sábado, 30 de junho de 2018

Gasolina tem reajuste de 40%

De um ano para cá, as cotações da gasolina nas refinarias da Petrobras, sem impostos, avançaram 40,8%. A política de reajustes diários de combustíveis da Petrobras completa um ano neste fim de semana, após ser pivô de uma greve histórica de caminhoneiros, mas ainda assim encontra apoio entre representantes do setor, que veem a liberdade de preços como primordial para a atração de investimentos ao refino de petróleo.
Anunciada pelo ex-presidente da Petrobras Pedro Parente em 30 de junho do ano passado, essa diretriz visava dar à petroleira maior flexibilidade e competitividade em busca de lucro e participação de mercado, com os reajustes seguindo a paridade internacional e o câmbio, dentre outros fatores.
De um ano para cá, as cotações da gasolina nas refinarias da Petrobras, sem impostos, avançaram 40,8 por cento, para 1,9486 real por litro, enquanto as do diesel acumularam alta de 29 por cento, a 2,0316 reais, segundo cálculos da Reuters.
A disparada do diesel, que esteve no cerne dos protestos de caminhoneiros, acabou por colocar em xeque a diretriz da empresa e levar à renúncia de Parente. A reguladora ANP abriu uma consulta pública que poderá determinar a periodicidade dos reajustes no país.
No entanto, uma política de preços de combustíveis baseada no livre mercado encontra apoio de distribuidoras, postos e especialistas.
"Sem esse realismo, não será possível realizar a continuidade de investimentos na produção, importação e distribuição de combustíveis, para que continuem sendo colocados de forma eficiente para o consumidor", afirmou Plinio Nastari, presidente da Datagro e especialista do setor.
Recordes de preço nas refinarias foram observados em maio, com a gasolina atingindo 2,0867 reais por litro e o diesel, 2,3716 reais. Atualmente, valores do diesel estão congelados como parte de um programa de subvenção do governo seguido pela Petrobras. Fonte: Reurers.
Créditos: Brasil 247

Renúncia fiscal com agrotóxicos é de R$ 9 bilhões

agro embrapa.jpg
Foto: EMBRAPA
O Brasil deixou de arrecadar R$ 9 bilhões no período de 2010 a 2017 somente com a isenção fiscal da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do PIS/Pasep para o setor de agrotóxicos. Esses tributos têm papel relevante para subsidiar a seguridade social, que inclui as áreas de saúde, educação e assistência social.
O dado consta de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), para avaliar a preparação do governo brasileiro para implementar e monitorar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – Agenda 2030. Trata-se de compromisso assumido pelo Brasil com a Organização das Nações Unidas (ONU) para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta.
Os dados são incompletos. Trata-se de estimativas calculadas a partir das informações disponíveis. Além disso, não contemplam o Imposto de Importação (II) e nem o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), já que as desonerações desses produtos não configuram gasto tributário. E o cálculo não abrange a redução na base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), por ser um tributo estadual.
Para os auditores, as desonerações não são acompanhadas nem avaliadas pelo governo federal "devido às falhas de governança" e são concedidas independentemente de seu nível de toxicidade à saúde e de periculosidade ambiental.
"O dado é a ponta do iceberg. Só no estado de São Paulo, o governo abriu mão de R$ 1,2 bilhão em 2015. Então, para chegar mais perto da realidade, a estimativa do TCU deveria ser multiplicada pelo menos por três, já que há outros grandes consumidores estaduais, como Mato Grosso, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Além disso, agrotóxicos são considerados insumos agrícolas e, nessa condição, a despesa é abatida integralmente na declaração de rendimentos do imposto de renda pessoa física (IRPF) e pessoa jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL)", disse o defensor público Marcelo Novaes, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo em Santo André, no ABC paulista, e integrante do Fórum Paulista de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos.
"Importante lembrar que além da carga de tributos federais baixíssima, é enorme a desoneração de ICMS. Uma perda tributária absurda em razão da integral dedutibilidade nos impostos sobre a renda. Uma desoneração sem nenhuma seletividade. Produtos mais perigosos à saúde têm tratamento tributário idêntico ao menos agressivo."
Os R$ 9 bilhões estimados da renúncia fiscal correspondem à receita que municípios como Macaé (RJ) levam quatro anos para arrecadar. Com 244 mil habitantes, tem em seu território empresas da cadeia do petróleo. O montante é suficiente para adquirir 130 mil unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida em Curitiba.
A concessão de benefícios tributários à indústria dos agrotóxicos foi um dos principais temas discutidos em seminário realizado ao longo desta sexta-feira (29) no Sindicato dos Químicos de São Paulo. Realizado pela Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, o encontro integra a agenda de fortalecimento da articulação dos movimentos sociais para a resistência ao avanço de políticas que pretendem ampliar o uso de agrotóxicos no país.
Na segunda-feira (25), o Pacote de Veneno foi aprovado em comissão especial da Câmara. Agora está nas mãos do presidente da casa, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deverá estudar o momento mais estratégico para colocar em votação.
"Vivemos uma conjuntura difícil, e os trabalhadores são a parte mais frágil, os que vão sofrer mais com mais agrotóxicos. Aqueles que vivem na cidade e, principalmente, os que vivem no meio rural. Vamos fortalecer a nossa rede", disse a agrônoma Carla Bueno, da coordenação da Campanha Permanente.
O apoio ao Projeto de Lei 6.670/2016, que estabelece a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pnara), é outra frente de combate ao avanço Pacote do Veneno. A comissão especial já está instalada. O presidente é o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) e o relator, Nilto Tatto (PT-SP).  
Participaram ainda da mesa de debates Kelli Mafort, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), a pesquisadora e professora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP) Larissa Mies Bombardi, autora do atlas Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, e Susana Prizendt, coordenadora da campanha contra os agrotóxicos no estado de São Paulo. Na plateia, estiveram agricultores, ativistas, estudantes, cozinheiros, professores e parlamentares. Veja tabela:
tabela tcu.jpg
Créditos: Rede Brasil Atual

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Câmara de SP aprova aumento do salário-esposa para servidores do TCM

