sexta-feira, 29 de julho de 2016

Cardozo entrega defesa de Dilma e espera decisão justa do Senado

A entrega das alegações finais da defesa da presidenta eleita, Dilma Rousseff, pelo legítimo advogado-geral da União, Jose Eduardo Cardozo, foi feita nesta quinta-feira (28) com a expectativa de que, em uma decisão justa, os senadores votem pelo arquivamento do processo de impeachment.
“Se for um julgamento justo, mesmo político, é absolvição. 

As provas arrebentam com a acusação”, disse Cardozo após protocolar a peça junto com a senadora Gleise Hoffmann (PT-PR). “As provas são avassaladoras. Afirmamos textualmente que há um golpe”, completou. As cerca de 500 páginas de alegações finais procotoladas pela defesa de Dilma fazem um apanhado do processo de impeachment desde seu início, indicando as razões pelas quais o Senado deve arquivá-lo. A novidade foi a inclusão da sentença do Tribunal Internacional da Democracia nas alegações finais.

O tribunal simbólico, realizado no Rio de Janeiro com a presença de juristas estrangeiros, concluiu que o processo de impeachment contra Dilma é nulo porque viola a Constituição do Brasil, a Convenção Interamericana dos Direitos Humanos e o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. O veredito foi enviado também aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os demais pontos da defesa são: o desvio de poder por ter Eduardo Cunha (PMDB-RJ) recebido o pedido de impeachment movido por vingança, o que se comprova com seu discurso de renúncia; o parecer do Ministério Público indicando a inexistência de ilegalidade nos decretos, tampouco de dolo por parte de Dilma; a perícia que constatou a ausência de ato de Dilma nos repasses referentes ao Plano Safra; as testemunhas ouvidas que apontam para inexistência de crime nas chamadas pedaladas fiscais; e a entrevista concedida pela líder do governo golpista no Congresso, senadora Rose Freitas(PMDB-ES), afirmando que o afastamento de Dilma se deu apenas por razões políticas.

Apesar de não poder incluir no processo o áudio do ex-ministro do Planejamento golpista, Romero Jucá (PMDB-RR), articulando pelo impeachment para “estancar a sangria” da operação Lava Jato, Cardozo disse que a peça entregue ao Senado discute as gravações, já que elas tornaram-se fato notório. Outro integrante do governo golpista de Michel Temer teve declarações apensadas ao processo pela defesa de Dilma é o advogado-geral da União, Fábio Medina Osório, que concedeu entrevista em 2015 sustentando que, sem base constitucional, o impeachment é golpe.
Créditos: Agencia PT


quinta-feira, 28 de julho de 2016

Um terço da população mundial está desnutrida ou com excesso de peso, diz estudo

Um terço das pessoas no mundo está desnutrida ou com excesso de peso, o que provoca aumento da incidência de doenças e pressões sobre os serviços de saúde, segundoo Relatório Nutrição Global publicado por especialistas independentes na terça-feira (14) com o apoio do Programa Mundial de Alimentos (PMA), das Nações Unidas.
Segundo o documento, a desnutrição é responsável por quase metade das mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo, enquanto as taxas de pessoas com sobrepeso ou obesas estão crescendo em todas as regiões e em quase todos os países.
De 7 bilhões de pessoas no mundo, 2 bilhões sofrem de má nutrição, 800 milhões são afetadas por deficiência calórica, enquanto 2 bilhões estão com sobrepeso ou obesas, segundo o documento. De 129 países com dados disponíveis, 57 têm sérios níveis de desnutrição e sobrepeso entre adultos.
O relatório mostrou que tal situação provoca perdas de 11% do Produto Interno Bruto (PIB) a cada ano em países da África e da Ásia, enquanto a prevenção da má nutrição entrega retornos de 16 dólares para cada 1 dólar gasto.
“Os países do mundo entraram em acordo sobre metas para a nutrição, mas apesar de algum progresso nos últimos anos, o mundo está fora do caminho de atingir tais objetivos”, disseram os pesquisadores no documento
O relatório destacou a evolução do Brasil no tema da desnutrição. O país é apontado como um dos melhores exemplos de como uma nação pode construir “um forte compromisso político com a nutrição”.
“Depois de instituir uma série de estratégias implementadas por meio de políticas públicas, o Brasil tem experimentado transformações estruturais que mudaram drasticamente o cenário nutricional do país”, disse o relatório.
Segundo o documento, o Brasil avançou em questões como amamentação, cuja taxa era de 2% em 1986 e passou a 39% em 2006. O país também reduziu as taxas de nanismo de 19% em 1989 para 7% em 2007, enquanto as taxas de desperdício estão baixas, por volta de 2%.
Em 2014, o país conseguiu erradicar a fome, lembrou o documento.  Algumas mudanças, no entanto, foram negativas: as taxas de sobrepeso e obesidade estão altas (atualmente 54% e 20%, respectivamente) e crescentes. As taxas de anemia estão em 20%, e a insegurança nutricional e alimentar permanece um problema para comunidades específicas.
Créditos: ONU

