terça-feira, 9 de março de 2021

Covi-19: Fiocruz prevê produção 1 milhão de vacinas por dia

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) espera produzir um milhão de doses da vacina contra a covid-19 por dia até o final de março. A estimativa foi divulgada ontem (8), durante a visita técnica do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, quando foi anunciado o início da produção em larga escala.

Durante o encontro, representantes da Fiocruz previram a entrega de 3,8 milhões de doses para o mês de março. A produção dos lotes de pré-validação e validação foram finalizadas no último domingo (7), com testes de consistência e estabilidade dentro dos parâmetros desejados.

Esses lotes poderão ser incorporados ao Programa Nacional de Imunização (PNI), mediante aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Com o início da operação dessa primeira linha na segunda-feira, a Fiocruz iniciará o escalonamento gradual da produção.

A expectativa é chegar, até o final de março, com as duas linhas em funcionamento, com uma produção de cerca de um milhão de doses por dia", informou a Fiocruz em nota publicada em sua página na internet. Créditos: UOL

segunda-feira, 8 de março de 2021

Brasil supera dez mil mortes por covid-19 em uma semana

Em sete dias, mais de dez mil pessoas morreram no Brasil em decorrência da covid-19, maior registro em um período de uma semana de toda a pandemia. Dados deste reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa no sábado (06) mostram 1.498 novos óbitos nas últimas 24 horas, totalizando 10.183 mortes desde o sábado passado. O número de vítimas da pandemia já ultrapassa 264 mil pessoas em todo o País, que obteve pelo oitavo dia consecutivo um novo recorde na média móvel diária de mortes, com 1.455 óbitos neste sábado. 

Ao longo dos últimos sete dias, São Paulo respondeu por 1.989 do total de óbitos nacionais, enquanto outros 1.027 aconteceram no Rio Grande do Sul. O Estado vive uma crise no sistema de saúde, com 100% dos 3 mil leitos de UTI ocupados. Em Minas Gerais, as mortes desta semana chegaram a 928. Liderando as estatísticas absolutas, nas últimas 24 horas, São Paulo registrou 353 óbitos pela doença, seguido por 182 no Rio Grande do Sul, 155 em Minas Gerais e 146 no Paraná. 

Ainda segundo dados do consórcio de veículos, 67.477 novos casos de covid-19 foram confirmados no País neste sábado, chegando a um total de 10.939.320. Segundo o Ministério da Saúde, 9.704.351 pessoas estão recuperadas da doença, em meio a 10.938.836 casos confirmados. Os números da pasta diferem em relação ao consórcio pelo horário de coleta dos dados. Créditos: Jornal do Comércio

Brasil perdeu R$ 172 bilhões em investimentos e 4,4 milhões de empregos com a Lava Jato

Desde que surgiu em 2014, a operação Lava Jato, provocou o fechamento de 4,4 milhões de empregos no país. Além disso, o Brasil perdeu R$ 172 bilhões em investimentos. Esses dados constam de estudo elaborado pelo Dieese a pedido da CUT. 

A pesquisa diz que o setor mais atingido foi o da construção civil, que perdeu 1,1 milhão de postos de trabalho.  A CUT fará o lançamento formal da pesquisa na terça-feira (9).

Esse trabalho que denuncia o ataque da Lava Jato a empregos e investimentos é o primeiro estudo feito com base em dados e documentos oficiais sobre o impacto desastroso da operação no mercado de trabalho e na economia. O levantamento, feito pelo Dieese a pedido da Central, consumiu um ano de pesquisas. Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 4 de março de 2021

Com 1.910 mortes em 24 horas, Brasil é o epicentro da pandemia

O Brasil registrou ontem (3), 1.910 mortos por covid-19, o mais alto número de óbitos oficialmente notificados desde o início do surto, em março passado. O balanço do dia pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) reafirma o pior momento da pandemia no país. Já são 259.271 mortos. 

Em relação ao número de novos casos, foram 71.704 no último período, também um dos dias com mais notificações de novos contaminados. Ao todo, 10.718.630 brasileiros já foram infectados pelo novo coronavírus. E o cenário está se agravando com velocidade.