Resultado de imagem para tcm sp
Os vereadores da cidade de São Paulo aprovaram esta semana o reajuste do benefício salário-esposa para os servidores do Tribunal de Contas do Município (TCM). O benefício foi concedido aos servidores homens que são casados ou vivem com mulheres que não trabalham. A lei municipal que concede este privilégio é de 1979. No estado, a lei é de 1968.
A aprovação do projeto de lei 278/2015 atualiza monetariamente, além do salário, as funções gratificadas e o salário-família. Foram criados também o auxílio-saúde, por meio de reembolso, e o auxílio-alimentação de R$ 573,45 para custeio de compras em estabelecimentos comerciais. Lembrando que os servidores já possuem auxílio-refeição.
Em São Carlos, no interior do estado, o Ministério Público (MP) entrou com ação dizendo que o salário-esposa é inconstitucional. Um juiz acatou em caráter provisório e, desde dezembro, o benefício está suspenso na cidade.
Caso o prefeito Bruno Covas (PSDB) sancione a lei aprovada, os servidores do TCM de São Paulo terão aumento de 2,84% no salário. O prefeito afirmou nesta quinta-feira (28/06) que vai devolver o projeto para a Câmara.
O pacote de benefícios recebeu 31 votos a favor e 6 contra. O pacote foi votado na última terça-feira (26/06). O reajuste salarial de 2,84% aos funcionários do TCM será retroativo a partir de 1º de março de 2018. Os benefícios irão aumentar em R$ 16 milhões o orçamento do TCM por ano, segundo estimativa do próprio órgão anexada ao projeto de lei disponibilizado pela Câmara. Fonte: G1. Foto: TC.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Governo Temer faz cortes de 94,9% em programas sociais

O Minha Casa Minha Vida, por exemplo, saiu de um orçamento de R$ 23,55 bilhões em 2015 para R$ 8,40 bilhões em 2016. Estavam previstos apenas R$ 3,69 bilhões em 2017, e se projeta um investimento de R$ 1,2 bilhão neste ano, ou seja, uma queda brusca de 94,9% em relação ao valor de 2015. Não são apenas os cortes impulsionados por Michel Temer (MDB) que influenciam o acesso ao programa. As regras também estão sofrendo mudanças. 
O Minha Casa Minha Vida foi implementado em 2009, e de lá pra cá já fechou contratos para 4 milhões de unidades habitacionais, com investimento total de mais de R$ 270 bilhões, de acordo com o Ministério das Cidades. O número de imóveis já entregues é de 2,3 milhões.
No campo, a mudança das regras de acesso ao Minha Casa Minha Vida Rural têm afastado a efetividade do programa social para os agricultores.
Sonia Maria da Costa, da cidade Francisco Santos, também do Piauí, conta que foram muitas noites dormindo no chão até sua casa sair em 2012. Ela, que faz parte também da coordenação do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), denuncia que a nova modalidade em vigor depois do golpe está prejudicando o acesso das famílias.
"Praticamente elas nunca serão beneficiadas porque nem o pai pode doar terra para o filho, porque antes era até terceiro grau, o avô poderia doar para neta, o sogro para nora ou genro, e agora não. Se você não tiver a terra no seu nome, você não consegue acessar o programa", lamenta.
Menos educação superior
Mudanças também chegaram no Programa Universidade para Todos (Prouni), lançado em em 2004. Eduardo Mauro de Carvalho, psicólogo, foi um dos beneficiários das bolsas parciais. Depois de quatro anos tentando passar no vestibular numa universidade pública, ele ingressou na Universidade Bandeirantes em 2005, se formando em 2010. Hoje, profissional ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS), afirma o peso positivo do Prouni em sua formação.
"Foi graças ao Prouni que eu tive a oportunidade de ingressar no ensino superior e ter o desenvolvimento que eu tenho hoje. Na época, Eduardo acertou 97% da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ficou em terceiro lugar e conseguiu uma mensalidade de R$ 200 que cabia em sua bolso", conta.
Mais recentemente, em 2015, a jovem Deborah Monteiro passou no processo seletivo e iniciou o curso de Letras na PUC de São Paulo. "O Prouni acabou beneficiando muito das pessoas que como eu não teriam a menor condição de entrar, acessar uma universidade e de fato continuar nessa universidade. As pessoas nem prestavam [o vestibular]. Então você tinha todo um imaginário de que aquilo não era para nós da periferia".  
Hoje, a professora da rede pública relembra como foi a primeira da sua família a se formar, graças ao Prouni. Depois de uma vida escolar na rede pública, a menina negra da periferia se inscreveu sem tanta convicção na real possibilidade de ingressar na universidade com o curso 100% pago. Débora conta que sempre teve em mente que o programa é fruto da luta da classe trabalhadora e lamenta os desmontes sofridos hoje.
Em 2015, apesar do aumento no número total de bolsas do Prouni, houve uma queda no número de bolsistas integrais (para estudantes com renda de até 1,5 salário mínimo), embora tenha havido expansão no número de bolsas parciais (para estudantes com renda de até 3 salários mínimos). 
Em 2016, com Temer, houve um corte de 80 mil bolsas integrais oferecidas pelo programa na tentativa de diminuir os gastos públicos. O Prouni já atendeu, desde sua criação até o processo seletivo do segundo semestre de 2016, mais de 1,9 milhão de estudantes, sendo 70% com bolsas integrais.
O corte nas bolsas integrais e a crise financeira fez os números de estudantes que abandonaram a graduação subir. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, mais de 170 mil brasileiros, com idades de 19 a 25 anos, abandonaram a graduação no ano de 2017.
Entre 2013 e 2016, a média de desistência de alunos era de 5% ao ano. Em 2017, esse número passou para 7,38%. Esse aumento pode ser justificado pelo aumento do desemprego e a redução da oferta de financiamento estudantil já que houve também redução no Fies. Com a saída de Dilma Rousseff (PT) e a entrada de Michel Temer na presidência, o programa sofreu nova redução de vagas no segundo semestre de 2016 e em 2017. 
O governo Temer parece não ter convicção ou critério para os cortes que faz. Em fevereiro de 2017,  o então ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou redução de 29% nos investimentos Fies. O teto global de financiamento por curso saiu do R$ 42 mil para R$ 30 mil por semestre. Agora, em 2018, depois de sofrer pressão dos setores privados de educação, o MEC voltou atrás, colocando novamente o valor para R$ 42 mil.
Créditos: Brasil de Fato

