quarta-feira, 6 de outubro de 2021

46 milhões brasileiros vivem sem renda do trabalho

 Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), produzido a partir de dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 46 milhões de pessoas vivem em lares sem renda de trabalho no Brasil. Neste cenário, a recuperação do quadro ainda não ocorreu de maneira completa.

No segundo trimestre de 2021, a proporção de domicílios sem renda de trabalho chegou a 28,5%. Isso significa que quase 3 em 10 domicílios estão em residências sem dinheiro obtido por meio de atividades profissionais.

O sustento dessas pessoas vem de aposentadorias, pensões e programas sociais, como o auxílio emergencial. 

Antes da pandemia, no quarto trimestre de 2019, a proporção era de 23,54%, o equivalente a 36,5 milhões de pessoas. Ou seja, o número de brasileiros que entraram nesta situação foi de 9,5 milhões de pessoas.

A proporção de famílias sem renda do trabalho foi de 31,56% no segundo trimestre de 2020. Ainda, o rendimento habitual médio dos trabalhadores ocupados apresentou uma queda de 6,6% no segundo trimestre de 2021, em comparação ao mesmo período de 2020.

Já a renda efetiva subiu em 0,9% no segundo trimestre de 2021, na comparação com o mesmo período do ano passado. Por: Isabela Alves Fonte: Folha de São Paulo Créditos: Observatório do Terceiro Setor

domingo, 3 de outubro de 2021

5 milhões de hectares foram desmatadas no Pantanal

 Em 1988, o total do campo alagado no Pantanal chegava a 5,8 milhões de hectares. Em 2018, a área alagada havia diminuído 29%, indo para 4,1 milhões de hectares, segundo o MapBiomas, rede brasileira de dados e mapas. Em 2020, o valor foi de 1,5 milhão de hectares, o menor nos últimos 36 anos.

Somente a agricultura e a pecuária desmataram quase 5 milhões de hectares de mata nativa, conforme os dados do MapBiomas.

Em razão das grandes variações de inundações no bioma, o problema pode ser muito mais grave, segundo diz o coordenador dos estudos do MapBiomas no Pantanal, Eduardo Reis Rosa.

“A gente identificou nesses 36 anos de análise: o Pantanal ainda tem 84% do bioma preservado, com sua vegetação nativa com áreas de campestre, formação florestal, formação savânica. Já na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai, apenas 43% do planalto é de área natural, com área de vegetação natural, o restante é de pastagem e agricultura”, detalha o pesquisador.

O pesquisador destaca que a perda significativa na área de planalto para a agricultura e pecuária faz com que os rios no Pantanal recebam sedimentos gerados pela pastagem.

Diante deste cenário, é extremamente necessária a adoção de técnicas de conservação e de manejo de solo. “Conservar as nascentes e os rios pantaneiros, de forma única, é a saída viável”, finaliza o pesquisador. Fonte: g1. Por Maria Fernanda Garcia. Foto: EBC. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Prevent Senior obrigou médicos a receitar ‘kit covid, diz advogada de médicos

 

 RBA-A Prevent Senior é investigada por fraudar prontuários de pacientes que morreram de covid-19 e receberam o chamado “kit covid”, com medicamentos sem eficácia. De acordo com a denúncia, pacientes foram cobaias de um estudo sem autorização para testar a eficiência dos medicamentos.

Em seu depoimento na CPI, a advogada Bruna Morato também contou que foi procurada por pacientes, ainda neste ano, e os inúmeros relatos confirmaram as versões passadas pelos médicos. Na semana passada, o diretor da Prevent Senior, Pedro Batista Júnior, disse que havia consentimento dos pacientes e que a autonomia média era respeitada. A advogada, entretanto, desmente.

“Os pacientes davam o ok sobre o tratamento, mas não sabiam que seriam cobaias. Eles só sabiam que receberiam algum medicamento, mas o hospital não detalhava os riscos. Quando os pacientes retiravam os medicamentos ainda no hospital, eles assinavam um documento sem saber que era um termo de consentimento, pois era um termo era genérico”, afirmou a advogada.

De acordo com Bruna, a orientação na Prevent Senior para a prescrição do “kit covid” vinha da direção executiva. “É um protocolo institucional e os médicos não têm autonomia”, explicou. Ela acrescentou ainda que um dos diretores da Prevent, Felipe Calvaca, disse aos médicos que não era para informar os pacientes sobre o tratamento realizado. “A Prevent Senior tem hospitais próprios e por isso dava as orientações. É algo verticalizado.”

Ainda durante as perguntas do relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Bruna negou que os médicos da Prevent Senior tenham alterado uma tabela com número de mortes por Covid-19, em estudo realizado em hospital da rede – acusação feita pelo diretor Pedro Batista, na semana passada.

“Ele prestou uma informação equivocada sobre os nomes divulgados. Eu disponibilizei a tabela com o nome dos participantes e verifiquei os nove óbitos. Os nove mortos continuam falecidos. A CPI precisa investigar isso porque são pessoas que constam do Cadastro Nacional de Óbitos, mas ele disse que a paciente ainda está viva. Isso é uma situação atípica”, respondeu a advogada.

