quinta-feira, 7 de março de 2013

Nazismo volta a levantar a cabeça na Europa


grécia, aurora dourada, neonazismo


Em 5 de março de 1933, o partido nazi da Alemanha conseguiu um resultado brilhante nas eleições legislativas – 45%. Este foi o início que permitiu a Adolf Hitler mudar radicalmente o caminho da História mundial.

Hoje, a correlação de forças nos parlamentos europeus faz lembrar cada vez mais a situação existente há 80 anos. Há cada vez mais partidos de direita e de extrema-direita, cujas declarações e ações têm que ser tidas em conta pela maioria.
Nas eleições parlamentares e presidenciais nos países da União Europeia, os partidos de direita têm tido altos resultados.
A líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, obteve 18% na primeira volta das eleições presidenciais francesas. Na Grã-Bretanha, o Partido da Independência, conseguiu em média 14% nas eleições locais. Os gregos deram 7% dos votos ao partido de extrema-direita Aurora Dourada nas eleições legislativas antecipadas.
Alguns analistas já comparam a disposição de forças nos parlamentos europeus e também nas ex-repúblicas soviéticas com a República de Weimar.
Por enquanto, os partidos de direita não têm a maioria nos parlamentos europeus mas podem formar coalizões e grupos parlamentares. Tal como há 80 anos, tudo isto acontece numa altura de crise econômica. Foi precisamente a crise que motivou o crescimento das tendências radicais, considera Vladimir Zorin, vice-diretor do Instituto de Etnologia e Antropologia da Academia das Ciências da Rússia:
“A União Europeia não resolve a questão do desenvolvimento equilibrado das várias regiões. Em muitos países, especialmente nos que perderam na Segunda Guerra Mundial, há sentimentos revanchistas. Este revanchismo é o motor do radicalismo e de tentativas de rever a História”.
Hoje, em países como a França, a Finlândia, a Áustria, a Grécia, as forças de direita deram um salto colossal. Elas são apoiadas por 10-15% da população, conforme os países. Estes eleitores, na sua maioria, são jovens e a parte mais ativa da sociedade, diz o vice-presidente do Centro de Comunicações Estratégicas, Dmitri Abzalov:
“A crise europeia levou ao crescimento dos mais diversos partidos radicais. Em grande parte, isso é produto dos padrões duplos em relação à condenação do nazismo. Na Ucrânia e nos países bálticos, o nazismo foi “perdoado” e justificado a nível oficial.
Na França e no Norte da Europa, as hipóteses de partidos radicais de direita terem representação parlamentar aumentaram significativamente, o que era difícil de imaginar há 5 ou 10 anos”.
A crise econômica deu possibilidade às forças políticas de tipo nacionalista de obterem um apoio sério entre a população. A crise também foi a razão do fracasso das ideias de multiculturalismo. Não aconteceu uma interpenetração de culturas e tradições, começou, pelo contrário, uma contraposição entre elas.
Na onda das ideias de direita, cada vez mais populares, começou a erosão do conceito de “nazismo”. Parte dos políticos, apoiados a nível oficial, estão até prontos a rever os resultados da Segunda Guerra Mundial, considera Vladimir Zorin.
“O mundo está no limiar de novas mudanças geopolíticas. Isto tem a ver com os acontecimentos no Norte de África, com o que se passa no mundo árabe. Em muitos lugares, a situação é tensa. Muitos tentam utilizar o nacionalismo e o racismo para resolver os problemas atuais. Isto é muito preocupante e um fator importante de uma destabilização futura. Por isso, todas as forças que defendem a verdade histórica, a continuação do desenvolvimento da Europa e do mundo em geral, devem estar vigilantes”.
A História já mostrou uma vez para onde podem levar as ideias nazistas. Aqueles que tentam construir algo em tão duvidoso fundamento provavelmente não se devem lembrar das palavras de George Santayana: “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Dormir pouco altera atividade de genes

  Uma pesquisa britânica trouxe novas descobertas sobre como noites mal dormidas podem causar efeitos prejudiciais significativos à saúde e ao funcionamento do corpo humano.