Neoliberalismo de Temer desmonta a indústria nacional

A construção de um dos parques industriais mais avançados e integrados do mundo permitiu ao Brasil abandonar, a partir de 1930, a condição de atraso imposta pela antiga e longeva sociedade agrária. Ainda que tardio, o avanço do capitalismo industrial transcorreu concomitante com o estabelecimento de uma nova e complexa sociedade urbana rica, porém permeada por significativa desigualdade econômica, social e de poder.
A permanente postergação da realização das reformas clássicas do capitalismo contemporâneo, como a agrária, tributária e social, impossibilitou que a elevação ao patamar dos 10 países mais ricos fosse acompanhada por uma sociedade justa e democrática. Com isso, a prevalência de enorme concentração de pobres e camadas de trabalhadores informais, a maioria dependente da oferta de serviços às famílias ricas (piscineiros, domésticos, passeadores de cães, seguranças, motoristas particulares, jardineiros, manicure, pedicure, personal trainer, entre outros)
Por outro lado, a ascensão do receituário neoliberal durante os governos dos Fernandos (Collor, 1990-1992 e Cardoso, 1995-2002) impôs inegável inflexão à anterior trajetória industrializante da economia nacional. A consequência direta foi a precoce transição para a sociedade de serviços em decorrência da simultânea queda relativa da produção, da renda e do emprego na agropecuária e indústrias de transformação e construção civil. 
A transição antecipada da sociedade industrial para a de serviços terminou não sendo mais a abrupta e intensa diante dos governos liderados pelo PT (2003-2016) que buscaram recuperar o parque industrial através das políticas de conteúdo nacional, de financiamentos produtivos, desoneração fiscal, entre outras iniciativas. Assim, as indústrias de petróleo e gás, naval, fármacos, automobilístico, da construção civil, entre outras, voltaram a ganhar proeminência na produção, emprego e renda.  
Apesar disso, a volta da aplicação do receituário neoliberal pelo governo Temer desde o golpe de 2016, passou a produzir significativa retomada do desmonte do parque industrial brasileiro. Isso é que se pode constatar diante da profusão de exemplos associados à generalizada regressão econômica vislumbrada no complexo de petróleo e gás, na indústria naval, na construção civil e outros.
Também no setor químico podem ser constatadas importantes transformações no Brasil, como a fusão dos grupos Du Pont e Dow Chemical. Além disso, o recente anúncio da negociação de venda da petroquímica Braskem pela Odebrecht para uma corporação transnacional com sede na Holanda (LyondellBasell) impõe esvaziamento ainda maior na participação da presença do capital privado nacional no setor produtivo. Somente a aquisição da Braskem pode levar os seus 8 mil empregos distribuídos por 40 fábricas pela multinacional holandesa que detém 13 mil ocupados dispersos em suas 55 fabricas instaladas em 17 países.
Diante disso, percebe-se como o governo Temer se especializa no desmonte da industrialização nacional. Para tanto, põe fim ao antigo tripé de capitais que havia permitido o salto econômico que consolidou um dos parques de manufatura mais importante do lado sul do planeta Terra.
A continuidade do processo entreguista da nação pelo governo Temer protagonizado pela privatização do setor produtivo estatal encontra maior eco com o avanço da desnacionalização da indústria empossada pelo capital privado nacional. Tudo isso, com o possível fechamento das empresas operando no país (como no caso da venda da Embraer), a transferência de tecnologia nacional para estrangeiro (como no caso da exploração da camada do pré sal pela Petrobrás), o que compromete ainda mais as possibilidade de manutenção da soberania nacional.  Por Marcio Pochmann, professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), ambos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 14 de junho de 2018

34 bilhões para os especuladores do dólar

A tendência de desvalorização do real frente ao dólar faz com que seja elevado o preço de vários produtos que consumimos. Isso está acontecendo devido a determinações internacionais, como a tendência a aumento dos juros nos EUA e outros imperialismos que faz capitais saírem de países emergentes rumo ao imperialismo. 

Mas além disso também acontece porque o Brasil está sendo alvo de intensa especulação do mercado financeiro. Uma especulação que tem como objetivo influir nas eleições para garantir o máximo de ataques nos próximos anos, ganhe quem ganhar.

Muito mais que “subserviente”, o Banco Central é um agente deste processo de saque do país. É parte interessada em garantir que ocorra a mais agressiva Reforma da Previdência que for possível e que continue o saque do país, por isso pressionam com especulações no dólar, na dívida, na taxa de juros. Assim que se entende a atuação do Banco Central querendo aplacar a raiva do mercado com injeções de bilhões como calmantes, com compras de títulos da dívida em situações desfavoráveis, produzindo nova dívida de curto prazo para tentar abaixar os juros que o mercado está cobrando em sua dívida de longo prazo. 

Tentando traduzir: é como se você devesse a um banco algo que ele quer cobrar mais juros daqui a um ano porque você está com pouco dinheiro na conta corrente agora, e para não pagar esse juros alto daqui a um ano você vai em um agiota para melhorar sua conta-corrente. Resolve o juros de longo prazo mas você ficou ainda mais refém. Algo completamente sem sentido, não é? A não ser que o sentido seja o que é efetivamente garantido pelo Estado: entregar mais e mais recursos aos capitalistas.

Três dias de intervenção do Banco Central colocando dólares futuros à venda e o real segue estacionado em R$ 3,70. Foram dados de bandeja US$ 9,25 bi e o Banco Central já autorizou queimar outros 15 bilhões de dólares até sexta-feira. Fortunas estão sendo entregues aos especuladores do câmbio e enquanto isso eles pressionam para aumentar os juros da dívida pública que estão em suas mãos. Está em curso um acelerado processo de roubo do país.

Apesar dos bilhões entregues o “mercado” pressiona a taxa de juros querendo que aumente quanto que conseguem ser remunerados e sangrar o país. A taxa Selic estipulada pelo Banco Central está em 6,5% mas o mercado já está cotando os títulos com vencimento em 01/07/19 em 8,07 (24% acima).

