domingo, 24 de agosto de 2014

Estudo científico propõe tratamento para o autismo

 Um grupo de investigadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, foi capaz de reduzir comportamentos autistas em ratos geneticamente modificados, depois de descobrir que a doença resulta de um excesso de conexões cerebrais. 
Esta descoberta ajuda a explicar alguns dos sintomas do autismo, como os ataques epilépticos e a sensibilidade excessiva a ruído ou experiências sociais. 
Os investigadores da Universidade de Columbia focaram as atenções na parte do cérebro responsável pelo comportamento social e pela comunicação e analisaram tecidos cerebrais de 48 crianças e jovens, 26 das quais tinham autismo, com idades entre os 2 e os 20 anos. 

A investigação revelou que as crianças e jovens com a doença possuíam claramente mais conexões nervosas cerebrais do que as saudáveis, uma condição que se agrava com o avançar da idade. 

Estas sinapses, o nome dado às conexões nervosas, são bastante mais frequentes nos adolescentes autistas do que nos saudáveis. Ao contrário do que acontece se a comparação for feita entre crianças pequenas. 
Este excesso de sinapses resulta do mau funcionamento do mecanismo de eliminação das sinapses inúteis, necessário para assegurar que diferentes áreas do cérebro possam desenvolver funções específicas e não fiquem sobrecarregadas de estímulos. 

Com estes conhecimentos, os investigadores foram capazes de diminuir comportamentos autistas em ratos geneticamente modificados através da administração de um químico já usado para prevenir a rejeição de órgãos doados. 
O líder do estudo, David Sulzer, garante que é possível que os mesmos efeitos se revelem em humanos e que “está aberta a porta para um tratamento”. 

As causas do autismo permanecem, no entanto, um mistério, mas as recentes descobertas podem deitar por terra a tese de que a doença é incurável. 
O autismo é uma perturbação global do desenvolvimento infantil que se prolonga por toda a vida e evolui com a idade. Foto: DR
Créditos: Renacença

Violência sexual é mais comum em festas e trotes

Casos de estupro e violência sexual dentro da universidade, como a denúncia de uma aluna da medicina da Universidade de São Paulo (USP) em 2011, são mais comuns em três momentos, segundo a antropóloga Heloisa Buarque de Almeida, coordenadora do programa USP Diversidade: nos trotes universitários, quando calouras e calouros são submetidos a atividades definidas por veteranos, nas festas das faculdades e dentro das residências estudantis. Para melhorar o atendimento da universidade às vítimas, o programa, que integra o Núcleo de Direitos da USP, estuda formas de padronizar o acolhimento e a investigação das denúncias de todos os tipos de violência e discriminação, treinar funcionários da segurança e fazer uma pesquisa com a comunidade uspiana para mapear os casos de violações de direitos.
Heloisa é professora da área de estudos de gênero na antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), e começou a pesquisar a questão do estupro na universidade depois de ter sido abordada por coletivos feministas na faculdade. “O que é muito comum é aquela situação da menina que bebe demais, está inconsciente, e os colegas mesmo abusam dela. Mais comum não é ser funcionário, é colega, e isso é mais assustador”, explicou ela ao G1.
O caso da aluna da medicina, que neste mês voltou à tona depois da decisão da delegada que apura o inquérito de indiciar o acusado, ocorreu em uma festa promovida por alunos de medicina. O suspeito é um homem que, de acordo com a delegada, trabalhava com manutenção de ar-condicionado na faculdade.
Mas esse ainda é um dos poucos casos que são registrados na polícia ou na própria Ouvidoria da USP. Heloisa afirma que, embora a multiplicação de coletivos feministas dentro da USP tenha aumentado também o número de pessoas relatando casos de estupro e violência, poucos são levados às instâncias oficiais porque as vítimas têm medo e existe um sentimento de impunidade. Só na USP,  Heloisa diz ter sido informada indiretamente de pelo menos 20 casos de estupro ou violência física cometidos por alunos contra alunas nos últimos anos, e só quatro deles fora dos campi.
Ela lembra que o problema não está isolado na USP e diz ter descoberto “fofocas” sobre casos em Santa Catarina, Bahia, Ouro Preto, entre outros. “É fofoca. Mas é fofoca reveladora de alguma coisa que está acontecendo, porque ninguém inventa uma coisa dessas.”
Na Universidade de São Paulo, a investigação dessas denúncias é responsabilidade de cada faculdade. “Depende da posição dos diretores, depende da posição dos professores mais poderosos, os professores titulares. Tem diretor que é pessoa completamente envolvida com direitos humanos, faz comissão de sindicância, ouve as partes. E em algumas unidades os diretores não querem que esses casos sejam apurados”, afirma a antropóloga.
Estamos pensando qual é o protocolo, como a Ouvidoria tem que se comportar. Esse tipo de debate a gente conduz para a universidade achar o seu caminho”
Lúcia Vilela Filgueiras, coordenadora do Núcleo de Direitos da USP.
Protocolo de atendimento
A professora Lúcia Vilela Leite Filgueiras, coordenadora do Núcleo de Direitos, ligado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão, diz que o órgão institucional foi criado há dois anos para centralizar e fortalecer diferentes projetos de direitos humanos da universidade, como o de serviços para a terceira idade, atendimento a deficientes físicos, incentivo à economia solidária, a relação com comunidades do entorno e o respeito à diversidade.
Uma das funções do órgão, segundo ela, é tentar elaborar um protocolo comum de ação para as unidades e serviços. “O núcleo serve para articular a universidade. Se tem questões desse tipo, ele tenta ser alguém que faz o meio de campo dos vários órgãos da universidade para tentar resolver. Estamos pensando qual é o protocolo, como a Ouvidoria tem que se comportar. Esse tipo de debate a gente conduz para a universidade achar o seu caminho”, diz.
Atualmente, o órgão que também pode receber denúncias é a Ouvidoria da USP, mas a dificuldade de acolhimento encontrada pelas vítimas muitas vezes faz com que elas desistam de perseguir a punição dos autores. “Esses casos não estão chegando para a ouvidora, porque em outros momentos foram denunciados para a Ouvidoria e ela não conseguiu proteger as pessoas que denunciaram.”(G1).
Créditos: Focando a Notícia