Doenças cardíacas, diabetes, obesidade e problemas cerebrais são alguns dos problemas ligados a poucas horas de sono.

Segundo os pesquisadores da Universidade de Surrey, a atividade de centenas de genes foi alterada quando as pessoas estudadas dorminam menos de seis horas por dia durante uma semana.

Os cientistas analisaram o sangue de 26 pessoas depois que elas tiveram uma longa noite de sono, até dez horas por noite durante uma semana, e compararam os resultado com amostras retiradas depois de uma semana com menos de seis horas por noite.

Mais de 700 genes foram alterados pela mudança. Cada gene traz instruções para a construção de umaproteína. Os que ficaram mais ativos produziram mais proteínas, mudando a química do corpo.

O funcionamento do relógio biológico também foi perturbado com a mudança. As atividades de alguns genes, no decorrer do dia, aumentam e diminuem naturalmente, mas este efeito foi prejudicado pela falta de sono.

"Houve uma mudança significativa na atividade em diferentes tipos de genes", disse à BBC o professor Colin Smith, da Universidade de Surrey.

"O sono tem uma importância crítica para a reconstrução do corpo e a manutenção do estado funcional, todos os tipo de de danos parecem ocorrer (devido à falta de sono), sugerindo que pode levar a problemas de saúde."

"Se não conseguimos regenerar e substituir células, então, isto vai levar a doenças degenerativas", acrescentou.
A pesquisa foi publicada na revista especializada Proceedgins of the National Academy of Sciences.

Mais afetados

Colin Smith afirmou que muita gente pode dormir ainda menos horas do que as pessoas analisadas no estudo, o que sugere que estas mudanças observadas na pesquisa podem ser comuns.

Para Akhilesh Reddy, especialista em relógio biológico da Universidade de Cambridge, o estudo é "interessante".
Reddy afirma que as descobertas mais importantes foram os efeitos da falta de sono sobre inflamações e o sistema imunológico, pois é possível ver a ligação entre estes efeitos e problemas de saúde como diabetes.

As descobertas dos pesquisadores da Universidade de Surrey também podem ser relacionadas às tentativas de se descartar a necessidade de sono, descobrindo um remédio que pode eliminar os efeitos da falta de sono.

"Não sabemos qual é o botão que causas todas estas mudaças, mas, em teoria, se você pode ligar ou desligar, você também poderia ser capaz de viver sem o sono."

"Mas, o que acredito, é que o sono tem importância fundamental para regenerar as células", afirmou.
Leia mais em WSCOM.

Hugo Chávez, um dos maiores líderes latino-americanos, morre aos 58 anos


Um dos maiores líderes latino-americanos, Hugo Chávez morre em Caracas aos 58 anos 
Após um tratamento de dois anos e quatro cirurgias contra um câncer na pélvis, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, faleceu hoje (5), aos 58 anos. Militar e político, Chávez nasceu em 28 de julho de 1954, em Sabaneta, estado de Barinas, um dos mais pobres do país. Criado pela avó paterna, o presidente entrou no Exército Nacional da Venezuela em 1971, onde desenvolveu interesse pela política e conheceu as ideias de Simón Bolívar.
Chávez foi cofundador, em 1982, do MBR200 (Movimento Bolivariano Revolucionário 200), em meio à crise econômica e social que culminaria em 1989 com o Caracazo, revolta popular em repúdio a um pacote de medidas econômicas neoliberais adotadas pelo então presidente Marcos Andrés Pérez. Naquele período, os 10% mais pobres da população detinham apenas 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto os 10% mais ricos, 32%. A pobreza alcançava 85% da população e as classes A e B, somadas, representavam apenas 3,5% dos venezuelanos.
Revoltado com a repressão às manifestações populares, que gerou milhares de mortos, o MBR200 organizou, em 4 de fevereiro de 1992, três anos após o Caracazo, uma sublevação militar contra o presidente Carlos Andrés Pérez. A insurreição fracassou, mas permitiu que a imagem do comandante da intentona fosse catapultada para o cenário político nacional.
Hugo Chávez ficou preso por dois anos até receber indulto do presidente Rafael Caldera (1994-1999). Chávez então se candidatou à eleição presidencial de 1999 com o apoio do MVR (Movimento Quinta República) e foi eleito como o 52º presidente de Venezuela, com base no ideal da Revolução Bolivariana, amparada no chamado Socialismo do século 21. O ideal tem como centro um Estado forte, provedor de direitos e regulador da economia, com expressiva participação direta na propriedade dos meios de produção.
Em 1999, Chávez inicialmente advoga pela mudança da Constituição da Venezuela, escrita em 1961, impulsionando um referendo constituinte que foi aprovado por votação popular. Em seguida, é realizado um referendo constitucional, que resultou na ratificação da Constituição Bolivariana da Venezuela de 1999. O presidente convoca novas eleições em 2000 e é reeleito com 55% dos votos.

