domingo, 6 de março de 2016

Brasil inaugura primeira usina solar flutuante do mundo

O primeiro projeto-piloto no mundo, de exploração de energia solar em lagos de usinas hidrelétricas, com uso de flutuadores, foi lançado na Hidrelétrica de Balbina, no município de Presidente Figueiredo, no Amazonas.
Segundo o Ministério de Minas e Energia, a iniciativa já foi implementada em outros países, mas em reservatórios comuns de água. No caso do Brasil, a engenharia será utilizada nos lagos das hidrelétricas, permitindo aproveitar as sub-estações e as linhas de transmissão das usinas, além da lâmina d’água dos reservatórios, evitando desapropriação de terras.
As placas fotovoltaicas flutuantes no reservatório da usina amazonense vão gerar, inicialmente, um megawatt (MW) de energia. A previsão é que em outubro de 2017 a potência seja ampliada para cinco MW, o que é suficiente para abastecer, por exemplo, 9 mil casas.
O ministro Eduardo Braga, do PMDB, explica que o projeto de geração híbrida utiliza a capacidade dos reservatórios e a infraestrutura de hidrelétricas brasileiras, principalmente, as que estão com baixa capacidade de geração de energia, como é o caso de Balbina. “Aqui em Balbina é um caso bastante típico porque nós temos uma subestação que poderia estar transmitindo algo como 250 MW. Hoje, usa apenas 50 MW. Portanto, há 200 MW de ociosidade, que vamos poder suplementar com energia solar, com custo muito reduzido, fazendo com que tenhamos eficiência energética, segurança energética, melhor gestão hídrica dentro dos nossos reservatórios e ao mesmo tempo baratear a energia para que a tarifa de energia elétrica seja mais barata em nosso país”, afirmou.
A pesquisa vai analisar o grau de eficiência da interação de uma usina solar, em conjunto com a operação de usinas hidrelétricas, e a influência no ecossistema dos reservatórios. Após os estudos, de acordo com Eduardo Braga, a expectativa é que a geração de energia solar seja de 300 MW, podendo abastecer 540 mil residências. “É preciso fazer vários estudos, e nós esperamos, terminados esses estudos, poder começar os leilões de energia, de reservas com flutuadores dentro dos nossos reservatórios, e aí teremos capacidade muito grande no Brasil, porque o país possui inúmeras hidrelétricas com espaço para coletar energia solar nos seus reservatórios”, explicou o ministro.
De acordo com o presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, a tendência é que o país amplie a geração de energia solar, o que pode refletir futuramente na redução da conta de luz. Mas ressaltou que não dá para avaliar a queda percentual, pois ainda não se sabe quanto será o custo da energia solar. Mas adiantou que será uma "redução substancial".
Segundo ele, a participação da energia solar na matriz elétrica brasileira é muito pequena, mas deve crescer nos próximos anos, podendo chegar a 5%/10% ou até mais. "Cada vez mais esses painéis estão reduzindo. A energia solar vai ficar muito barata, e essa economia será repassada para as tarifas que beneficiam o consumidor brasileiro”, destacou.
Os flutuadores da primeira etapa foram produzidos em Camaçari, na Bahia, e os próximos vão ser fabricados no Amazonas. Segundo Orestes Gonçalves, sócio-diretor da empresa Sunlution, responsável pelo desenvolvimento do projeto, a iniciativa vai contribuir para a geração de empregos.
Ele disse que todos os empregos serão contratados no estado do Amazonas, de gente com formação pela Universidade Federal do Amazonas, Serviço Nacional da Indústria (Senai) e outras instituições de ensino. Os eletricistas que vão instalar as usinas, os engenheiros que vão participar, assegurou, "serão todos do estado do Amazonas, e todos com treinamento. Esse é o objetivo de envolver a universidade no projeto”.
Para Ciro Campos, do Instituto Socioambiental (ISA), a iniciativa do governo é positiva e oportuna, porque estimula a produção de energia solar no país e a criação de uma cadeia produtiva que ajuda a gerar emprego e renda em um momento de crise econômica. Mas ele chama a atenção para a escolha de usinas como a de Balbina, que causaram grande impacto ambiental e têm pouca produtividade.
No seu entender, “Balbina é a pior usina hidrelétrica já construída no Brasil, e talvez seja também o maior crime ambiental da nossa história. Portanto, não basta o ministério 'solarizar' Balbina ou outras hidrelétricas na Amazônia para tornar a existência dessas usinas menos nocivas para a atmosfera e para a sociedade também”.
Projeto semelhante, com a mesma capacidade de geração de energia solar de Balbina, será anunciado na Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, no próximo dia 11. A Eletronorte e a Chesf vão investir quase R$ 100 milhões nos dois empreendimentos, que devem entrar em operação em janeiro de 2019.
A construção será de responsabilidade da empresa brasileira Sunlution, em parceria com a fabricante de equipamentos WEG e participação das universidades federais de Pernambuco e do Amazonas, bem como da Fundação de Apoio ao Rio Solimões.
Créditos: Agencia Brasil