Brincando de alimentar uma besta faminta com muitas cabeças o BC, alimenta uma cabeça com bilhões de reais para abaixar o dólar futuro e suas outras cabeças especulam nos juros, querem de uma maneira ou outra aumentar o saque do país. Um saque que tem como média gastar R$ 1 trilhão do país ao ano com a dívida, valor que equivale a remunerar absurdos 266 milhões de professores que recebessem o salário mínimo do DIEESE (cerca de R$ 3.900,00 mil).

O Banco Central é utilizado explicitamente para enriquecer banqueiros. Ele e o Tesouro Nacional escolheram que uma nata de bancos tem o monopólio de empréstimos avalizados pelos juros da SELIC e os mesmos bancos tem o monopólio da dívida pública. Toda dívida de longo prazo passa pelas mãos de 12 bancos, e estas escolhem quando a colocam à venda olhando se os preços no mercado estão favoráveis ou não.

É isso que está acontecendo agora. O BC atua explicitamente a favor dos capitalistas estrangeiros e seus sócios nacionais. Este grande “balcão de negócios” e de pilhagem do Brasil é conduzido pelos próprios beneficiários da negociata.
O Banco Central é presidido por Ilan Goldfjan, sócio e economista-chefe do Itaú. Por Daniel Andrade.
Créditos: Esquerda Diária

Privatização da Eletrobras pode aumentar o preço da energia em 160%

Os eletricitários brasileiros declararam greve de 72h na última segunda-feira (11) em defesa da Eletrobras. A reportagem do Jornal Brasil de Fato conversou com Emanoel Mendes, diretor do Sindicato dos Eletricitários e da Associação de Empregados da estatal, para entender os prejuízos da privatização do setor elétrico na vida dos brasileiros. Veja o que disse:
A gente já tinha definido essa greve há duas semanas, deliberado com os trabalhadores. Temos uma pauta que primeiro é lutar contra a privatização da Eletrobras e, segundo, pedir a saída do presidente da empresa, o senhor Wilson Pinto. A nossa expectativa é que ela cause uma reação no Congresso Nacional, fazendo com que a base do governo, que já está fragilizada, dialogue com os trabalhadores para ver o que podemos fazer para interromper esse processo de privatização. 

Com essa greve conseguimos um canal de comunicação com o presidente da Câmara dos Deputados, o [deputado federal] Rodrigo Maia (DEM). Não dá pra querer fazer a privatização de uma empresa que vale R$400 bilhões, querer vender por R$12 bilhões e em menos de 6 meses. Isso a gente não aceita. A expectativa é que a gente consiga barrar esse processo de privatização e que o senhor Wilson Pinto peça demissão da direção da Eletrobras.

Hoje o que está acontecendo é que o senhor Wilson Pinto tem vendido para a sociedade que a Eletrobras é ineficiente. É mentira. E uma mentira deslavada. A Eletrobrás hoje controla quase 1/3 da geração de energia elétrica desse país e não faltou energia nesses últimos anos para a sociedade brasileira. Muito pelo contrário. Todo o investimento que foi feito em geração e transmissão a Eletrobras estava fazendo sozinha ou em parceria com o setor privado. 

O primeiro impacto para a sociedade é um aumento na conta de luz, já estudado inclusive pela Agência Nacional de Energia (ANEL), que regula o setor, um reajuste de aproximadamente 20% na conta de luz da população brasileira. Com as usinas, a Eletrobras vende energia para o mercado cativo a R$40 MWh. Se a empresa for privatizada, isso vai para o mercado livre que vai vender a energia para a população a R$200 MWh. Ou seja, vai ter uma diferença aí de 160%. E ai quem vai pagar essa conta? A população brasileira. Vai ao mesmo tempo aumentar o preço da energia e precarizar o serviço para a população. 
Créditos: Brasil de Fato

terça-feira, 12 de junho de 2018

Assessor do papa denuncia perseguição política

Assessor do papa Francisco para Assuntos de Justiça e Paz, Juan Grabois foi impedido na segunda-feira 11, pela Superintendência da Polícia Federal de trazer uma mensagem do pontífice ao ex-presidente Lula, mantido preso político há 67 dias. O argumento usado pelas autoridades causou estranhamento para Grabois: o fato de que ele não seria um líder religioso.
"Vim com muita esperança trazer uma mensagem ao ex-presidente Lula e, lamentavelmente, de maneira, para mim, um tanto inexplicável, os funcionários da Superintendência, aparentemente por uma ordem de cima, decidiram suspender os direitos de Lula e os meus de ter um encontro com o ex-presidente, porque não se poderia caracterizar um encontro religioso", relatou o assessor a jornalistas em Curitiba.
Para ele, o argumento não tem lógica, uma vez que, "pela doutrina católica, todos nós, batizados, somos discípulos e missionários". Ele contou que veio trazer um rosário do papa Francisco e uma mensagem do papa a Lula, as conclusões dos encontros do pontífice com os movimentos sociais, além de debater questões espirituais com o ex-presidente. Grabois entregou o rosário na PF e deixou uma mensagem por escrito. Ele espera uma resposta de Lula até amanhã.
"Estou muito preocupado com a situação, considerando que estamos diante de um claro caso de perseguição política, onde há uma deterioração da democracia no Brasil. Esta inexplicável negativa a permitir uma visita que estava programada de antemão é parte também de um processo de degradação das instituições não somente no Brasil, mas nos países da América Latina", denunciou.
"Me surpreende que o argumento das autoridades tenham finalidade teológica, por eu não ser um sacerdote consagrado. Não sei se esses funcionários têm formação teológica, mas reforço que todos os batizados somos discípulos e missionários e temos uma missão a cumprir", completou. O assessor do papa contou ter visitado presos em situações similares em diversos locais e nunca se deparou com uma negativa dessa natureza. Ele concluiu sua fala dizendo que sai triste, mas com a certeza de que "a Justiça virá". 
Créditos: Brasil 247

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Economia piorou para 72% dos brasileiros

