segunda-feira, 25 de outubro de 2021

COVID-19 mata importantes células do sistema vascular cerebral, diz estudo

 Pesquisas mostraram que o SARS-CoV-2 faz com que as células infectadas produzam uma "espécie de tesouras moleculares" a partir de seu próprio material genético, "cortando" uma proteína importante para sua sobrevivência.

Uma equipe de cientistas de diferentes centros de pesquisa europeus descobriu como o vírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19, afeta importantes células vasculares do cérebro que têm um papel importante no adequado funcionamento do órgão, informou o Instituto Nacional de Pesquisa Médica da França. 

Após analisar os órgãos de pacientes que morreram em decorrência do vírus, em um estudo publicado na revista Nature, os pesquisadores descobriram que o patógeno causou a morte das células endoteliais vasculares, componentes essenciais da barreira hematoencefálica que protege o cérebro e o isolam de moléculas potencialmente tóxicas, para além de desempenharem um papel importante na sua adequada irrigação.

De acordo com os especialistas, quando o SARS-CoV-2 infecta um grupo de células endoteliais, este "obriga" as células a produzirem uma "espécie de tesouras moleculares" a partir de seu próprio material genético, que "cortam" uma proteína chamada NEMO, essencial para sua sobrevivência".

Segundo os cientistas, uma vez que as células endoteliais dos vasos sanguíneos morrem, elas se convertem em algo conhecido como "vasos fantasmas", já que, ao ficarem vazios, perdem sua capacidade de isolar o cérebro de substâncias estranhas, o que poderia resultar em uma série de micro-hemorragias cerebrais.

Além disso, conforme aumenta o número de vasos fantasmas, o fluxo sanguíneo diminui nas áreas afetadas, fazendo com que outros tipos de células cerebrais fiquem sem oxigênio e glicose, causando falhas que, em casos mais graves, podem ser fatais, apontam os cientistas.

No entanto, Vincent Prevot, coautor do estudo, explica que o potencial dano cerebral e das estruturas vasculares afetadas poderia ser reversível, segundo observou no laboratório. "Notamos que, nos ratos, que desenvolvem formas muito leves da COVID-19, o fenômeno é aparentemente reversível, de maneira que podemos esperar que também seja nos seres humanos", afirmou. Foto: Arquivo EBC. Créditos: Sputnik Brasil

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Mais de 220 mil pessoas estão em situação de rua no Brasil

 


O número de pessoas em situação de rua no Brasil cresceu 140% entre 2012 e março de 2020, chegando a quase 222 mil pessoas, é o que diz nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Em sua maioria, as pessoas em situação de rua encontram-se desempregadas ou em trabalhos informais, atuando como guardadores de carros e vendedores ambulantes, por exemplo.

O estudo ‘Estimativas da População em Situação de Rua no Brasil‘ utilizou dados de 2019 do censo anual do Sistema Único de Assistência Social (Censo Suas), que conta com informações das secretarias municipais.

Outra fonte de dados para o levantamento foi o Cadastro Único (CadÚnico) do Governo Federal. No total, 81,5% da população em situação de rua está em municípios com mais de 100 mil habitantes, principalmente das regiões Sudeste (56,2%), Nordeste (17,2%) e Sul (15,1%).

É importante salientar que em 2020 18,5% da população de rua estava em municípios pequenos ou médios, indicando a necessidade de se pensar também em políticas públicas adequadas a essas localidades.

No total, até março o Brasil registrava 221.869 pessoas em situação de rua. A análise seguiu o modelo de contagem utilizado em 2015, quando foi lançado o último balanço pelo Ipea, utilizando os dados oficiais informados pelos municípios por meio do Censo Suas. No entanto, agora a pesquisa usa dados de mais municípios do que em 2015.

Esses municípios representam 84% da população total brasileira. Em 2015, a pesquisa usou dados de municípios que representavam 69% da população.

O Ipea também produziu outro levantamento, desta vez focando no impacto da pandemia na população em situação de rua.

No estudo ‘Populações em Situação de Rua em Tempos de Pandemia: Um Levantamento de Medidas Municipais Emergenciais‘, o Ipea mapeou, por meio dos sites oficiais, as principais medidas de assistência adotadas pelas prefeituras, nas capitais do Nordeste e Sudeste.

No total, entre as 13 capitais dessas regiões, as ações reportadas foram: abrigamento (12), higiene (9) e alimentação (8). As ações menos frequentes foram: centros emergenciais de serviço (2) e atividades específicas de orientação (6) para usuários de álcool e outras drogas, pessoas com transtornos mentais e iniciativas específicas para crianças e adolescentes em situação de rua.