Diferença entre dengue, Zika e chikungunya é sutil, diz especialista

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As três viroses que mais assustam o Brasil no momento – dengue, Zika e chikungunya – são doenças infecciosas agudas transmitidas pelo mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti. As semelhanças não param por aí: todas elas podem provocar febre, dor e manchas pelo corpo. “A diferença é sutil e o diagnóstico precisa ser clínico e epidemiológico, levando em conta a situação de infecções naquela localidade”, explicou a infectologista e epidemiologista Helena Brígida.
Em entrevista à Agência Brasil, a integrante do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia destacou que, no caso da dengue, o sintoma de maior destaque é a febre, sempre alta e de início súbito. Já a característica mais marcante na infecção por chikungunya são as dores nas articulações, bem mais intensas que nas outras duas doenças. Por fim, o Zika tem como principal manifestação manchas pelo corpo bastante avermelhadas e que coçam muito, além de joelhos e tornozelos inchados.
“A gente tem que perguntar ao paciente se coça muito, se ele teve febre, se a febre passa quando ele toma remédio, se há dor nas juntas, se o pé está inchado. Não dá pra dizer logo de cara o que é. O médico tem que ouvir todo o conjunto de sintomas para definir a melhor conduta”, destacou. A especialista contou ainda que, em seis horas de plantão em um único dia, se deparou com quatro casos de Zika em seu consultório. A colega que atendia na sala ao lado, segundo ela, registrou outros quatro casos da mesma doença.
A infectologista também ressaltou que o tratamento para as três doenças é sintomático, ou seja, estabelecido com base nos sintomas apresentados pelo paciente e não muda diante de um resultado laboratorial positivo ou negativo. A confirmação por teste, segundo ela, é importante sobretudo entre gestantes, diante da possível associação de microcefalia com o vírus Zika, e entre pacientes com quadro de complicações neurológicas também possivelmente associadas à infecção.
Créditos: Agencia Brasil

Minha Casa Minha Vida: 2.434 famílias recebem casas nesta segunda-feira

Serão beneficiadas 2.434 famílias em cinco estadosO programa Minha Casa Minha Vida entregará na próxima segunda-feira (7) as chaves do imóvel próprio para novas 2.434 famílias, em cinco Estados: Rio Grande do Sul, Ceará, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Será realizada uma cerimônia de entrega simultânea, com autoridades do governo federal em todos os novos empreendimentos.

Em Três Lagos, em Mato Grosso do Sul, 432 famílias da região passarão a morar no Residencial Orestinho II referente à 2ª Etapa. Cada unidade habitacional conta com área privativa de 43,40 metros quadrados. Em Caxias do Sul, na serra gaúcha, serão 320 unidades do empreendimento Campos da Serra. No Ceará, a cidade de Sobral contará com 976 novos imóveis. Jundiaí, em São Paulo, receberá 400 unidades do Residencial São Camilo I e II na cidade de Jundiaí (SP). Em Minas Gerais, serão entregues 306 unidades habitacionais do Residencial Sarah Kubitshek Bairro JK II na cidade de Paracatu (MG). 

Desde 2003, o governo federal tem uma carteira de investimentos, por meio do Ministério das Cidades, de R$ 508,4 milhões somente em Três Lagoas, sendo R$ 315,9 milhões para a contratação de 4.620 unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida. Em todo o Estado de Mato Grosso do Sul, o montante é de R$ 13,3 bilhões. Em Caxias do Sul, o total de investimentos é de R$ 4,90 bilhões, sendo R$ 1,54 bilhão para a contratação de 17.988 unidades. No Estado do Rio Grande do Sul, o montante é de R$ 36,08 bilhões.

