sábado, 22 de abril de 2017

Odebrecht entrega extratos que comprovariam o pagamento de US$ 40 milhões

247 - A Odebrecht apresentou aos investigadores da Lava Jato os extratos que comprovariam o pagamento da propina de US$ 40 milhões, equivalentes a R$ 126 milhões, acertada numa reunião presidida por Michel Temer, com a presença de Eduardo Cunha e do lobista João Augusto Henriques, ambos presos em Curitiba, segundo informam as jornalistas Camila Mattoso e Bela Megale.
A maior parte do dinheiro foi paga em contas no exterior e o valor equivalia a 5% de uma contrato na área internacional da Petrobras que a presidente deposta Dilma Rousseff cortou em 43%. As cifras superam até os US$ 40 milhões estimados inicialmente.
"De acordo com documentos referentes ao PAC-SMS, apresentados pela Odebrecht, os repasses foram feitos entre julho de 2010 e dezembro de 2011. Os extratos atingem US$ 54 milhões, mas a soma de planilhas anexadas chega a US$ 65 milhões. Do total, uma pequena parte foi paga em espécie no Brasil, em hotéis em São Paulo, no casos de petistas citados, e em um escritório no centro do Rio, localizado na rua da Quitanda, para os demais. A maior parte, no entanto, foi repassada a contas de operadores no exterior", reportam as jornalistas.
De acordo com os delatores Márcio Faria e Rogério Almeida, não se tratou de doação eleitoral, mas sim de propina, uma vez que o valor correspondia a 5% de um contrato da Petrobras. Quando soube que o PMDB estaria roubando na Petrobras, Dilma determinou que Graça Foster, então presidente da estatal, cortasse o contrato quase pela metade (leia aqui).
De acordo com uma pesquisa Vox Populi, hoje, 78% dos brasileiros defendem a cassação de Temer e 90% querem eleições diretas, para que o Brasil tenha um governo legítimo. Atualmente, segundo o filósofo Vladimir Safatle, o futuro de cada brasileiro está sendo decidido por corruptos, (leia aqui). Fonte: Brasil 247
Créditos: Brasil 247

Greve terá forte adesão no transporte coletivo na Grande SP

Trabalhadores do transporte coletivo municipal e intermunicipal da região metropolitana de São Paulo confirmaram ao longo desta semana a adesão à greve geral do dia 28, contra o projeto de reforma da Previdência, contra a reforma trabalhista e a lei da terceirização, todas propostas pelo governo de Michel Temer. Vão ser paralisados os sistemas de transporte de 21 cidades, durante 24 horas.
Da mesma forma, os condutores da Baixada Santista, os ferroviários de quatro linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e os metroviários também vão cruzar os braços neste dia. Os motoristas e cobradores da capital paulista e outras duas linhas da CPTM vão decidir sobre a paralisação no começo da próxima semana.
Os metroviários foram a primeira categoria a confirmar adesão à paralisação, na semana passada. As linhas 1-Azul, (Jabaquara-Tucuruvi), 2-Verde (Vila Madalena-Vila Prudente), 3-Vermelha (Corinthians/Itaquera-Palmeiras/Barra Funda), 5-Lilás (Capão Redondo-Adolfo Pinheiro) e 15-Prata (Vila Prudente-Oratório) ficarão paralisadas o dia todo, a partir da zero hora do dia 28. A categoria já realizou uma paralisação assim em 15 de março.
Hoje foram confirmadas as paralisações das linhas 7-Rubi (Jundiaí-Luz), 10-Turquesa (Brás-Rio Grande da Serra), 11-Coral (Luz-Estudantes) e 12-Safira (Brás-Calmon Viana), todas da CPTM. O Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, que organiza os trabalhadores das linhas 9-Esmeralda (Grajaú-Osasco) e 8-Diamante (Júlio Prestes-Itapevi), vão realizar assembleia na próxima terça-feira (25) para definir se aderem à paralisação.
Os condutores da Baixada santista, inclusive de ônibus fretados, também vão paralisar as atividades no dia 28. O transporte coletivo municipal e intermunicipal – realizado por meio da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) – das nove cidades que compõem a região vai parar por 24 horas. A região é formada por Santos, São Vicente, Guarujá, Bertioga, Itanhaém, Peruíbe, Mongaguá, Cubatão e Praia Grande.
Na região metropolitana de São Paulo, já estão confirmadas as paralisações dos transportes coletivos municipais e intermunicipais (EMTU) de Guarulhos, Itaquaquecetuba, Arujá, Poá, Ferraz de Vasconcelos, Osasco, Ribeirão Pires, São Caetano, São Bernardo do Campo, Santo André, Diadema, Mauá, Rio Grande da Serra, Embu-Guaçu, São Lourenço da Serra, Itapecerica da Serra e Osasco. Todas as cidades terão paralisação de 24 horas.
Os motoristas e cobradores da capital paulista já indicaram que também vão aderir à greve geral. No entanto, os trabalhadores vão realizar uma assembleia na próxima segunda (24), para definir a posição da categoria.
As propostas do governo Temer são rechaçadas pela maioria da população. Pesquisa Vox Populi divulgada no dia 13 indica que 93% dos brasileiros são contra a reforma da Previdência e 80% contra a terceirização.
Créditos: Rede Brasil Atual