Nova era

Chávez dá início ao desmantelamento do sistema político que havia herdado da chamada IV República. Amparado por maioria parlamentar, os partidários de Chávez puderam adotar uma série de mecanismos plebiscitários e de participação política que detonaram o controle institucional antes exercido pelo bipartidarismo da AD (Ação Democrática) e do democrata-cristão Copei. Esses setores perdem hegemonia sobre a Assembleia Nacional, o Poder Judiciário e as Forças Armadas.
No final de 2001, Chávez sentiu-se forte para deslanchar suas primeiras reformas estruturais na economia. As principais foram a Lei de Terras (que fixou os parâmetros de reforma agrária) e dos Hidrocarbonetos (que aumentou impostos sobre as companhias privadas e o controle governamental sobre a atividade petroleira).
O ambiente de mudanças leva a oposição política ao presidente a organizar um golpe de Estado em 2002 e Chávez é retirado do poder por dois dias. Seu lugar é ocupado pelo industrial venezuelano Pedro Carmona, presidente da Fedecámaras. Após forte pressão popular e amparado na lealdade de setores do exército, o presidente é restituído ao poder.
A tensão política continua, com enfrentamentos nas principais cidades venezuelanas – o mais emblemático na Praça Altamira, de Caracas – e a paralisação petroleira entre dezembro de 2002 e fevereiro de 2003.
No final de fevereiro de 2002, Chávez decidiu demitir os gestores da companhia estatal PDVSA (Petróleos da Venezuela), envolvidos no golpe. Em reação, e para tentar forçar a saída do presidente, os opositores se apoderaram do controle sobre os poços de petróleo. A operação de metade dos 14.800 poços de petróleo da companhia, que representam 95% da produção do país, foi paralisada devido à greve dos trabalhadores, deixando a população sem combustível e comida.
A Coordinadora Democrática (uma coligação de partidos de direita e de esquerda, liderados pela Súmate, ONG anti-chavista) organizou no final de novembro de 2003 a coleta de assinaturas para um referendo revogatório, previsto na nova Constituição venezuelana. Em 15 de agosto de 2004, 58,25% dos votantes apoiaram a permanência de Chávez na Presidência até ao fim do mandato, em dois anos e meio. Em 2006, Chavez foi novamente reeleito presidente após vencer o deputado Manuel Rosales, com 62,9% dos votos.
Em 2 de dezembro de 2007, os venezuelanos votam plebiscito sobre uma reforma à Constituição, proposta por Chávez. O povo teve a opção de aprová-la, votando "Sim", ou de rejeitá-la, votando "Não". Ao fim, os eleitores rejeitaram as propostas de emendas por pouco mais de 50% dos votos. Chávez reconheceu a derrota. Em 2009, uma emenda constitucional que coloca fim ao limite para a reeleição aos cargos públicos é aprovada com 54,86% dos votos.
Em setembro de 2010, ano marcado por dificuldades na economia venezuelana, abalada pelos efeitos da crise econômica mundial, o chavismo conquista 60% das cadeiras da Assembleia Nacional. Pela primeira vez desde 1999, data em que a nova Constituição entrou em vigor, a oposição participou da eleição parlamentar.
Em junho de 2011, Chávez revela durante visita oficial a Havana que sofre de um câncer. Naquele momento, ele já havia sido operado, com sucesso. Nos meses seguintes, o presidente venezuelano é submetido a ciclos de radio e quimioterapia e a mais quatro cirurgias. Ele se candidata em 2012 à reeleição.
A campanha eleitoral é encerrada debaixo de chuva em 4 de outubro com um  megacomício na capital venezuelana, Caracas. Em 7 de outubro de 2012, o líder venezuelano é eleito pela quarta vez presidente da Venezuela, após derrotar nas urnas o rival, Henrique Capriles, com 54% dos votos. Dois meses depois, em 8 de dezembro, o presidente informa que o câncer havia retornado. Ele morre em Caracas, duas semanas depois de retornar de Cuba.
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Renda mensal de R$ 10 mil, novo golpe da pirâmide



