terça-feira, 12 de junho de 2018

Assessor do papa denuncia perseguição política

Assessor do papa Francisco para Assuntos de Justiça e Paz, Juan Grabois foi impedido na segunda-feira 11, pela Superintendência da Polícia Federal de trazer uma mensagem do pontífice ao ex-presidente Lula, mantido preso político há 67 dias. O argumento usado pelas autoridades causou estranhamento para Grabois: o fato de que ele não seria um líder religioso.
"Vim com muita esperança trazer uma mensagem ao ex-presidente Lula e, lamentavelmente, de maneira, para mim, um tanto inexplicável, os funcionários da Superintendência, aparentemente por uma ordem de cima, decidiram suspender os direitos de Lula e os meus de ter um encontro com o ex-presidente, porque não se poderia caracterizar um encontro religioso", relatou o assessor a jornalistas em Curitiba.
Para ele, o argumento não tem lógica, uma vez que, "pela doutrina católica, todos nós, batizados, somos discípulos e missionários". Ele contou que veio trazer um rosário do papa Francisco e uma mensagem do papa a Lula, as conclusões dos encontros do pontífice com os movimentos sociais, além de debater questões espirituais com o ex-presidente. Grabois entregou o rosário na PF e deixou uma mensagem por escrito. Ele espera uma resposta de Lula até amanhã.
"Estou muito preocupado com a situação, considerando que estamos diante de um claro caso de perseguição política, onde há uma deterioração da democracia no Brasil. Esta inexplicável negativa a permitir uma visita que estava programada de antemão é parte também de um processo de degradação das instituições não somente no Brasil, mas nos países da América Latina", denunciou.
"Me surpreende que o argumento das autoridades tenham finalidade teológica, por eu não ser um sacerdote consagrado. Não sei se esses funcionários têm formação teológica, mas reforço que todos os batizados somos discípulos e missionários e temos uma missão a cumprir", completou. O assessor do papa contou ter visitado presos em situações similares em diversos locais e nunca se deparou com uma negativa dessa natureza. Ele concluiu sua fala dizendo que sai triste, mas com a certeza de que "a Justiça virá". 
Créditos: Brasil 247

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Economia piorou para 72% dos brasileiros

De acordo com pesquisa de opinião divulgada pelo Instituto Datafolha nesta segunda-feira (11), a percepção da população sobre os rumos da economia do país vem se deteriorando. Para 72% dos entrevistados, a situação econômica piorou nos últimos meses. Apenas 6% apontam melhora. No levantamento anterior, em abril, 52% achavam que os negócios não iam bem.
As expectativas para o futuro também pioraram, segundo o instituto. Há dois meses, 46% achavam que a situação iria melhorar, contra 13% que demonstravam pessimismo. Agora 32% afirmam que a economia deve piorar nos próximos meses, enquanto 26% acreditam numa melhora.
A percepção sobre a situação econômica individual também piorou. Quase a metade (49%) diz ter visto sua condição financeira retroceder nos últimos meses, enquanto apenas 10% destacaram avanços. 
A pesquisa reflete o desânimo da população com o passo lento da recuperação, que mais se parece com um quadro de estagnação, ainda mais depois da greve dos motoristas nas últimas semanas, que deve trazer impactos no PIB. Com redução nos investimentos públicos e o total de desempregados atingindo 13,4 milhões, o PIB do país avançou apenas 0,4% no primeiro trimestre deste ano.
Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Gasolina sobe até 26% após greve de caminhoneiros

Após a greve dos caminhoneiros, postos de São Paulo visitados pelo UOL estão vendendo gasolina de 3,7% a 26% mais cara em relação à média antes da paralisação. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio da gasolina pesquisado em 180 postos da cidade de São Paulo na semana de 13 a 19 de maio, antes da greve dos caminhoneiros, era de R$ 4,048 por litro.