De acordo com pesquisa de opinião divulgada pelo Instituto Datafolha nesta segunda-feira (11), a percepção da população sobre os rumos da economia do país vem se deteriorando. Para 72% dos entrevistados, a situação econômica piorou nos últimos meses. Apenas 6% apontam melhora. No levantamento anterior, em abril, 52% achavam que os negócios não iam bem.
As expectativas para o futuro também pioraram, segundo o instituto. Há dois meses, 46% achavam que a situação iria melhorar, contra 13% que demonstravam pessimismo. Agora 32% afirmam que a economia deve piorar nos próximos meses, enquanto 26% acreditam numa melhora.
A percepção sobre a situação econômica individual também piorou. Quase a metade (49%) diz ter visto sua condição financeira retroceder nos últimos meses, enquanto apenas 10% destacaram avanços. 
A pesquisa reflete o desânimo da população com o passo lento da recuperação, que mais se parece com um quadro de estagnação, ainda mais depois da greve dos motoristas nas últimas semanas, que deve trazer impactos no PIB. Com redução nos investimentos públicos e o total de desempregados atingindo 13,4 milhões, o PIB do país avançou apenas 0,4% no primeiro trimestre deste ano.
Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Gasolina sobe até 26% após greve de caminhoneiros

Após a greve dos caminhoneiros, postos de São Paulo visitados pelo UOL estão vendendo gasolina de 3,7% a 26% mais cara em relação à média antes da paralisação. Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio da gasolina pesquisado em 180 postos da cidade de São Paulo na semana de 13 a 19 de maio, antes da greve dos caminhoneiros, era de R$ 4,048 por litro.

A reportagem do UOL  pesquisou o preço do combustível em oito postos na zona oeste de São Paulo na manhã de segunda-feira (4), após o fim da greve, e encontrou os seguintes preços: 1 posto: R$ 4,199, 5 postos: R$ 4,299 , 1 posto:  R$ 4,377, 1 posto: R$ 5,099.

No posto com o combustível mais barato (R$ 4,199), o aumento em relação ao preço da semana anterior à greve foi de 3,7%. No caso do posto com a gasolina mais cara (R$ 5,099), a alta foi de 25,96%. O levantamento é uma amostragem pequena, em oito postos da região oeste de São Paulo, e não reflete os preços praticados em toda a cidade. Pode haver preços menores e maiores.

De acordo com José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), os postos são livres para estipular o preço do combustível.

"Como o preço é livre, cada um toma sua medida. Quem vai regular isso será o próprio mercado. Os donos terão que viver com o mercado competitivo. A gente vai ter que esperar até que isso se normalize. O mercado está se regularizando", disse ele. 
Créditos: UOL

PT supera 2,1 milhões de filiados nos últimos meses

Quando se trata de disputa eleitoral, uma regra parece cada vez mais clara no Brasil: tanto Lula  quanto o PT sempre tiveram de superar não só os adversários como a perseguição de uma justiça parcial e uma imprensa sem compromisso com a verdade. A história, no entanto, prova que a ação sistemática dos detratores tem causado efeito contrário e não só Lula  segue no topo da preferência nacional como a legenda está prestes a ultrapassar a marca de 2,2 milhões de filiados e filiadas.

Não seria, portanto, exagero dizer que quanto mais atacam Lula e o PT, mais ambos ganham o apoio dos brasileiros.  Para se ter ideia, depois da prisão política de Lula em abril, a média diária de filiações subiu de 84,4 para 201,8 filiações por dia com total de 11 mil petistas em apenas quatro meses.

Deste montante, cerca de 44% das filiações são de mulheres e 56% de homens. Já a divisão por faixa etária mantém-se equilibrada entre filiados de 30 a 35 anos (10%), de 36 a 42 anos (12%), de 43 a 50 anos (12%), de 51 a 60 (12%) e com mais de 60 anos (12%).

Além do aumento da percepção de que Lula e o PT sofrem clara perseguição política com o aval do Judiciário e da imprensa hegemônica, as campanhas de filiação também têm sido fundamentais para aumentar a adesão ao partido.

“A campanha teve uma adesão enorme, com 28.649 novas filiações desde de outubro do ano passado. O Cadastro Nacional de Filiados do PT possui hoje 2.196.206 Inclusive, além de simplificarmos o nosso processo de filiação, fizemos um grande esforço de atualização do nosso Cadastro, excluindo pessoas que já faleceram ou que se filiaram em outros partidos”, explica a secretária Nacional de Organização do PT, Gleide Andrade.

Gleide esclarece ainda os motivos para haver dicotomia entre os números internos do PT com os apresentados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Os números do TSE não condizem com números os números reais dos partidos. O que acontece é que os cartórios municipais só enviam os números atualizados ao TSE em véspera de eleição. Até que a gente avance no Brasil pra ter sistema único de registro teremos essa dificuldade de mandar as listas de nomes de novos filiados e filiadas a tempo”.

O atual quadro de filiados e filiadas também aponta que os estados do Amapá, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Acre e Rio Grande do Sul superaram a marca de 20 filiados por mil eleitores. Os estados com filiações acima dos 100 mil seguem os mesmos: São Paulo (469 mil), Minas Gerais (221 mil), Rio de Janeiro (197 mil) e Rio Grande do Sul (191 mil), Bahia (121 mil), Pernambuco (120 mil) e Ceará (111 mil).
“Qualquer pesquisa de opinião mostra que o PT é o partido preferido dos brasileiros e isso está se materializando no número novas filiações”, conclui Gleide.
Créditos: Agencia PT