Mesmo com as ações emergenciais que as prefeituras vêm realizando, o estudo alerta para o aumento da população em situação de rua durante a pandemia, por conta da desocupação crescente e mais intensa devido aos problemas econômicos.

Além das ações listadas, as pessoas em situação de rua ouvidas também apontaram iniciativas como instalação de pias em espaços públicos e unidades de abrigamento para pessoas que não conseguem fazer isolamento social (inclusive pessoas em situação de rua que recebem auxílio-moradia).

A oferta de novos serviços também foi ressaltada, assim como a instalação de lavanderias e banheiros públicos.

Entre os principais limitadores diante das medidas emergenciais, houve destaque para a dificuldade de testagem das pessoas em situação de rua, a insuficiência das vagas de abrigamento e os obstáculos para acesso às transferências de renda para esta população, especialmente vinculadas ao acesso à informação, documentação e tecnologia.

Também foi pontuada a necessidade de se buscar os mais “vulneráveis entre os vulneráveis”, aí incluídas as pessoas com transtornos mentais ou que vivem em situação de rua fora dos grandes centros e, por consequência, com menos acesso aos serviços públicos. Por: Mariana Lima. Foto: Zito Bezerra. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Covid-19 deixa sequelas em mais de 50%

Estudo divulgado pelo portal científico Jama Network Open mostra o percentual de pessoas com pelo menos uma sequela, as proporções observadas foram: 54% em um mês; 55% entre dois a cinco meses; 54% em seis ou mais meses. As desordens mais frequentes são anomalias em exames de imagem do tórax (pulmões); distúrbios de saúde mental, como dificuldade de concentração e Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG); e distúrbios de mobilidade funcional, como fadiga, perda acentuada de peso ou fraqueza muscular.

Também foram observadas sequelas da covid graves como distúrbios cardíacos, dermatológicos, de garganta, dermatológicos, perda de massa cinzenta no cérebro, entre outros. “E as consequências disso, além de afetar a qualidade de vida das pessoas após a recuperação da infecção? Esses efeitos de longo prazo ocorrem em uma escala que pode sobrecarregar a capacidade existente de assistência à saúde, particularmente em países de baixa e média renda”, explica a neurocientista e pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) Mellanie Fontes-Dutra.

Diante deste cenário de incertezas no longo prazo, os cientistas destacam que a melhor maneira de evitar problemas individuais e de saúde coletiva é a vacinação em massa. Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Invasão de guerrilheiros na Amazônia ameaça soberania do Brasil

Garimpo ilegal na Amazônia/Folhapress
Sputnik Brasil-Recentemente,  Polícia Federal (PF) confirmou que estrangeiros suspeitos de ligação com as antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estão entrando em território brasileiro atraídos pelo 
garimpo ilegal de ouro nos rios da Amazônia.

De acordo com as investigações, os dissidentes estão extorquindo garimpeiros que atuam de forma clandestina nos rios da região e cobrando uma espécie de "pedágio" para poderem trabalhar.

Para compreender melhor esta situação, bem como as causas, os riscos e quais as possíveis medidas que o governo brasileiro pode tomar, a Sputnik Brasil conversou com o professor de Relações Internacionais Thomas Ferdinand Heye da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Instituto de Estudos Estratégicos, especialista em questões de Defesa e Segurança da América do Sul.

O especialista ressalta que o problema do garimpo ilegal na Amazônia não é um problema recente para o Brasil, já que nos anos 1980 houve fenômenos como o de Serra Pelada, além de "figuras sinistras como o major Curió". Nos anos 1990, o garimpo ilegal chegou a influenciar a política externa com os demais países da região, especificamente com a Venezuela, em função da utilização do mercúrio que contaminava os afluentes dos rios venezuelanos em território brasileiro.

Na época, as tensões entre os dois países fizeram com que o embaixador venezuelano no Brasil tivesse sido chamado de volta ao seu país, mostrando um profundo desagrado, o que resultou em tensão nas relações diplomáticas entre os dois países.

Contudo, segundo ele, a principal diferença é que o atual problema conta com a presença de ex-guerrilheiros das Farc.

Aqueles que não aderiram ao tratado de paz com o governo colombiano, não aceitaram deixar a guerrilha a se tornar um partido político, tornaram-se reais criminosos envolvidos com todos os tipos de listas nacionais.