Um negócio que promete faturamento alto e rápido, de mais de R$ 10 mil por mês, está ganhando “investidores” paraibanos, mas que podem se tornar vítimas de um novo tipo do chamado “golpe da pirâmide”. Em João Pessoa, cartazes da empresa de telefonia Telexfree, além de usuários paraibanos do Facebook, convocam para ganhar dinheiro fazendo anúncios da empresa na internet. 

O professor de economia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Alysson Cabral, explicou que a lógica é agregar novos participantes e, enquanto estes estiverem entrando no “negócio”, os pioneiros ganham muito dinheiro, mas chega um ponto em que não é possível mais agregar novos participantes, a pirâmide desmorona e a maioria sai perdendo o investimento.

Para lucrar com a empresa Telexfree, que é norte-americana, os participantes precisam publicar diariamente anúncios em páginas na internet. O negócio faz com que os investidores trabalhem convencendo novas pessoas a participar. No seu site, a empresa informa que, para ser um divulgador e ganhar dinheiro fazendo anúncios na internet, o investimento anual é de 339 dólares.  

“O golpe da pirâmide é antigo e costuma ressurgir com nova roupagem. O último grande escândalo ocorreu na crise de 2008, nos Estados Unidos, o chamado ‘esquema Madoff’. Também é conhecido como esquema Ponzi, datado na década de 1920. Basicamente, é oferecido algo, que pode ser um investimento, um negócio, um produto, que promete um retorno alto e rápido”, esclareceu o economista Alysson Cabral, acrescentando que o criador do golpe faz com que os que entram no esquema ‘trabalhem’ para ele convencendo novas pessoas a entrarem no negócio.

Ele explicou que o termo pirâmide deriva do formato do negócio. Começa com um, que agrega determinado número de participantes que, por sua vez, também devem agregar novos participantes para poder ganhar. Assim, os novos participantes têm que convencer mais pessoas a entrarem no negócio e, assim, sucessivamente. 

“A contribuição financeira do novo participante gera ganho para os que já estão no negócio, então, só o pioneiro ou os pioneiros ganham com isso. A maior parte dos participantes entra no negócio e não consegue o retorno do que investiu porque não conseguirá agregar novos participantes. Sem contar que é necessário um número maior de participantes para conseguir o retorno, pois o dinheiro dos novos participantes é dividido entre os participantes antigos. A divisão entre os participantes varia de golpe para golpe”, alertou. 

De acordo com o professor de economia da UFPB, Alysson Cabral, as pessoas devem sempre desconfiar da possibilidade de ganho fácil. Com a redução das taxas de juros no Brasil no último ano, ele acredita que muitos têm procurado oportunidades de ganho mais alto. Contudo, é sempre importante ter em mente que por trás da possibilidade de altos retornos, há sempre um risco alto.