quarta-feira, 6 de junho de 2018

No Brasil, 71,5% das vítimas de assassinato são pretos ou pardos

Negros e brancos no Brasil vivem em realidades distintas no que se refere à violência. Em 2016, a taxa de homicídios de negros foi de 40,2 por 100 mil habitantes, duas vezes e meia maior à de não negros, que ficou em 16. Quando se analisa o período entre 2006 e 2016, enquanto a taxa de homicídios de negros aumentou 23,1%, a de brancos diminuiu 6,8%. Na prática, 71,5% dos brasileiros assassinados por ano são pretos ou pardos.
“É como se, em relação à violência letal, negros e não negros vivessem em países completamente distintos”, diz trecho do Atlas da Violência 2018, lançado nesta terça-feira (5) no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O estado de Alagoas é o exemplo perfeito da disparidade em que vivem negros e brancos no Brasil. Ao mesmo tempo em que teve a terceira maior taxa de homicídios de negros, com 69,7 por cem mil habitantes, Alagoas apresentou também a menor taxa de homicídios de não negros, com 4,1. Para os analistas do Atlas, “é como se os não negros alagoanos vivessem nos Estados Unidos, que em 2016 registrou uma taxa de 5,3 homicídios para cada 100 mil habitantes, e os negros alagoanos vivessem em El Salvador, cuja taxa de homicídios alcançou 60,1 por 100 mil habitantes em 2017”.
Além de Alagoas, outros seis estados registraram taxas de homicídios de brancos de apenas um dígito – exceção num país que, em 2016, teve a taxa de 30,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. São eles: Paraíba (5,8), Piauí (7,0), Amapá (7,8), Ceará (8,3), São Paulo (9,1) e Espírito Santo (9,3).
Quando o recorte da pesquisa é por gênero, a desigualdade se mantém: a taxa de homicídios de mulheres negras foi 71% superior à de mulheres não negras.
Apesar do abismo na exposição à violência entre brancos e negros em Alagoas, as maiores taxas de homicídios de negros, no Brasil, estão em outros dois estados nordestinos: Sergipe, com 79 por 100 mil; e Rio Grande do Norte, com 70,5. Em sentido oposto, as menores taxas de assassinatos de negros no país estão em Santa Catarina (22,4), Paraná (19) e São Paulo (13,5), os três estados do país com maior porcentagem de população branca, segundo o IBGE. O Paraná, inclusive, é o único estado do Brasil onde a taxa de homicídio de brancos é superior à de negros: 30,6 por 100 mil habitantes e 19, respectivamente.
“A conclusão é que a desigualdade racial no Brasil se expressa de modo cristalino no que se refere à violência letal e às políticas de segurança. Os negros, especialmente os homens jovens negros, são o perfil mais frequente do homicídio no Brasil, sendo muito mais vulneráveis à violência do que os jovens não negros. Por sua vez, os negros são também as principais vítimas da ação letal das polícias e o perfil predominante da população prisional do Brasil. Para que possamos reduzir a violência letal no país, é necessário que esses dados sejam levados em consideração e alvo de profunda reflexão. É com base em evidências como essas que políticas eficientes de prevenção da violência devem ser desenhadas e focalizadas, garantindo o efetivo direito à vida e à segurança da população negra no Brasil”, destaca o Atlas da Violência.
Ao todo, o Brasil registrou em 2016 a marca histórica de 62.517 homicídios, de acordo com informações do Ministério da Saúde. Essa quantidade representa uma taxa de 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes – 30 vezes superior à taxa da Europa. De acordo com o estudo divulgado, 553 mil pessoas foram assassinadas no Brasil nos últimos 10 anos.

Juventude perdida

Outro dado alarmante do Atlas da Violência 2018, embora não seja novidade, pois já apareceu em anos anteriores, é o que trata da violência contra jovens. Neste recorte, os homicídios são a causa de 56,5% das mortes de homens entre 15 a 19 anos. Quando a faixa etária é ampliada para jovens de ambos os sexos entre 15 e 29 anos, a taxa de homicídio, em 2016, é de 142,7 por 100 mil habitantes.
“A juventude perdida trata-se de um problema de primeira importância no caminho do desenvolvimento social do país e que vem aumentando numa velocidade maior nos estados do Norte”, afirma o estudo.
No capítulo sobre a violência contra a mulher, o Atlas apresenta uma subseção sobre as vítimas de estupro no Brasil. E a revelação é chocante: 68% do casos de estupro registrados no sistema de saúde, se referem a menores de 18 anos, e quase um terço dos agressores de crianças de até 13 anos são amigos e conhecidos da vítima, enquanto outros 30% são familiares próximos, como país, mães, padrastos e irmãos.
“Quando o perpetrador era conhecido da vítima, 54,9% dos casos tratam-se de ações que já vinham acontecendo anteriormente e 78,5% dos casos ocorreram na própria residência”, aponta a pesquisa.
Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 5 de junho de 2018

Após seis meses da reforma trabalhista, trabalhadores colecionam prejuízos

Em vigor desde o final do ano passado, a reforma trabalhista trouxe um acúmulo de prejuízos para o trabalhador. Após seis meses de vigência, a nova legislação provocou mudanças em diferentes frentes, como, por exemplo, na fragilização das entidades que representam a classe trabalhadora.

E o problema começa na saúde financeira: com o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, a arrecadação média dos sindicatos caiu 88% nos quatro primeiros meses do ano se comparada ao mesmo período de 2017. O dado é do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Diante da nova realidade, muitas entidades passaram a reavaliar alguns serviços. No Sindicato dos Empregados no Comércio no Distrito Federal (Sindicom-DF), por exemplo, a mudança levou a uma queda de 50% na arrecadação e também no número de filiados. 

Segundo a secretária-geral da entidade, Geralda Godinho de Sales, a redução levou a um inevitável enxugamento dos gastos. Uma das medidas adotadas foi o fechamento do setor de Medicina do Trabalho, responsável pelo acompanhamento de processos admissionais e demissionais no que se refere à saúde do trabalhador. 

A necessidade de corte também levou ao fechamento recente de duas subsedes do sindicato localizadas em cidades-satélite, que concentram boa parte da população de baixa renda.

Entre outras coisas, a reforma trabalhista trouxe mudanças como: predominância do negociado sobre o legislado; flexibilização da jornada; permissão para que grávidas e lactantes trabalhem em locais insalubres; alteração do tempo mínimo de horário de almoço, que passou de uma hora para 30 minutos; e possibilidade de o empregado pagar os custos de ações judiciais perdidas na Justiça do Trabalho.

A reforma também regulamentou novas modalidades de trabalho, como o home office (trabalho remoto) e o trabalho intermitente, em que a atividade ocorre esporadicamente e o empregado é remunerado apenas pelas horas trabalhadas e nada mais.

Outra mudança é a permissão para que os feriados sejam trocados por folgas em outras datas. A secretária do Sindicom-DF destaca que a novidade resultou, por exemplo, em escala normal de trabalho no comércio de Brasília no último Dia do Trabalhador.

