segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Mais de 10 mil crianças refugiadas desapareceram na Europa

Mais de 10 mil crianças refugiadas e desacompanhadas desapareceram na Europa nos últimos 18 e 24 meses, informa a agência policial Europol, acrescentando que muitas delas devem estar sendo exploradas, principalmente de forma sexual, pelo crime organizado. Segundo Brian Donald, da Europol, citado pelo diário britânico "The Observer", esse número diz respeito a crianças cujos rastros foram perdidos depois de serem registradas junto às autoridades europeias. Cerca de metade delas desapareceu na Itália. 

"Não é fora de razão estimar que estamos falando de um total de mais de 10 mil crianças", explica Donald. "Mas nem todas estariam sendo exploradas para fins criminosos, há algumas que se juntaram a seus familiares. É só que não sabemos onde estão, o que fazem e com quem". Segundo a Europol, o número foi obtido com base nas informações fornecidas pelos países europeus ou disponíveis publicamente - por exemplo, na internet. 

A Europol ainda estima que cerca de um milhão de migrantes chegaram à Europa em 2015 como parte da pior crise migratória que atinge a Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Cerca de 27% deles são crianças. "Nem todos os menores de idade estão desacompanhadas, mas temos provas de que uma grande parte deles poderia estar sozinhos", afirma Donald. Ele garante que uma "infraestrutura criminosa" europeia visa os refugiados para diversos fins. 

Na Alemanha e na Hungria, em particular, um grande número de criminosos foram detidos por explorar essas pessoas. "Um infraestrutura inteira tem se desenvolvido ao longo dos últimos 18 meses", afirma o agente da Europol. "Há na Alemanha e na Hungria prisões nas quais a grande maioria dos residentes foram colocados em razão de atividades criminosas relacionadas com a crise migratória". Grupos criminosos que se dedicam ao tráfico de seres humanos passaram a atuar também nas redes de imigração ilegal para explorar os refugiados, ressalta Donald, que lembra a escravidão ou as atividades ligadas ao comércio do sexo. 

Organizações que trabalham na "Rota dos Balcãs" indicaram à Europol que veem a exploração de crianças como um "grande problema", segundo a mesma fonte. O governo britânico anunciou na quinta-feira que pretende acolher as crianças refugiadas que foram separadas de suas famílias pelo conflito na Síria e em outros países.
Créditos: Cruzeiro do Sul

Morte por agrotóxicos é grave problema de saúde pública, diz Fiocruz

Dados do Ministério da Saúde (MS) mostram um grave problema de saúde pública: a falta de registro sobre as mortes por intoxicação provocadas por agrotóxicos. A conclusão é da pesquisadora Rosany Bochner.

Ela coordena o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox) e é pesquisadora do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnologia em Saúde (Icict).

Rosane analisou dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e constatou que há subnotificação e notificações irregulares sobre mortes provocadas por agrotóxicos.
O próprio Ministério da Saúde estima que a subnotificação faz com que, para cada evento de intoxicação por agrotóxico notificado, há outros 50 não comunicados.
Segundo dados do Sinitox, foram registrados, no período de 2007 a 2011, 26.385 casos de intoxicações por agrotóxicos de uso agrícola, 13.922 por agrotóxicos de uso doméstico, 5.216 por produtos veterinários e 15.191 por raticidas.

Os agrotóxicos são o terceiro grupo responsável pelas intoxicações, com 11,8% dos casos. Antecedido pelos medicamentos (28,3%) e animais peçonhentos (23,7%).
Os óbitos causados por agrotóxicos de uso agrícola atingiram 863 pessoas (39,4%), os de uso doméstico 29 casos (1,3%), os produtos veterinários corresponderam a 22 ocorrências (1,0%) e os raticidas causaram 138 óbitos (6,3%).

