quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Palavrões, evacuação de galerias e tumulto interrompem sessão do Congresso

Numa cena diferente da que se espera ver no Congresso Nacional, os parlamentares, em vez de deliberarem a sessão conjunta da noite de ontem (2) posicionaram-se, ora estupefatos, de costas para a mesa diretora e olhando para as galerias, ora discutindo entre eles mesmos. Instalada a confusão, não teve outro jeito a não ser suspender os trabalhos para que sejam retomados nesta quarta-feira (3), enquanto seguranças tentavam tirar, com armas de choque, cerca de 30 manifestantes e deputados e senadores exaltavam-se num palavreado confuso que pouco parecia o de um representante do Legislativo.
“Vai pra Cuba”, gritou da galeria uma pessoa para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). “Seu merda”, disse o deputado Amauri Teixeira (PT-BA) para o colega Domingos Sávio (PSDB-MG). “Não encoste em mim, sou um deputado”, rebateu, da galeria, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) que foi ver o que acontecia, para um servidor da polícia legislativa.
Tudo começou quando, sob clima tenso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) deu início à sessão conjunta do Congresso que tinha na pauta a apreciação de dois vetos presidenciais e a votação do projeto referente a mudanças nas regras de superávit dentro da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – que tem sido objeto de polêmica entre governo e oposição.
Os deputados da oposição liberaram senhas para que manifestantes pudessem assistir à votação das galerias. Durante a discussão sobre o texto, num discurso da senadora Vanessa Graziotin, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse que estava indignada porque tinham chamado a senadora de “vagabunda” e outras parlamentares de “safadas”. A oposição afirmou que tinham gritado “Vai pra Cuba”, como havia ocorrido anteriormente e ela tinha entendido de forma equivocada. A deputada insistiu que outras colegas também tinham ouvido o mesmo e "outras coisas piores".
Jandira Feghali apelou ao presidente da Casa: “Isto não pode acontecer. Não podemos ser desrespeitadas desta maneira”. O deputado Espiridião Amim (PP-SC) rebateu de imediato: “Perdoamos a deputada por este ato antidemocrático de pedir para esvaziar as galerias porque sei que a senhora está movida pela emoção, mas o Congresso já viu esse tipo de coisa antes e nem por isso o pessoal foi expulso”. A confusão estava instalada.
Créditos: Rede Brasil Atual

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