quarta-feira, 16 de março de 2022

China confina quase 30 milhões de pessoas por surto recorde de covid-19

(AFP) Quase 30 milhões de pessoas foram confinadas na China na terça-feira (15), depois que o país registrou o maior surto de covid-19 em dois anos: as autoridades determinaram testes em uma escala que não era observada desde o início da pandemia.

O país registrou 5.280 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, o maior número desde a primeira onda da pandemia no início de 2020, de acordo com dados da Comissão Nacional da Saúde (CNS).

Ao menos 13 cidades enfrentam um confinamento total e várias adotaram fechamentos parciais.

Com as restrições draconianas, o país conseguiu conter as infecções após a primeira onda da doença no fim de 2019 na cidade de de Wuhan, mas enfrentou recentemente vários focos vinculados à variante ômicron.

Na terça-feira foi o sexto dia consecutivo em que o balanço de casos diários supera mil contágios.

Os números são pequenos em comparação com outros países, mas dentro da estratégia chinesa de "covid zero" até o menor foco é enfrentado com medidas severas.

A província de Jilin (nordeste do país) foi a mais afetada, com mais 3.000 casos nesta terça-feira, de acordo com a CNS. A capital provincial Changchum, com nove milhões de habitantes, assim como outras cidades, estão em confinamento total.

O governador de Jilin prometeu fazer o possível para "alcançara a covid zero comunitária em uma semana", informou a imprensa estatal.

A metrópole tecnológica de Shenzhen (sul), com 17 milhões de habitantes e próxima de Hong Kong, também está confinada.

As medidas provocaram o fechamento de várias fábricas na cidade, entre elas a gigante taiwanesa Foxconn, principal fornecedora da Apple.

A Bolsa de Hong Kong registrou queda de 6,20% nesta terça-feira, enquanto Xangai fechou em baixa de 4,95%.

Dezenas de voos domésticos a partir dos aeroportos de Pequim e Xangai foram cancelados.

"O recente surto de covid e as novas restrições, em particular o confinamento em Shenzhen, pesarão sobre o consumo e causarão interrupções no abastecimento a curto prazo", afirmou Tommy Wu, da Oxford Economics, em um comunicado.

Ele acrescentou que, com isso, será um "desafio" para a China atingir a meta oficial de crescimento econômico de 5,5% para este ano. Foto: AFP. Créditos: Swissinfo

sábado, 12 de março de 2022

Inflação no país é a maior desde 2015

A inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,01% em fevereiro de 2022 na comparação com janeiro, sendo essa a maior variação para um mês de fevereiro desde 2015 (1,22%), conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na sexta-feira (11). O índice ficou 0,47 ponto percentual acima do registrado em janeiro (0,54%) e, no ano, acumula alta de 1,56%.  Na comparação anual, a alta foi de 10,54%.

A estimativa de analistas consultados pela Refinitiv era de que o IPCA tivesse subido 0,95% em fevereiro sobre janeiro e 10,50% contra um ano antes.

Em fevereiro, os principais impactos vieram da Educação (5,61%) e da Alimentação e Bebidas (1,28%).

“Em fevereiro, são incorporados no IPCA os reajustes habitualmente praticados no início do ano letivo. Portanto esse foi o item que teve o maior impacto no mês, com peso de 0,31 ponto percentual. O outro grupo que pesou bastante no mês foi o de Alimentação e bebidas, que acelerou para 1,28% e contribuiu com 0,27 ponto percentual. Juntos, os dois grupos representaram cerca de 57% do IPCA de fevereiro”, ressalta o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov. Créditos: InfoMoney


sábado, 5 de março de 2022

Rússia declara regime de cessar-fogo na Ucrânia

Rússia declarou o regime de cessar-fogo para que os civis possam sair de Mariupol e de Volnovakha, informou o Ministério da Defesa da Rússia.
Neste sábado, 5 de março, às 10h00 hora de Moscou (4h00 no horário de Brasília), o lado russo declara o regime de cessar-fogo e abre corredores humanitários para saída de civis de Mariupol e Volnovakha", informou a entidade de Defesa russa.

