quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Quase 200 mulheres foram vítimas de feminicídio durante quarentena no Brasil

Um relatório produzido pelo 
Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e divulgado com exclusividade pelo portal Universa, apontou que os registros de violência doméstica caíram na quarentena, mas mais mulheres estão sendo vítimas de feminicídio. 

Entre março e maio deste ano, o número de mulheres assassinadas aumentou 2,2% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 185 para 189 mulheres. Os registros foram baseados em 12 estados brasileiros. Em contrapartida, as denúncias de lesão corporal dolosa contra mulheres caíram 27,2%, em comparação com o mesmo período de 2019. 

De acordo com o estudo Violência Doméstica durante a Pandemia de Covid-19, houve aumento de 431% nos relatos de brigas entre vizinhos no Twitter entre fevereiro e abril de 2020. Foram identificadas 52 mil menções contendo algum indicativo de briga entre casais vizinhos realizadas entre fevereiro e abril. 

Em março, a ONU Mulheres alertou, através de uma cartilha, que os riscos de violência contra as mulheres poderiam aumentar e que elas poderiam enfrentar mais obstáculos para buscar ajuda por conta do isolamento social. No China, o primeiro país do mundo impactado pela pandemia de Covid-19, o número de casos de violência doméstica triplicou. No Brasil, a situação também é preocupante. Por: Isabela Alves. Com informação do UOL. Imagem: El19.

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Sem controle da pandemia, não haverá recuperação da economia


Em informe conjunto divulgado na quinta-feira (30), os órgãos das Nações Unidas (ONU) alertam que a recuperação da economia depende do controle da doença. “Não há abertura econômica possível sem que a curva de contágio tenha sido controlada e não há reativação (econômica) possível sem um plano claro para evitar o recrudescimento do contágio.” 

Segundo o documento, medidas de saúde destinadas a controlar a pandemia, incluindo quarentena e distanciamento social, devem ser implementadas em conjunto com medidas sociais e econômicas destinadas a mitigar os efeitos da crise, uma vez que estas facilitam o cumprimento das medidas de saúde.

 Desprezar as medidas sanitárias de prevenção ao contágio pelo novo coronavírus, deixar de investir adequadamente na infraestrutura hospitalar e em medidas socioeconômicas para permitir o isolamento social em plena curva de contágio ascendente, em detrimento da economia, não tem como funcionar. Essa estratégia, adotada pelo governo Bolsonaro e seguida por muitos governadores e prefeitos, foi condenada pela Organização Pan-Americana de Saúde e pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
Créditos: Rede Brasil Atual

sábado, 1 de agosto de 2020

Investidores retiram US$ 31,2 bi de aplicações financeiras no Brasil

A saída de recursos se concentra fundamentalmente em março, com US$ 22,2 bilhões.
No primeiro semestre deste ano, ouve retirada líquida de US$ 31,2 bi de aplicações financeiras no Brasil, informou o Banco Central. No intervalo de 12 meses encerrado em junho, a saída é maior: US$ 47,9 bilhões. Os valores envolvem recursos investidos em ações, fundos de investimentos e títulos da dívida pública.

Segundo ao BC, é a maior saída de recursos de aplicações financeiras da economia brasileira desde o início da série (quando o indicador começa a ser apurado), em 1995.Essa saída se concentra fundamentalmente em março, com US$ 22,2 bilhões [de retirada], 2/3 do total [do semestre] em um mês único, segundo o Departamento de Estatísticas do BC.

Em junho, o BC registrou ingresso líquido de US$ 2,38 bilhões em aplicações financeiras no Brasil. “Não dá pra afirmar ainda que é permanente. Em julho [parcial até o dia 23], está meio zero a zero”, acrescentou o dirigente do BC. Foto:Google. Fonte: G1

quarta-feira, 22 de julho de 2020

SP teve aumento de 263% de mortes pela covid-19 após reabertura do comércio

Com 20.171 mortes pela covid-19 registradas até 
ontem (21), estado de São Paulo teve aumento de 263% de óbitos em relação ao início da flexibilização da quarentena e reabertura do comércio em 1º de junho. Naquela data, havia 7.667 mortes registradas. Além disso, nesses 50 dias de abertura, o estado teve aumento de quase 380% no número de casos confirmados. Os dados, da Secretaria da Saúde, contradizem o discurso do governador de que a situação está sob controle e a abertura é bem-sucedida.

