quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Investimento na economia brasileira alcança R$ 4,1 trilhões nos próximos 4 anos

Os investimentos na economia brasileira devem superar R$ 4,1 trilhões no período de 2015 a 2018, segundo estimativas divulgadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor é 17,1% superior ao realizado no período de 2010 a 2013, de acordo com o banco.
Os dados constam de estudo do BNDES que preveem investimentos para o período. Os recursos envolvem não só financiamentos do BNDES, mas também de outras fontes de fomento.  No total, o estudo abrange 22 setores da economia, segundo informou o superintendente da Área de Pesquisas Econômicas do BNDES, Fernando Puga.
A maior parte dos investimentos (R$ 1,6 trilhão) deverá ser feita no setor de agricultura e serviços. Nesse segmento, o aumento deve ser 11% em relação ao período de 2010-2013. O maior crescimento é esperado no setor aeroespacial (187%), segmento que deverá receber R$ 12 bilhões nos próximos quatro anos.
Outro setor que deverá concentrar boa parte dos investimentos é o de residências (R$ 963 bilhões, ou seja, 19% a mais). A indústria deve receber investimentos de R$ 909 bilhões no período, ou seja, 18,5% a mais do que no período 2010-2013.
No segmento industrial, destacam-se investimentos em petróleo e gás (R$ 509 bilhões, ou seja, 42,1% a mais), demais setores (R$ 121 bilhões, ou 8% a mais) e automotivo (R$ 59 bilhões, ou 0,4%). A indústria aeroespacial deverá ter o maior crescimento entre todos: 187%, somando investimentos de R$ 12 bilhões.
O BNDES também espera queda de investimentos em pelo menos quatro setores da indústria: sucroenergético (-40,5%), siderúrgico (-38,5%), alimentos (-15,8%) e extrativa mineral (-8%).
Os investimentos em infraestrutura devem somar R$ 598 bilhões no período 2015-2018. A estimativa é 30,8% superior ao período 2010-2013. O setor elétrico terá investimentos de R$ 192 bilhões (crescimento de 0,5%), enquanto as telecomunicações deverão receber R$ 141 bilhões (37,8% a mais).
Os demais setores da infraestrutura deverão receber os seguintes volumes de investimentos: infraestrutura social (R$ 87 bilhões), rodovias (R$ 80 bilhões), ferrovias (R$ 45 bilhões), portos (R$ 36 bilhões) e aeroportos (R$ 16 bilhões).
O superintendente da Área de Pesquisas Econômicas do BNDES, Fernando Puga, destacou que o crescimento de 17% é importante, mas o principal destaque da pesquisa é o perfil desses investimentos, que nos próximos quatro anos deverão ter qualidade maior do que os realizados nos quatro anos anteriores.
“É uma mudança na qualidade, com o investimento mais intensivo em tecnologia e menos em capital. No setor de petróleo e gás, há uma perspectiva mais desafiadora que é explorar o petróleo na camada pré-sal. Nas telecomunicações, serão investimentos pesados em 4G que requerem alta tecnologia. Na energia elétrica, teremos investimentos muito maiores nas energias novas. Temos uma mudança na qualidade dos investimentos”, disse.
Créditos: Agencia Brasil

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Papa considera escravidão crime contra a humanidade

O papa Francisco qualificou como crime contra a humanidade todas as formas de escravidão moderna. “Declaramos, em cada um dos nossos credos, que a escravidão moderna em todas as suas formas – prostituição, trabalho forçado, mutilação, venda de órgãos ou trabalho infantil – é um crime de lesa humanidade”, afirmou o papa, na cerimônia de assinatura de um acordo com líderes de várias religiões para erradicar essa prática até 2020.

O papa ressaltou que “cada ser humano é uma pessoa livre” e que “todas as pessoas são iguais e têm de ter reconhecidas a mesma dignidade e a mesma liberdade”. Qualificando a assinatura do acordo de “iniciativa histórica”, Francisco destacou o esforço conjunto de todas as religiões “para erradicar o terrível flagelo da escravidão moderna em todas as suas formas”, prática que “acorrenta dezenas de milhares de pessoas à humilhação e à desumanização” e apelou a todos os governos e empresas que se juntem a esse esforço.