ONU alerta para risco de massacre em cidade do Norte do Iraque

A Organização das Nações Unidas alertaram ontem (23) para o risco de um massacre na cidade turcomana de Amerli (160 quilômetros ao norte de Bagdá), sitiada pelos jihadistas, enquanto o primeiro-ministro iraquiano, Haidar Al Abadi, pediu para ajudarem a localidade.
O aiatolá Ali Al Sistani, a mais alta autoridade religiosa xiita do Iraque, fez um apelo para que fosse dada assistência aos habitantes de Amerli, maioritariamente turcomanos xiitas, cercados pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI) há mais de dois meses.
“A situação dos habitantes de Amerli é desesperadora e necessita de uma ação imediata para impedir um possível massacre”, declarou em comunicado o representante especial da ONU em Bagdá, Nickolay Mladenov.

O representante pediu ao governo iraquiano para “fazer tudo o que puder para que o cerco seja levantado, e os habitantes possam receber ajuda humanitária vital ou serem retirados em condições dignas”. “Os aliados do Iraque e a comunidade internacional devem trabalhar em conjunto com as autoridades para evitar uma tragédia”, acrescentou.
O primeiro-ministro iraquiano também pediu ajuda, principalmente “apoio militar e logístico de todo o tipo”.
Na sexta-feira, Al Sistani chamou a atenção para a situação da cidade de 20 mil habitantes, cercada pelos combatentes do Estado Islâmico desde junho, início da ofensiva que permitiu aos jihadistas ocuparem faixas de território no Norte, Oeste e Leste do Iraque.
Segundo o aiatolá, existe uma grave escassez de alimentos na cidade, que é defendida por “homens heroicos com poucas armas e munições”.
Este mês, os Estados Unidos começaram a bombardear zonas do Norte do Iraque para barrar o avanço dos jihadistas e permitir a retirada e a entrega de ajuda aos representantes da minoria étnico-religiosa yazidi refugiados no Monte Sinjar. Foto OUDLAL/REUTERS

sábado, 23 de agosto de 2014

OMS registra 1.427 mortes pelo vírus ebola na África

Dados divulgados ontem (22) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que já morreram 1.427 pessoas, vítimas do surto de ebola no Oeste da África. Todas nos países de Serra Leoa, da Libéria, Guiné-Conacri e Nigéria.
 Agora são 2.615 os infectados pela doença nos quatro países. A OMS voltou a ressaltar que não há necessidade de restrições ao comércio nem ao trânsito nos países que concentram o surto de ebola; só recomenda restrições de movimentação para pessoas contaminadas ou com suspeita de contaminação pelo vírus ebola.

A situação na Nigéria, que ainda não é considerada como surto, está piorando. Já são 16 casos com cinco mortes. Na Libéria, onde há o maior número de casos, 1.082 pessoas foram registradas com a doença, das quais 624 morreram. Em Serra Leoa foram registrados 910 infectados e 392 mortes, enquanto a Guiné-Conacri contabilizou 607 casos da doença, com 406 mortes.
Créditos: Agencia Brasil

SP: haitianos e bolivianos em condições análogas à escravidão

Operação do MTE surpreende trabalhadores haitianos em condições análogas à escravidão em SPUma operação de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em São Paulo (SRTE-SP) resgatou 12 haitianos e dois bolivianos que trabalhavam em uma confecção no Pari, zona norte da capital paulista, em condições análogas à escravidão. Segundo a superintendência, esta foi a primeira vez que haitianos foram resgatados neste tipo de operação em São Paulo.

A oficina de costura onde eles foram encontrados prestava serviços para a marca As Marias. Segundo a auditora fiscal Elisabete Sasse, os imigrantes eram submetidos a jornadas exaustivas de trabalho, entre 11 e 15 horas por dia. No local, os fiscais observaram também que a oficina e o alojamento ficavam no mesmo ambiente e e as condições eram degradantes. “As instalações elétricas eram precárias, com fiação exposta”, disse a auditora, o que representava um grande risco para o local. Os alojamentos, segundo ela, eram precários: sujos, com ventilação insuficiente, com restos de comida e botijões de gás espalhados pelos quartos e mofo nas paredes.