São Paulo terá loja com produtos da agricultura familiar e orgânicos

A cidade de São Paulo ganhará no sábado (30) uma loja de produtos agroecológicos oriundos da agricultura familiar. Sediado no bairro de Campos Elíseos, região central da capital, o Armazém do Campo reunirá itens vindos de assentamentos da reforma agrária ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
O espaço deve centralizar a distribuição da produção orgânica do movimento social. 

“O Armazém do Campo surge como alternativa de oferta dessa produção em um momento em que o público está cada vez mais preocupada com o tipo de alimento que coloca em suas mesas”, afirmou Rodrigo Teles, coordenador executivo da loja.
Em nota, o MST alerta para um momento de crise alimentar no Brasil: “O país, hoje, é o maior consumidor de agrotóxicos do planeta – são ingeridos em média 5,2 quilos de veneno agrícola por habitante”. Para a organização, há uma procura maior a feiras de produtos orgânicos. Em outubro, o próprio movimento realizou com sucesso a 1ª Feira Nacional da Reforma Agrária, que reuniu cerca de 800 produtores no Parque da Água Branca, zona oeste da capital – onde também funciona às terças, sábados e domingos um tradicional ponto de venda de produtos agroecológicos.
O modelo de agricultura familiar, além de trazer benefícios dos produtos livres de venenos, pode auxiliar na geração de emprego e renda, além de tornar mais eficaz a distribuição de alimentos. De acordo com a Agência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO-ONU), a produção mundial anual de alimentos é suficiente para alimentar toda a humanidade, entretanto, uma em cada sete pessoas do mundo ainda passa fome.
O projeto de agroecologia idealizado pelo MST na forma do Armazém do Campo iniciará suas atividades com um evento reunindo programas culturais e gastronômicos durante o sábado. O endereço é Alameda Eduardo Prado, 499. O local abre as portas a partir das 10h.
Créditos: Rede Brasil Atual

