terça-feira, 10 de março de 2020

Petrobras perde quase 30% e Ibovespa tem a maior queda desde 98

A forte queda dos preços do petróleo adicionou ainda mais pressão sobre um mercado já estressado com a disseminação do coronavírus pelo mundo. Assim, o Ibovespa teve o pior desempenho desde 10 de setembro de 1998, com uma queda hoje de 12,17%, aos 86.067 pontos, após ajustes. Naquela época, a crise também foi mundial e causada pela moratória da Rússia.

Em pontos, esse foi o menor nível desde 27 de dezembro de 2018, quando o índice encerrou o dia aos 85.460 pontos. Na mínima, o índice atingiu 85.880 pontos (-12,4%) e, na máxima, 97.982 pontos (-0,01%). Nenhuma ação do índice fechou em alta hoje. Essa é a maior desvalorização dessas ações desde julho de 1994. Hoje, os papéis registraram o maior volume financeiro do dia, de R$ 4,34 bilhões e R$ 1,97 bilhão, respectivamente.

A Petrobras perdeu R$ 91,12 bilhões em valor de mercado neste pregão. A estatal passou de um valor de R$ 306,96 bilhões no dia 6 de março para os atuais R$ 215,84 bilhões, de acordo com dados da B3, Valor Data.

No fechamento, o contrato do petróleo Brent para maio recuou 24,09%, a US$ 34,36 o barril na ICE, em Londres. Em Nova York, o WTI para abril caiu 24,58%, a US$ 31,13 por barril.
Com a forte onda vendedora, o volume de negócios hoje também foi inflado. Foram negociados o equivalente a R$ 31,7 bilhões, bem acima da média diária do ano, de R$ 18,8 bilhões.

A estatal petroleira teve o pior desempenho do dia, mas outros papéis também tiveram quedas de proporção impressionante. Foi o caso de CSN ON (-25,29%— e Marfrig ON (-23,89%).
A onda de aversão ao risco já imperava nos mercados brasileiro e mundial desde a última semana de fevereiro, quando o Ibovespa caiu 7% na Quarta-feira de Cinzas (26), com a epidemia do coronavírus, o que trouxe incertezas sobre a atividade econômica mundial. “Hoje teve petróleo na fogueira, mais um fator trazendo risco para os mercados”, comenta André Pimentel, diretor de investimentos da Infinity Asset.

As companhias que compõem o Ibovespa perderam, juntas, R$ 375,2 bilhões em valor de mercado somente na sessão de hoje, passando de um valor de R$ 3,369 trilhões na sexta-feira para R$ 2,993 trilhões neste fechamento. Os dados são da B3 e compilados pelo Valor Data. Imagem: FB.
Créditos: Valor Econômico

domingo, 8 de março de 2020

1.310 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil em 2019

De acordo com um levantamento do jornal Folha de S. Paulo, o número de feminicídios cresceu 7,2% no Brasil em 2019. Em alguns estados, o aumento foi expressivo. No Amazonas e em Alagoas, os casos mais que dobraram. A Folha consultou dados das 27 unidades da federação, chegando a 1.310 casos de mulheres que foram mortas vítimas da violência doméstica ou por sua condição de gênero no último ano.
Em 2018, foram registradas 1.222 mortes de mulheres por feminicídio. Assim, de acordo com os registros oficiais, em média, de três a quatro mulheres são vítimas de feminicídio por dia no Brasil, sendo a maioria morta por companheiros e ex-companheiros. Em 2015, o feminicídio se tornou um qualificador do homicídio, elevando a pena de 6 a 20 anos para uma pena de 12 a 30 anos.
Os estados com maior aumento no número de casos de 2018 para 2019 foram: Amazonas (200%), Alagoas (120%), Amapá (75%), Roraima (50%), Santa Catarina (38%), São Paulo (34%), Bahia (33%) e Sergipe (31%). Os estados com mais casos em 2019, em números absolutos, foram: São Paulo (182), Minas Gerais (136), Bahia (101) e Rio Grande do Sul (100).A região sudeste é a que concentra o maior número de casos, indo de 397 em 2018 para 435 em 2019.Fonte: Folha de S. Paulo. Créditos: Observatório doTerceiro Setor

sábado, 7 de março de 2020

Investidores tiram 44,8 bilhões da bolsa

Investidores estrangeiros já retiraram 44,8 bilhões de reais da bolsa brasileira até 4 de março deste ano. O valor é maior que os 44,5 bilhões que saíram em 2019 e superou o recorde de 44,6 bilhões em 2008, número mais alto desde o início da série histórica, iniciada em 2004. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

A velocidade de saída em 2020 também é recorde, de 1,05 bilhão por pregão, maior que a média diária de 2008. De acordo com o jornal, os estrangeiros retiram dinheiro do Brasil devido a fatores como o impacto econômico do coronavírus, a desaceleração da economia global e a demora no andamento das reformas administrativa e tributária.