Com essa maior disposição ao risco, ele afirma que muitos golpistas aproveitam para oferecer possibilidades de ganho, seja no mercado financeiro já estabelecido, seja numa espécie de “mercado financeiro paralelo”. 

Nos Estados Unidos, na época anterior ao estouro da crise, quando as taxas de juros estiveram baixas, muitos embarcaram no negócio do “subprime” - mercado financeiro legal, que emprestava para quem não tinha histórico de bom pagador, mas estava disposto a pagar juros mais altos, ao mesmo tempo em que captava recursos de clientes dispostos a ter um retorno mais alto. 

O economista informou também que, na mesma época, surgiu o esquema do financista Bernard Madoff, que convencia empresas, instituições e ‘endinheirados’ a investirem no seu fundo de investimentos, com promessa de retorno bem acima das taxas de juros do mercado. Ele prometia 1% ao mês, que era a taxa anual do país. “Esse fundo de investimentos de Madoff nada mais era que uma pirâmide. Quando o caso estourou, muita gente descobriu que tinha caído num golpe e perdeu muito dinheiro. Ele terminou condenado”, afirmou.
Fonte: Portal Correio

Redes de tráfico de pessoas atuam paralelamente às grandes obras, diz deputada



 A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas ouviu hoje (5)  o relato da conselheira tutelar de Altamira, Lucenilda Lima, sobre a situação de uma adolescente de 16 anos,  mantida em cárcere privado e explorada sexualmente em um prostíbulo localizado dentro do canteiro da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. A conselheira disse que um dos responsáveis pelo prostíbulo também era processado por exploração sexual por manter uma casa de prostituição no canteiro da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO).
Após o depoimento da conselheira tutelar, a deputada federal Érika Kokay (PT-DF), que preside a CPI, disse que “tudo indica que [as redes de tráfico e exploração sexual] são um esquema acoplado às grande obras”. A deputada disse que o depoimento de Lucenilda evidencia a ação de uma rede de tráfico e exploração especializada em atender à “demanda por mulheres” vinculada às grandes obras, como Belo Monte. “A situação é muito mais grave, a partir da revelação de que os exploradores atuaram em Jirau e depois em Belo Monte,” disse.
A conselheira tutelar de Altamira, Lucenilda Lima, testemunhou à CPI sobre a situação de uma adolescente de 16 anos, mantida em cárcere privado e explorada sexualmente na Boate Xingu, localizada dentro do canteiro da Usina de Belo Monte, após ter sido traficada de Santa Catarina. Depois de fugir do local, a adolescente denunciou a situação ao conselho tutelar.
A denúncia resultou em uma operação da Polícia Civil e do conselho tutelar em fevereiro, que libertou 18 pessoas, entre mulheres, adolescentes e travestis, e na prisão de quatro pessoas, entre elas Adão Rodrigues e a sua companheira, Solide Fátima Triques, donos da Boate Xingu. Os casos de exploração sexual descobertos na região vão ser investigados pelo Ministério Público Federal .
Durante seu depoimento, Lucenilda disse que Rodrigues respondia a processo pela mesma prática por um prostíbulo no canteiro da Usina Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (RO). “Está claro que se ele veio de lá é porque alguém intercedeu por ele,” disse. Lucenilda também questionou o fato da boate funcionar próximo ao canteiro de obras. Ela relatou que, durante a operação de resgate, passou por três guaritas de controle do canteiro para ter acesso ao local.   
A conselheira disse à CPI que as mulheres, adolescentes e travestis estavam confinadas em pequenos quartos sem janelas e ventilação, com apenas uma cama de casal, e que permaneciam trancadas por cadeados fechados no lado de fora das portas. Elas eram provenientes dos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Após o depoimento da conselheira tutelar, a deputada Érika Kokay defendeu a responsabilização dos empreiteiros do consórcio e disse que a CPI vai convocá-los para depor. “As construtoras têm que ser responsabilizadas em casos de exploração sexual de adolescentes parecidos com esse. Elas são cúmplices pela omissão com a situação e por silenciarem sobre essas práticas” 
Além da conselheira tutelar, também estava previsto o depoimento da mãe da adolescente resgatada. De acordo com Érika, o depoimento vai ocorrer em outro momento. “Tem uma série de providências para que elas consigam vir com segurança," disse.
 Agência Brasil

