segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Ibope confirma a irrelevância da velha mídia diz Kotscho

O colunista Ricardo Kotscho vê no resultado do último Ibope a confirmação da “irrelevância” da velha mídia. Segundo ele, o "pool" formado por Veja & Associados, que disparou o que seria uma "bala de prata" contra a candidatura de Dilma Rousseff, sobre o caso Petrobras, perdeu, já que não apareceu nenhuma prova sobre o suposto novo escândalo.
Deu tudo ao contrário do que imaginava o "pool" formado por Veja & Associados, na perfeita definição de Alberto Dines para a velha mídia que, no último fim de semana, disparou o que seria uma "bala de prata" contra a candidatura de Dilma Rousseff, com a divulgação da "denúncia premiada", feita por um réu preso, envolvendo políticos e partidos da base aliada do governo num "propinoduto", que teria sido montado na administração da Petrobras. Até agora, no entanto, não apareceu nenhuma prova.
O objetivo claro era dar uma sobrevida à candidatura presidencial do tucano Aécio Neves, empacado em terceiro lugar nas pesquisas, a quilômetros de distância das favoritas Dilma e Marina Silva, que devem disputar o segundo turno.
A pesquisa CNI/Ibope divulgada agora há pouco, na manhã desta sexta-feira, confirma as tendências anteriormente registradas por outros três institutos que divulgaram seus levantamentos nesta semana: CNT/MDA, Datafolha e Vox Populi.
Em relação à pesquisa anterior do Ibope, Dilma Rousseff subiu dois pontos e foi para 39%, abrindo oito pontos de vantagem sobre Marina Silva, que caiu dois e ficou com 31%. Aécio Neves ficou exatamente no mesmo lugar em que estava na semana passada, com 15%. Na projeção para o segundo turno, o Ibope apontou empate técnico: Marina com 43% e Dilma com 42%. Os especuladores da Bolsa devem estar esfregando as mãos.
Em meio a uma enxurrada de más notícias na economia e a duros ataques do PT contra a candidatura de Marina Silva, as denúncias genéricas contra a "corrupção na Petrobras" nos governos do PT foram, talvez, a última tentativa da imprensa familiar de interferir abertamente no resultado das eleições. O assunto até já sumiu do noticiário, à espera de "novas revelações" para alimentar o discurso de Aécio Neves, que corre o risco de perder as eleições até em Minas Gerais.
As novas pesquisas, agora divulgadas praticamente todos os dias, serviram apenas para mostrar, mais uma vez, a irrelevância dos associados do Instituto Millenium, que, não faz muito tempo, elegiam e derrubavam presidentes. Seus porta-vozes não se conformam, e se tornam cada vez mais raivosos, à beira de um ataque de nervos. Pelo andar da carruagem, a eleição de 2014 será decidida entre duas ex-ministras do governo Lula, deixando fora do jogo o PSDB, pela primeira vez nos últimos 20 anos.
Créditos: Brasil 247

domingo, 14 de setembro de 2014

Papa fala em 3ª Guerra Mundial e apela contra “loucura bélica”

Papa Francisco visita cemitério na Itália (foto: AP)O papa Francisco disse ontem (13) que o mundo atravessa uma 3ª Guerra Mundial que se desenvolve em etapas, por meio de crimes, massacres e destruições. O pontífice fez um apelo à paz para travar o que chamou de “loucura bélica”.
As declarações foram feitas no cemitério militar de Fogliano Redipuglia, no norte da Itália. O papa esteve no local para lembrar os mortos da 1ª Guerra Mundial, iniciada há 100 anos.
“Hoje, depois do segundo fracasso de uma guerra mundial, podemos falar de uma guerra combatida por partes, com crimes, massacres e destruições”, disse o papa.
No local, a poucos quilômetros da fronteira com a Áustria e a Eslovênia, estão sepultados 14.550 soldados aliados, dos quais apenas 2.550 estão identificados.
O papa Francisco chegou ao cemitério pela porta principal, onde rezou em frente ao monumento em homenagem aos mortos na 1ª Guerra Mundial. Em seguida, depositou flores para recordar a data.
Apesar da chuva, o papa parou na saída para falar rapidamente com um grupo de crianças. O pontífice ainda rezará uma missa, que terá a presença dos cardeais de Viena, Christoph Schönborn, e de Zagreb (capital da Croácia), Josip Bozanic, além de bispos da Eslovênia, Áustria, Hungria e Croácia.Foto: BBC.
Créditos: Agencia Brasil