Nos três primeiros pregões de março, 4,68 bilhões de dólares deixaram a bolsa brasileira. O movimento contribui para elevar a cotação do dólar, que fechou na quinta-feira 5 com recorde de 4,65 reais.

Aumentou também em 10%, a 142 pontos, o risco-país do Brasil, medido pelo Credit Default Swap (CDS). É o maior patamar desde outubro de 2019. Na quinta-feira 5, o risco-país subiu 14,4%, a alta percentual diária mais elevada desde 18 de maio de 2017, dia em que foi revelada uma conversa entre o então presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista.
Créditos:Carta Capital

sexta-feira, 6 de março de 2020

Nordeste fica só com 3% das concessões do Bolsa Família

Mesmo concentrando 36,8 % das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza, no governo Bolsonaro o Nordeste ficou com apenas 3% das concessões do benefício.
Segundo informação publicada pelo Estadão/Broadcst, a partir de dados fornecidos pelo Ministério da Cidadania ao Congresso Nacional, o Nordeste recebeu apenas 3% dos novos benefícios do Bolsa Família em janeiro, enquanto Sul e Sudeste responderam por 75% das novas concessões. A Região Nordeste concentra 36,8% das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza na fila de espera do programa que concentra 1,5 milhão de famílias de baixa renda.
De acordo com a reportagem do Estadão, o número de novos benefícios concedidos em Santa Catarina, por exemplo, que tem população oito vezes menor que o Nordeste e é governada por Carlos Moisés (PSL) – aliado de Bolsonaro -, foi o dobro do repassado à região nordestina inteira, cujos governadores são de oposição. Com informações de PT na Câmara/Estadão. (Editado).

terça-feira, 3 de março de 2020

Retirada de R$ 9 bilhões da saúde dificulta ações de combate ao coronavírus

O ex-ministro da Saúde Artur Chioro considera que a perda de R$ 9 bilhões na saúde no ano passado, por conta da Lei do Teto de Gastos, pode ter impacto negativo no enfrentamento a uma eventual epidemia de coronavírus no Brasil. “Isso explica o temor que nós temos da capacidade de resposta do SUS, não por falta de competência das equipes de saúde ou dos gestores, mas por conta da insuficiência de recursos que nós vivemos. 

Nós vivemos desde a constituição um quadro de subfinanciamento do SUS. E, a partir da emenda do teto, nós mudamos de patamar, com um quadro de ‘desfinanciamento’ da saúde pública brasileira”, disse ele, em entrevista RBA.

Aprovada em 2016, a Lei do Teto de Gastos limita o aumento de verbas aplicadas na saúde – e em outras áreas – à reposição da inflação. “Especialistas de várias áreas – porque isso também está afetando a educação, a cultura e a assistência social – já vinham apontando que essa era a tendência. Esses R$ 9 bilhões que deixaram de ser empenhados na saúde, por conte da Lei do Teto, na verdade é mais do que isso. 

Nesse valor do ministério está embutido um pagamento recorde de emendas parlamentares. Se subtrair as emendas pagas pelo governo Bolsonaro, nós vamos chegar perto de R$ 20 bilhões que deixaram de ser aplicados nos serviços regulares de saúde”, afirmou Chioro.

O médico sanitarista considera inevitável o surgimento de novos casos de coronavírus no país. “Em um mundo globalizado, com a velocidade com que as pessoas viajam de um lugar para outro e se comunicam, é praticamente impossível imaginar que nós viveremos em uma bolha e conseguiremos conter o avanço de transmissão da doença”, explicou.

Para o ex-ministro, é urgente que o governo federal e os governos estaduais tomem as medidas necessárias, liberando leitos e garantindo que as redes de saúde tenham médicos, enfermeiros e equipamentos necessários, inclusive para proteção dos profissionais. 

“É fundamental que o plano de contingência, que não se trata de impedir a chegada do coronavírus, permita que os trabalhadores e os serviços de saúde consigam implementar protocolos de atendimento que já estão previstos com base nas recomendações da Organização Mundial da Saúde, mas também consigam ter todas as condições necessárias do ponto de vista da estrutura física dos serviços e da biossegurança”, afirmou. 
( Editado).  Foto: EBC. 
Créditos:Rede Brasil Atual

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

3,5 milhões de brasileiros estão na fila de espera do Bolsa Família

A fila de brasileiros que esperam para receber o Bolsa Família no governo de Jair Bolsonaro já chega a 3,5 milhões de pessoas, o que  representa 1,5 milhão de famílias de baixa renda, de acordo com matéria de Vinícius Valfré e Adriana Fernandes, do jornal O Estado de S.Paulo.