De acordo com a auditora, os imigrantes recebiam como pagamento somente alimentação e moradia. Entre os dias 5 de junho e 5 de agosto [quando eles foram resgatados], os trabalhadores receberam apenas R$ 100 de pagamento, que foi pago no dia 1º de agosto após reclamação dos trabalhadores. “No dia 1º, eles [imigrantes] receberam esse valor e paralisaram as atividades. A oficinista então cortou a alimentação”, disse a auditora. A oficina foi interditada.
Para evitar que situações como essa continuem a acontecer, Renato Bignami, coordenador das Ações contra Trabalho Escravo da SRTE-SP, disse que o ministério coletou com a Missão da Paz uma lista de 130 empresas que já contrataram imigrantes e, a partir disso, eles pretendem orientá-las e monitorá-las para combater o trabalho escravo. 
Créditos: Agencia Brasil

Catarata aumenta depressão entre idosos

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que em 2025 o Brasil deve ocupar a sexta posição no mundo em número de idosos com 32 milhões de pessoas acima de 65 anos. De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, o envelhecimento da população aumenta o número de pessoas com catarata. Maior causa de cegueira tratável no mundo, a doença lentamente embaça o cristalino, lente natural do nosso olho. 

Quando mais avançada a idade, maior a chance de ter catarata. Só para se ter uma idéia, segundo o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia) a prevalência é de 17% entre os menores de 65 anos, 47% em quem tem de 65 a 74 anos e 73% em quem tem mais de 75 anos. O médico diz que não é possível impedir a progressão por se tratar de um processo natural do envelhecimento ocular. Mas adverte que quanto mais avançada, maior a dificuldade para realizar atividades corriqueiras e a chance de entrar em depressão.

Engana-se quem pensa que para resolver o problema basta tomar um antidepressivo. Isso porque, explica, um estudo realizado no Canadá mostra que os medicamentos que agem como inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) aumentam em 15% o risco de desenvolver catarata. "No Brasil que tem 120 mil novos casos/ano, significa 18 mil casos adicionais/ano só por conta desta classe de antidepressivos", afirma. Por isso, e por causa dos riscos da remoção da catarata madura, hoje a cirurgia é indicada quando o paciente começa a ter limitações para dirigir, ler, usar o computador ou realizar qualquer outra atividade, ressalta.
Créditos: WSCOM

Avião que caiu com Campos pode impugnar Marina, diz revista

: A campanha de Marina Silva à presidência da República mal começou e já pode ter de enfrentar sua primeira séria turbulência. Reportagem da revista Época deste fim de semana sugere que a campanha do PSB cometeu crime eleitoral ao utilizar um avião fantasma – sim, o PR-AFA que desabou em Santos (SP), matando Eduardo Campos e outras seis pessoas. Documentos obtidos pela revista (leia aqui a reportagem de Murilo Ramos, Marcelo Rocha e Diego Escosteguy), apontam que o avião continua sendo de propriedade do grupo AF Andrade, do setor sucroalcooleiro, que enfrenta grave crise financeira. Desta forma, não poderia ter sido cedido para a campanha de Eduardo Campos e Marina Silva, que também voou na mesma aeronave.
Ainda que pudesse ser utilizado como táxi aéreo, o que não é o caso, o avião deveria constar nas prestações de contas apresentada à Justiça Eleitoral pelo PSB, o que não foi feito. Confira um trecho:
ÉPOCA procurou a campanha do PSB à presidência da República com perguntas sobre o uso da aeronave PR- AFA. Entre outros questionamentos, perguntou se a chapa fizera pagamentos para usar a aeronave, se arcara com as despesas de manutenção e se declarara tais despesas na prestação de contas eleitoral. Na prestação parcial, referente ao mês de julho, não há citação às empresas BR Par e Bandeirantes. ÉPOCA perguntou, ainda, quantas vezes a candidata Marina Silva voou no avião e se ela tinha conhecimento sobre quem arrendara a aeronave. Até o fechamento desta reportagem, o PSB não respondera aos questionamentos. De acordo com a legislação eleitoral, uma empresa não pode fazer doações de bens ou serviços sem relação com sua atividade fim. Por isso, uma empresa do ramo sucroalcooleiro, como da AF Andrade, não poderia emprestar um avião. Se o alugasse, teria de comunicar a Anac. “A Anac não foi informada sobre nenhuma cessão onerosa da aeronave”, informou em nota.
A revista também ouviu um especialista em direito eleitoral, que falou até na hipótese de impugnação da candidatura: Para o especialista em direito eleitoral Bruno Martins, se o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chegar à conclusão de que houve omissão nas informações prestadas pela chapa, pode haver uma desaprovação das contas. “Em último estágio, pode haver até mesmo a impugnação da candidatura”, afirma.
Créditos: Portal Brasil 247