domingo, 5 de julho de 2020

Reabertura da economia pode ser um dos momentos mais "perigosos" no Brasil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a reabertura da economia do Brasil pode ser um dos momentos mais perigosos para o país, por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19). A
 entidade teme que a nova fase leve o país a registrar um novo salto no número de casos confirmados da doença, repetindo o cenário que voltou a se instalar nos Estados Unidos.

Membros da equipe que se ocupa da pandemia na OMS, apontaram que o momento é considerado como “crítico” no Brasil. “Talvez esse seja um dos momentos mais perigosos da epidemia no país”. 
As informação foram divulgadas pelo colunista Jamil Chade, do Uol, domingo (5). (Editado).
Créditos: UOL

sábado, 4 de julho de 2020

Neonazismo cresce no Brasil e prega ódio às minorias

Racista, homofóbico, machista, violento em diversos aspectos. Esse é o conteúdo do discurso proliferado pelos grupos neonazistas.

Um levantamento realizado pela SaferNet Brasil, organização da sociedade civil que promove os direitos humanos na rede e monitora sites radicais, mostra que, somente no mês de maio deste ano, foram criadas 204 novas páginas de conteúdo neonazista. No mesmo período de 2019, foram 42 e em 2018, 28.

Os números mostram que há um aumento contínuo do neonazismo no Brasil e que tais grupos estão, cada vez mais, vinculados ao atual governo. “Os neonazistas são, hoje, uma base de sustentação desse governo, infelizmente”, diz Adriana Dias, antropóloga e doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Segundo ela, há pelo menos 349 células neonazistas ativas no Brasil, resultando em aproximadamente 25 mil pessoas. A pesquisa da antropóloga segue em andamento e a intenção é publicar um livro com os resultados. O número de pessoas vinculadas a células neonazistas já é alto, mas, considerando que a maioria das pessoas consideradas neonazistas no país não faz parte de grupos específicos. Adriana estima que há mais de 300 mil pessoas que consomem a literatura neonazista no Brasil.

“Fazer parte de um grupo é quando a pessoa já está pronta para ir a uma ‘guerra racial’. Mas, primeiramente, a pessoa lê bastante material e faz outras coisas antes de ingressar num grupo”, ressalta a antropóloga e doutora pela Unicamp.

Determinar um número exato de quantas pessoas têm acesso a esses materiais e de quantas participam ativamente dos grupos é uma tarefa difícil, uma vez que essas células estão presentes, muitas vezes, na deep web, parte da internet que não é indexada pelos mecanismos de busca e, em razão disso, está oculta de grande parte do público.

Entender a diferença entre o nazismo e o neonazismo é importante, pois, apesar das semelhanças, ambas as ideologias apresentam particularidades. O nazismo foi uma política de Estado presente principalmente na Alemanha nas primeiras décadas do século XX e liderada por Adolf Hitler. Já o neonazismo, não está, neste momento, ocupando Estado nenhum, embora os grupos que aderem a ele desejem isso.

Além disso, há diferenças entre os discursos. Segundo Adriana, o discurso nazista era muito vitorioso, enquanto o neonazista é de remanescência, ou seja, há uma distorção sobre a história para dizer que existe hoje um genocídio dos grupos de supremacia pautado no medo de perder um lugar que, para essas pessoas, é ‘seu por natureza’. “É uma mistura de negacionismo com delírio histórico”, complementa a antropóloga.

A partir dessa narrativa imaginária, em que há um ‘genocídio do homem branco’, grupos neonazistas desenvolvem estratégias de eliminação do outro, como, por exemplo, ataques e violências praticadas contra pessoas negras e homossexuais.

Discursos e ações de membros do governo federal contribuem para essa ascensão do neonazismo no Brasil. Um exemplo disso foi o episódio em que o presidente Jair Bolsonaro tomou um copo de leite puro durante uma transmissão ao vivo, símbolo nazista de supremacia racial.

Outro momento foi quando o ex-secretário Nacional da Cultura, Roberto Alvim, fez um discurso semelhante ao do ministro da Propaganda da Alemanha Nazista, Joseph Goebbels. Por: Júlia Pereira. (Editado). Foto: Estadão.

terça-feira, 23 de junho de 2020

São Paulo pode ter 10 vezes mais infectados pelo coronavírus, indica estudo da prefeitura

A cidade de São Paulo pode ter 1,16 milhão de infectados pelo coronavírus, número quase dez vezes maior do que o índice oficial, de 120 mil casos confirmados da doença, segundo pesquisa feita pela Prefeitura de São Paulo.