A média de mortes diárias pela covid-19 em São Paulo estacionou em patamares elevados. Na data de início do processo de flexibilização, a média era de 206 mortes por dia. Chegou a 276 em 23 de junho. Caiu para 227 no início de julho, mas voltou a crescer aos patamares registrados em meados de junho, atingindo a maior média até agora – 277 óbitos por dia – no último dia 18.
A média de casos também subiu, saindo de 3.953 casos novos por dia, em 1º de junho, para 5.975 no dado divulgado ontem (20). E chegou a mais de 7 mil novos casos por dia em vários momentos.

Além das mortes e dos casos de covid-19 em São Paulo, a média de internações cresceu desde o início da flexibilização. Em 1º de junho, a média diária era de 1.678. Hoje, é de 1.911. O número de pessoas internadas era de 12.920, naquela data, sendo 7.777 em enfermaria e 4.681 em unidades de terapia intensiva (UTIs). Nesta terça-feira são 14.074 pessoas internadas, sendo 8.269 em enfermaria e 5.805 em unidades de terapia.

Apesar disso, o governo Doria trata a abertura como um caso de sucesso. Muito diferente de como a pandemia era tratada uma semana antes do anúncio da flexibilização. No dia 19 de maio, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas, disse que o estado estava “perdendo a batalha para o vírus”.

Desde o dia 6 de julho na fase 3-amarela do Plano São Paulo, que coordena a flexibilização da quarentena e a reabertura do comércio, a capital paulista teve pequena redução na média diária de novos casos, mortes e internações, entre junho e julho. Mas o mês de julho mostra estabilização em patamares elevados. A cidade ainda registra mais de 650 internações, entre 80 e 90 mortes e de 1.600 a 2.300 casos novos por dia. 

A cidade teve aumento de 172% no número de casos, entre 1º de junho, quando iniciou o processo de reabertura, e hoje (21). Já o número de mortes mais que dobrou no período: de 4.304 para 8.799 (104%). Por Rodrigo Gomes, da RBA. (Editado),
Créditos: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Brasil é o epicentro da pandemia no mundo, alerta OMS

Com uma  média de 1200 mortes diárias por covid-19 nas ultimas semanas,
 o Brasil é hoje o epicentro da pandemia no mundo.

Em 24 horas o Brasil registrou oficialmente exatos 1.300 mortos pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. Os dados são do boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), divulgado no início da noite desta terça (14). Nas últimas semanas, os óbitos se mantiveram na casa dos 1.200, nos piores dias. O aumento confirma o que cientistas vem repetindo a pandemia segue descontrolada no país.

Já a curva de contágio da covid-19 nem sequer chegou a entrar em estabilidade e segue crescente. Nas últimas 24 horas, foram registrados 41.857 novos doentes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o Brasil é o epicentro da pandemia no mundo, com o número de mortos no último mês superando outros países membros da comunidade internacional.

Desde março, quando a pandemia chegou ao Brasil, já foram registrados 1.926.824 infecções. Durante todo o período, o governo Bolsonaro ignorou o surto. “Queimou” dois ministros da Saúde por eles seguirem as recomendações médicas e chegou a afirmar que as mortes pela covid-19 não passariam de 2 mil. Além disso, Bolsonaro promoveu aglomerações públicas e fez piada com as mortes.

Mesmo com o alerta da ciência, governadores e prefeitos, que inicialmente mostraram preocupação e baixaram medidas de distanciamento social, abandonaram medidas mínimas de proteção à população, após um tímido sinal de estabilidade no número diário de mortos, há cerca de três semanas.

Porém, a estabilidade manteve-se no topo e não houve redução na curva de mortalidade. Epidemiologistas alertaram para as consequências da flexibilização da quarentena: sem controle, o cenário pode piorar.

Em números globais, desde o início da pandemia, o Brasil é o segundo país mais afetado pelo novo coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Sozinho, o país tem mais do que o dobro de casos e mortes pela doença do que todos os países sul-americanos somados. O Brasil também é um dos países que menos realizam testes de sorologia da covid-19 no mundo. (Editado). Foto:EBC.
Créditos: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Insegurança alimentar aumenta no Brasil e atinge 43 milhões de pessoas

Em apenas 3 anos, a porcentagem da população brasileira afetada pela insegurança alimentar moderada e aguda aumentou 13%. Em 2016, o número de pessoas que ingeriam menos calorias do que o necessário para uma vida saudável era de 37,5 milhões no Brasil, e saltou para 43,1 milhões em 2019.