Participaram da cerimônia representantes de várias religiões, entre os quais o hindu Mata Amritanandamayi, os rabinos Abraham Skorka, argentino e David Rosen, norte-americano, o ortodoxo francês Emmanuel, o aiatolá iraquiano Mohammad Taqi Al Modarresi e o arcebispo britânico Justin Welby. Foto: Reuters
Créditos:Agencia Brasil

Palavrões, evacuação de galerias e tumulto interrompem sessão do Congresso

Numa cena diferente da que se espera ver no Congresso Nacional, os parlamentares, em vez de deliberarem a sessão conjunta da noite de ontem (2) posicionaram-se, ora estupefatos, de costas para a mesa diretora e olhando para as galerias, ora discutindo entre eles mesmos. Instalada a confusão, não teve outro jeito a não ser suspender os trabalhos para que sejam retomados nesta quarta-feira (3), enquanto seguranças tentavam tirar, com armas de choque, cerca de 30 manifestantes e deputados e senadores exaltavam-se num palavreado confuso que pouco parecia o de um representante do Legislativo.
“Vai pra Cuba”, gritou da galeria uma pessoa para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). “Seu merda”, disse o deputado Amauri Teixeira (PT-BA) para o colega Domingos Sávio (PSDB-MG). “Não encoste em mim, sou um deputado”, rebateu, da galeria, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) que foi ver o que acontecia, para um servidor da polícia legislativa.
Tudo começou quando, sob clima tenso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) deu início à sessão conjunta do Congresso que tinha na pauta a apreciação de dois vetos presidenciais e a votação do projeto referente a mudanças nas regras de superávit dentro da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – que tem sido objeto de polêmica entre governo e oposição.
Os deputados da oposição liberaram senhas para que manifestantes pudessem assistir à votação das galerias. Durante a discussão sobre o texto, num discurso da senadora Vanessa Graziotin, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que estava indignada porque tinham chamado a senadora de “vagabunda” e outras parlamentares de “safadas”. A oposição afirmou que tinham gritado “Vai pra Cuba”, como havia ocorrido anteriormente e ela tinha entendido de forma equivocada. A deputada insistiu que outras colegas também tinham ouvido o mesmo e "outras coisas piores".
Jandira Feghali apelou ao presidente da Casa: “Isto não pode acontecer. Não podemos ser desrespeitadas desta maneira”. O deputado Espiridião Amim (PP-SC) rebateu de imediato: “Perdoamos a deputada por este ato antidemocrático de pedir para esvaziar as galerias porque sei que a senhora está movida pela emoção, mas o Congresso já viu esse tipo de coisa antes e nem por isso o pessoal foi expulso”. A confusão estava instalada.
Créditos: Rede Brasil Atual

Aécio pagou consulta a dois ex-ministros do STF com dinheiro da campanha

Ayres Britto e Carlos Velloso cobraram R$ 56 mil e R$ 58 mil, respectivamente, por documentos que atestam a legalidade da desapropriação da área onde foi construído o aeroporto de Cláudio. PT pede que despesa seja considerada irregular pelo TSE.

O senador Aécio Neves (PSDB) usou dinheiro da campanha à Presidência da República para pagar os serviços de dois ex-ministros do Supremo Tribunal Federal no episódio do aeroporto de Cláudio. Durante a corrida eleitoral, o jornal Folha de S. Paulo revelou que Aécio, quando governador de Minas Gerais (2003-2010), construiu um aeroporto de R$ 14 milhões em um terreno que foi desapropriado de seu tio-avô, Múcio Tolentino, ex-prefeito da cidade de Cláudio.

Os pareceres emitidos pelos escritórios de Ayres de Britto e Carlos Velloso atestaram a legalidade de uma obra pública em um terreno desapropriado pelo Estado, ainda que haja um imbróglio - o parente de Aécio não concordou com o valor pago pelo governo pela área e estendeu a causa à Justiça.
À época, a Folha noticiou que o escritório de Britto cobrou R$ 56 mil pelo serviço. Segundo a prestação de contas da campanha de Aécio declarada ao Tribunal Superior Eleitoral, Velloso, por sua vez, recebeu R$ 58 mil para ajudar o ex-presidenciável tucano a justificar a obra no terreno que pertencia ao tio-avô, feita em uma cidade de cerca de 25 mil habitantes.
O periódico ainda cravou que a disputa em torno da indenização faz com que as chaves do aeroporto construído com verba pública permaneçam com familiares do senador. Além disso, a Anac (Agência Nacional de Aviação) não homologou o equipamento por falta de documentos.
Nesta segunda-feira (1/12), o jornal O Globo informou que o PT pediu mais tempo ao TSE para analisar as contas de Aécio, pois a digitalização dos documentos foi feita em cima do prazo para que os partidos políticos solicitassem a impugnação das candidaturas com base em erros nos gastos de campanha, se for o caso.
Na impossibilidade de estender o prazo de análise, o partido de Dilma pede que o Tribunal considere a despesa com os serviços dos dois ex-ministros irregular, pois versam sobre uma obra que Aécio entregou em 2010, quando os gastos de campanha do candidato devem se limitar ao período eleitoral.