Acrescenta-se ainda que os corredores humanitários e as rotas de saída de civis foram acordados com o lado ucraniano.
As autoridades de Mariupol querem usar o regime de cessar-fogo para restaurar a infraestrutura crítica da cidade, bem como fornecer medicamentos e suprimentos e de primeira necessidade.

"Situação quanto ao estabelecimento de um corredor humanitário às 8h30 (hora local) (3h30 horário de Brasília). Exatamente neste momento está sendo determinada a hora de abertura de um corredor 'verde' humanitário e o início de regime cessar-fogo em Mariupol. 

Isto permitirá a restauração da infraestrutura crítica da cidade, luz, água, rede de comunicação. Será também possível fornecer a Mariupol medicamentos e produtos de primeira necessidade. 

Ontem, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que na maior parte do território da Ucrânia está se desenvolvendo uma situação humanitária desastrosa com tendências para agravamento. A situação mais complicada ocorre nas cidades de Kiev, Kharkov, Sumy, Chernigov e Mariupol. Foto: Ivan Rodionov  Créditos: Sputnik Brasil

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Guerra piora cenário econômico no Brasil

BBC-Com possibilidade de guerra entre Rússia e Ucrânia, as notícias não são boas para a economia no Brasil. 

O barril de petróleo foi negociado acima dos US$ 100 pela primeira vez desde 2014 ontem (24/2), após o início da invasão russa à Ucrânia, com bombardeios registrados em diversas cidades do país.

Ao mesmo tempo, os valores dos contratos de trigo e milho negociados na bolsa de Chicago chegaram a subir mais de 5% antes da abertura do mercado e atingiram o limite de alta após o início das negociações, que por conta disso foram temporariamente interrompidas.

Com a alta do milho e preocupações também com relação ao mercado de óleo de girassol - do qual a Ucrânia é o maior produtor do mundo - a soja também estava em alta no pregão desta quinta.

Até o dólar, que havia fechado a quarta-feira cotado a R$ 5, no menor valor desde junho de 2021, inverteu a tendência, e já é negociado acima dos R$ 5,10.

O combo formado por petróleo, grãos e dólar em alta, resultado da escalada da crise ucraniana, torna ainda mais complicado o cenário para a inflação no Brasil em 2022.

Segundo analistas, o movimento pode resultar em alta dos combustíveis, dos custos industriais e de alimentos básicos como pão e carnes, já que os grãos como milho e soja são utilizados na ração animal.

A magnitude dos reajustes, no entanto, vai depender da duração e da gravidade da crise no leste da Europa, já que os agentes do mercado devem se manter em espera durante esse primeiro momento de forte volatilidade, para aguardar os desdobramentos da guerra.

O choque internacional acontece num momento em que as coisas já não iam bem para a inflação brasileira.

Na quarta-feira, o IPCA-15, prévia da inflação de fevereiro, surpreendeu com uma alta de 0,99%, acima das expectativas dos analistas (0,87%) e maior resultado para o mês desde 2016, com alta de preços maiores do que o esperado em serviços e bens duráveis, como automóveis, eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis.

Com as novas incertezas, as expectativas para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), medida oficial de inflação do país, devem continuar em alta.

Na segunda-feira, os analistas previam avanço de 5,56% para o IPCA em 2022, após seis semanas de revisões para cima da mediana das projeções no boletim Focus do Banco Central, que semanalmente consulta os economistas quanto às suas estimativas para a economia.

Com os cenários internacional e inflacionário mais turvos, o Banco Central tem um desafio a mais para definir os rumos da política monetária brasileira. Por Thais Carrança. Créditos: BBC Brasil

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Privatização da Embrapa é denunciada por sindicato

Com quase 50 anos de história, a  Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapra) vem sendo atacada desde o golpe de 2016, que destituiu a presidenta eleita, Dilma Rouseff (PT), e esses ataques estão sendo cada vez mais intensos no governo de Jair  Bolsonaro, com o objetivo de sucatear as empresas públicas estratégicas para o desenvolvimento do país e colocar à disposição de corporações privadas.

Somente neste ano a Embrapa já sofreu um corte de mais de R$ 519 milhões de seu orçamento, e no início de setembro teve novo corte de mais de R$ 118 milhões. Para o ano que vem, o sindicato afirma que a redução proposta pelo governo federal é ainda mais severa.