Arruda desiste da candidatura. Mas coloca a mulher como vice

José Roberto Arruda (DF) desiste da candidatura ao governo do PR (Foto: Agência Brasil)O ex-governador José Roberto Arruda (PR) anunciou neste sábado (13) que desistiu de concorrer ao governo do Distrito Federal. Arruda fez o anúncio faltando menos de 48 horas para o término do prazo que a Justiça Eleitoral estipula para troca de candidaturas. Com a desistência, a coligação anunciou uma nova chapa, formada por Jofran Frejat (PR), que era vice anteriormente, como candidato a governador, e Flávia Peres (PR), mulher de Arruda, como vice.
José Roberto Arruda é acusado de participar do esquema de corrupção que ficou conhecido como mensalão do DEM. Arruda foi filmado pelo ex-secretário Durval Barbosa recebendo dinheiro em espécie que, segundo Durval, eram referentes a pagamento de propina. O escândalo e as investigações da Polícia Federal, na Operação Caixa de Pandora, levaram à sua cassação, em 2010.
Para concorrer às eleições este ano, Arruda enfrentou uma batalha jurídica. Como ele foi condenado por improbidade administrativa, ele foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Ainda assim, o ex-governador tentou o registro e começou a campanha eleitoral. Seu registro foi barrado em várias instâncias, como no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele ainda tinha a opção de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas com a candidatura em risco, preferiu pela renúncia.
Apesar do escândalo e da batalha jurídica, Arruda tinha esperanças de ser eleito. Ele liderava a disputa pelo governo do Distrito Federal com folga segundo as pesquisas de intenção de voto. O Datafolha, por exemplo, mostrou Arruda com 37% das intenções de voto, na frente de Agnelo Queiroz, do PT, com 19%, e de Rodrigo Rollemberg, do PSB, com 18%.
Para anunciar a decisão, Arruda conversou com jornalistas em Brasília. Segundo o portalG1, ele disse que este é, provavelmente, o "momento derradeiro" de sua vida política. "Eu queria pedir licença aos meus amigos para dizer em primeiro lugar que nos últimos meses e sobretudo nos últimos dias eu vivi uma linda história de amor. E essa história de amor é uma relação íntima, de alma, que eu tive a chance de ter com cada pessoa humilde desta cidade. O meu reencontro com a população de Brasília não vai nunca mais sair da minha alma. E eu quero neste momento, provavelmente o derradeiro da minha vida pública, agradecer a cada um".
Créditos:Época

Brasil cria 101.425 empregos formais em agosto

Brasil cria 101.425 empregos formais em agostoEm agosto, foram gerados 101.425 postos formais de trabalho no Brasil, resultado de um total de 1.748.818 admissões ante às 1.647.393 demissões registradas no mês. Isso representa um crescimento de 0,25%, na comparação com o mês anterior (julho). No mesmo mês (agosto) de 2013, foram criados 162.160 empregos com carteira assinada. Os dados constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado Ontem (11) pelo Ministério do Trabalho.

Conforme o ministério, o resultado de agosto é o melhor dos últimos três meses. O saldo de empregos gerados durante o ano está em 751.456 (expansão de 1,85%). Nos últimos 12 meses, foram criados 698.475 postos de trabalho (incremento de 1,72%). Entre janeiro de 2011 e agosto de 2014, foram gerados 5.631.534 empregos. Segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o resultado positivo era esperado pelo governo federal, que mantém a projeção de 1 milhão de empregos a serem gerados em 2014. “Tudo que dissemos está acontecendo”, disse. “Já tínhamos indicadores de que iríamos melhorar a partir deste mês. É o que os dados estão confirmando hoje, ao contrário do que tem sido especulado, principalmente pela imprensa”, ressaltou.

Ele destacou que o país tem conseguido manter um modelo que sustenta o emprego com ganhos reais de salário, ao mesmo tempo em que mantém a economia irrigada. Argumentou que, se há uma diminuição no ritmo de contratação na comparação com anos anteriores, é porque o país vive uma situação de pleno emprego. Antes, lembrou o ministro, havia mais espaço para crescimento. "Agora, com o pleno emprego, o resultado, apesar de menor, é positivo". “Não se gera 101 mil empregos por acaso. Não se trata de pesquisa de cunho pessoal, como outras que têm sido apresentadas, que têm por base opiniões [subjetivas] e projeções feitas por pessoas. O que estamos apresentando aqui são dados reais sobre o números de empregos gerados. Dados fornecidos pelas próprias empresas”, argumentou o ministro.
Créditos: Agencia Brasil