Segundo levantamento feito por Rosany Bochner, desses óbitos, apenas 14 (1,3%) foram registrados como ocupacionais. Rosany Bochner analisou 33 mortes registradas no Brasil pelo SIM, no período de 2008 a 2012. Ela considerou o perfil socioeconômico; ano de óbito, estado e local do acidente, causas associadas aos óbitos decorrentes de intoxicações, dentre outros pontos.

Agricultores são afetados

A exposição a agrotóxicos atinge em especial agricultores, que podem ser afetados pela manipulação direta ou por meio de armazenamento inadequado, reaproveitamento de embalagens, roupas contaminadas ou contaminação da água. Trabalhadores da agricultura e pecuária, de saúde pública, de firmas desintetizadoras, de transporte e comércio dos agrotóxicos, de indústrias de formulação de agrotóxicos são os principais profissionais sujeitos à exposição ocupacional a agroquímicos.

Segundo o relatório divulgado pelo Inca - Vigilância do Câncer relacionado ao Trabalho e ao Ambiente -, a exposição aos agrotóxicos pode ocorrer “pelas vias digestiva, respiratória, dérmica ou por contato ocular”.

Podem determinar quadros de intoxicação aguda (quando os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva e por curto período aos produtos tóxicos), subaguda (ocorre por exposição moderada ou pequena a esses produtos, e tem surgimento mais lento, com sintomas subjetivos e vagos, tais como dor de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago e sonolência, dentre outros) e crônica (quando o surgimento dos sintomas “é tardio, podendo levar meses ou anos, acarretando por vezes danos irreversíveis, como distúrbios neurológicos e câncer”).

Créditos: Brasil de Fato

Governo aposta em acordos comerciais para exportação agrícola crescer US$ 22 bi

O Brasil responde atualmente por 7% do comércio mundial do agronegócio e o governo federal quer elevar essa participação para 10% nos próximos três anos, disse a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, na última sexta-feira (29) em Brasília. O aumento representará, segundo a ministra, cerca de US$ 22 bilhões a mais para o País a cada ano.

Para chegar a essa posição, autoridades e empresários do setor agropecuário irão acelerar as negociações comerciais internacionais a fim de ampliar as exportações de produtos da agricultura e da pecuária. “O aumento da exportação do agronegócio é concreto e real. Não estamos projetando sonhos, temos absoluta certeza de que seremos muito importantes no abastecimento do mundo”, declarou a ministra.

A avaliação do Brasil como importante fornecedor de alimentos no abastecimento do mundo é feita, conforme citou Kátia Abreu, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e Banco Mundial. Nesse sentido, o interesse do Brasil está nos grandes consumidores mundiais de alimentos e em negociações envolvendo Ásia, Américas e Europa. Nesse grupo, a prioridade são 20 países asiáticos com indicação de forte aumento no consumo de alimentos nos próximos anos, como China, Índia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Cingapura.
Créditos: Portal Brasil

Cunha tem mais cinco contas no exterior, segundo delatores da Lava Jato, diz jornal

Segundo a Folha de S.Paulo, à tabela de transferências bancárias no exterior entregue pelos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, no acordo de delação premiada firmado entre eles e a Procuradoria-Geral da República na Operação Lava Jato.

A documentação está sob sigilo, mas ontem (31) o jornal revelou que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é acusado de ter recebido propina em pelo menos mais cinco contas no exterior, até então desconhecidas pelo governo brasileiro. Se confirmadas, já serão nove contas ligadas ao peemedebista no exterior, considerando as quatro descobertas em outubro na Suíca envolvendo ele e sua família.
Os valores informados somam US$ 3,9 milhões entre 2011 e 2014, enviados de contas na Suíça dos delatores para cinco contas no exterior, que, segundo eles, foram indicadas por Eduardo Cunha.
A reportagem diz que, de acordo com os empresários, os valores referem-se a propina para Cunha conseguir liberação de verbas do fundo de investimentos do FGTS para o projeto do Porto Maravilha, no Rio. A Carioca Engenharia obteve a concessão em consórcio com as construtoras Odebrecht e OAS.
De acordo com a Folha, a liberação seria feita por influência do aliado de Cunha Fábio Cleto, que ocupou uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal e também o conselho do fundo de investimento do FGTS.
Créditos: Rede Brasil Atual