Dilma entrega nesta quinta defesa de fase intermediária do impeachment

A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff tem até as 18h30 desta quinta-feira (28) para entregar as alegações finais da petista na fase intermediária do processo de impeachment. O documento será entregue à comissão especial do Senado que analisa o caso.
O prazo inicial para entrega das alegações finais se encerrava nesta quarta-feira (27). No entanto, o presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), concedeu, a pedido da defesa, mais um dia para o envio das considerações finais. O advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, solicitou mais prazo porque o site do Senado, onde estão disponibilizados documentos do processo, ficou indisponível no final de semana.
Segundo apurou o G1, nas alegações finais, a defesa de Dilma vai tentar reforçar a tese de que a petista não cometeu crime de responsabilidade ao praticar as “pedaladas fiscais” – atraso de pagamentos da União para bancos públicos nos subsídios concedidos a produtores rurais por meio do Plano Safra – e ao editar decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso Nacional.
Para isso, os advogados da petista vão incluir, nas alegações finais, o recente pedido do Ministério Público do Distrito Federal para que a Justiça Federal arquive uma investigação aberta para apurar se houve crime em operações de crédito feitas por autoridades do governo da presidente afastada Dilma Rousseff nas chamadas "pedaladas fiscais".
Para o procurador da República Ivan Cláudio Marx os atrasos de pagamentos não configuraram crime por não se tratarem de operações de crédito. A acusação tem dito que as pedaladas são empréstimos bancários, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal e, por isso, caracterizam crime de responsabilidade.
No entanto, no despacho, Marx afirma que as operações configuram improbidade administrativa porque tinham a intenção de melhorar artificialmente as contas públicas da União em período eleitoral, configurando, assim, improbidade administrativa, um delito civil.
Desvios
Outro elemento que será explorado pela defesa é uma declaração da líder do governo no Congresso, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), à Rádio Itatiaia de Minas Gerais, na qual ela afirma que o afastamento de Dilma não aconteceu por causa de “pedaladas”, mas por falta de apoio político e popular.
“Por que o governo saiu? Na minha tese, não teve esse negócio de pedalada. O que teve foi um país paralisado, sem direção e sem base nenhuma para administrar. A população não queria mais, e o Congresso não dava a ela os votos necessários para tocar nenhuma matéria. O país não podia ficar parado”, disse a senadora.
Com a inclusão da declaração, a intenção da defesa é demonstrar que houve desvio de finalidade na abertura do processo de impeachment.
Além disso, para dar corpo à tese de desvio de poder, os advogados vão citar o discurso de renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara dos Deputados. O peemedebista afirmou que abrir o processo de impeachment foi “um ato de coragem que teve a Câmara” sob o seu comando.
“Não tenho dúvidas, inclusive, de que a principal causa do meu afastamento reside na condução desse processo de impeachment”, completa a carta de Cunha.
Das alegações finais, deverão constar ainda trechos das gravações feitas pelo ex-diretor da Transpetro Sérgio Machado. Nos áudios, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) sugere um “pacto” da classe política para estancar a sangria causada pela operação Lava Jato, na qual é investigado. Esse esquema, segundo a defesa, passaria pela destituição de Dilma do governo.
Cronograma
Na fase intermediária do processo, chamada de "pronúncia", o colegiado ouviu os depoimentos de testemunhas, solicitou documentos para produção de provas, realizou perícia e acompanhou a leitura da defesa pessoal da presidente afastada.
As alegações finais da acusação já haviam sido entregues no último dia 12. No documento, os juristas Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Júnior voltaram a afirmar que Dilma cometeu crime ao editar decretos de crédito suplementares e ao praticar “pedaladas”.
Depois das alegações da defesa, abre-se o prazo para elaboração do parecer do relator do caso na comissão especial, Antonio Anastasia (PSDB-MG). O parecer, que deverá ser concluído na próxima segunda-feira (1º) e lido ao colegiado na terça-feira (2), deverá dizer se Dilma deve ou não ir a julgamento final.
Veja os próximos passos da fase intermediária do impeachment:
– Quinta-feira (28/7): Entrega das alegações finais da defesa de Dilma Rousseff;
– De 29/7 a 1º/8: Período para elaboração do parecer do relator Antonio Anastasia;
– Terça-feira (2/8): Leitura do parecer na comissão especial;
– Quarta-feira (3/8): Senadores do colegiado discutem o parecer;
– Quinta-feira (4/8): Votação do parecer na comissão;
– Sexta-feira (5/8): Leitura do parecer no plenário principal do Senado;
– Terça-feira (9/8): Início da discussão e votação do parecer no plenário (sessão pode se estender pela madrugada de quarta-feira (10/8).
Julgamento final
Se, na sessão que terá início no dia 9 de agosto, o plenário principal do Senado aprovar, por maioria simples, eventual parecer dizendo que a denúncia contra a petista é procedente, Dilma vai a julgamento final.
Deverá, então, ser concedido um prazo aos autores da denúncia para que apresentem, em até 48 horas, uma peça chamada, no jargão jurídico, de libelo, que nada mais é do que uma consolidação das acusações e provas produzidas. Eles também deverão apresentar um rol de testemunhas.
Em seguida, a defesa terá 48 horas para apresentar uma resposta, a contrariedade ao libelo, e também uma lista de testemunhas.
Todo o processo é encaminhado para o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, a quem caberá marcar uma data para o julgamento e intimar as partes e as testemunhas. Deverá ser respeitado um prazo mínimo de dez dias para se marcar o julgamento.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já disse em entrevista a jornalistas que o julgamento final deverá ter início entre os dias 25 e 27 de agosto, e pode ter de quatro a cinco dias de duração, com intervalos entre um dia e outro.
Créditos: WSCOM