"Eles não são mais guerrilheiros no sentido político do termo. Ou seja, eles ambicionavam mudar o poder político na Colômbia através do uso da força para implementar o socialismo. Não se trata mais disso, é justamente ao contrário. As Farc em 2016 foram transformadas em partido político. São esses que não aderiram ao tratado de paz com o governo colombiano, não aceitaram deixar a guerrilha se tornar um partido político", ressaltou.

"Em outras partes da Colômbia, por exemplo na fronteira com a Venezuela, estes atuais criminosos, ex-guerrilheiros, já estão mais ativos, mas em relação ao Brasil, é um fenômeno mais recente e que vem ganhando cada vez mais importância", afirmou.

Um dos desdobramentos visíveis disso é que agora "nós temos na região norte do país, assim como o Comando Vermelho no Rio de Janeiro e o PCC em São Paulo, facções criminosas" que também vão se envolver com todo tipo de atividades, como extração de madeira ilegal", disse.

De acordo com o professor, estes grupos são compostos por veteranos de combate na selva e não devem ser encarados como bandidos ou criminosos normais dos grandes centros urbanos do Brasil.

"São indivíduos que são extremamente bem preparados, bem treinados para fazer este tipo de serviços, e precisam ser encarados com poder de fogo semelhante", ressaltou.

Com relação à facilidade de acesso ao território brasileiro, o professor afirmou que a razão disso é que nenhum Estado ou poucos Estados conseguem controlar completamente suas fronteiras.

"Para dar um exemplo, basta pensar nos EUA, a maior potência do planeta, que tem fronteira simples com um único país, o México, não consegue controlar o fluxo migratório e isso para eles está sendo um problema. Mas a gente não está falando de guerrilheiros ou ex-guerrilheiros das Farc, com décadas de treinamento de combate, a gente está falando de pessoas em busca de qualidade de vida melhor. E nem esses a maior potência do mundo consegue impedir. Então seria muito difícil o Brasil conseguir impedir, vedar totalmente a fronteira da região norte do país ou de qualquer região do país", explicou.

Thomas Ferdinand Heye ressalta que isso não significa que o Brasil não tenha tomado uma série de iniciativas para proteger suas fronteiras na região norte e sul.

Para o professor, o Brasil até pouco tempo atrás possuía todos os meios possíveis e os recursos necessários para conseguir enfrentar esses ilícitos transnacionais de uma forma mais eficaz.

"É claro que no atual governo tivemos graves retrocessos, mas em termos gerais, temos os recursos necessários, ou podemos fomentar os recursos necessários para lidar com essas questões de uma maneira mais coordenada por parte do Estado brasileiro, sem ser uma atribuição única de uma agência ou instituição", explicou.

"Falta mais vontade política [...] É uma oportunidade para o Brasil ter uma posição de protagonismo na região. O que falta nesta equação é que não é somente um problema de segurança pública, a questão do garimpo ilegal, a presença de atores externos, a questão dos ex-guerrilheiros colombianos, mas a ausência de um modelo de desenvolvimento socioeconômico sustentável para a região, sem que seja predominante a série de medidas ilegais que são tomadas na região, principalmente o grave impacto no meio ambiente", afirmou o professor.

Essa é uma região com muitas preocupações estratégicas, principalmente envolvendo a invasão das terras indígenas, garimpo, desmatamento e pecuária, que estão presentes em todos os documentos de Defesa do país.

De acordo com o professor, o país vem fazendo uma série de iniciativas na esfera militar, como patrulhamentos na fronteira, aplicação do sistema integrado de proteção da Amazônia, que faz parte do sistema de vigilância da Amazônia.

"Nós temos grande capacidade de penetração, não somente no que se refere ao nosso espaço aéreo, mas também ao espaço aéreo dos países vizinhos, no que se refere a qualquer espécie de aeronave e que possa parecer suspeita que possa ter sua presença questionada", observou.

Segundo Thomas Ferdinand Heye, uma série de questões relativas à segurança, que são muito preocupantes, está emergindo na Amazônia.

Ao ser questionado como os dois países têm tentado resolver este problema na fronteira, o professor afirma que, caso o assunto seja tratado, não deverá ser de uma forma tão ostensiva, e recorda que em breve os líderes dos dois países devem se encontrar.

Com todos os países atentos e "palpitando" sobre a Amazônia, certamente é hora de o Brasil demonstrar seu poder e soberania para despachar não apenas os "curiosos e palpiteiros" como também os invasores.