domingo, 31 de janeiro de 2016

Sessenta e seis municípios da Paraíba não registram homicídios em 2015

Diamante-PB
Dos 223 municípios paraibanos, 66 não registraram Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLT), em 2015, segundo dados do Relatório de Indicadores Criminais do Programa Paraíba Unida pela Paz, elaborado pela Secretaria de Segurança e Defesa Social do Estado (Seds). De janeiro a dezembro, nenhuma morte ocorreu nessas cidades. No ano passado, 1502 foram assassinadas na Paraíba.
Na lista das cidades “não” violentas, 31 não chegam a 4 mil habitantes. Dentre as municípios que não tiveram um único registro de assassinato em 2014 estão Sossêgo, Zabelê, São Sebastião do Umbuzeiro, Riachão, Diamante, Frei Martinho, Areia de baraúnas, Quixaba, Mato Grosso e Coxixola.
Uma das cidades paraibanas sem homicídios está a 488 quilômetros de João Pessoa. São José do Brejo do Cruz, no Sertão do Estado, tem 1.780 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. De acordo com o major Douglas Araújo, 12º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento da cidade, os crimes mais comuns em São José são ameaças, pequenos furtos, brigas e lei Maria da Penha. “Em São José, temos um destacamento da PM. Por ser pequena em habitantes, a polícia tem uma boa relação com a população. Fazemos um bom trabalho de repressão de crimes na cidade”, falou.
Para Cláudio Lima, secretário da Segurança Pública da Paraíba, um conjunto de ações integradas, aliado ao monitoramento diário das estatísticas dos registros de violência, e ao trabalho de inteligência e policiamento solidário contribuiu para a redução de homicídios nessas cidades.
“Em 2015, foram ações integradas contra a criminalidade. As forças de segurança realizaram dezenas de operações que resultaram nas prisões de criminosos. As reuniões de monitoramento são fundamentais para a gente analisar os dados, montar ações e reprimir o crime. Em 2016, estratégias de inteligência serão montadas, policiais serão premiados quando houver queda da criminalidade e investimentos nas polícias”, falou Cláudio Lima.
Créditos: Portal Correio

Congresso volta do recesso com previsão de dias tumultuados

 A semana que começa, com a retomada dos trabalhos do Legislativo, apesar de ser de início das atividades, não tem previsão de ser nada tranquila. Primeiro pelo número de medidas provisórias que trancam a pauta da Câmara dos Deputados. Depois, pela programação de propostas polêmicas a serem votadas no Senado, em caráter de urgência, como o projeto que abre brechas para a privatização de estatais (PLS 555). Como se não bastasse, os próximos dias são de reuniões para discussão da agenda do governo no Congresso e definição das lideranças partidárias nas duas Casas – com exceção do PMDB, que transferiu a data da eleição para liderança na Câmara para o dia 17.
A Câmara dos deputados tem 19 medidas provisórias em tramitação a ser votadas rapidamente, três já trancando a pauta. Tem ainda matérias emblemáticas a serem apreciadas, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, que transfere do Executivo para o Legislativo poder de decisão sobre demarcação de terras indígenas – que foi aprovada pela comissão especial em dezembro e segue para o plenário (ainda não entrou na pauta).
E os integrantes do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar se preparam para dar continuidade aos trabalhos do órgão, que tem como prioridade a apreciação de processo que investiga o presidente, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
As medidas provisórias que travam a pauta da Câmara já estão em vigor, mas têm prazo para ser ratificadas pelo Congresso. A primeira, a MP 692/15, consiste na primeira medida do ajuste fiscal e é a que aumenta o imposto de renda pago por contribuintes que tiveram ganho de capital na venda de imóveis, veículos, ações e outros bens. A mudança começou a valer desde o último dia 1º, mas perde a validade se não for votada até 29 de fevereiro.
A segunda é a MP 695/15, que tem de ser votada até 13 de março, amplia a área de atuação das loterias chamadas de “raspadinhas”. Antes, esses sorteios só podiam ser feitos mediante temas voltados ao futebol, e com a obrigatoriedade de que os recursos fossem destinados para esse esporte.
A terceira medida provisória é a 696, referente à reforma administrativa. A MP reduz o número de ministérios de 39 para 31, ratificando a decisão adotada pelo governo em outubro passado. De sua votação depende a continuidade do processo de reestruturação, redução, exonerações e substituições pontuais para cargos no Executivo.
Créditos: Rede Brasil Atual