Transferência de renda: o direito de pensar em futuro



Pesquisadores mostram que, mais do que transferir renda, o Bolsa Família emancipa pessoas que não existiam para o Estado e reduz a influência dos “coronéis”


Minha filha já alcançou coisas que eu não alcancei e meus filhos não passam fome... Eu digo pra eles: olha, vocês têm de estudar porque tem a oportunidade que eu não tive. A única herança que eu tenho é botar eles na escola”, diz dona Norma Alves Duarte. “Estou terminando meus estudos e pretendo continuar... Quero fazer curso de enfermagem, fazer faculdade e dar uma vida melhor para minha mãe, porque eu não quero seguir a carreira que ela teve. Quero ter um futuro para lá na frente eu me orgulhar”, completa a jovem Mirele Aline Alves da Rocha.
Esses depoimentos estão no curta-metragem Severinas, disponível na internet, que a documentarista Eliza Capai realizou por meio do concurso de microbolsas de reportagem da Agência Pública de Jornalismo Investigativo.
No vídeo com duração de dez minutos, gravado entre julho e agosto de 2013, em Guaribas, sertão do Piauí, outras mulheres participantes do programa dão sinais de emancipação, deixando para trás a submissão e a extrema pobreza. As histórias inspiraram outro trabalho de Eliza, que está incorporando cenas extras e mais duas personagens, além de corrigir cores, desenho, som e mixagem com qualidade para sala de cinema para oNo Devagar Depressa dos Tempos. A estreia está prevista para este mês de setembro, no Vitória Cine Vídeo, festival de curtas realizado na capital capixaba.
Como outros documentaristas do Brasil e do exterior, Eliza encontrou inspiração no livro Vozes do Bolsa Família – Autonomia, Dinheiro e Cidadania (Editora Unesp), escrito por Walquiria Leão Rego, professora de Teoria Social do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e o italiano Alessandro Pinzani, professor de Ética e Filosofia Política na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Lançada em junho de 2013, ano em que o programa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) completou dez anos, a primeira edição superou expectativas, despertou o interesse do público além dos muros da academia e esgotou-se em apenas três meses. No final de agosto foi lançada a sua segunda edição.
Para os autores, o êxito está não só na análise qualitativa dos impactos do programa federal sobre seus participantes ou bolsistas – eles combatem o termo beneficiário, que consideram pejorativo. Mas, principalmente, na voz dada a esses brasileiros historicamente esquecidos, negligenciados e abandonados. “Nossa pesquisa desfez equívocos, estereótipos e preconceitos que insensibilizam as pessoas, reforçam visões erradas, inexatas e ignorantes sobre o programa e sobre a pobreza e colocam a luta contra a desigualdade como algo menor, sem importância”, diz Walquiria.
Com recursos próprios, eles percorreram os sertões de Alagoas, Piauí, Maranhão e as regiões do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e de Recife, entre 2006 e 2011, ouvindo centenas de depoimentos de pessoas em situação de maior vulnerabilidade. Viram na prática que a pobreza tem mesmo cor, cheiro, varia de região para região e pode ser ainda mais cruel na falta de acesso a serviços básicos, como escolas e postos de saúde e de oportunidades de trabalho. E as histórias que ouviram, bem como as realidades que testemunharam nesses seis anos, desmentem a superficialidade e o preconceito que marcam a compreensão sobre o programa.
Passar a existir
“No sertão não tem peixe”, responde sempre Alessandro Pinzani a uma das críticas mais comuns, de que o Bolsa Família dá o peixe e não ensina a pescar. “O ditado não faz sentido entre populações carentes de tudo”, destaca. Conforme os autores, tal estereótipo – da acomodação pela renda fácil, garantida todo mês – evidencia a ignorância sobre o funcionamento da política de transferência de recursos e, principalmente, sobre a dura realidade das pessoas pobres, na qual a renda é apenas uma das dimensões da pobreza.
“Vimos famílias abandonadas, cercadas por grandes propriedades, sem estradas, escolas, postos de saúde, onde uma doença, um acidente sem atendimento pode se transformar em tragédia. Analfabetos dificilmente conseguiriam emprego mesmo que houvesse fábricas. Como então dizer que não trabalham por que não querem? As pessoas esquecem que outra dimensão da pobreza é a privação de habilidades, de potencialidades”, obser­va Walquiria.
O que não falta são relatos que expõem o abandono histórico dessas populações. “Antes ninguém olhava para nós. Foi a primeira vez que enxergaram a minha pessoa, me disse uma senhora do interior alagoano”, conta a pesquisadora. “Esta é a primeira vez que um programa oficial se ocupa delas, que as fez passar a existir diante do Estado e aos poucos as torna conscientes de seus direitos.” Conforme ressalta Alessandro, é evidente que bolsistas como ela ainda não exercem plenamente sua cidadania. “Mas o programa é de inclusão cidadã, a passagem para esse patamar mínimo para o cidadão.”
O pesquisador lembra outro aspecto importante: o programa praticamente se autofinancia com o aumento da arrecadação de impostos pelo aquecimento do consumo entre essa população. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que para cada R$ 1 investido – e não “gasto” no Bolsa Família, como realça – voltam para o estado R$ 0,73 em forma de arrecadação decorrente do impacto da transferência de renda na economia. E o benefício é sacado geralmente pelas mulheres, que têm o cartão magnético cadastrado em seu nome. “Algumas delas até brincaram com a possibilidade de os companheiros gastarem o dinheiro com cachaça, mas o verdadeiro motivo é que são elas que têm experiência para lidar com a casa e gastar bem o dinheiro curto”, lembra Walquiria.
Em geral, a bolsa tem permitido a compra de alimentos e materiais escolares. Mas há casos de realização de sonhos para muitos brasileiros, como poder comprar, pela primeira vez na vida, um pacote fechado de macarrão – no sertão é costume o comerciante abrir as embalagens e vender a granel – ou mesmo poupar. Há quem tenha relatado aos pesquisadores, com os olhos arregalados de contentamento, que tinha conseguido comprar colchões para toda a família, à vista, separando um pouquinho do dinheiro todo mês. “A gente não imagina o que é a extrema pobreza”, diz Walquiria. “O que pode parecer banal, como comprar ou trocar o colchão, para muitos é uma proeza, uma grande conquista. A realidade da pobreza é muito mais dramática do que nós podemos imaginar.”