Já em Jundiaí, o valor chega a R$ 1,20 bilhão, sendo R$ 1,03 bilhão para a contratação de 13.240 unidades. Em todo o Estado de São Paulo (SP), o montante é de R$ 125,6 bilhões. Na cidade de Sobral, o investimento total é de R$ 405,1 milhões, sendo R$ 252,5 milhões para a contratação de 4.236 unidades. No estado do Ceará, o montante é de R$ 28,1 bilhões.

Em Paracatu, o investimento total é de R$ 387,6 milhões, sendo R$ 93,7 milhões para a contratação de 1.429 unidades. Em Minas Gerais, o montante é de R$ 52,4 bilhões. No Brasil, os investimentos ultrapassam R$ 583 bilhões. Fonte: Ministério das Cidades
Créditos: Portal Brasil

Ministro do Supremo reconhece que Moro atropelou as regras

A primeira crítica contundente do Supremo Tribunal Federal à ação do juiz Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentro da 24ª fase da operação Lava Jato veio do ministro Marco Aurélio Mello. "Condução coercitiva? O que é isso? Eu não compreendi. Só se conduz coercitivamente, ou, como se dizia antigamente, debaixo de vara, o cidadão de resiste e não comparece para depor. E o Lula não foi intimado", afirmou Mello, segundo a colunista Mônica Bergamo.
Marco Aurélio diz que é preciso "colocar os pingos nos 'is'". "Vamos consertar o Brasil. Mas não vamos atropelar. O atropelamento não conduz a coisa alguma. Só gera incerteza jurídica para todos os cidadãos. Amanhã constroem um paredão na praça dos Três Poderes", afirmou.
O magistrado criticou também o argumento utilizado por Moro para embasar a condução coercitiva de Lula, de que a medida seria para a própria segurança do ex-presidente. "Será que ele [Lula] queria essa proteção? Eu acredito que na verdade esse argumento foi dado para justificar um ato de força", segue o magistrado. "Isso implica em retrocesso, e não em avanço."
O ministro do STF disse que o juiz Sérgio Moro "estabelece o critério dele, de plantão", o que seria um risco. "Nós, magistrados, não somos legisladores, não somos justiceiros". E ensina: "Não se avança atropelando regras básicas".(Brasil 247).
Créditos: WSCOM

sábado, 5 de março de 2016

Zika mata células de cérebros em desenvolvimento

Testes laboratoriais revelaram a primeira relação direta entre o vírus Zika e a microcefalia
Cientistas divulgaram hoje ter encontrado a primeira prova de uma ligação biológica entre o vírus Zika, com grande propagação na América Latina, e a microcefalia em recém-nascidos.
Segundo a equipe de especialistas, testes de laboratório revelaram que o vírus atinge as principais células envolvidas no desenvolvimento do cérebro, destruindo-as ou desativando-as posteriormente.

A microcefalia é um distúrbio de desenvolvimento fetal que resulta num perímetro do crânio infantil mais baixo do que o normal, com consequências no desenvolvimento do bebé.

Estes resultados são a primeira prova concreta da existência de uma ligação entre o vírus, transmitido por picada de mosquitos infetados, e a microcefalia, segundo Guo-li Ming, professor de neurologia no Instituto Johns Hopkins de Engenharia Celular (Estados Unidos) e um dos responsáveis pelo estudo.
Até agora, de acordo com o mesmo especialista, as evidências encontradas eram circunstanciais.
Créditos: JF

Crise política deve piorar, com violência nas ruas

A Operação Alethéia, 24ª fase da Lava Jato, que conduziu coercivamente o ex-presidente Lula para depor, deve aprofundar a crise política e acirrar os confrontos entre governistas e oposicionistas, inclusive com violência nas ruas. Esta é uma possibilidade levantada por analistas. 
"A tendência à violência de rua é muito forte porque existem elementos que podem justificar o discurso de Lula e do PT de que eles são perseguidos", avalia o cientista político Aldo Fornazieri. "Se, pela via institucional não se vê saída, os conflitos passam a ser resolvidos na rua, o que é muito grave para um país. Mais grave ainda quando o Judiciário é arrastado para dentro do processo de radicalização política", complementa.
O filósofo Roberto Romano diz que "se não se assumir uma prudência muito grande, a coisa pode degringolar, o que plantará uma situação ainda mais difícil para a falta de governabilidade que o país já enfrenta atualmente."
Segundo ele, nenhum dos poderes funciona normalmente no momento. "A presidente não consegue governar e está ameaçada de impeachment. O presidente da Câmara virou réu da Lava-Jato. O do Senado pode virar a qualquer momento. E o Ministério Público tem trabalhado a toque de caixa, em ritmo de urgência", diz.
Para Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia política e ex-ministro da Educação do governo Dilma, "para a direita, a operação equivale à condenação de Lula, uma vez que ela tem se comportado como se qualquer pronunciamento do aparelho judicial implicasse numa condenação". "Para a esquerda, a operação representa a consagração de Lula como mártir político", ressalta. Foto: Correio do Pantanal. 
Créditos: Brasil 247

