um total estimado em 13,413 milhões, e 969 mil ocupados a menos (-1,1%). Na comparação com abril do ano passado, a taxa recua (era de 13,6% há um ano), mas apenas com aumento do trabalho informal. Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua e foram divulgados na terça-feira (29).
O desemprego só não foi maior porque houve diminuição do número de pessoas na força de trabalho, ou seja, menos gente à procura de emprego (245 mil). O país tem estimados 90,733 milhões de ocupados, ante 91,702 milhões três meses atrás. 
Na comparação anual, 860 mil pessoas entraram no mercado (aumento de 0,8%), que abriu 1,495 milhão de vagas, crescimento de 1,7%. Com isso, o total de desempregados diminuiu em 4,5% em 12 meses (menos 635 mil).
Mas desse quase 1,5 milhão de postos de trabalho a mais, nenhum foi formal. O total de empregados com carteira assinada no setor privado (32,729 milhões) caiu 1,7% tanto no trimestre como em 12 meses (menos 567 mil e 557 mil, respectivamente). Já o número de empregados sem carteira (10,095 milhões), praticamente estável no trimestre, cresceu 6,3% em um ano, com mais 647 mil pessoas.
O trabalho por conta própria (23,025 milhões) também aumentou, segundo o IBGE: em comparação com abril de 2017, cresce 3,4% (acréscimo de 747 mil). Em relação a janeiro, a pesquisa mostra relativa estabilidade. Sobe ainda o número de empregadores e de empregados no setor público.
Entre os setores de atividade, nenhum cresceu no trimestre. A pesquisa apurou retração de 2,7% na construção (menos 186 mil empregados), de 2,5% no comércio/reparação de veículos (menos 439 mil) e de 2,7% no serviço doméstico (menos 172 mil). Na comparação com abril de 2017, a maioria mostra estabilidade, com alta na administração pública e em algumas categorias de serviços (como arte, cultura, esportes, informática) e queda na agricultura/pecuária. 
Estimado em R$ 2.182, o rendimento médio ficou estável nas duas bases de comparação. O mesmo acontece com a massa de rendimentos, calculada em R$ 193,013 bilhões. Foto: EBC.
Créditos: RBA

Petroleiros iniciam greve em refinarias, plataformas e terminais de todo o país

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 Funcionários da Petrobras iniciaram greve de 72 horas nesta quarta-feira em diversas refinarias, terminais e plataformas da Bacia de Campos, apesar de o Tribunal Superior do Trabalho (TST) na véspera ter declarado que o movimento dos petroleiros é ilegal, informaram sindicatos.
Na terça-feira, petroleiros afirmaram que a greve não deve trazer riscos para o abastecimento do país e que têm a responsabilidade de atender as necessidades básicas da população.
Além disso, a Petrobras conta com grandes estoques de combustíveis em suas refinarias para enfrentar o movimento, após os protestos de caminhoneiros reduzirem fortemente as saídas dos produtos das unidades desde o início da semana passada, disse à Reuters na terça-feira uma fonte da empresa.
A greve nacional tem como objetivo uma redução dos preços do gás de cozinha e dos combustíveis. Também é contra a privatização da Petrobras e busca a saída do presidente da petroleira Pedro Parente, segundo sindicatos.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) afirmou que os trabalhadores não entraram para trabalhar nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).
Além disso, a FUP informou que também não houve troca dos turnos da zero hora nos terminais de Suape (PE) e de Paranaguá (PR).
"Na Bacia de Campos, as informações iniciais eram de que os trabalhadores também aderiram à greve em diversas plataformas. O movimento prossegue pela manhã, quando estão previstas paralisações nas demais bases do Sistema Petrobras", disse a FUP. Fonte: Reuters. Foto: Mídia Ninja.
Créditos: Brasil 247

Petrobras importa 82% do diesel dos EUA

 "O aumento expressivo das importações de derivados de petróleo sob o governo golpista de Michel Temer (MDB) tem sido o foco das críticas da oposição ao papel do governo no processo que levou às greves de caminhoneiros por todo o país", informa Cristiane Sampaio, no site Brasil de Fato.
"Os números indicam que os protestos estão corretos. A compra de gasolina junto a multinacionais, por exemplo, saltou 53% em 2017. Já a importação de diesel subiu 63,6 % no mesmo período. A participação dos Estados Unidos é central nesse processo: entre 2015 e 2017, as importações de diesel norte-americano dobraram, passando de 41% para 82% do total importado".
Créditos: Brasil 247

terça-feira, 29 de maio de 2018

Temer estuda aumentar impostos para dar subsídios aos empresários do transporte

Após o acordo, o governo já começa seus estudos de como fazer os trabalhadores pagarem por esses subsídios, aumentando impostos e reonerando a folha de pagamentos, respeitando religiosamente a Lei de Responsabilidade Fiscal, não mudando um dígito na sua política de preços para gasolina e gás de cozinha. Ou seja, garante que os valores retirados do diesel não toque um centavo dos lucros dos acionistas privados da Petrobrás, entusiastas com a política de preços a serviço da privatização da empresa.

Uma prova de que o movimento de caminhoneiros possui uma barreira em relação aos interesses populares, de modo que não passou de uma demagogia o seu discurso contra o aumento da gasolina e do gás de cozinha. Pelo contrário, quando tem como reivindicação o “combate a corrupção” na estatal, se colocam a serviço desses interesses privatistas, portanto são incapazes de se opor à política de preços. A única forma de limpar a casta corrupta do estado da Petrobrás, a serviço dos lucros imperialistas, e acabar com a política de preços de Temer é com uma Petrobrás 100% estatal controlada pelos petroleiros.

Uma mobilização, portanto, anti-popular, e que fortalece a candidatura de Bolsonaro quando suplica aos militares que derrubem o governo Temer, além de os receberem calorosamente mesmo sabendo que foram designados para acabar com o movimento e reprimir qualquer tipo de greve ou paralisação.

Quem pagará a conta será o próprio trabalhador. A CUT e o PT tem grande responsabilidade de terem traído há muito tempo a insatisfação com o governo Temer e sua política ainda mais subserviente ao imperialismo do que a de seus anos no poder. Impediram que se desenvolvessem greves gerais por todo um ano e que a classe trabalhadora se apresentasse como alternativa à crise nacional com uma política e programa próprios, abrindo uma avenida à direita. O movimento de caminhoneiros é expressão disso, o que torna ainda mais escandaloso o seu chamado à "greve de advertência" em petroleiros e em apoio a esse movimento reacionário que bloqueia as estradas.
Créditos: Esquerda Diário