Hoje, o Brasil é o epicentro da covid-19 no planeta. Enquanto o resto do mundo festeja o recuo nos números de casos e mortes há cerca de seis semanas consecutivas, o Brasil vive desde o fim de novembro a situação oposta. Aglomerações de fim de ano e também no Carnaval contribuíram decisivamente para o descontrole de agora. De acordo com especialistas, a tragédia tende a se manter e até mesmo se ampliar nas próximas duas semanas, pelo menos.

Além da explosão do surto, sem contar a subnotificação, o país segue testando pouco a população. Esses fatores somados levam entidades e cientistas a afirmarem que a tragédia brasileira é seguramente maior do que mostram os dados oficiais. Foto: AFP. Créditos: Rede Brasil Atual

quarta-feira, 3 de março de 2021

Governadores se unem para tentar desmontar sabotagem de Bolsonaro a vacinas e combate à covid

RBA-Em reunião na tarde desta terça-feira (2), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e 22 governadores acordaram a destinação de R$ 14,5 bilhões do Orçamento da União de 2021 para a área da Saúde e o combate à pandemia de covid-19, o que inclui a compra de vacinas pelos estados. 

As verbas viriam de emendas parlamentares (R$ 12 bilhões) e do fundo emergencial de combate à pandemia (R$ 2,5 bilhões). Também será criado um grupo composto por um governador de cada região e representantes da Câmara, do Senado e do Ministério da Saúde para monitorar a importação de insumos e a fabricação das vacinas.

Coordenador do fórum de governadores, Wellington Dias (PT), do Piauí, disse que o grupo vai facilitar o diálogo entre os entes federativos. “Temos a perspectiva de sair dessa situação de superlotação dos hospitais e desse número elevado de óbitos”, disse.

Estiveram na reunião – virtual ou presencialmente, na residência oficial da Presidência da Câmara – governadores de 21 estados e do Distrito Federal, além da presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) da Casa, Flávia Arruda (PL-DF), e do relator do Orçamento, Márcio Bittar (MDB-AC). Entre governadores, só não participaram Gladson Cameli (Acre-PP), Renan Filho (Alagoas-MDB), Ronaldo Caiado (Goiás-DEM), Claudio Castro (Rio de Janeiro-PSC) e Mauro Carlesse (Tocantins -DEM).

As quatro prioridades discutidas na reunião, segundo o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), foram a compra de vacinas, recursos para a saúde, auxílio emergencial e criação de medidas para a recuperação econômica. “Reitero que esse é um momento de todos estarem unidos em prol da população brasileira, e o Congresso Nacional tem um papel fundamental nesse sentido”, escreveu nas redes sociais. Segundo Lira, o fundo emergencial de combate a pandemia é “um montante, que não extrapola o teto de gastos”.

Ontem, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) adiantou sua posição sobre a reunião. “Não tem como entender que o presidente da República não seja responsável por esse número de mortes no Brasil, uma vez que gera confusão”, disse em coletiva.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirma que pretende comprar 20 milhões de doses da vacina russa Sputnik V (“vê”, de vacina) para incluir no programa paulista de vacinação contra a covid-19, segundo a colunista Mônica Bergamo. Mas esse imunizante, assim com o da Pfizer e outros, tem sido objeto de entraves criados pelo governo Bolsonaro.

Embora os participantes da reunião tenham adotado um tom ameno nas declarações, a unidade dos chefes dos executivos estaduais se desenha como uma resposta ao presidente Jair Bolsonaro e seu séquito negacionista, no auge da crise da pandemia no país. Já foram confirmados, até esta terça (2), 115 milhões de casos no mundo, dos quais 10,6 milhões (9,2%) no Brasil. As mortes em território brasileiro (258 mil) representam cerca de 10% dos óbitos no planeta, de um total mundial de cerca de 2,5 milhões de mortos.