Falando sobre o assunto, Thomas Ferdinand Heye cita que essa "vilanização" do Brasil, "mais especificamente do atual presidente" na comunidade internacional "é extremamente prejudicial" não apenas para a região amazônica, mas para o país como um todo.

"É importante assinalar politicamente para os demais países que, se o atual governo é um problema, o Brasil como Estado, é a solução. Ou seja, da mesma forma que tivemos um enorme retrocesso em questões relativas à proteção do meio ambiente e à promoção de qualquer espécie de desenvolvimento regional sustentável, isso não impede que no futuro o façamos", afirmou.

Thomas Ferdinand Heye cita que, ao se tratar de fronteiras, fala-se de dois atores, mas as áreas de fronteira são áreas extremamente vivas e diferentes dos estados restantes.

Nas cidades fronteiriças, é frequente ver os habitantes cruzarem as fronteiras por diversos motivos.

O professor recorda que o Brasil vem desenvolvendo no sul o sistema integrado de monitoramento de fronteiras, que é um esforço coordenado das Forças Armadas, justamente em fiscalizar esta faixa de fronteira junto com as demais forças.

Além disso, na região sul, a Força Aérea Brasileira recorre frequentemente à interceptação de aeronaves suspeitas, bem como a pelotões de fronteira no Extremo Norte, que "são indivíduos extremamente corajosos, solitários, mas que são a cara do estado do Brasil, nos lugares mais inóspitos e inacessíveis".

Ao ser questionado como os dois países têm tentado resolver este problema na fronteira, o professor afirma que, caso o assunto seja tratado, não deverá ser de uma forma tão ostensiva, e recorda que em breve os líderes dos dois países devem se encontrar.

"Sem dúvida nenhuma, a região carece de um ator que assuma o protagonismo na Amazônia, e esse ator naturalmente é o Brasil, não somente por deter a maior parte da Amazônia, mas também por ser o país com maior capacidade de recursos e ser capaz, justamente, de desenvolver as relações diplomáticas, políticas com os demais países vizinhos, em um esforço colaborativo entre os países da região para coibir a propagação destas atividades como o garimpo ilegal, desmatamento ou qualquer questão relativa", observou.

O professor ainda enfatiza que essa questão deve ser percebida nas atuais relações com as demais grandes potências globais.

"Eu me refiro especificamente aos EUA, China e alguns países da Europa Ocidental. Todos eles têm como prioridade nas suas respectivas agendas de segurança, a questão do meio ambiente, e todos eles estão voltados para a Amazônia", destacou.

Um dos pontos que vai ser discutido na COP26, que será realizado neste mês em Glasgow, será justamente a maneira como podemos financiar ou obter recursos para promover o desenvolvimento sustentável da região, contribuindo significativamente para a diminuição da ocorrência de atividades ilícitas, de maneira geral.

Contudo, infelizmente, tendo em conta as atitudes do atual governo em relação à questão ambiental, "provavelmente esta oportunidade será perdida", mas vai ficar na agenda para o próximo governo, ressalta o professor. Por Felipe Camargo e Luiza Ramos/Sputnik Brasil. Créditos: Sputnik Brasil

domingo, 10 de outubro de 2021

Com a volta da inflação aumenta o empobrecimento, arrocho salarial, desemprego e juros mais altos

Com a volta da inflação anual de dois dígitos após mais de 5 anos tem consequências diretas não só para o bolso do brasileiro, mas também nas perspectivas para o emprego, renda, crédito e crescimento da economia.

A inflação calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, atingiu 10,25% no acumulado em 12 meses, a maior taxa anual desde fevereiro de 2016, quando ficou em 10,36% 

Economistas explicam as causas da escalada inflacionária, os efeitos do rompimento da barreira simbólica dos 10% e os impactos do aumento generalizado dos preços na economia e na vida do brasileiro.

"É mais que uma barreira psicológica, é uma tragédia mesmo. Quando chegamos a uma inflação de dois dígitos, há uma pressão muito forte para reajustes e para indexação da economia", afirma Carlos Honorato, economista e professor da FIA e Saint Paul.

Honorato destaca que o brasileiro ainda tem uma "memória inflacionária" e carrega no DNA o "medo da inflação".

O momento atual de inflação nas alturas é ainda mais grave em virtude do desemprego ainda elevado enquanto a economia segue em ritmo fraco de recuperação. A taxa de desemprego no Brasil ficou em 13,7% no trimestre encerrado em julho, menor taxa no ano, mas que ainda atinge 14,1 milhões de pessoas.