O PSDB solicitou diretamente a impugnação das contas de Dilma. Os tucanos alegaram, entre outros pontos, que o PT gastou muito mais do que o teto permitido pela Justiça Eleitoral. Por Cíntia Alves
Créditos: Jornal GGN

Produção industrial se mantém estável em outubro

 A produção industrial brasileira se manteve estável na passagem de setembro para outubro deste ano. Em setembro, a indústria havia recuado 0,2%.Os dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física foram divulgados ontem (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com outubro do ano passado, houve uma queda de 3,6%. A indústria acumula perdas de 3% no ano e de 2,6% no período de 12 meses, de acordo com o IBGE.
Os bens de capital, ou seja, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo, e os bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados na produção, ficaram estáveis entre setembro e outubro. Os bens de consu mo duráveis tiveram quedas de 0,8% e os bens de consumo semi e não duráveis cairam 0,6%.
Créditos: WSCOM

Europa fica sem gás russo e a perda é “irreparável”, diz perito

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Na segunda-feira passada, dia 1 de dezembro, a Rússia anunciou a suspensão permanente do South Stream, projeto de gasoduto que iria abastecer a Europa de gás russo. 
Para Antônio Gelis, professor de Estratégia Internacional e Geopolítica da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo, que deu uma entrevista à emissora Sputnik, a decisão russa foi bem previsível no contexto geopolítico atual.
“Temos assistido a uma sequência atabalhoada de sanções” ocidentais contra a Rússia, comenta o perito, sublinhando que foi (e é) uma sequência “muito agressiva e equivocada”. Por isso, a suspensão do projeto favorável à Europa foi “algo que a gente esperava”. Agora, a perda já é “irreparável” para o Ocidente, inclusive para os Bálcãs, pois dificilmente a Rússia irá voltar para o South Stream e apagar o acordo com a Turquia, acha o professor Antônio, que além da brasileira, tem a cidadania eslovena. Portanto, a Rússia dá recentemente sinais de apromimação maior dentro dos blocos existentes e emergentes, por exemplo no BRICS, do qual o Brasil também faz parte.Foto: South Stream
Créditos: Voz da Russia

Robô que faz transplante capilar chega ao Brasil

Um novo método para a realização de transplante capilar em homens deve chegar ao País no próximo mês e promete um procedimento mais preciso e sem cicatrizes. A novidade é a utilização de um robô, chamado Artas, que faz a remoção dos folículos capilares, grupos com dois a quatro fios de cabelos, sem a necessidade de cortes e com redução de até 20% no tempo do processo, que pode demorar entre seis e nove horas. Normalmente, o procedimento de retirada das unidades foliculares é manual e feito por oito a dez profissionais.

"Com o robô, nós removemos de forma mais rápida e mais precisa, porque ele tem um sistema de imagem que emite um laser guia que mostra para o aparelho a posição do cabelo e já colhe na posição (correta) com um número menor de danos foliculares", explica João Carlos Pereira, dermatologista especializado em Cosmiatria e Cirurgia Dermatológica e integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica. Por hora, o robô remove até 1 mil unidades foliculares e são necessárias 1,5 mil a 2 mil por procedimento.

Pereira será um dos primeiros especialistas brasileiros a oferecer a técnica que utiliza o robô. Vice-presidente sênior da Restoration Robotics, empresa que produz o sistema robótico, Miguel Canales diz que o equipamento foi lançado em 2011 nos Estados Unidos e já é comercializado em 17 países. "O Brasil é o país mais recente e o primeiro da América Latina a adotar o robô."

Segundo Canales, a técnica feita com o Artas pode trazer uma série de vantagens para os pacientes brasileiros. "Com a introdução do Artas no Brasil, homens vão ter uma nova opção de ter um procedimento de transplante capilar menos invasivo, menos doloroso e sem uma cicatriz visível", afirma. O ponto negativo, segundo ele, é o preço, tendo em vista a tecnologia do equipamento. De acordo com a empresa que distribui o produto, a Advance Medical, o custo médio do tratamento é de R$ 30 mil.

Pereira, que já conhece a técnica, diz que o local da retirada dos enxertos capilares fica com furos de 1 milímetro que fecham em 48 horas. "Esse sistema do robô programa a distância entre as mudas que vão ser removidas para que não tire muito perto e não tenha uma falha de cabelos", completa. O dermatologista diz ainda que o robô minimiza o desgaste da equipe médica.

"Ele tem essa revolução porque consegue remover os cabelos por meio de um braço robótico controlado por um controle. É um trabalho cansativo e ele faz sem a fadiga manual e a variabilidade, pois repete o mesmo movimento inúmeras vezes precisamente."

Após o procedimento, o paciente pode lavar o cabelo a partir do quinto dia. Entre 15 e 20 dias depois do transplante, todos os fios caem. "A raiz fica. A partir daí, começa a germinar um novo fio, que será definitivo. Os cabelos começam a apontar na pele três meses após o transplante", afirma Pereira.

Canales diz que a total transformação, quando os fios já estão mais longos, ocorre em menos de um ano. "Leva nove meses para o paciente ver o impacto estético completo do procedimento." O tempo é semelhante ao dos procedimentos utilizados atualmente.
Créditos: A Tribuna