“O empregado não tem mais o direito de ficar em casa, de usufruir do 1º de Maio. Foi uma perda muito grande”

Segundo levantamento da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que reúne 3.800 sindicatos em todo o país, no primeiro trimestre deste ano, houve queda de 29% no registro de acordos coletivos na comparação com o mesmo período do ano passado. O número de convenções coletivas apresentou queda ainda maior, com 48%.

Outro efeito da nova legislação é a queda no ajuizamento de ações trabalhistas em todo o país. Segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho (TST), foi registrada redução média de 46% entre dezembro do ano passado e março deste ano.

Sem a assistência sindical, o trabalhador fica mais vulnerável à negativa de direitos. Foi o que ocorreu, por exemplo, com a vendedora Gabriela Sobreira. Demitida em maio deste ano depois de atuar durante nove meses numa loja, ela foi demitida sem aviso prévio e recebeu apenas 20% do valor da rescisão a que tinha direito.
Créditos: Brasil de Fato

Massacres no campo marcam ano de 2017, diz Pastoral da Terra

 Desde 2003, a violência no campo no Brasil não era tão alta quanto foi em 2017. Naquele ano foram 73 pessoas assassinadas, enquanto ano passado a estatística macabra chegou em 71 pessoas mortas. 
O número é 16,4% maior que em 2016, quando aconteceram 61 assassinatos, e quase o dobro de 2014, com 36 vítimas.
A análise consta no relatório Conflitos no Campo Brasil 2017, lançado nesta segunda-feira (4), em Brasília, pela Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Além do alto número de assassinatos no campo, o ano de 2017 também é marcado pela quantidade de massacres: foram cinco, com 31 vítimas, o que representa 44% do total de assassinatos em conflitos no campo. Os massacres aconteceram em Colniza (MT), com nove mortos; Vilhena (RO), com três vítimas; Pau D’Arco (PA), com 10 assassinatos; Lençóis (BA), com seis; e Canutama (AM), com outras três vítimas. A CPT considera que houve massacre quando três ou mais pessoas são assassinadas em um único conflito, no mesmo dia.
Violência no campoO relatório sobre conflitos no campo é realizado desde 1985. Na série histórica, desde 1988 não se registrava mais do que dois massacres no mesmo ano. Para Airton Pereira e José Batista Afonso, integrantes da CPT, os cinco massacres de 2017 assustam pelo elevado grau de brutalidade e crueldade. “Cadáveres degolados, carbonizados, ensanguentados, desfigurados. Exemplos que deverão ficar marcados para sempre na alma de homens, de mulheres, de jovens e crianças. Uma pedagogia do terror”, afirmam no estudo.
Na análise da CPT, os 71 assassinatos de 2017 são ainda mais expressivos se comparados com o número total de conflitos, 1.431 ocorrências, 6,8% menos do que em 2016, quando aconteceram 1.536 conflitos. “Em 2017, o número corresponde a um assassinato a cada 20 conflitos, enquanto em 2016 correspondia um assassinato a cada 25 conflitos. O índice de 2017 é maior do que em 2003, quando os 73 assassinatos ocorreram num total de 1.639 conflitos, igual a um assassinato a cada 22 conflitos."
O estudo divulgado pela CPT cita a interpretação dos dados feita pelo professor Carlos Walter, da Universidade Federal Fluminense, para quem o aumento da violência no campo brasileiro está relacionado ao período de 2015-2017, definido por ele como o da “ruptura política”.
Por essa perspectiva, a média anual de assassinatos durante a “ruptura política” foi de 60,6 mortes, índice superior ao primeiro mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006), com média de 47,2 assassinatos. Muito acima do segundo mandato de Lula (2007-2010), quando houve redução e a média foi de 28,7, e ainda superior ao primeiro mandato da ex-presidenta Dilma Rousseff (2011-2014), cuja média foi de 33,7 mortes no campo.
“O ano de 2017 escancara o alto preço que as populações do campo estão pagando como resultado do golpe político-parlamentar-midiático desfechado contra a democracia”, analisa o relatório da CPT.
Além dos assassinatos, o estudo revela que outras formas de violência contra a pessoa no campo também cresceram em 2017, se comparados com o ano anterior. As tentativas de assassinato subiram de 74 para 120 – aumento de 63% –, enquanto as ameaças de morte passaram de 200 para 226. A quantidade de pessoas torturadas aumentou de uma para seis, enquanto o total de presos subiu de 228 para 263.
Créditos: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Brasil tem 7ª maior taxa de homicídios das Américas, diz OMS

Com um indicador de 31,3 mortes para cada 100 mil habitantes, o Brasil subiu duas posições e agora detém a sétima maior taxa de homicídios da região das Américas.
É o que aponta o relatório “World Health Statistics 2018”, publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que contém as mais recentes estatísticas mundiais de saúde.
O país das Américas com os maiores índices de homicídios é Honduras, com uma taxa de 55,5 mortes para cada 100 mil habitantes. Em seguida está a Venezuela, que passou a ficar na segunda posição, com 49,2 homicídios para cada 100 mil habitantes. El Salvador, que antes ocupava o segundo lugar, atualmente está no terceiro lugar do ranking.
Na outra ponta da lista estão o Canadá, com taxa de 1,5 homicídio para cada 100 mil habitantes; Antígua e Barbuda, com 1,8; e Chile, com 4,4. Em relatórios anteriores, a OMS já havia afirmado que um dos principais impulsionadores das taxas de assassinato no mundo é o acesso a armas, com aproximadamente metade de todos os homicídios cometidos com armas de fogo.