Estes recorrentes cortes orçamentários vêm colocando em risco projetos, processos e atividades desenvolvidas pela empresa. A precariedade de recursos já atinge instalações e equipamentos e a dificuldade para manter de forma adequada campos experimentais, rebanhos e recursos genéticos, entre outros, já é uma realidade.

E se nada for feito, segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (SINPAF), as atividades de pesquisa serão paralisadas, os preços dos alimentos poderão ficar mais caros e ainda a segurança e a soberania alimentar estarão comprometidas.

 “A Embrapa tem papel fundamental no desenvolvimento e na soberania alimentar do nosso país. A ideia das conferências é mobilizar a sociedade e conscientizar a população sobre a importância de defender a ciência e tecnologia para um Brasil menos desigual, democrático e inclusivo. Defender a Embrapa pública é defender o Brasil e os brasileiros”, afirmou o pesquisador da Embrapa, engenheiro agrônomo com pós-doutorado em Agroecologia e Diretor de Ciência e Tecnologia do SINPAF, Mário Artemio Urchei. Imagem: f&f. Créditos CUT

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

Comitê da Bacia do São Francisco acusa governo de manobra que privatiza a água

O Comitê Bacia do São Francisco (Organização que defende a preservação biodiversidade da Bacia Hidrográfica do do Rio São Francisco), divulgou uma nota (abaixo assinado), na qual acusa o governo Bolsonaro de mudar lei para criar mercado privado de água. Veja o que diz nota:

Está em curso uma manobra do governo Bolsonaro de criar o mercado privado de água no Brasil, inclusive alterando a Lei 9.433 de 1997. Essas alterações se aprovadas privatizam e criam o mercado privado de águas, no qual os que não possuem outorga perdem o direito ao acesso à água.

Buscando alertar e mobilizar diferentes setores de nossa sociedade sensíveis ao tema da água como um direito de existência humana, um direito da natureza e evitando a formação de oligopólios e cartéis que se apropriam da água, e defendendo que ela deve servir à todos e ao desenvolvimento dos mais pobres, é que estamos repassando este abaixo assinado.

Ele é de iniciativa do Comitê da Bacia do São Francisco, ele pode e deve ser reproduzido em outros comitês, mas aqueles e aquelas organizações que quiserem se somar à esta iniciativa serão muito bem vindos. Abraços. 
Osvaldo Aly Junior – Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA). Foto: Ministério da Integração. Link da nota: https://docs.google.com/forms/u/0/d/e/1FAIpQLSdMec8nm-CKuJFKpItSRbVW74agAGBLqVbP4bq24Dz-crRS6A/formResponse

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Presença da Rússia na América Latina preocupa EUA

O subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental dos EUA, Brian Nichols, disse estar preocupado por a "Rússia e outros países" tentarem criar um conflito na região, referindo-se à cooperação militar entre Moscou e Caracas.

"Minha preocupação é que a Rússia e outros países tentem introduzir um conflito em nosso hemisfério", afirmou Nichols em uma entrevista publicada no jornal El Tiempo.

Ao ser questionado sobre os relatos das autoridades colombianas (citadas pelo jornal), segundo as quais a Venezuela moveu tropas para junto da fronteira com a ajuda da Rússia e Irã, o funcionário da Casa Branca assegurou que "a presença, seja com tecnologia estrangeira ou atores estrangeiros, na fronteira com a Colômbia, é muito preocupante".

Além disso, referiu-se às declarações do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, que não descartou uma possível implantação de infraestrutura militar na Venezuela e Cuba.

"Não respondemos a cada fanfarronice da Rússia, mas levamos a sério os esforços para provocar um conflito neste hemisfério e desestabilizar a região ou interferir nas sanções internacionais contra a Venezuela. Isso é problemático", adicionou.

Na semana passada, a subsecretária de Estado para Assuntos Políticos da Casa Branca, Victoria Nuland, durante uma visita a Bogotá, declarou que o país enfrenta "ameaças de atores externos contra suas redes públicas e privadas", especialmente, "no contexto das eleições que se aproximam", e mencionou como exemplo a "interferência eleitoral russa em 2016". Foto: Maxim. Créditos: Sputnik Brasil