Pessoas morrem de fome na cidade síria sitiada

De acordo com os trabalhadores da saúde apoiados pela MSF em Madaya, 16 pessoas morreram desde o início da prestação de assistência humanitária» na cidade, indica a organização humanitária em comunicado.A MSF dispõe de relatórios médicos claros indicando que 46 pessoas morreram de inanição em Madaya desde 1 de Dezembro, afirmou hoje a organização neste sábado à AFP.
"O número de vítimas é certamente maior, porque há relatos de pessoas que terão morrido de fome nas suas casas», acrescenta a MSF. Os casos actuais de desnutrição são estimados em 320 nesta cidade a oeste de Damasco, incluindo 33 pacientes em «perigo devida», segundo a MSF.
Os habitantes da cidade síria sitiada de Madaya continuam a morrer de fome, apesar dos comboios de ajuda humanitária», lamentou MSF, que classificou a situação de «inaceitável. A organização humanitária acusa as forças leais ao regime do presidente sírio Bashar al-Assad de continuar a bloquear o fornecimento do equipamento médico e medicamentos essenciais.
É necessária uma presença médica permanente e independente em Madaya, porque acreditamos que a situação médica vai piorar, enquanto o acesso aos cuidados para as pessoas é extremamente limitado, defende o diretor de operações de MSF, Brice de Vingne.
Madaya, onde mais de 40.000 pessoas vivem sob o cerco há meses, tornou-se um símbolo do sofrimento da população civil na Síria desde o início da guerra, em 2011. O destino desta cidade também é um ponto sensível para a realização das actuais negociações de paz para a Síria em Genebra.
Os principais grupos de oposição sírios reunidos em Riade nos últimos dias exigem a implementação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que ordene o fim dos bombardeamentos em áreas civis e um acesso humanitário às áreas sob cerco. Segundo a ONU, cerca de 486 mil sírios vivem em cidades sitiadas pelas forças do regime, os rebeldes ou os jihadistas do Estado Islâmico (EI).
A operação que permitiu a entrada de alguns comboios humanitários em Madaya em meados de Janeiro, também envolveu as cidades xiitas de Fua e Kafraya, cercada pelos rebeldes na província de Idleb (noroeste), mas onde a situação era considerada menos catastrófica do que em Madaya. As organizações humanitárias têm apelado repetidamente para o acesso incondicional aos civis sitiados em conformidade com o direito humanitário internacional.
O chefe das operações humanitárias da ONU lamentou esta semana que 75% dos pedidos de acesso para assistência humanitária tenham sido ignorados pelo governo sírio.A guerra civil na Síria começou em Março de 2011, com manifestações pacíficas em defesa da democracia, mas reprimidas de forma sangrenta pelo regime do presidente Assad. O conflito degenerou em revolta armada. Com o passar do tempo e o surgimento de vários grupos, tem-se tornado cada vez mais complexa, com uma multiplicidade de beligerantes. A guerra já causou mais de 260.000 mortos e milhões de deslocados.
Créditos: Diário Digital