A representante dos médicos respondeu também sobre o caso específico do médico Anthony Wong, defensor do tratamento precoce, que morreu de covid-19, em janeiro, no hospital da Prevent Senior. Ela disse que teve acesso ao prontuário enviado pela própria operadora de saúde ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

Bruna conta que, no prontuário, consta que Wong fez uso de hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e colchicina. “Ele ficou internado numa unidade para pacientes cardiológicos, mas com covid-19. Ou seja, ele estava com pacientes com outras comorbidades. Ele passou por tratamentos com medicamentos do kit covid”, afirmou. Por Felipe Mascari/RBA. Créditos: Rede Brasil Atual

sábado, 25 de setembro de 2021

Infração é a maior em 27 anos

 O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), “prévia” da inflação oficial, atingiu 1,14% em setembro, maior taxa para o mês desde 1994. Agora, o IPCA-15 soma 7,02% no ano e 10,05% em 12 meses. Com esses números a inflação é a mais alta desde o lançamento do do Plano Real, à 27 anos atrás. 

O IBGE, que divulgou os dados na sexta-feira (24), apurou alta em oito dos nove grupos pesquisados. Destaque, mais uma vez, para os preços dos combustíveis. Apenas a gasolina subiu 2,85% neste mês e acumula 39,05% em um ano. O custo com energia elétrica também subiu em setembro (3,61%). E deve continuar subindo, com a crise hídrica. Preocupado, o presidente da República sugeriu que todos tomem banho frio e usem escadas em vez de elevador.

 O preço da alimentação e bebidas subiu 1,27% em setembro, com influência, principalmente, dos gastos no domicílio, que subiram 1,51%. O preço das carnes, por exemplo, teve alta de 1,10% – e representou impacto de 0,03 ponto no resultado geral. O IBGE apurou aumento de batata inglesa (10,41%), café moído  (7,80%), frango em pedaços (4,70%), frutas (2,81%) e leite longa vida (2,01%), entre outros itens. Caíram os preços de arroz (-1,03%) e cebola (-7,51%).

Comer fora também ficou mais caro. A alimentação fora do domicílio teve alta de 0,69, quase o dobro de agosto (0,35%). O preço da refeição disparou, de 0,10% para 1,31%. Já o lanche subiu menos (de 0,75% para 0,46%).

Com alta de 2,22% neste mês, o grupo Transportes teve influência dos combustíveis, que subiram 3%, ainda mais do que em agosto (2,02%). A gasolina (2,85%) representou impacto de 0,17 ponto percentual no índice total. Também aumentaram os preços do etanol (4,55%), gás veicular (2,04%) e óleo diesel (1,63%). Os veículos próprios subiram 1,19%.

Segundo o IBGE, automóveis novos (1,70%), usados (1,34%) e motocicletas (1,04%) permaneceram em alta e responderam por 0,08 ponto. Produtos relacionados a esses itens também subiram, casos do seguro de veículo (3,08%), óleo lubrificante (2,37%), pneu (1,88%) e conserto de automóveis (0,81%).

Ainda nesse grupo, as passagens aéreas, que haviam caído 10,90% em agosto, subiram 28,76%. A tarifa de ônibus intermunicipal teve elevação de 0,40%, com reajustes aplicados em Salvador e Fortaleza. Mais altas: aluguel de veículo: 4,63% e transporte por aplicativo (4%).

Em Habitação, além da energia (que respondeu por 0,17 ponto percentual), houve redução na taxa da água e agosto (-0,08%), “consequência da mudança na metodologia de cobrança das tarifas em Belo Horizonte”. Mas houve reajustes em Recife e Porto Alegre. Já o gás encanado subiu 2,20%, com aumentos no Rio de Janeiro e em Curitiba.

Entre as áreas pesquisadas, o IPCA-15 variou de 0,58% (região metropolitana de Fortaleza) a 1,58% (Grande Curitiba). Em 12 meses, a taxa média vai de 8,75% (Rio de Janeiro) a 12,61% (Curitiba). Também aparece com dois dígitos em Fortaleza (11,49%), Porto Alegre (11,37%), Belém (10,90%), Goiânia (10,48%), Recife (10,37%) e Belo Horizonte (10,06%). Na região metropolitana de São Paulo, soma 2,86% no mês e 9,39%.

Os resultados da inflação medida pelo IPCA e INPC deste mês serão conhecidos em 8 de outubro. Na próxima quinta-feira (30), o IBGE divulga novos resultados sobre a situação do desemprego no país, que tem batido recordes no atual governo. Por Vitor Nuzzi/RBA. Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Brasil registrou 12,9 mil suicídios em 2020

 De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é líder mundial em casos de ansiedade e está em 2º lugar no ranking de casos de depressão – uma doença que tem forte ligação com muitos casos de suicídio.

A média anual é de 12 mil mortes no Brasil em decorrência do suicídio.  No mundo são 800 mil pessoas se suicidam por ano. E 79% dos suicídios ocorrem em países de baixa e média renda, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). 