Encontro com as diversidades da Amazônia causa diferentes 'impactos"


Território superlativo

Pelo menos três horas de voo separam Manaus da maior parte dos brasileiros, sendo os cronômetros iniciados em Brasília, que é escala obrigatória para praticamente todos os pontos de partida país adentro. Para quem prefere escapar das alturas, a alternativa é pelas águas – o que pode levar bem mais tempo, mas com a vantagem de ser previamente apresentado aos rios da região. Os mais aventureiros ainda podem considerar a Transamazônica e seus atalhos como opção, mas sabendo que boa parte da via não é pavimentada. Rodovias, de fato, existem somente para quem segue de Boa Vista (RR) ou Porto Velho (RO).
Seja por água, terra ou ar, a chegada à capital do Amazonas é uma experiência ao melhor estilo Babel dentro do próprio país, onde o português vai se fundindo a outras línguas. A tradição indígena salta aos olhos e aos ouvidos, como em nenhum outro canto do país. Das placas com nomes dos lugares aos cardápios, com seus tambaquis, tapioca e açaí. O mesmo vale para as pessoas que levam no rosto a nítida descendência dos povos da floresta.
Por essa razão os estrangeiros facilmente destoam. E não são poucos. É supercomum intercalar conversas em diferentes línguas ao cruzar pelas ruas com claríssimos alemães, ingleses, franceses, canadenses ou norte-americanos com seus respectivos mochilões sobre os ombros e mapas debaixo do braço. Todos conduzidos pelo sonho de conhecer a maior floresta do mundo, com seus mistérios, sua gente, sua biodiversidade. É o que faz de Manaus um dos principais destinos do turismo internacional no Brasil.
E não apenas os estrangeiros de longe compõem esse mosaico de línguas, traços e culturas. Os sons latinos e do brega se misturam. Vale se deixar perder pelas ruas do centro comercial num dia de semana para ver que o Caribe brasileiro está bem aqui. Além do clima equatorial, o portunhol é mais um elo entre os vizinhos. A cada ano Manaus recebe mais venezuelanos, peruanos e bolivianos – atraí­dos principalmente pelas oportunidades de trabalho –, que logo se sentem em casa.
Família em embarcação no Furo do Paracuúba, próximo ao encontro dos rios Negro e Solimões(Foto: João Marcos Rosa/Nitro)
Isso sem levar em conta o grande número de imigrantes orientais que se instalou na cidade desde a década de 1960 por causa de incentivos à produção de eletrônicos na Zona Franca de Manaus. A comunidade japonesa é uma das maiores no Brasil e, claro, o que não falta são bons restaurantes que unem a tradicional cozinha à maior variedade de peixes existente no mundo.
Família em embarcação no Furo do Paracuúba, próximo ao encontro dos
rios Negro e Solimões(Foto: João Marcos Rosa/Nitro)