Vacina brasileira contra a dengue será oferecida em 2018

A vacina contra a dengue produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, deverá ser disponibilizada aos brasileiros a partir de 2018. O produto está passando por sua terceira e última fase de testes, agora com seres humanos, em 14 centros do Brasil. O Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) sediará a pesquisa na região Sul. Mil voluntários de 18 a 59 anos participarão do estudo no Estado.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, veio ao Rio Grande do Sul acompanhar o início da vacinação. "A dengue, como toda doença virótica, é de tratamento muito difícil. Portanto, o caminho é a prevenção, através da vacina", observa. Essa poderá ser a primeira vacina contra a dengue do mundo a combater os quatro sorotipos da doença em uma única dose.
Dezessete mil pessoas serão vacinadas voluntariamente em todo o Brasil. Dessas, dois terços receberão a imunização e um terço receberá placebo (doses sem o medicamento). Depois, será feita a análise da resposta imunológica. Os pacientes serão monitorados por pelo menos cinco anos, mas até 2018 já deverá ser possível ter essa resposta e começar a fabricação industrial. "Estamos otimistas, pois o Instituto Butantan é o maior centro soroterápico da América Latina. Poderemos concluir o trabalho em menos de um ano e, aí, todos os países tropicais e subtropicais poderão ter essa tecnologia brasileira", afirma Alckmin.
O custo do projeto será de R$ 300 milhões, sendo R$ 100 milhões de recursos federais e R$ 200 milhões através de financiamento junto ao Bndes e à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Nas fases 1 e 2, foi identificada eficácia das vacinas acima de 80%. Daqui a seis meses, um grupo internacional de pesquisadores mostrará se os dados, do ponto de vista estatístico, se confirmam na fase 3.
"Se for confirmado, passaremos para a etapa de produção, quando a fábrica do Butantan estiver pronta, daqui a um ano", relata o secretário estadual de Saúde de São Paulo, David Ewerson Uip.
Além de ser usada pelo Ministério da Saúde, a vacina será comercializada internacionalmente. A população-alvo envolve 2 bilhões de pessoas no mundo. "Pela primeira vez na história do Brasil, há uma inversão de tecnologias. Normalmente, os medicamentos surgem no hemisfério Norte e vêm para o Sul. Desta vez, irão do Sul para o Norte, graças à competência do Butantan", destaca Uip.
O secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, João Gabbardo, teme que a população deixe de lado a prevenção com a vacina. "Se relaxarmos na prevenção, teremos um aumento de casos de zika vírus e febre chikungunya, transmitidos pelo mesmo vetor."
A imunização poderá ser aplicada inicialmente em pessoas de dois a 59 anos. A restrição etária é menor do que a vacina que está sendo comercializada no Brasil, do laboratório francês Sanofi Pasteur, que só pode ser aplicada em pessoas de 9 a 45 anos. Além disso, a vacina testada pelo Butantan necessita de dose única, enquanto a francesa precisa de três doses, e a eficácia estimada do produto brasileiro está acima de 80%, contra 50% a 60% da Sanofi Pasteur.
Créditos: Jornal do Comércio