Além do discurso contra as vacinas e máscaras, Bolsonaro adota práticas administrativas e políticas que facilitam o alastramento da doença. Também dificultam a adoção de uma política nacional coordenada de combate ao surto. Nesta terça, vieram a público os vetos de vários dispositivos da medida provisória – aprovada na Câmara em dezembro do ano passado e em fevereiro, no Senado –, que tinha o objetivo de acelerar a vacinação no país. 

Bolsonaro vetou o artigo que previa que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedesse autorização emergencial para utilização de vacinas em até cinco dias após o pedido, desde que aprovadas por entidades e autoridades estrangeiras internacionalmente reconhecidas. Outro veto foi ao dispositivo que autorizava estados,  municípios e o Distrito Federal a adotar medidas necessárias à imunização da população, “no caso de omissão ou de coordenação inadequada das ações de imunização de competência do Ministério da Saúde”.  Por Eduardo Maretti, da RBA. Foto: Luiz Macedo. Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 2 de março de 2021

Enquanto pandemia recua no mundo, Brasil fracassa no combate à Covid-19

Enquanto a pandemia do novo coronavírus recua no mundo, com autoridades acelerando a imunização da população ao mesmo tempo em que decretam medidas de restrição de circulação, de âmbito nacional, mais rígidas, o Brasil, sem comando nacional, sem vacina, sem oxigênio de sem medicamentos básicos, enfrenta o momento mais duro da pior crise sanitária do século e fracassa no combate à Covid-19.

Para evitar o caos na saúde, alguns estados e cidades brasileiras adotaram medidas restritivas, como lockdown e toque de recolher, para conter a propagação da doença, sem apoio do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL), que trabalha contra as medidas, prioriza a economia e não as vidas. Governadores pedem que as medidas sejam em todo território nacional, mas Bolsonaro se recusa a adotar restrição de circulação.

De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, mais de 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo morreram desde o início da pandemia do novo coronavírus, mas o total de mortes e infecções vem caindo, ao contrário do Brasil, onde só aumenta. A marca de 2 milhões de mortes globais de Covid-19 foi registrada em 15 de janeiro. Até agora, pelo menos 114.208.352 casos de Covid-19 foram relatados mundialmente.

Os Estados Unidos (EUA) lideram com o maior número de mortes, seguidos por Brasil, México, Índia e Reino Unido. Em 22 de fevereiro, os EUA ultrapassaram a marca de 500 mil mortes totais de Covid-19, de acordo com a universidade.

Já o Brasil chegou a 200 mil mortes em 7 de janeiro. Em 48 dias depois atingiu a marca de 250 mil vidas perdidas desde o início da pandemia.

Os dados divulgados diariamente pelo consórcio de imprensa mostram que o país está em seu momento mais letal da pandemia, com média móvel acima de mil mortos desde 21 de janeiro, ou seja, há 38 dias. Ao menos em 17 capitais, a pressão pelos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está acima de 80%, e um colapso na rede hospitalar, na maior dimensão da crise sanitária, não está descartado por especialistas.

No Brasil, mais de 46,82 milhões de brasileiros estão vivendo sob toques de recolher para conter a propagação do novo coronavírus - número que pode aumentas nas próximas semanas.

Já os países que melhor enfrentaram a pandemia da Covid-19, já desfrutam de uma normalidade após a aplicação de medidas rígidas de isolamento social, enquanto outros, como o Brasil, repetem confinamentos diante de uma segunda e até terceira onda, pior que o início da crise.

De acordo com o monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS), quatro das seis regiões do mundo tiveram uma redução no número de casos do novo coronavírus. São elas: Américas, Europa, África e Pacífico Ocidental, que inclui, entre outros países, China, Austrália, Nova Zelândia e Japão.

Apesar do Brasil, que registra o pior momento na pandemia com recordes de mortes e internações, as Américas, por sua vez, continuam sendo a região com a maior queda no número absoluto de casos.