O número é resultado do inquérito sorológico, mapeamento feito pela gestão municipal e divulgado nesta terça-feira (23). A pesquisa começou no dia 10 de junho e tenta descobrir, por amostragem, quantas pessoas já foram infectadas pelo novo coronavírus na cidade.

"Nós chegamos a conclusão de que existe na cidade de São Paulo já 1,16 milhão de pessoas com o anticorpo do Sars-Cov-2 no município de São Paulo", afirmou o secretário municipal de Saúde, durante coletiva virtual.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, a primeira parte do mapeamento, realizou 5.416 exames em 96 distritos com moradores acima dos 18 anos escolhidos por sorteio. O monitoramento será realizado a cada 15 dias com outros públicos. A previsão é que sejam feitos outros cinco levantamentos.

"O inquérito sorológico nos apresenta o real cenário de letalidade na cidade. A taxa de prevalência que aponta 1,16 milhão de pessoas já infectadas mostra que a taxa de letalidade é de 0,5%, ou seja, 5 pessoas a cada 1000 infectados, o que também é um dado de enorme importância para a montagem a estrutura de saúde para os próximos passos do enfrentamento da pandemia aqui na cidade de são Paulo", defendeu o secretário municipal.

O exame sorológico avalia a presença de anticorpos específicos (IgM/igG). Portanto, identifica casos passados da doença. Ele é usado para monitorar a porcentagem da população que já teve contato com o vírus.

Alguns países o utilizam para orientar ações de reabertura da economia após quarentena, por exemplo, pois ele ajuda a verificar a existência de anticorpos contra o vírus na população.

A utilização do teste rápido (IgM/IgG) para confirmar um caso de coronavírus não é recomendada, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização afirma que esse tipo de exame sorológico é importante para pesquisa e vigilância, mas que não é indicado para detecção de casos. leia mais no G1. Foto: OMS.
Créditos: G1

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Quase 80% da equipe do Corinthians testa positivo para covid-19

21 dos 27 jogadores do Corinthians tiveram resultado positivo para Covid-19 conforme divulgação feita ontem pelo time. 13 destes que tiveram a doença, já conseguiram se recuperar. Os exames foram feitos dias 18 e 19 de junho.

Ao todo, incluindo familiares e equipe técnica, foram 55 resultados positivos de 190 testes. O Corinthians detalhou os exames neste domingo e acendeu o debate sobre o retorno dos jogos.

Mesmo sem treino e com jogos paralisados, o vírus atingiu quase 80% da equipe do Corinthians. Imagina como ficariam os números no retorno das atividades! Foto: FPF.
Créditos: Mídia Ninja

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Mortes podem aumentar 71% com o relaxamento da quarentena

De acordo com projeções de um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), até julho, o relaxamento da quarentena no estado de São Paulo poderá resultar em um aumento de 71% no número de mortes provocadas pela Covid-19.
Os pesquisadores fazem parte da Rede de Pesquisa Solidária, uma iniciativa que reúne pesquisadores de instituições públicas e privadas, que vem produzindo boletins semanais com os resultados de seus estudos.

O estado de São Paulo começou a relaxar as medidas de distanciamento social tomadas para conter a transmissão do novo coronavírus na primeira semana de junho, período em que o número total de mortos da pandemia chegou a 9.100 no estado. Esse número representa um quarto dos óbitos totais notificados no país.

Os cálculos do grupo indicam que haveria mais 5.500 mortes no estado até a primeira semana de julho caso não houvesse relaxamento da quarentena e a adesão moderada da população às medidas de isolamento fossem mantidas em níveis semelhantes ao registrado em maio.

Já em um cenário com a reabertura gradual do comércio e demais medidas de flexibilização, além das 5.500 mortes, haveria mais de 10.300 até o mesmo período projetado, uma vez que aumentaria a velocidade de propagação do vírus. Desta forma, o total de mortes notificadas no estado chegaria a 24.900, uma diferença de 71% em relação aos 14.600 óbitos previstos pelos pesquisadores até o início de julho sem a reabertura.

Para conseguir realizar as projeções no estado de São Paulo, o grupo de pesquisadores examinou a evolução do contágio em Goiás, um dos primeiros estados a adotar medidas rigorosas de distanciamento social e um dos primeiros a diminui-las. Após essas observações, foram realizadas simulações para entender o que ocorreria em São Paulo se repetisse o mesmo padrão de Goiás.

Goiás foi escolhido por ser um dos poucos estados a adotarem medidas tão drásticas na fase inicial da pandemia e que só começaram a flexibilizá-las nas últimas semanas, tornando mais fácil avaliar o impacto sobre a transmissão do coronavírus e a evolução do número de mortes causadas pela pandemia. Vale ressaltar que as estimativas propostas para São Paulo podem ser conservadoras, uma vez que a população do estado é maior, com uma densidade populacional e taxa de urbanização bem maior do que Goiás.