Reforma trabalhista faz desabar 88% arrecadação de sindicatos

 As alterações nas leis trabalhistas drenaram recursos dos sindicatos. Apenas em abril, o volume total arrecadado pelas associações que representam trabalhadores foi de R$ 102,5 milhões – uma queda de 90% em relação ao mesmo mês de 2017. 
“O ‘ajuste fiscal’ chegou também para os sindicatos. Depois da entrada em vigor da reforma trabalhista, em novembro, que acabou com o imposto sindical, as entidades viram sua arrecadação despencar 88% nos quatro primeiros meses do ano, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Enxutos, os sindicatos querem contornar o baque se mostrando mais atuantes junto aos trabalhadores e tentam compensar parte da queda de receita com a conquista de novos associados. 
Isso porque, com a nova legislação, em vigor há mais de seis meses, a cessão obrigatória do equivalente a um dia de trabalho, que era destinada a sindicatos, centrais e federações que representam as categorias, foi extinta. A contribuição ainda existe, mas agora é voluntária, e a empresa só pode fazer o desconto com uma autorização, por escrito, do funcionário.”Leia mais aqui. Foto: CTB.
Créditos: Brasil 247

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Governo fará cortes em programas sociais e até no SUS para baixar diesel

O governo divulgou de onde serão retirados os recursos para pagara conta da redução do preço do Diesel, que terá impacto de R$ 9,5 bilhões. A equipe econômica continua enrolada quanto ao valor a ser arrecadado com a reoneração de setores da economia, aprovada esta semana pelo Senado. E, ao mesmo tempo com os setores de onde será retirado dinheiro do Orçamento Geral da União (OGU). A verba a ser remanejada baixou de R$ 3,5 para R$ 1,2 bilhão e sairá, agora, de todos os ministérios.
Segundo as informações repassadas pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, a previsão de arrecadação com a reoneração de setores da economia, que antes o Executivo previa ser de R$ 3,5 bilhões, ficará inferior à expectativa inicial e será de apenas R$ 830 milhões este ano. Isso porque dos 28 setores que teriam reoneração, a medida vai atingir apenas 17 deles.
O Executivo anunciou que vai revogar o chamado Regime Especial da Indústria Química (Reiq) e reduzir o subsídio do Programa de Reintegração de Valores Tributários para Empresas Exportadoras (Reitengra) de 2% para 0,1%.
Uma terceira medida será a redução do percentual de crédito existente hoje do Imposto Sobre Produtos Industriais (IPI) da indústria de concentrados para refrigerantes, de 20% para 4%. A previsão é de que tais reduções resultem em outros R$ 740 milhões para os cofres públicos.
Serão utilizados R$ 5,7 bilhões em recursos que representam excesso de arrecadação previsto para 2018 para suprir a conta. E outros R$ 2,1 bilhões que estavam destinados, especificamente, para a capitalização de empresas estatais. O restante R$ 1,2 bilhão sairá do OGU.
O xadrez financeiro foi uma forma encontrada pelo governo Temer para, depois de tantas críticas de parlamentares e técnicos ao fato de a conta sobrar áreas como educação, saúde e moradia, reduzir a previsão inicial, que era de retirar mais de R$ 3 bilhões do OGU.
E, ao mesmo tempo, acabar com a polêmica sobre possível aumento de impostos, provocada por uma declaração dada pelo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, no início da semana. A fala de Moreira Franco suscitou várias contestações e depois um desmentido, por parte do ministro da Fazenda, Eduardo Guardia. 
Guardia explicou que o cancelamento (ou corte, de recursos do Orçamento) será feito “na parcela dos recursos que estavam contingenciados, de modo que não teremos de solicitar aos ministérios um novo contingenciamento”. Também disse que a melhor forma encontrada para que a saída de recursos seja feita é de forma “pulverizada” e que a equipe considerou que “o menor impacto possível” seria diluir a retirada destes valores de todos os órgãos.
Para se ter ideia da situação, os cortes no OGU feitos no ano passado resultaram em crises como dificuldades para impressão de passaportes, redução de verbas para investimentos federais em infraestrutura, de verbas para fiscalização contra o trabalho escravo e crise financeira nas universidades federais.
Além de dificuldades para funcionamento de vários laboratórios e órgãos vinculados ao setor de Ciência e Tecnologia e nas ações da Polícia Rodoviária Federal.
Já os que serão feitos a partir de agora, além de darem continuidade à escassez de verbas para estes setores que vêm atuando para resolver seus déficits e ter condições de trabalhar, também deixarão com menos recursos  programas para fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), gestão de políticas de Juventude, políticas de enfrentamento à violência contra a mulher, entre outros.
Da mesma forma, foram citados dentre outros que serão prejudicados com as medidas anunciadas nesta quinta-feira programas de assistência técnica e extensão rural para agricultura familiar e de desenvolvimento de assentamentos rurais, conforme alguns itens já repassados pela equipe econômica como escolhidos para inclusão nos cortes.
Outros programas que também terão verbas reduzidas ou totalmente zeradas são os destinados à obtenção de imóveis rurais para reforma agrária, promoção e gestão do comércio exterior, defesa de direitos difusos, a força nacional de segurança pública e a política pública sobre drogas.
Alguns ministérios já anunciaram o corte de valores que estavam destinados para seus programas.  Os de transporte terrestre do Ministério dos Transportes, por exemplo, que envolvem adequação e construção de 40 obras, perderam R$ 368,9 milhões.
Ações voltadas para prevenção e repressão ao tráfico de drogas ficarão com R$ 4,1 milhões a menos. A concessão de bolsas de um programa de estímulo ao fortalecimento de instituições de ensino superior terá perda de R$ 55,1 milhões. Outros cortes foram no policiamento ostensivo de rodovias e estradas federais (de onde foram retirados R$ 1,5 milhões) e fortalecimento do SUS (que perdeu R$ 135 milhões).
Para muitos parlamentares, que inclusive apresentaram requerimentos pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para avaliar a política de preços da Petrobras, a questão não deveria ser de ajustes como o anunciado e sim de revisão da forma de gestão da estatal.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), autora do requerimento para abertura da CPI, defendeu que essa política seja reavaliada, em vez de serem retirados recursos das áreas sociais e dos programas voltados para os mais carentes.
“É uma contradição ver que com a redução do diesel, não só os caminhoneiros, mas várias empresas multinacionais vão lucrar, quando a conta sairá de todos nós”, afirmou.
A senadora destacou que “a ficha ainda vai cair para a população” em relação às medidas anunciadas pelo presidente Michel Temer, já que elas são referentes apenas à redução do diesel. O ideal, de acordo com a senadora, assim como também defendem vários parlamentares da oposição e da base do governo, é que a questão do aumento dos combustíveis seja discutida de um modo geral, para que a conta saia da própria Petrobras.
Créditos: Rede Brasil Atual