sexta-feira, 21 de abril de 2017

País perdeu 63.624 vagas de emprego formal em março

O país perdeu 63.624 vagas de emprego formal em março, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados hoje (20) pelo Ministério do Trabalho. No mesmo mês do ano passado, a retração foi de 118 mil postos de trabalho.

Em fevereiro, o resultado havia sido positivo, com a criação de 35.612 vagas formais, o que levou o presidente Michel Temer a comemorar a retomada da criação de empregos depois de 22 meses seguidos de queda. O mês de março apresentou uma variação negativa de -0,17% em relação ao estoque do mês anterior. Foram registradas 1.261.332 admissões contra 1.324.956 desligamentos. No acumulado do ano, a queda foi de 64.378 postos de trabalho.

O comércio foi o setor que registrou maior retração em março (-33.909 postos), seguido do setor de serviços (-17.086 postos), construção civil (-9.059 postos), indústria de transformação (-3.499 postos) e agricultura (-3.471 postos). De acordo com o ministério do Trabalho, tradicionalmente, os resultados de março sofrem forte influência de fatores sazonais negativos. Um exemplo, segundo o ministério, é o comércio varejista, que se apresenta negativo no mês de março, mesmo em anos de forte crescimento econômico.

Embora o saldo geral tenha sido negativo, alguns estados registraram bom desempenho na criação de empregos, como o Rio Grande do Sul (+5.236 postos), puxado pelos setores da Indústria de transformação e do comércio e Goiás (+4.304 postos), devido à expansão do setor da agropecuária.
Créditos: Agencia Brasil

Desemprego faz aumentar procura pelo MST

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A crise econômica e o crescimento do desemprego trouxe de volta uma cena que havia diminuído sensivelmente nos últimos anos no Rio Grande do Sul e em quase todo o país: os acampamentos de sem terra na beira das estradas. Segundo estimativas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), há mais de 120 mil famílias acampadas hoje no Brasil sem nenhuma perspectiva de assentamento. 

No Rio Grande do Sul, o MST calcula que há mais de duas mil famílias acampadas na beira de estradas em várias regiões do Estado. “Por conta da crise, aumentou o número de acampados. Há três anos, tínhamos apenas umas cem famílias acampadas aqui no Rio Grande do Sul. Com a crise econômica, aumentou o número de famílias procurando o MST para ir acampar”, afirma Ildo Pereira, integrante da direção nacional do movimento.

O aumento dos acampamentos, a falta de novos assentamentos e a paralisia das políticas de reforma agrária compõem o eixo central da pauta da Jornada Nacional de Lutas pela reforma agrária, também conhecida como Abril Vermelho, que o MST iniciou na segunda-feira (17) em todo o país. 

Em Porto Alegre, cerca de 2 mil trabalhadores rurais sem terra, entre acampados e assentados na reforma agrária, ocuparam no início da manhã os pátios do Instituto Nacional de Colonização e reforma agrária (Incra) e do Ministério da Fazenda. Ainda segundo o MST, a desocupação dos pátios ocorrerá somente após o atendimento de ao menos uma parte da pauta de reivindicações do movimento.
Créditos: Brasil de Fato

CNBB, OAB e economistas criticam reforma da Previdência

“A reforma da Previdência não pode ser aprovada apressadamente, nem pode colocar os interesses do mercado financeiro e as razões de ordem econômica acima das necessidades da população”. Esse é um dos trechos da nota pública divulgada nesta quarta-feira (19) em conjunto pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Conselho Federal de Economia (Cofecon).

No texto, as entidades afirmam que a Seguridade Social deve “garantir a proteção aos vulneráveis, idosos, titulares do Benefício de Prestação Continuada (BPC), enfermos, acidentados, trabalhadores de baixa renda e trabalhadores rurais”. Além disso, dizem ser necessária “atenção especial” para as mulheres. Para as entidades, a reforma proposta “vai na direção oposta à necessária retomada do crescimento econômico e da geração de empregos, na medida em que agrava a desigualdade social e provoca forte impacto negativo nas economias dos milhares de pequenos municípios do Brasil”.