Suposta delação de Delcídio seria 'imoral e mesquinho desejo de vingança' afirma Dilma

A presidenta Dilma Rousseff rechaçou, em pronunciamento ontem (4), a suposta delação do senador Delcídio do Amaral (PT) que seria a base de matéria de capa da revista IstoÉ, publicada ontem e repercutida pelos demais meios de comunicação. A presidenta é responsabilizada por ilegalidades em relação a negócios da Petrobras e acusada de tentar interferir na condução da Operação Lava Jato.
“É lamentável que ocorra ilegalmente o vazamento de uma delação que, se chegou a ser feita, teve como objetivo único atingir minha pessoa e meu governo, provavelmente pelo imoral e mesquinho desejo de vingança e retaliação de quem não o defendeu. E não poderia ser defendido pelo atos que cometeu", afirmou Dilma.
Delcídio teria acusado Dilma de ter feito gestões junto ao Poder Judiciário para mudar rumos da Operação Lava Jato, interferindo nas investigações. Isso teria ocorrido em uma reunião realizada em Coimbra, Portugal, com o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, e o ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Segundo a presidenta, o objeto da reunião foi um projeto de lei que tratava de reajuste salarial de servidores do Poder Judiciário. Em nota, o presidente do STF já havia reafirmado essa informação.
“A premência da reunião se deveu ao fato de que os servidores estavam em greve. Os ministros do STF e Cardozo estavam em Coimbra, em uma reunião. E eu estava indo para a Rússia e parei em Porto. Pois todas as vezes temos de fazer escalas. E eu escolhi Coimbra para fazer essa reunião”, explicou Dilma.
A presidenta foi acusada ainda de tentar negociar a nomeação, “de forma imoral”, de ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para conseguir a libertação de investigados que se encontravam presos preventivamente. “Jamais falei com o senador a esse respeito. Aliás, do ponto de vista institucional, não teria nenhuma razão de pedir a um senador para conversar com um juiz. Não é o senador que participa dos processos de nomeações de ministros do STJ e nem tampouco do STF”, afirmou a presidenta.
Dilma nomeou 16 ministros do STJ e cinco do STF. “Na turma que ele se refere havia três nomeados por mim. Um votou a favor e os outros dois contra (os habeas corpus). É absolutamente subjetiva e insidiosa a fala do senador, se ela foi feita”, destacou. Os ministros Marcello Navarro e Francisco Falcão, este presidente do STJ, negaram a existência de quaisquer tratativas do governo a respeito. “A informação atribuída ao senador restou claramente desmentida”, completou Dilma.
Dilma também lembrou que todas as informações relativas à compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, foram repassadas à Procuradoria-Geral da República. E o procurador-geral, Rodrigo Janot, arquivou o processo que apurava irregularidades no negócio. “Não foi possível imputar o cometimento de delitos de nenhuma espécie aos membros do Conselho de Administração. Mormente quando comprovado que os procedimentos legais foram seguidos”, argumentou Janot, à época.
“Nas declarações atribuídas ao senador Delcídio nenhum elemento concreto ou novo foi apresentado de forma a propiciar condições de mudar o entendimento do procurador. Quero lembrar que a primeira parte, os 50% de fato adquiridos pela Petrobras e autorizados pelo conselho, foi em 2006. Os remanescentes 50% não foram autorizados pelo conselho, pois foi informado pela diretoria executiva a existência de duas cláusulas que não constavam da informação inicial. Delcídio não integrava nem diretoria executiva, nem conselho administrativo”, disse Dilma.
Dilma rechaçou a suposta informação de Delcídio, que o encerramento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos teria sido feito para beneficiar a campanha presidencial dela em 2010. “Essa informação não precisa de testemunho para ser desmentida. Ela se desmente pela própria temporalidade. A CPI teve início em 29 de junho de 2005 e foi encerrada em 20 de junho de 2006. Ou seja, ela foi aberta a uma semana de minha posse como ministra-chefe da Casa Civil e distante quatro anos da minha indicação como candidata à Presidência da República”, afirmou.
Créditos: Rede Brasil Atual