Compra de votos

Italiano de Florença e professor da UFSC desde 2004, Alessandro se habituou ao argumento de que o Bolsa Família é um programa de cunho assistencialista e sobretudo eleitoreiro ao permitir a compra de votos das pessoas incluídas. Inconformado com o viés, elaborou seu próprio discurso. “Criar incentivos para a produção industrial, com isenções fiscais para empresas, também é um programa eleitoreiro. A diferença é que é aceito como legítima a compra dos votos do empresariado. O rico pode votar na defesa dos seus interesses. Por que o pobre não pode?”, questiona.
A resposta, conforme emenda Walquiria, está no modo carregado de crueldade com que a sociedade brasileira olha para a pobreza. “A origem está nos 300 anos de escravidão. Nenhuma sociedade fica imune a isso. Abolida a escravatura, o desafio é abolir a obra da escravidão e o que ela produziu em nós, nos interpelando não mais pela escravidão, mas pela pobreza.”
Em relação a eleições, outra mudança promovida pelo Bolsa Família nos sertões, conforme os pesquisadores, é a emancipação política. Percebendo prefeitos jovens em muitas reuniões, o que seria impossível anos atrás, quando os coronéis se revezavam no poder, questionaram as lideranças. A resposta: hoje há prefeitos de todos os partidos, porque o Bolsa Família “emancipou” o voto.
“O coronel agia nesse limiar da extrema pobreza e miséria, negociando alimentos, cesta básica. E a renda monetária, o dinheiro na mão, proporciona liberdade, autonomia. Dar cesta é dizer o que tem para comer. E a bolsa transformada em renda monetária regular traz a autonomia moral que permite à pessoa com renda, por mínima que seja, de programar a vida”, analisa Walquiria. “Essas pessoas, que passaram a vida toda sem saber se iam comer no amanhã, como animais, estão sendo humanizadas. Em vez de caçar, escolhem. Minimamente, é verdade, mas estão escolhendo. E a escolha é fundamental numa democracia.”