OMS diz que hepatite atinge 400 milhões de pessoas em todo o planeta

hepatite
O Dia Mundial da Luta contra as Hepatites Virais, celebrado hoje (28) com ações de prevenção, foi criado para informar sobre a doença e aumentar o acesso aos testes e tratamento da hepatite, inflamação no fígado que pode ser causada pelos vírus A, B, C, D e E.
Considerada um problema mundial de saúde pública, a hepatite pode levar a problemas hepáticos graves causando a morte. A estimativa da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) é de que no país há entre 1,5 milhão e 2 milhões de pessoas com hepatite, mas só cerca de 300 mil sabem que têm a doença
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que – em todo o planeta - 400 milhões de pessoas estejam infectadas pelos vírus da hepatite B e C, número dez vezes maior que o de pessoas contaminadas pelo HIV, mas a maior parte dos portadores sequer sabe que está doente. Segundo a OMS, apenas uma em cada 20 pessoas com hepatite viral sabe que está doente e só uma em cada 100 com a doença está recebendo tratamento.
No Brasil, a situação não é diferente. Segundo o Ministério da Saúde, milhões de brasileiros são portadores do vírus B e C e não sabem. Além do risco que correm se a doença evoluir e causar danos irreversíveis ao fígado, como cirrose e câncer, os infectados também podem transmitir a doença para outras pessoas.
O diretor de Comunicação da SBI,  infectologista David Urbaez, explicou que as hepatites costumam ser silenciosas e a falta de sintomas pode retardar a busca por tratamento, o que agrava o quadro da doença. “O modelo de doença faz com que a pessoa não fique sabendo e não procure ajuda médica, pois não apresenta sintomas. A maior parte dos diagnósticos ocorre já na cirrose, aí se faz redução de danos, mas é irreversível”.
Urbaez também alertou para a necessidade de os médicos se habituarem a pedir o exame com maior frequência. Ele esclareceu que, em poucos casos, as pessoas ficam com os olhos e pele amareladas, sintoma comumente atribuído à doença.
“Isso só ocorre em casos de hepatite aguda sintomática, que acomete um percentual muito pequeno de pacientes”, disse. Quando aparecem, os sintomas podem incluir urina escura, fezes claras, dor abdominal, tontura, enjoo, vômito, cansaço, febre e mal-estar.
Teste gratuito
A rede pública de saúde de diversos municípios, entre eles Brasília, São Paulo, Fortaleza, Vitória, está fazendo campanhas neste mês, batizado de “julho amarelo”, com a disponibilização de testes rápidos para os tipos mais comuns da doença em locais de grande circulação.
A orientação da SBI é que todos os adultos façam o teste da doença, especialmente o tipo C, disponível gratuitamente na rede pública de saúde de todo o país. “A gente enfatiza a hepatite C porque, no momento, ela é a que a gente acredita ser a que tem o maior número de pessoas que desconhecem que são portadoras”, explicou.
O infectologista informou, ainda, que o tratamento para a hepatite C dura até 12 semanas e é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, o índice de cura é acima de 90%.
David Urbaez disse que, “via de regra, as hepatites virais regridem sozinhas”. Mas caso isso não ocorra, quanto antes for diagnosticada, mais eficiente será o tratamento. No caso da hepatite C, a deterioração do fígado vai acontecendo ao longo de décadas, de forma bem gradual, e, quando surge a manifestação clínica, o fígado já está muito deteriorado e pode ter entrado em cirrose, um processo que, de forma progressiva, altera a “arquitetura do fígado” de forma irreversível.
Hepatites virais
A hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas ou pelo uso de remédios, álcool e outras drogas, mas os tipos mais comuns são causados pelos vírus A, B, C, D e E.
O Ministério da Saúde orienta que as pessoas observem se já se expuseram a situações que apresentam risco de contágio, e, assim, saber se há a necessidade de fazer exames. Viver em situações precárias de saneamento básico, água e higiene pessoal e de alimentos leva ao risco do contágio fecal-oral, que transmite as hepatites A e E. Quem tem hepatite A ou E pode se curar, eliminando o vírus do organismo.
Praticar sexo sem proteção, compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam pode causar contaminação pelos vírus B,C e D, transmitidos pelo sangue. Esses tipos também podem passar da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação.
As hepatites B, C e D podem apresentar tanto formas agudas quanto crônicas de infecção quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses. O Ministério da Saúde informa que, no caso das hepatites B e C, é preciso um intervalo de 60 dias para que os anticorpos sejam detectados no exame de sangue.
Para saber mais como se prevenir dos diferentes tipos de hepatites virais, acesso o site do Ministério da Saúde que trata do tema.
Vacinação
A vacina de hepatite A foi introduzida no calendário infantil em 2014, para crianças de 1 a 2 anos de idade. O Sistema Único de Saúde disponibiliza gratuitamente a vacina contra a hepatite B em qualquer posto de saúde para pessoas de até 49 anos.
A imunização é feita em três doses, e só é efetiva quando a vacina é tomada com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose. Não existe vacina contra a hepatite C.
A hepatite D depende da hepatite B para ocorrer, portanto, vacinar contra o tipo B previne o tipo D. A hepatite E tem ocorrência rara no Brasil e não há vacina disponível para a doença.
Créditos: Agencia Brasil