A reportagem do UOL  pesquisou o preço do combustível em oito postos na zona oeste de São Paulo na manhã de segunda-feira (4), após o fim da greve, e encontrou os seguintes preços: 1 posto: R$ 4,199, 5 postos: R$ 4,299 , 1 posto:  R$ 4,377, 1 posto: R$ 5,099.

No posto com o combustível mais barato (R$ 4,199), o aumento em relação ao preço da semana anterior à greve foi de 3,7%. No caso do posto com a gasolina mais cara (R$ 5,099), a alta foi de 25,96%. O levantamento é uma amostragem pequena, em oito postos da região oeste de São Paulo, e não reflete os preços praticados em toda a cidade. Pode haver preços menores e maiores.

De acordo com José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), os postos são livres para estipular o preço do combustível.

"Como o preço é livre, cada um toma sua medida. Quem vai regular isso será o próprio mercado. Os donos terão que viver com o mercado competitivo. A gente vai ter que esperar até que isso se normalize. O mercado está se regularizando", disse ele. 
Créditos: UOL

PT supera 2,1 milhões de filiados nos últimos meses

Quando se trata de disputa eleitoral, uma regra parece cada vez mais clara no Brasil: tanto Lula  quanto o PT sempre tiveram de superar não só os adversários como a perseguição de uma justiça parcial e uma imprensa sem compromisso com a verdade. A história, no entanto, prova que a ação sistemática dos detratores tem causado efeito contrário e não só Lula  segue no topo da preferência nacional como a legenda está prestes a ultrapassar a marca de 2,2 milhões de filiados e filiadas.

Não seria, portanto, exagero dizer que quanto mais atacam Lula e o PT, mais ambos ganham o apoio dos brasileiros.  Para se ter ideia, depois da prisão política de Lula em abril, a média diária de filiações subiu de 84,4 para 201,8 filiações por dia com total de 11 mil petistas em apenas quatro meses.

Deste montante, cerca de 44% das filiações são de mulheres e 56% de homens. Já a divisão por faixa etária mantém-se equilibrada entre filiados de 30 a 35 anos (10%), de 36 a 42 anos (12%), de 43 a 50 anos (12%), de 51 a 60 (12%) e com mais de 60 anos (12%).

Além do aumento da percepção de que Lula e o PT sofrem clara perseguição política com o aval do Judiciário e da imprensa hegemônica, as campanhas de filiação também têm sido fundamentais para aumentar a adesão ao partido.

“A campanha teve uma adesão enorme, com 28.649 novas filiações desde de outubro do ano passado. O Cadastro Nacional de Filiados do PT possui hoje 2.196.206 Inclusive, além de simplificarmos o nosso processo de filiação, fizemos um grande esforço de atualização do nosso Cadastro, excluindo pessoas que já faleceram ou que se filiaram em outros partidos”, explica a secretária Nacional de Organização do PT, Gleide Andrade.

Gleide esclarece ainda os motivos para haver dicotomia entre os números internos do PT com os apresentados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Os números do TSE não condizem com números os números reais dos partidos. O que acontece é que os cartórios municipais só enviam os números atualizados ao TSE em véspera de eleição. Até que a gente avance no Brasil pra ter sistema único de registro teremos essa dificuldade de mandar as listas de nomes de novos filiados e filiadas a tempo”.

O atual quadro de filiados e filiadas também aponta que os estados do Amapá, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Acre e Rio Grande do Sul superaram a marca de 20 filiados por mil eleitores. Os estados com filiações acima dos 100 mil seguem os mesmos: São Paulo (469 mil), Minas Gerais (221 mil), Rio de Janeiro (197 mil) e Rio Grande do Sul (191 mil), Bahia (121 mil), Pernambuco (120 mil) e Ceará (111 mil).
“Qualquer pesquisa de opinião mostra que o PT é o partido preferido dos brasileiros e isso está se materializando no número novas filiações”, conclui Gleide.
Créditos: Agencia PT