O Nordeste registra o maior número de brasileiros em situação de miséria não atendidos pelo programa. Das 1,5 milhão de famílias que vivem nos nove estados da região e deveriam ser beneficiárias, 606.835 (39,1%) estão fora do programa. 

De acordo com dados compilados por secretários Estaduais de Assistência Social do Nordeste para um fórum realizado por eles no início de fevereiro, 100 mil famílias entraram para o Bolsa Família em janeiro, sendo apenas 3.035 delas da região mais pobre do País. O maior volume de liberações foi para o Sudeste, 45.763.

Sem acesso ao maior programa de transferência de renda do mundo, criado pelo ex-presidente Lula em 2003 que atendia 14 milhões de famílias em 2012, a população voltou a bater à porta das prefeituras em busca de comida e outros auxílios e os municípios já estão sentindo o peso em suas finanças, de acordo com a reportagem. 

O jornal, que chegou ao número de não atendidos pelo programa analisando o banco de dados do próprio governo, diz que, no final de janeiro, o Ministério da Cidadania informou por meio de Lei de Acesso à Informação (LAI) que a lista de pedidos para entrar no programa de transferência de renda seria três vezes menor, de 494 mil famílias.

A reportagem conta casos como o de Surubim, município de 80 mil habitantes, a 120 quilômetros do Recife, no interior de Pernambuco, onde os pedidos de cestas básicas dobraram no segundo semestre do ano passado e a prefeita Ana Célia de Farias (PSB) precisou fazer um aditivo ao contrato para a distribuição de alimentos.

O crescimento da demanda por atendimentos na prefeitura se deve ao congelamento de novos benefícios do programa de transferência de renda do governo federal, disseram gestores do Bolsa Família de Surubim.

Já o prefeito Olivânio Remígio (PT) de Picuí, a 240 quilômetros de João Pessoa, na Paraíba, disse à reportagem ter registrado um crescimento na quantidade de pedidos de moradores de baixa renda, “pessoas que perderam o emprego devido à recessão econômica e precisam do Bolsa Família”.

Ainda de acordo com a reportagem, dados do Ministério da Cidadania apontam uma queda brusca no volume de concessões do benefício a partir de maio de 2019. Naquele mês, 264.159 famílias foram incluídas na lista de beneficiários. A partir de junho, as entradas caíram para 2.542 e, até outubro, quando os dados mais recentes foram publicados no Cecad, o volume permanecia neste patamar.

Ao Estado, o ministério reconheceu a redução no número de inclusões de famílias nos últimos meses e garantiu que isso será normalizado “com a conclusão dos estudos de reformulação do Bolsa Família”. No entanto, técnicos consultados pela reportagem apontam que a redução drástica pode ter sido uma manobra para garantir o caixa necessário ao pagamento do 13º do benefício, promessa da campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. Na nota, a pasta pontuou, ainda, que as concessões também dependem de “estratégias de gestão da folha”. No Brasil da Mudança, mais dados sobre o programa.
Créditos: CUT

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Com lucro recorde, bancos fecham agências e demitem 6,9 mil em 2019

Em 2019, os três maiores bancos privados do Brasil fecharam 430 agências, demitindo um total de 6,923 mil pessoas. O principal mecanismo de demissão foram os chamados programas de demissão voluntária (PDV’s).

Embora aleguem que as demissões foram resultado de uma situação de prejuízo advinda da competição com as fintechs e pressões regulatórias, os três bancos fecharam o ano de 2019 com lucro.

Apesar de ter fechado 172 agências no Brasil (436 em toda a América Latina), o Itaú encerrou o ano com lucro de R$ 28,363 bilhões, um crescimento de 10,2%. Em relatório do seu acompanhamento financeiro, o banco escreveu: “O contínuo investimento em tecnologia permitiu ações com foco em eficiência de custos, como o encerramento de agências e o programa de desligamento voluntário, que levaram ao aumento de apenas 2,5% nas despesas não decorrentes de juros em relação ao ano anterior, abaixo da inflação acumulada (4,3% – IPCA) e do acordo coletivo de trabalho no período”. Segundo O Estado de S. Paulo, a tendência é que, em 2020, o ritmo de fechamento de unidades desacelere.

O Bradesco, por outro lado, pretendo continuar o processo. Com lucro de R$ 6,645 bilhões em 2019, caracterizando crescimento de 20%, o banco fechou mais de 100 unidades no ano passado, a maioria no último trimestre. A meta para 2020 é fechar mais 300 agências. Em conversa recente com a imprensa, Octavio de Lazari, presidente do Bradesco, afirmou: “Temos um compromisso, um propósito muito forte de controle de custos próximos anos”.
Já o Santander obteve crescimento de 21% apenas no segundo trimestre de 2019. Até o fim do terceiro trimestre do ano, o lucro líquido era de R$ 10,433 bilhões, segundo o G1. O banco abriu 45 agências no ano passado. 
Créditos: Revista Forum