Mudança de vida

Essa mudança, segundo os autores, é que explica o discurso das personagens na abertura do texto. As novas Severinas, as filhas do Bolsa Família, já sonham em ser médicas, engenheiras. Um salto e tanto para quem nem sequer imaginava ter um futuro. E esse futuro já é realidade para muitas delas, que se não conseguiram mudar as próprias vidas, mudaram a de seus filhos. Como a moça bonita, loirinha, que há alguns meses pediu a palavra logo após uma palestra de Walquiria no campus de Santana do Livramento (RS) da Universidade Federal dos Pampas (Unipampa). “Num auditório lotado, 600 pessoas, ela enfrentou, sozinha, os ataques de um rapaz contra o programa: eu sou filha do Bolsa Família e entrei nesta universidade pública, onde estudo Relações Internacionais.”
Os pesquisadores ressaltam que essas histórias constituem exemplos isolados, de pouco ou nenhum peso estatístico. Mas não duvidam de que algo de muito importante está acontecendo e modificando o ciclo da pobreza em ­muitas ­famílias. Pela primeira vez, segundo eles, populações inteiras estão tendo o direito de pensar em futuro, num futuro diferente da vida das gerações anteriores.
Exatamente como a traduzida por Graciliano Ramos em Vidas Secas. Para o personagem Fabiano, assim como para o sertanejo, não havia nenhuma outra possibilidade de sonhar. Apenas uma sina. No entanto, em 11 de janeiro de 1930, quando era o prefeito de Palmeira dos Índios, em Alagoas, o próprio Graciliano escreveu num relatório: “Pobre povo sofredor. Bem comido, bem bebido, o pobre povo sofredor quer escolas, quer luz, quer estradas, quer higiene” – entende-se por higiene qualidade de vida, hospitais, saneamento. Ou seja, o despertar para a cidadania dos mais pobres que coloca em risco interesses dominantes há séculos.
Desde que o Bolsa Família foi criado, 1,7 milhão de famílias se desligaram do benefício por terem superado a pobreza e conquistado renda maior e autossuficiência. Além disso, outras 1,1 milhão de famílias não atualizaram seus cadastros. Isso acontece com muita gente que melhora de renda e deixa o programa dessa forma, embora o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) não contabilize esse segundo número como saída voluntária. Por Cida de Oliveira, da RBA Foto: Arquivo Pe; Dijaci.

sábado, 13 de setembro de 2014

PIB se recupera com força e antecipa trimestre positivo


A economia brasileira cresceu 1,50 por cento em julho sobre o mês anterior, indicou o Banco Central na sexta-feira, melhor resultado em seis anos e acima do esperado, um sinal de que a atividade pode ter começado o terceiro trimestre em recuperação.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), mostrou que a atividade voltou a crescer após duas quedas mensais seguidas. O resultado de julho passado foi o melhor desde junho de 2008, quando a expansão foi de 3,32 por cento, antes do auge da crise internacional.
Em junho, o indicador havia mostrado contração de 1,51 por cento sobre maio em dados dessazonalizados revisados pelo BC. Anteriormente, havia sido divulgado queda de 1,48 por cento em junho.
O resultado de agora foi também bem melhor que o esperado em pesquisa da Reuters, cuja mediana de 21 projeções apontava alta de 0,80 por cento em julho.
Na comparação com julho de 2013, o IBC-Br recuou 0,31 por cento e acumula alta de 1,14 por cento em 12 meses, ainda segundo dados dessazonalizados.
A economia brasileira entrou em recessão no primeiro semestre, afetada sobretudo pela indústria e pelos investimentos em queda. O cenário de atividade fraca vem junto com o de inflação ainda elevada, num momento em que a presidente Dilma Rousseff (PT) tenta a reeleição.
Em julho, a produção industrial havia avançado 0,7 por cento frente a junho após cinco meses de queda, ainda que os dados tenham sido encarados com cautela por agentes econômicos, que ainda não estavam convencidos na tendência de recuperação.
No mesmo período, no entanto, as vendas no varejo recuaram 1,1 por cento, muito pior do que o esperado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos.(Por Camila Moreira)
Créditos: Portal Brasil 247

Para juizes delegados vazaram depoimento de Paulo Roberto Costa

Magistrados ligados ao juiz Sérgio Moro, que conduz os trabalhos da Operação Lava-Jato, acreditam que tenha partido de delegados da Polícia Federal o vazamento de parte do suposto depoimento do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Costa teria revelado um esquema de pagamento de propina baseado em contratos da estatal, segundo divulgou a revista Veja no fim de semana.

A PF instaurou inquérito para apurar de onde partiram os vazamentos por determinação. Houve uma determinação, inclusive da Procuradoria Geral da República (PGR), para que a PF encontrasse o quanto antes o autor dos vazamentos.(R7).
Créditos: WSCOM