quarta-feira, 6 de junho de 2018

No Brasil, 71,5% das vítimas de assassinato são pretos ou pardos

Negros e brancos no Brasil vivem em realidades distintas no que se refere à violência. Em 2016, a taxa de homicídios de negros foi de 40,2 por 100 mil habitantes, duas vezes e meia maior à de não negros, que ficou em 16. Quando se analisa o período entre 2006 e 2016, enquanto a taxa de homicídios de negros aumentou 23,1%, a de brancos diminuiu 6,8%. Na prática, 71,5% dos brasileiros assassinados por ano são pretos ou pardos.
“É como se, em relação à violência letal, negros e não negros vivessem em países completamente distintos”, diz trecho do Atlas da Violência 2018, lançado nesta terça-feira (5) no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O estado de Alagoas é o exemplo perfeito da disparidade em que vivem negros e brancos no Brasil. Ao mesmo tempo em que teve a terceira maior taxa de homicídios de negros, com 69,7 por cem mil habitantes, Alagoas apresentou também a menor taxa de homicídios de não negros, com 4,1. Para os analistas do Atlas, “é como se os não negros alagoanos vivessem nos Estados Unidos, que em 2016 registrou uma taxa de 5,3 homicídios para cada 100 mil habitantes, e os negros alagoanos vivessem em El Salvador, cuja taxa de homicídios alcançou 60,1 por 100 mil habitantes em 2017”.
Além de Alagoas, outros seis estados registraram taxas de homicídios de brancos de apenas um dígito – exceção num país que, em 2016, teve a taxa de 30,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. São eles: Paraíba (5,8), Piauí (7,0), Amapá (7,8), Ceará (8,3), São Paulo (9,1) e Espírito Santo (9,3).
Quando o recorte da pesquisa é por gênero, a desigualdade se mantém: a taxa de homicídios de mulheres negras foi 71% superior à de mulheres não negras.
Apesar do abismo na exposição à violência entre brancos e negros em Alagoas, as maiores taxas de homicídios de negros, no Brasil, estão em outros dois estados nordestinos: Sergipe, com 79 por 100 mil; e Rio Grande do Norte, com 70,5. Em sentido oposto, as menores taxas de assassinatos de negros no país estão em Santa Catarina (22,4), Paraná (19) e São Paulo (13,5), os três estados do país com maior porcentagem de população branca, segundo o IBGE. O Paraná, inclusive, é o único estado do Brasil onde a taxa de homicídio de brancos é superior à de negros: 30,6 por 100 mil habitantes e 19, respectivamente.
“A conclusão é que a desigualdade racial no Brasil se expressa de modo cristalino no que se refere à violência letal e às políticas de segurança. Os negros, especialmente os homens jovens negros, são o perfil mais frequente do homicídio no Brasil, sendo muito mais vulneráveis à violência do que os jovens não negros. Por sua vez, os negros são também as principais vítimas da ação letal das polícias e o perfil predominante da população prisional do Brasil. Para que possamos reduzir a violência letal no país, é necessário que esses dados sejam levados em consideração e alvo de profunda reflexão. É com base em evidências como essas que políticas eficientes de prevenção da violência devem ser desenhadas e focalizadas, garantindo o efetivo direito à vida e à segurança da população negra no Brasil”, destaca o Atlas da Violência.
Ao todo, o Brasil registrou em 2016 a marca histórica de 62.517 homicídios, de acordo com informações do Ministério da Saúde. Essa quantidade representa uma taxa de 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes – 30 vezes superior à taxa da Europa. De acordo com o estudo divulgado, 553 mil pessoas foram assassinadas no Brasil nos últimos 10 anos.