Cofira a íntegra da nota:

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, a Ordem dos Advogados do Brasil-OAB e o Conselho Federal de Economia-COFECON, conscientes da importância da Previdência Social para o povo brasileiro, e preocupados com a proposta de reforma encaminhada pelo Executivo ao Congresso Nacional, vêm, conjuntamente, reiterar sua posição sobre a Reforma da Previdência-PEC 287/2016.

Nenhuma reforma que afete direitos básicos da população pode ser formulada, sem a devida discussão com o conjunto da sociedade e suas organizações. A Reforma da Previdência não pode ser aprovada apressadamente, nem pode colocar os interesses do mercado financeiro e as razões de ordem econômica acima das necessidades da população. Os valores ético-sociais e solidários são imprescindíveis na busca de solução para a Previdência.

As mudanças nas regras da Seguridade Social devem garantir a proteção aos vulneráveis, idosos, titulares do Benefício de Prestação Continuada-BPC, enfermos, acidentados, trabalhadores de baixa renda e trabalhadores rurais. Atenção especial merecem as mulheres, particularmente na proteção à maternidade.

Sem números seguros e sem a compreensão clara da gestão da Previdência, torna-se impossível uma discussão objetiva e honesta, motivo pelo qual urge uma auditoria na Previdência Social. Não é correto, para justificar a proposta, comparar a situação do Brasil com a dos países ricos, pois existem diferenças profundas em termos de expectativa de vida, níveis de formalização do mercado de trabalho, de escolaridade e de salários. No Brasil, 2/3 dos aposentados e pensionistas recebem o benefício mínimo, ou seja, um salário mínimo e 52% não conseguem completar 25 anos de contribuição.

A PEC 287 vai na direção oposta à necessária retomada do crescimento econômico e da geração de empregos, na medida em que agrava a desigualdade social e provoca forte impacto negativo nas economias dos milhares de pequenos municípios do Brasil. É necessário que a sociedade brasileira esteja atenta às ameaças de retrocesso. A ampla mobilização contra a retirada de direitos, arduamente conquistados, perceptível nas últimas manifestações, tem forçado o governo a adotar mudanças. Possíveis ajustes necessitam de debate com a sociedade para eliminar o caráter reducionista de direitos.

As entidades infra firmadas convidam seus membros e as organizações da sociedade civil ao amplo debate sobre a Reforma da Previdência e sobre quaisquer outras que visem alterar direitos conquistados, como a Reforma Trabalhista. Uma sociedade justa e fraterna se fortalece, a partir do cumprimento do dever cívico de cada cidadão, em busca do aperfeiçoamento das instituições democráticas.


Brasília, 19 de abril de 2017.
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB
Ordem dos Advogados do Brasil-OAB
Conselho Federal de Economia-COFECON”
Créditos: Agencia PT

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Deputados aprovam urgência da reforma trabalhista para destruir a CLT

Deputados reabriram votação da reforma trabalhista de novo nesta quarta (19), após perder a urgência da votação no dia anterior. Os deputados da base de Temer conseguiram 287 votos a favor da urgência na tramitação deste ataque contra apenas 144 contrários.

Rodrigo Maia (DEM), colocou para reavaliação o caráter de urgência da reforma trabalhista, e agora o projeto irá diretamente para uma comissão da Câmara para ser aprovado. Com a votação o projeto passará direto da Câmara para esta comissão, e em seguida encaminhado diretamente ao Senado sem possibilidade de emendas.

O que querem os deputados do governo na prática é para manter a reforma como está, possibilitando que o patrão imponha através de negociações com sindicatos pelegos a prevalência do acordado pelo legislado (ou seja, permitir diminuir os direitos dos trabalhadores através de negociação), explore os trabalhadores por 12 horas, ao mesmo tempo fazendo com que o salário possa ser pago por hora eliminando a hora extra e o salário fixo, redução da hora do almoço e uma série de outros direitos atacados.
Créditos: Esquerda Diário