Já o Sudeste Asiático e Mediterrâneo Oriental, que inclui entre outros Afeganistão, Egito, Líbano, Emirados Árabes e Irã — registraram um aumento, de 2% e 7% respectivamente. Créditos: CUT

segunda-feira, 1 de março de 2021

País fecha 7 milhões de vagas de emprego em 2020

A taxa de desemprego no Brasil fechou 2020 com média de 13,5%, a maior da série histórica do IBGE, iniciada em 2012 (7,4%). No ano, o país ficou com 13,415 milhões de desempregados, a 840 mil a mais do que em 2019, e fechou 7,336 milhões de postos de trabalho (-7,9%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na semana passada. Desta vez, nem o setor informal se salvou. Massa de rendimentos diminui em R$ 8 bilhões. É a maior da série histórica do IBGE, iniciada em 2012 (7,4%).

Com a perda acima de 7 milhões de vagas, o total de ocupados caiu para 86,053 milhões, menor quantidade da série. Foi uma queda disseminada, segundo o IBGE. Por exemplo, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado caiu 7,8%: menos 2,6 milhões, para 30,625 milhões de pessoas. Entre os trabalhadores domésticos, a retração foi ainda maior, recorde de 19,2%, para 5,050 milhões – perda de 1,2 milhão. 

Desta vez, nem o setor informal foi capaz de segurar a deterioração do mercado de trabalho. Houve redução de 1,5 milhão (-6,2%) entre os trabalhadores por conta própria, que passaram a somar 22,720 milhões. E o universo de empregados sem carteira no setor privado caiu bem mais, 16,5% (menos 1,9 milhão), para 9,665 milhões. Até o total de empregadores recuou (8,5%, menos 373 mil), caindo para 4,030 milhões. A taxa de informalidade passou de 41,1%, em 2019, para 38,7%: são 33,3 milhões pessoas sem carteira assinada.

Outro recorde negativo foi o de desalentados, pessoas que que desistiram de procurar trabalho devido às condições do mercado. Esse contingente cresceu 16,1% em 2020 e chegou a 5,527 milhões, maior número da série histórica da Pnad. O total de subutilizados, que inclui desempregados ou pessoas que gostariam de trabalhar mais, também atingiu seu maior número: 31,194 milhões. Aumento de 13,1% em relação a 2019, ou mais 3,6 milhões no ano.

Entre os setores de atividade, a ocupação na construção, por exemplo, caiu 12,5%, fechando 840 mil vagas. Com retração de 8%, a indústria perdeu 952 mil postos de trabalho. As áreas de comércio/reparação de veículos teve queda de 9,6%: 1,702 milhão a menos. Nos serviços, o segmento que inclui alojamento perdeu 1,172 milhão (-21,3%). Apenas a administração pública cresceu: 1%, acréscimo de 172 mil pessoas, com destaque para as áreas de saúde e de educação.

“No ano passado, houve uma piora nas condições do mercado de trabalho em decorrência da pandemia de covid-19. A necessidade de medidas de distanciamento social para o controle da propagação do vírus paralisaram temporariamente algumas atividades econômicas, o que também influenciou na decisão das pessoas de procurarem trabalho”, diz a analista Adriana Beringuy. “Com o relaxamento dessas medidas ao longo do ano, um maior contingente de pessoas voltou a buscar uma ocupação, pressionando o mercado de trabalho.

”A ocupação teve queda acentuada e em período muito curto, com impactos em toda a pesquisa, lembra a especialista do IBGE. “Pela primeira vez na série anual, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada no país. Em 2020, o nível de ocupação foi de 49,4%”, destaca.

Estimado em R$ 2.543, o rendimento médio cresceu 4,7% no ano passado, o que indica eliminação, principalmente, de vagas de menor remuneração. Por outro lado, a massa de rendimentos caiu 3,6%, para R$ 213,412 bilhões. Ou menos R$ 8 bilhões em 2020.Apenas no último trimestre de 2020, a taxa de desemprego foi para 13,9%, ante o recorde de 14,6% no terceiro trimestre, bem acima de igualo período de 2019 (11%). O total de desempregados foi calculado em 13,925 milhões. “O recuo da taxa no fim do ano é um comportamento sazonal por conta do tradicional aumento das contratações temporárias e aumento das vendas do comércio”, observa a analista. Créditos: pt.org.br