Juventude perdida

Outro dado alarmante do Atlas da Violência 2018, embora não seja novidade, pois já apareceu em anos anteriores, é o que trata da violência contra jovens. Neste recorte, os homicídios são a causa de 56,5% das mortes de homens entre 15 a 19 anos. Quando a faixa etária é ampliada para jovens de ambos os sexos entre 15 e 29 anos, a taxa de homicídio, em 2016, é de 142,7 por 100 mil habitantes.
“A juventude perdida trata-se de um problema de primeira importância no caminho do desenvolvimento social do país e que vem aumentando numa velocidade maior nos estados do Norte”, afirma o estudo.
No capítulo sobre a violência contra a mulher, o Atlas apresenta uma subseção sobre as vítimas de estupro no Brasil. E a revelação é chocante: 68% do casos de estupro registrados no sistema de saúde, se referem a menores de 18 anos, e quase um terço dos agressores de crianças de até 13 anos são amigos e conhecidos da vítima, enquanto outros 30% são familiares próximos, como país, mães, padrastos e irmãos.
“Quando o perpetrador era conhecido da vítima, 54,9% dos casos tratam-se de ações que já vinham acontecendo anteriormente e 78,5% dos casos ocorreram na própria residência”, aponta a pesquisa.
Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 5 de junho de 2018

Após seis meses da reforma trabalhista, trabalhadores colecionam prejuízos

Em vigor desde o final do ano passado, a reforma trabalhista trouxe um acúmulo de prejuízos para o trabalhador. Após seis meses de vigência, a nova legislação provocou mudanças em diferentes frentes, como, por exemplo, na fragilização das entidades que representam a classe trabalhadora.

E o problema começa na saúde financeira: com o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, a arrecadação média dos sindicatos caiu 88% nos quatro primeiros meses do ano se comparada ao mesmo período de 2017. O dado é do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Diante da nova realidade, muitas entidades passaram a reavaliar alguns serviços. No Sindicato dos Empregados no Comércio no Distrito Federal (Sindicom-DF), por exemplo, a mudança levou a uma queda de 50% na arrecadação e também no número de filiados. 

Segundo a secretária-geral da entidade, Geralda Godinho de Sales, a redução levou a um inevitável enxugamento dos gastos. Uma das medidas adotadas foi o fechamento do setor de Medicina do Trabalho, responsável pelo acompanhamento de processos admissionais e demissionais no que se refere à saúde do trabalhador. 

A necessidade de corte também levou ao fechamento recente de duas subsedes do sindicato localizadas em cidades-satélite, que concentram boa parte da população de baixa renda.

Entre outras coisas, a reforma trabalhista trouxe mudanças como: predominância do negociado sobre o legislado; flexibilização da jornada; permissão para que grávidas e lactantes trabalhem em locais insalubres; alteração do tempo mínimo de horário de almoço, que passou de uma hora para 30 minutos; e possibilidade de o empregado pagar os custos de ações judiciais perdidas na Justiça do Trabalho.

A reforma também regulamentou novas modalidades de trabalho, como o home office (trabalho remoto) e o trabalho intermitente, em que a atividade ocorre esporadicamente e o empregado é remunerado apenas pelas horas trabalhadas e nada mais.

Outra mudança é a permissão para que os feriados sejam trocados por folgas em outras datas. A secretária do Sindicom-DF destaca que a novidade resultou, por exemplo, em escala normal de trabalho no comércio de Brasília no último Dia do Trabalhador.

“O empregado não tem mais o direito de ficar em casa, de usufruir do 1º de Maio. Foi uma perda muito grande”

Segundo levantamento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que reúne 3.800 sindicatos em todo o país, no primeiro trimestre deste ano, houve queda de 29% no registro de acordos coletivos na comparação com o mesmo período do ano passado. O número de convenções coletivas apresentou queda ainda maior, com 48%.

Outro efeito da nova legislação é a queda no ajuizamento de ações trabalhistas em todo o país. Segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho (TST), foi registrada redução média de 46% entre dezembro do ano passado e março deste ano.