Cores e quitutes

A porta de entrada para a floresta reserva outras saborosas surpresas, curiosidades culturais e uma bela arquitetura dos tempos áureos da borracha. No centro histórico, a influência europeia estampa prédios importantes, como a Alfândega do Porto, construída em 1906 em estilo inglês, e o Mercado Adolpho Lisboa, construído de frente para o Rio Negro em 1882, com inspiração no Les Halles, de Paris.
O Teatro Amazonas merece uma visita de algumas boas horas. Especialmente no mês de abril, vale se programar (com antecedência) para conferir o Festival Amazonas de Ópera, que leva montagens locais, nacionais e internacionais para os palcos da imponente construção. Mas, em qualquer época, é possível viajar no tempo por meio de visitas guiadas pelo prédio inaugurado em 1896. É impressionante o cuidado com a preservação dos afrescos, lustres, cabines, salões e mobiliário, que ainda guardam o luxo e a ousadia do que representou a casa de ópera erguida em plena selva amazônica e patrocinada pela seiva das seringueiras, que também já fez jorrar muito ­dinheiro na região.
Nos fins de semana, o entardecer nos arredores do teatro ganha um colorido especial. Os sons invadem a praça e nos convidam a ficar um pouco mais. Da tradição da ópera vem o gosto pela boa música de concerto, e logo algumas centenas de cadeiras se juntam às dos bares e sorveterias, formando uma só plateia para o espetáculo, que fica ainda melhor se acompanhado dos quitutes amazônicos.
Eis um universo a ser explorado. Não se trata apenas de força de expressão ou de modismos gastronômicos. Tão rica é a diversidade de peixes, frutos, cores e aromas, suas combinações e possibilidades, que a rotina merece ser deixada de lado. Uma boa pedida para começar o dia são os cafés regionais, regados a sucos de cupuaçu, jenipapo e graviola, além do já famoso sanduíche “x-caboclinho”, feito com pão francês e tucumã. No almoço ou no jantar, não deixe de provar a costela de tambaqui – peixe da bacia amazônica que pode pesar mais de 40 quilos e protagoniza desde pratos simples da culinária regional até invenções recentes de chefs renomados. Como sobremesa ou a qualquer hora do dia para espantar o calor, os sorvetes locais são uma verdadeira coleção de sensações a experimentar.
Vitória-régia: planta aquática típica da região amazônica (Foto: João Marcos Rosa/Nitro)
E, convenhamos, quem vai a Manaus busca muito mais. E encontra. Afastando-se do centro urbano, muitas são as opções de hotéis de selva, com atrações naturais e programação que variam amplamente tanto no preço como na autenticidade de alguns desses “encontros com a natureza”, nem tão selvagem como se promete, mas uma boa oportunidade de contato com esse mundo novo.
Vitória-régia: planta aquática típica da região amazônica (Foto: João Marcos Rosa/Nitro)
Mesmo se hospedando em hotéis dentro da cidade, o visitante poderá em ­alguns minutos conhecer um pouco do ecossistema amazônico em parques públicos e reservas, como o Parque do Mindu, a Estação Ecológica Samaúma e o Jardim Botânico Adolpho Ducke, com seus cerca de três quilômetros de trilhas na intimidade da floresta. E, se tiver de escolher apenas uma atração em Manaus, ela se chama Rio Amazonas. Esqueça tudo e contrate no porto um passeio de barco rumo ao Encontro das Águas. Do cais, a imensidão do Rio Negro já impressiona e o percurso ainda revela muitas ilhas e intervalos para fotografar jiboias e preguiças trazidas por pescadores.
Nada se compara, porém, ao encontro das águas do Negro com o Solimões. Ainda que você tenha lido e decorado todas as explicações físicas e químicas para o fenômeno das águas que não se misturam por quilômetros, não há como não se surpreender. É fascinante, intrigante e muito maior do que a vista pode alcançar. Dentro de um pequeno barco é que finalmente se aprende a repetida lição de geografia que afirma que este é o maior rio existente no planeta.
E, como tudo na Amazônia é superlativo e impactante, não deixe de conhecer outros recordes com que a natureza presenteou o Brasil. Antes de voltar ao cais, percorra de barco alguns igarapés que escondem verdadeiros jardins de vitórias-régias, as maiores plantas aquáticas de que se tem notícia. Outro passeio inesquecível é sobrevoar as Anavilhanas, conjunto de ilhas que formam um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo. Com suas mais de 400 ilhas e rica biodiversidade, o local é um parque nacional com visitação permitida apenas para pesquisadores – mas, avistado do alto, o espetáculo é de todos.
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terça-feira, 5 de março de 2013