O levantamento do grupo também indica um aumento no número de mortes causadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), classificação que pode ter sido usada para registrar muitos casos de Covid-19 devido à falta de testes suficientes para detectar o coronavírus. Com o relaxamento, as mortes por SRAG podem aumentar 22%, com o registro de mais 4.200 casos até o inicio de julho. Os pesquisadores analisaram dados dos governos estaduais e do Ministério da Saúde para chegarem a essas projeções. Por: Mariana Lima. Com informações da  Folha de S. P.aulo. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Senado aprova Projeto que suspende contratos de trabalho

O Senado aprovou na noite de ontem (16/6) o Projeto de Lei de Conversão 15/2020, oriundo da MP 936/2020. A MP instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que permite redução de salários e jornadas e suspensão de contratos durante a pandemia de Covid-19, para viabilizar a manutenção de empregos. O texto, por ter sido modificado (relativamente à versão original da MP), segue agora para sanção presidencial, o que deve ocorrer nos próximos dias. 

Publicada em abril, a MP garante o pagamento, pelo governo federal, de uma parte do seguro-desemprego, por até 60 dias, ao trabalhador com contrato suspenso ou por até 90 dias se o salário e a jornada forem reduzidos. Ao empregado é garantida ainda a permanência no emprego pelo dobro do período em que teve o salário reduzido. Em nenhuma situação o salário pode ser reduzido a valor inferior ao salário mínimo em vigor (R$ 1.045).

A redução de jornada permitida pelo programa poderá ser de 25%, 50% ou 75% — as regras variam de acordo com a faixa salarial do trabalhador. Além disso, os períodos de suspensão e redução cobertos pelo programa poderão ser prorrogados por decreto do Executivo enquanto durar a pandemia — originalmente esses períodos eram de 60 dias. 

A prorrogação do Programa Emergencial para os trabalhadores com contrato suspenso precisa ser feita de imediato, pois os 60 dias previstos na versão original da MP já se encerraram. Como a regra da prorrogação foi introduzida pelo texto do Congresso, ela só estará em vigor depois da sanção presidencial. Com informações da Agência Senado. Créditos: ConJur

6 pessoas morrem de Covid-19 em casa por dia em SP

Os números relacionados à Covid-19 na cidade de São Paulo no período de 16 março, quando foi confirmado o primeiro óbito, a 21 de maio são assustadores.Neste período, foram registrados ao menos 409 óbitos de pessoas que morreram dentro de casa com suspeita ou confirmação de Covid-19 na cidade de São Paulo. Os números são da Secretaria de Saúde da cidade.

Isso representa 6,1 mortes em domicílio por dia, mais do que o dobro da média de mortes diárias em domicílio por problemas respiratórios observada em cinco anos anteriores.

De acordo com dados do portal Datasus, do Ministério da Saúde, a média de pessoas mortas diariamente em domicílio por doenças respiratórias na cidade de São Paulo era de 2,8 entre os anos de 2014 a 2018 (último período com dados disponíveis), menos da metade do observado agora entre vítimas do novo coronavírus.

A maioria das vítimas com suspeita ou confirmação da doença eram idosas e morreram em casa, sem ter acesso à assistência médica. De acordo com os dados da secretaria, 336 (82,1%) tinham 60 anos ou mais, das quais 240 eram maiores de 75 anos, a faixa etária mais afetada.

Apesar da predominância de mortes em domicílio entre os mais velhos, foram registrados ainda 41 óbitos em residência cujas vítimas tinham idades entre 50 e 59 anos, 20 mortes entre pessoas de 40 a 49 anos, e 11 entre menores de 40 anos, incluindo duas crianças. Uma morte não teve a idade declarada.

Quanto à região da cidade, os distritos com o maior número de mortes em casa foram Cidade Ademar, na zona sul, e Pirituba, zona norte, ambos com 11 ocorrências cada. Em seguida, com dez óbitos cada, aparecem os distritos de Capão Redondo, Cidade Dutra, Grajaú (todos na zona sul), Cangaíba (zona leste) e Vila Medeiros (zona norte).

E não é só a cidade de São Paulo que sofre com as mortes em casa. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), apenas em Manaus, de abril até o início do mês de junho, foram registrados 980 óbitos em domicílio, sendo 538 de casos confirmados de Covid-19 e 91 suspeitos. Maio foi o mês com número mais expressivo de mortes pelo novo coronavírus: 348. Fonte: CNN Brasil. Créditos: Observatório do Terceiro Setor