Sem a assistência sindical, o trabalhador fica mais vulnerável à negativa de direitos. Foi o que ocorreu, por exemplo, com a vendedora Gabriela Sobreira. Demitida em maio deste ano depois de atuar durante nove meses numa loja, ela foi demitida sem aviso prévio e recebeu apenas 20% do valor da rescisão a que tinha direito.
Créditos: Brasil de Fato

Massacres no campo marcam ano de 2017, diz Pastoral da Terra

 Desde 2003, a violência no campo no Brasil não era tão alta quanto foi em 2017. Naquele ano foram 73 pessoas assassinadas, enquanto ano passado a estatística macabra chegou em 71 pessoas mortas. 
O número é 16,4% maior que em 2016, quando aconteceram 61 assassinatos, e quase o dobro de 2014, com 36 vítimas.
A análise consta no relatório Conflitos no Campo Brasil 2017, lançado nesta segunda-feira (4), em Brasília, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Além do alto número de assassinatos no campo, o ano de 2017 também é marcado pela quantidade de massacres: foram cinco, com 31 vítimas, o que representa 44% do total de assassinatos em conflitos no campo. Os massacres aconteceram em Colniza (MT), com nove mortos; Vilhena (RO), com três vítimas; Pau D’Arco (PA), com 10 assassinatos; Lençóis (BA), com seis; e Canutama (AM), com outras três vítimas. A CPT considera que houve massacre quando três ou mais pessoas são assassinadas em um único conflito, no mesmo dia.
Violência no campoO relatório sobre conflitos no campo é realizado desde 1985. Na série histórica, desde 1988 não se registrava mais do que dois massacres no mesmo ano. Para Airton Pereira e José Batista Afonso, integrantes da CPT, os cinco massacres de 2017 assustam pelo elevado grau de brutalidade e crueldade. “Cadáveres degolados, carbonizados, ensanguentados, desfigurados. Exemplos que deverão ficar marcados para sempre na alma de homens, de mulheres, de jovens e crianças. Uma pedagogia do terror”, afirmam no estudo.
Na análise da CPT, os 71 assassinatos de 2017 são ainda mais expressivos se comparados com o número total de conflitos, 1.431 ocorrências, 6,8% menos do que em 2016, quando aconteceram 1.536 conflitos. “Em 2017, o número corresponde a um assassinato a cada 20 conflitos, enquanto em 2016 correspondia um assassinato a cada 25 conflitos. O índice de 2017 é maior do que em 2003, quando os 73 assassinatos ocorreram num total de 1.639 conflitos, igual a um assassinato a cada 22 conflitos."
O estudo divulgado pela CPT cita a interpretação dos dados feita pelo professor Carlos Walter, da Universidade Federal Fluminense, para quem o aumento da violência no campo brasileiro está relacionado ao período de 2015-2017, definido por ele como o da “ruptura política”.
Por essa perspectiva, a média anual de assassinatos durante a “ruptura política” foi de 60,6 mortes, índice superior ao primeiro mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), com média de 47,2 assassinatos. Muito acima do segundo mandato de Lula (2007-2010), quando houve redução e a média foi de 28,7, e ainda superior ao primeiro mandato da ex-presidenta Dilma Rousseff (2011-2014), cuja média foi de 33,7 mortes no campo.
“O ano de 2017 escancara o alto preço que as populações do campo estão pagando como resultado do golpe político-parlamentar-midiático desfechado contra a democracia”, analisa o relatório da CPT.
Além dos assassinatos, o estudo revela que outras formas de violência contra a pessoa no campo também cresceram em 2017, se comparados com o ano anterior. As tentativas de assassinato subiram de 74 para 120 – aumento de 63% –, enquanto as ameaças de morte passaram de 200 para 226. A quantidade de pessoas torturadas aumentou de uma para seis, enquanto o total de presos subiu de 228 para 263.
Créditos: Rede Brasil Atual