Os pesquisadores fazem parte da Rede de Pesquisa Solidária, uma iniciativa que reúne pesquisadores de instituições públicas e privadas, que vem produzindo boletins semanais com os resultados de seus estudos.
O estado de São Paulo começou a relaxar as medidas de distanciamento social tomadas para conter a transmissão do novo coronavírus na primeira semana de junho, período em que o número total de mortos da pandemia chegou a 9.100 no estado. Esse número representa um quarto dos óbitos totais notificados no país.
Os cálculos do grupo indicam que haveria mais 5.500 mortes no estado até a primeira semana de julho caso não houvesse relaxamento da quarentena e a adesão moderada da população às medidas de isolamento fossem mantidas em níveis semelhantes ao registrado em maio.
Já em um cenário com a reabertura gradual do comércio e demais medidas de flexibilização, além das 5.500 mortes, haveria mais de 10.300 até o mesmo período projetado, uma vez que aumentaria a velocidade de propagação do vírus. Desta forma, o total de mortes notificadas no estado chegaria a 24.900, uma diferença de 71% em relação aos 14.600 óbitos previstos pelos pesquisadores até o início de julho sem a reabertura.
Para conseguir realizar as projeções no estado de São Paulo, o grupo de pesquisadores examinou a evolução do contágio em Goiás, um dos primeiros estados a adotar medidas rigorosas de distanciamento social e um dos primeiros a diminui-las. Após essas observações, foram realizadas simulações para entender o que ocorreria em São Paulo se repetisse o mesmo padrão de Goiás.
Goiás foi escolhido por ser um dos poucos estados a adotarem medidas tão drásticas na fase inicial da pandemia e que só começaram a flexibilizá-las nas últimas semanas, tornando mais fácil avaliar o impacto sobre a transmissão do coronavírus e a evolução do número de mortes causadas pela pandemia. Vale ressaltar que as estimativas propostas para São Paulo podem ser conservadoras, uma vez que a população do estado é maior, com uma densidade populacional e taxa de urbanização bem maior do que Goiás.
O levantamento do grupo também indica um aumento no número de mortes causadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), classificação que pode ter sido usada para registrar muitos casos de Covid-19 devido à falta de testes suficientes para detectar o coronavírus. Com o relaxamento, as mortes por SRAG podem aumentar 22%, com o registro de mais 4.200 casos até o inicio de julho. Os pesquisadores analisaram dados dos governos estaduais e do Ministério da Saúde para chegarem a essas projeções. Por: Mariana Lima. Com informações da Folha de S. P.aulo. Créditos: Observatório do Terceiro Setor
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