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Beneficiários de auxílio-doença começam a ser chamados para “revisão”

Na esteira da crise e do ajuste fiscal, está prevista para agosto um mutirão de revisão de benefícios de auxílio-doença concedidos pelo governo há mais de dois anos. Técnicos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) vão ter que fazer horas extras para dar conta da meta do governo Temer: revisar 100 mil benefícios mensais. Os mais jovens devem ser chamados primeiro. As informações são do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.


A revisão, que vai determinar se o beneficiário já está apto a voltar ao trabalho, foi determinada pela Medida Provisória nº 739, publicada no começo do mês no Diário Oficial. A medida prevê também o cancelamento imediato do benefícios concedidos há mais de 4 meses, nos casos em que não foi estabelecido um prazo de duração.
Os segurados vão receber um comunicado oficial e não precisarão procurar agências do INSS, mas quem tem benefício sem data fixada para o término, deve agendar uma nova perícia com 15 dias de antecedência do vencimento. Por esse motivo, a nova medida prevê que, sempre que possível, os pedidos tenham uma data limite para concessão.
Ainda, a medida estabelece que o beneficiário que for considerado inapto para se recuperar para a atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação profissional para garantir a sua subsistência. Se sua condição for considerada “irrecuperável” para outra atividade, deverá se aposentar por invalidez.
Em uma segunda etapa da revisão, prevista para o ano que vem, serão revistas as aposentadorias por invalidez, mas quem tem mais de 60 anos vai ficar de fora. Segundo dados do governo, hoje o País possui 3 milhões de aposentadorias concedidas há mais de dois anos sem revisão. As despesas somam R$ 3,6 bilhões.
Ainda, a medida muda lei da previdência social e estabelece que qualquer beneficiário poderá ser convocado a qualquer momento para revisão do benefício. Para conferir todas as alterações feitas na lei, confira o texto da lei nº 8.213, de 24 julho de 1991, que regulamenta os benefícios da Previdência Social.
A medida vem na esteira de outras que visam o ajuste fiscal e a reforma da Previdência Social. Elas não são novas. A perda de direitos começou com mais força no Brasil no fim de 1993, com a perda de vários direitos, como a extinção do abono a retirada do 13º. salário do cálculo da média do valor da aposentadoria. Desde então, essa foi a tendência.  No governo Dilma, as MPs nº. 664 e 665, editadas ao final de 2014, fixaram uma série de alterações nas regras para o acesso aos benefícios: seguro-desemprego, abono salarial, seguro-defeso, pensão por morte, auxílio-doença e auxílio-reclusão.
Resumindo, o INSS passou a fazer duas contas. Primeiro, faz a conta desde julho de 1994; depois, faz a conta com a média das 12 contribuições. O valor que será pago é o menor. Fontes: revidência Social, Portal Brasil, Ministério do Trabalho e da Previdência Social e “Reforma da Previdência Social no Brasil” Foto: EBC
Créditos: Brasileiros