Dilma anuncia R$ 6 bilhões para a Paraíba


A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), anunciou ontem, durante sua primeira visita à Paraíba desde que assumiu o governo, investimentos da ordem de R$ 6 bilhões, através dos Ministérios das Cidades e da Integração Nacional, para execução de obras nas áreas de saneamento básico, pavimentação e mobilidade urbana, entre o que está sendo executado e a executar. “Esse montante é um balanço entre o que é emergencial e o que é obra estruturante”, disse a presidente. Ela também confirmou um total de R$ 70 milhões para a conclusão da obra do Centro de Convenções, em João Pessoa.
Os anúncios foram feitos durante solenidade de entrega de 576 unidades habitacionais do Residencial Jardim Veneza, no conjunto Vieira Diniz, na capital paraibana, e de retroescavadeiras e motoniveladoras a 22 municípios da Paraíba. Entre a entrega das habitações e das máquinas, a presidente assistiu à apresentação de uma banda de forró pé de serra e chegou a dançar e cantar junto a música "Paraíba", cujo refrão diz: "Paraíba masculina, muié macho, sim sinhô". Muitas pessoas foram ao local com intenção de falar com a presidente, entregar cartas, mas não conseguiram.
Durante o evento, que reuniu autoridades, parlamentares, militantes do PT, beneficiários das moradias entregues na capital, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PR), antecipou que amanhã, em Brasília, a presidente Dilma vai anunciar R$ 50 milhões em recursos para pavimentação e saneamento para o município de João Pessoa. “Além dele, também virão R$ 166 milhões para diversas obras para a parceria com o governo do Estado, que melhorará as condições de saneamento na Paraíba”, disse.
A presidente Dilma Rousseff revelou que a liberação dos recursos para conclusão do Centro de Convenções foi um pleito em comum apresentado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB), durante o trajeto do aeroporto Castro Pinto, em Bayeux, até o local do evento; e do prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PT), que veio de Brasília com ela na aeronave oficial da Presidência.
A presidente disse que o governador Ricardo Coutinho também pleiteou investimentos de R$ 230 milhões para duplicar a capacidade de movimentação do Porto de Cabedelo e a ampliação e modernização do Aeroporto Castro Pinto, na cidade de Bayeux.
Ela não garantiu recursos, mas se comprometeu a analisar o pedido. “Faz parte da preocupação do governo federal em investir nos portos e aeroportos, porque sabemos que eles são equipamentos importantes para o desenvolvimento da economia”, justificou.
Ricardo Coutinho também solicitou a liberação de dois projetos que estão em análise no Ministério da Integração: o sistema adutor de Boqueirão e o sistema adutor do rio Piancó - que é a entrada do Eixo Norte da Transposição do Rio São Francisco: “Nós temos uma pauta importante junto ao governo federal, mas não vamos passar a imagem de que uma visita representará a resolução de todos os problemas”.
O novo residencial, construído pelo programa federal 'Minha Casa, Minha Vida', em parceria com a prefeitura de João Pessoa, custou quase R$ 24 milhões e vai abrigar mais de duas mil pessoas. O ex-prefeito Luciano Agra (sem partido), que deu início às obras, participou da solenidade, e disse que embora o dinheiro do governo federal seja "importantíssimo", mas se não houver proatividade por parte do município, e profissionais habilitados, é difícil atingir as metas.
Sempre com um discurso apaziguador das tensões políticas, Dilma ressaltou que o momento é de administrar. “Nós podemos disputar a eleição, nós podemos brigar na eleição, podemos fazer o diabo quando é a hora da eleição, mas quando a gente está no exercício do mandato nós temos que nos respeitar porque fomos eleitos pelo voto direto do povo brasileiro. Tenho uma parceria com o governador e com o prefeito Cartaxo e assim com os demais prefeitos”, disse a presidente.  
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