Apesar dos desarranjos provocados pela pandemia nas cadeias produtivas e da alta nos preços internacionais das commodities, os economistas destacam que a escalada da inflação no Brasil tem causas predominantemente domésticas.

Um país que tem dois dígitos de desemprego e de inflação é porque tem outra causa provocando isso. Na raiz desse problema está a taxa de câmbio brasileira. O real é uma das moedas que mais se desvalorizou na pandemia", diz Gonçalves.

Em 2020, a moeda americana subiu 29% em relação ao real. Neste ano, a alta é de mais 6,34%, rompendo o patamar de R$ 5,50. Em boa parte, a instabilidade política é uma das principais responsáveis pela cotação do dólar, como explica o economista da FGV.

Juros mais altos, significam crédito mais caro, menos investimento, mais freio para o Produto Interno Bruto (PIB) e salários mais achatados.

No Brasil, como mostra o IBGE, dos 10,25% de alta da inflação em 12 meses, a gasolina foi o item individual com o maior impacto. Ela representou 1,93 ponto percentual (p.p.) sobre o indicador geral. Os maiores impactos depois dela vieram da energia elétrica (1,25 p.p.), das carnes (0,67 p.p.) e do gás de cozinha (0,38 p.p.). Itens altamente influenciados pelo dólar. Créditos: G1

sábado, 9 de outubro de 2021

Brasil ultrapassa marca de 600 mil mortes por covid-19

 

RBA-O Brasil ultrapassou a marca de 600 mil mortes causadas pela pandemia de covid-19. É como se toda a população do estado de Roraima morresse em um ano e meio. Muitas destas mortes seriam evitáveis, não fosse a desastrosa condução do governo Bolsonaro ante a maior crise sanitária da história do país. O epidemiologista e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Pedro Hallal, resumiu, em seu Twitter, o que representa a marca trágica alcançada pelo país: “600 mil pessoas morreram de covid-19 no Brasil. Destas, 480 mil estariam vivas se tivéssemos mortalidade igual à média mundial (…) Definitivamente, não era uma gripezinha.”

O acadêmico defende que o negacionismo de Bolsonaro tem relação direta com o fato de o Brasil ser o segundo do mundo em total de óbitos causados pela covid oficialmente registrados. O país está atrás apenas dos Estados Unidos, que tem população 50% maior e soma 708 mil mortos.

Outro cientista, o biólogo e divulgador Atila Iamarino, também lamentou as centenas de milhares de mortes evitáveis. Além disso, pontuou o desastre da gestão de Bolsonaro em outros setores, como na Economia. Além de não preservar vidas, impõe sacrifícios extremos aos brasileiros. “600 mil mortes registradas, redução em 2 anos da expectativa de vida em 2020, meio país em insegurança alimentar e 19 milhões passando fome… Mas qual o problema em seguir medidas sanitárias vindas do Ministério da Economia? Tem que ver pelo lado bom: quem tem dólar ganhou dinheiro”, disse, em referência direta ao ministro Paulo Guedes, que mantém reservas milionárias em paraíso fiscal. Por Gabriel Valery/RBA. Créditos: Rede Brasil Atual


quarta-feira, 6 de outubro de 2021

46 milhões brasileiros vivem sem renda do trabalho

 Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), produzido a partir de dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 46 milhões de pessoas vivem em lares sem renda de trabalho no Brasil. Neste cenário, a recuperação do quadro ainda não ocorreu de maneira completa.

No segundo trimestre de 2021, a proporção de domicílios sem renda de trabalho chegou a 28,5%. Isso significa que quase 3 em 10 domicílios estão em residências sem dinheiro obtido por meio de atividades profissionais.

O sustento dessas pessoas vem de aposentadorias, pensões e programas sociais, como o auxílio emergencial. 

Antes da pandemia, no quarto trimestre de 2019, a proporção era de 23,54%, o equivalente a 36,5 milhões de pessoas. Ou seja, o número de brasileiros que entraram nesta situação foi de 9,5 milhões de pessoas.

A proporção de famílias sem renda do trabalho foi de 31,56% no segundo trimestre de 2020. Ainda, o rendimento habitual médio dos trabalhadores ocupados apresentou uma queda de 6,6% no segundo trimestre de 2021, em comparação ao mesmo período de 2020.

Já a renda efetiva subiu em 0,9% no segundo trimestre de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado. Por: Isabela Alves Fonte: Folha de São Paulo Créditos: Observatório do Terceiro Setor