Crise interrompe tendência de formalização do trabalho doméstico

A crise econômica interrompeu um processo de formalização do trabalho doméstico na região metropolitana de São Paulo, mostra estudo divulgado nesta quarta-feira (19) pela Fundação Seade, com base na pesquisa mensal desenvolvida desde 1985 em parceria com o Dieese. As empregadas domésticas mensalistas com carteira assinada, que eram 26,5% do total em 1992 e aumentaram para 42,8% em 2015, no ano passado representaram 39,4% do setor na região. As mensalistas sem carteira permaneceram estáveis, de 17,7% para 17,6% no ano – mas eram maioria em 1992: 43,2%. O segmento que continua crescendo é o das diaristas: 30,2%, 39,5% e 43%, respectivamente.
O estudo considera apenas a mão de obra feminina, que corresponde a 46,1% de todos os ocupados e a 96,9% dos serviço doméstico na região. No próximo dia 27, celebra-se o dia nacional da trabalhadora no setor.
"As dificuldades encontradas na economia, em particular no último ano, intensificaram a eliminação de postos assalariados. Nesse contexto, no sentido de conter ou reduzir seus gastos, é de se esperar que as famílias busquem optar por uma relação sem vínculo empregatício com a profissional responsável pelos cuidados da casa e/ou família e que seus serviços sejam prestados com menor frequência", diz o Seade. "Do ponto de vista da trabalhadora doméstica, a falta de oferta de postos em empresas faz com que ela retorne ou permaneça nos serviços domésticos."
A trajetória de formalização, crescimento dos rendimentos e diminuição da participação do trabalho doméstico no total da ocupação, até 2015, tinha vários fatores. Entre eles, o Seade cita conjuntura econômica favorável à abertura de vagas, políticas públicas mais amplas, novos hábitos familiares e a aprovação da Emenda Constitucional 72, de 2 de abril de 2013, que ampliou os direitos dos trabalhadores no setor. 
Uma das mudanças com a emenda foi o limite da jornada semanal em 44 horas, mas para os técnicos isso causou pouco impacto nas condições de trabalho das empregadas domésticas com carteira assinada, pois nesse segmento a jornada já vinha diminuindo ao longo da série histórica, mantendo-se naquele limite desde 2007. A média passou de 49 horas, em 1992, para 41 horas no ano passado – 19,2% ultrapassaram as 44 horas, ante 56,3% há 25 anos.
A jornada média das mensalistas sem carteira passou de 43 horas, em 1992, para 35 horas em 2016. E a das diaristas quase não mudou: de 25 para 24 horas.
Já o rendimento diminuiu de 2015 para 2016. No caso das mensalistas com carteira, a queda foi de 8,3%, para R$ 7,43/hora, em média. As diaristas sofreram retração de 4%, para R$ 10,26 por hora. De 2005 a 2015, o rendimento cresceu, lembra o Seade, creditando a melhoria, principalmente, "à valorização do salário mínimo no período".
O levantamento aponta ainda envelhecimento da categoria: as mulheres com 40 anos ou mais, que eram 29,7% do total em 1992, agora somam 72,2%. As de 25 a 39 anos passaram, em igual intervalo, de 40% para 25,8%.
"Esse movimento está relacionado, em grande parte, à falta de renovação da mão de obra que se dedica a essa atividade. O trabalho doméstico deixou de ser a principal forma de entrada no mercado de trabalho para as jovens de baixa renda. O aumento do nível de escolaridade das jovens ampliou suas opções de escolha por uma ocupação, permitindo-lhes dar preferência àquelas com maiores chances de progresso e status profissionais, que oferecem mais ou melhores benefícios e maior remuneração."
Entre as empregadas domésticas, 43,4% têm ensino fundamental incompleto. No conjunto das mulheres ocupadas na região metropolitana, a maior parte (47%) possui ensino médio completo. No recorte por raça/cor, 52,9% das trabalhadoras no setor são negras, ante 38,4% na média geral.
No ano passado, 61,1% das trabalhadoras domésticas moravam no município de São Paulo e 38,9% nas demais cidades da região. Em 1992, essas proporções eram de 66,8% e 33,2%, respectivamente. As que dormem na residência em que trabalham caíram de 22,8% para apenas 1%.
De 2015 para 2016, o número de trabalhadoras que contribui para a Previdência caiu de 55% para 51,6% do total. Esse contingente é de 100% entre as mensalistas com carteira e de 23,1% no caso das diaristas.
Segundo o Seade, o trabalho doméstico, mesmo em menor intensidade, ainda é importante alternativa de inserção ocupacional e fonte de rendimento para mulheres adultas e com baixa escolaridade. A ampliação da proteção trabalhista e previdenciária é um passo importante, "mas a alta parcela de mensalistas sem carteira assinada e de diaristas que não participaram do programa de previdência contribui para a desvalorização desse tipo de trabalho, exercido em condições diferenciadas da maioria das ocupações".
Os técnicos concluem que há na região metropolitana uma tendência, já verificada em outros países, pela qual "os serviços domésticos restringem-se a uma pequena parcela das famílias que podem arcar com esses custos". Contribui para isso a existência de outras formas de prestação desses serviços, como agências e empresas especializadas.
Créditos: RBA