Os dados foram apresentados na segunda-feira (13) pelo relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2020" (State of Food Security and Nutrition - SOFI). O documento foi lançado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Programa Mundial de Alimentos (WFP) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo o mais completo estudo global sobre o tema. 

Segundo o relatório, cerca de 750 milhões, ou quase uma em cada dez pessoas no mundo, foram expostas a níveis graves de insegurança alimentar no ano passado. Já a insegurança alimentar moderada - que ocorre quando as pessoas são forçadas a reduzir a quantidade ou a qualidade dos alimentos -  afetou dois bilhões de pessoas no mesmo período. 

O levantamento destaca ainda que cerca de 8,9% da população mundial, o equivalente a 690 milhões de pessoas, foi afetada pela fome em 2019. Houve um aumento de 10 milhões de pessoas nessa condição em nível global em apenas um ano. 

Somente na região da América Latina e Caribe, mais de 47 milhões foram atingidas pela fome ano passado. É também na mesma região que a insegurança alimentar aumenta rapidamente, crescendo de 22,9% em 2014 para 31,7% em 2019. 

Anualmente, o documento faz um rastreamento do desempenho e trajetória dos países para alcançar a erradicação da fome global, uma das metas sustentáveis da Objetivos Sustentáveis da ONU para 2030. Por Lu Sudré. Edição: Rodrigo Durão Coelho.
Créditos: Brasil de Fato

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Covid-19 mata 2,7 vezes mais em bairros pobres

Na cidade de São Paulo o covid-19 mata 2,7 vezes mais em bairros pobres do que nas regiões mais ricas. As regiões da cidade que concentram mais famílias em situação de extrema pobreza são também as que registram o maior número de óbitos pelo novo coronavírus. Levantamento da Rede Nossa São Paulo também revela que a letalidade da doença é inversamente proporcional à oferta de trabalho formal em cada região. A pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira (10).

Para identificar as desigualdades sócio-espaciais que marcam a disseminação da doença na maior cidade do país, a Nossa SP cruzou dados do Mapa da Desigualdade 2019 com as taxas de emprego formal, a renda média familiar, o número de famílias em extrema pobreza e o número de mortos pela covid-19 em cada região.
Os resultados indicam que o endereço é uma espécie de “fator de risco” para as pessoas contaminadas pelo novo coronavírus.

Por exemplo, o Jardim São Luiz, na zona sul da capital, que tem mais de 20 mil famílias em situação de extrema pobreza – que recebem até um quarto do salário mínimo – e renda média familiar mensal de R$ 983, registrou 256 mortos pela covid-19. Na outra ponta, o Alto de Pinheiros, na zona oeste, região nobre da capital que tem apenas 102 famílias na extrema pobreza e renda média familiar de R$ 9.344, teve apenas 48 mortes.

Os distritos pobres da capital têm renda média equivalente a 18,5% dos distritos mais ricos. No Jaraguá, extremo norte da capital, onde a renda médias das famílias é de R$ 1.702, foram registrados 162 óbitos. Em Artur Alvim, zona leste, com renda familiar de R$ 1.832, outras 161 mortes. 

Com 34.430 mil famílias na extrema pobreza, o Grajaú, na zona sul, registrou 302 óbitos. Logo atrás, com 282 mortes pela covid-19, o bairro de Jardim Ângela, também na zona sul, concentra 26.857 famílias muito pobres.

Já no bairro do Morumbi, área nobre da zona sul, cada família ganha em média R$ 9.091 por mês. Por lá, apenas 42 óbitos ocorreram até o momento. Na Consolação, região central da cidade, com renda familiar de R$ 8.755, 60 mortes por coronavírus foram registradas.

Segundo os pesquisadores, esses números indicam que quanto menor a renda das famílias, menores são as possibilidades de acesso a tratamentos para casos mais graves. Nas regiões mais pobres, a oferta reduzida de leitos leva à superlotação do sistema. A consequência é que a covid-19 é mais letal entre os extremamente pobres e mais vulneráveis.(Editado).
Créditos: Rede Brasil Atual