O primeiro destaque retirou dois temas do relatório.
Um dos trechos excluídos limitava a renegociação de dívidas junto ao Estado em até 60 meses. Hoje, os programas não limitam o prazo. Outro dispositivo descartado cobraria contribuições previdenciárias sobre a exportação do agronegócio. Com essa renúncia fiscal, o governo estima uma redução de 83 bilhões de reais na economia prevista nos próximos dez anos. Este primeiro destaque teve autoria do PP, PTB e MDB.
O segundo destaque aprovado retira policiais militares e bombeiros do texto. Os parlamentares foram favoráveis, por unanimidade, à retirada da aplicação a PMs e bombeiros das regras de transferência para inatividade e pensão por morte dos integrantes das Forças Armadas, até que uma lei complementar delimite estas normas. O texto também deixa de lado a possibilidade de que lei estadual estabeleça alíquota e base de cálculo de contribuição previdenciária para policiais e bombeiros.
O texto rejeita mudanças nas regras de aposentadoria para policiais que servem à União. Policiais federais e legislativos se aposentarão aos 55 anos de idade, com 30 anos de contribuição e 25 anos de exercício efetivo na carreira, independente de distinção de sexo. A comissão também recusou o destaque que buscava manter as atuais regras de aposentadoria para professores, com 25 anos de contribuição para mulheres e 30 anos para homens, sem idade mínima. Agora, professoras poderão se aposentar com 57 anos de idade e 25 de contribuição, enquanto os professores, 60 de idade e 30 de contribuição.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comemorou nas redes sociais. “A Câmara deu hoje um importante passo”, celebrou, em sua conta no Twitter. Outro parlamentar que soltou fogos na web foi Alexandre Frota (PSL-SP), que votou a favor da reforma da Previdência na Comissão: “Momento de vitória”.
Uma das vozes contrárias à proposta foi a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP). No Twitter, reafirmou sua posição e criticou a desoneração fiscal de 83 bilhões de reais para ruralistas. A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), que também votou contra o projeto, criticou: “A reforma da Previdência impõe perdas maiores para o trabalhador de baixa renda”.
O debate vai agora para o Plenário. As discussões sobre o texto devem começar na próxima terça-feira 9. O objetivo do presidente da Câmara é que a votação ocorra antes do recesso parlamentar, que tem início no dia 18 deste mês. Para ser aprovado na Câmara, precisa de 308 votos favoráveis, em dois turnos. Em seguida, a matéria segue para o Senado, onde precisa de 49 favoráveis entre 81 senadores. Com informações da Agência Brasil. (Editado)
Créditos: Carta Capital