Com o início da pandemia de Covid-19, muitas pessoas tiveram que lidar com o isolamento e com a solidão, o que levou especialistas a temerem um aumento dos transtornos mentais. No entanto, no primeiro ano de pandemia não foram registrados aumentos nem nos casos de transtornos mentais nem nos suicídios. 

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021, divulgado em julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 12.895 suicídios em 2020, uma média de 35 casos por dia. A variação foi de 0,4% em relação a 2019, quando foram registrados 12.745 casos. 

Os estados que apresentaram maior número, repetindo o ano anterior, foram São Paulo, Minas Gerais e Porto Alegre. 

Apesar de os números terem permanecido estáveis, eles são altos e merecem atenção.

Durante a quarentena, houve um aumento na procura por tratamentos psicológicos em todo o país. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Google Trends, já no início da pandemia entre 29 de março e 4 de abril de 2020, a busca por atendimento psicológico no Google chegou a 88%.

A busca por serviços on-line também cresceu, chegando a 41%, enquanto na semana de maior popularidade do assunto, em 2019, a procura era de apenas 11%. Outra pesquisa, divulgada no Valor Econômico, apontou que 53% dos brasileiros relataram uma piora na sanidade mental durante a pandemia. Por Isabela Alves. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sábado, 18 de setembro de 2021

34% dos trabalhadores brasileiros ganham menos que um salário mínimo

30,2 milhões de trabalhadores são remunerados com até um salário mínimo (R$ 1,1 mil) por mês, o que equivale a 34,4% do total ocupado o país, percentual que também é o mais alto já apurado desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), em 2012.

Os dados, sistematizados em um estudo elaborado pela consultoria IDados, com base nas estatísticas do segundo trimestre deste ano e divulgados pelo portal G1, refletem também a desigualdade brasileira, já que as remunerações mais baixas afetam em especial alguns segmentos sociais. O levantamento mostra que 43,1% dos negros ocupados recebem até um salário mínimo. No melhor momento da série, no quarto trimestre de 2015, este percentual era de 34,4%.

O cenário é ainda pior para o trabalhador quando são considerados os efeitos da inflação no salário mínimo. De acordo com o Dieese, o custo da cesta básica subiu em 13 das 17 capitais pesquisadas em agosto. No período de 12 meses, a cesta subiu em todas, com aumentos que variaram entre 11,90%, em Recife, e 34,13%, em Brasília.

Ainda de acordo com a entidade, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em agosto, 55,93% do salário mínimo líquido, já descontada a contribuição previdenciária, para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.

O piso nacional não tem reajuste acima da inflação há seis anos e a proposta do governo Bolsonaro para o salário mínimo nos próximos três anos acaba de vez com a política de valorização.

Em 2004, as centrais sindicais lançaram uma campanha de valorização, que teve como resultado a elevação do piso nacional acima da inflação em três anos seguidos, até a implementação, no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da política permanente. Ela levava em conta critérios como o repasse da inflação do período, o aumento real pela variação do Produto Interno Bruto (PIB), além da antecipação da data base de sua correção até ser fixada em janeiro, como é hoje.

Com a política de valorização, houve aumento de poder de compra no período. Para efeito de comparação, em 1995 o salário mínimo comprava 1,2 cesta básica, já em 2016, o trabalhador podia adquirir 2,4 cestas. Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Brasil volta a registrar aumento de mortes diárias por covid


Depois de período de queda significativa no número de mortes por Covid-19, o Brasil vive um novo momento de elevação das mortes diárias de covid-19. Ontem (15), o país registrou 800 vítimas em 24 horas, segundo o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Com o acréscimo, já são 588.597 mortos, sem contar com subnotificação apontada por cientistas e admitida até pelo governo federal. No mesmo período, foram notificadas 14.780 novos casos, totalizando 21.034.610 infectados pelo coronavírus desde o início da pandemia, em março de 2020.

A média diária de mortes passou de 454, no dia 10 de setembro, para os atuais 597 óbitos a cada um dos últimos sete dias – um salto de 31,5%. Esta tendência não se repete na média diária de novos casos, que apresentou queda no período, e estabilidade nos últimos dois dias, com 15.229 infectados também a cada um dos últimos sete dias. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirma que a tendência nacional atualmente percebida é de estabilidade e queda nos casos.

Por outro lado, a transmissão segue em níveis “extremamente elevados”, especialmente entre os mais jovens. Foram precoce a liberação das medidas de isolamento social, que vigoraram pouco e de forma ineficaz no país, o que reflete para o ainda alto patamar de contágio. Já a estabilização em valores relativamente mais altos na população mais jovem é reflexo da manutenção de transmissão elevada na população em geral. 

Além de apresentar resultados evidentes para a redução das mortes, as vacinas deverão em breve impactar significativamente também na transmissão comunitária do novo coronavírus. É o que aponta estudo publicado na revista científica The Lancet. Os dados positivos são essenciais para a epidemiologia, já que é necessário reduzir a transmissão para evitar o surgimento de novas cepas virais. Essas mutações mais agressivas surgem em regiões de contágio descontrolado. Foto: Conass. Créditos: Rede Brasil Atual