segunda-feira, 22 de julho de 2013

Papa Francisco chega ao Brasil nesta segunda


O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, detalhou, em entrevista coletiva, a programação do papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, de 23 a 28 deste mês. Francisco chega ao país nesta segunda-feira (22) e fica até o dia 29. A agenda dele é intensa e inclui visitas à comunidade da Varginha, área pacificada no Rio de Janeiro, conversas com presos e dependentes químicos e várias celebrações com os jovens. 
Postos de informações turísticas ficarão como legado da Jornada Munidal da Juventudes de Bento XVI e João Paulo II. O porta-voz lembrou que a presença do papa nas jornadas é fundamental. Francisco circulará de helicóptero, de carros aberto e fechado. No dia 24, ele passará a maior parte do dia em Aparecida (SP). Há encontros com a presidenta Dilma Rousseff; o governador do Rio, Sergio Cabral; e o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes. Veja aqui o roteiro do papa no Brasil.
Segunda-feira (22)
O papa chega à tarde ao Rio de Janeiro. Ele será recebido na Base Aérea do Galeão, pela presidente Dilma Rousseff; pelo arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta; pelo arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Raymundo Damasceno Assis; pelo governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; e pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. No aeroporto, não há discursos. O papa deve ficar alguns minutos na sala presidencial do aeroporto, enquanto a comitiva toma o seu lugar nos veículos do cortejo papal.
Francisco deixará o aeroporto de papamóvel em direção ao Palácio Guanabara, sede oficial do governo do Estado do Rio, onde ocorre a cerimônia de boas-vindas. Além da execução dos hinos e honras militares, há discursos da presidenta Dilma e do papa. Em seguida há a apresentação das duas delegações (brasileira e do Vaticano). A presidenta acompanha Francisco à Sala Verde do primeiro andar, onde se realizarão os encontros privados. No local, há um encontro de Cabral com o papa e a apresentação da família. Também há um encontro com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e de sua família. O papa deixará o Palácio Guanabara em direção ao Sumaré, onde será a sua residência durante a permanência no Rio de Janeiro.
Terça-feira (23)
O papa cumpre agenda privada, sem previsão por enquanto. O porta-voz disse que ele deverá participar de uma reunião com autoridades e não deverá participar de uma missa destinada aos jovens, na Praia de Copacabana. Francisco deverá descansar neste dia.
Quarta-feira (24)
Às 8h15, o papa Francisco deixa o Rio de helicóptero e vai até Aparecida, onde deve chegar às 9h30, para celebrar a missa e abençoar os fiéis. O papa será recebido pelo arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis e pelo reitor do Santuário, padre Domingos Sávio da Silva.
Às 10h30, ele celebra missa no Santuário Nossa Senhora Aparecida. Antes, ele fará um passeio de papamóvel nos arredores do santuário. Francisco almoça no Seminário Bom Jesus, retornando depois ao Rio.
No final da tarde, no Rio, o papa visita o Hospital São Francisco de Assis. O hospital, dirigido pela associação homônima, dedica-se à recuperação dos dependentes de droga e de álcool, seja na assistência médico-cirúrgica, assegurada gratuitamente aos indigentes, com cerca 500 leitos. Está previsto um discurso. No início da noite, Francisco retornará ao Sumaré onde jantará de forma privada e pernoitará.
Quinta-feira (25)
Pela manhã, o papa celebra a Santa Missa, em caráter privado, na Residência do Sumaré. Às 9h Francisco deixará o Sumaré em direção ao Palácio da Cidade, onde receberá, às 9h30, das mãos do prefeito Eduardo Paes, as chaves da cidade e abençoará as bandeiras oficiais dos Jogos Olímpicos e paralímpicos.
Às 10h, Francisco deixa o Palácio da Cidade e se dirigirá à Comunidade da Varginha - Manguinhos, para uma visita. A Comunidade da Varginha faz parte de uma ampla favela pacificada no programa de recuperação realizado pelas autoridades brasileiras. O papa será recebido pelo pároco, vice-pároco, vigário episcopal e pela superiora das irmãs da caridade. Em seguida, Francisco se dirige à igreja dedicada a São Jerônimo Emiliano, na qual vai se encontrar com a comunidade paroquial. Na paróquia, após um momento de oração, será abençoado o novo altar e o papa oferecerá um presente à comunidade. O papa se dirigirá depois ao campo de futebol, onde estará reunida a comunidade. Ao longo do percurso - cerca 100 metros - visitará a casa de uma família da comunidade. O papa fará um discurso e retornará depois ao Sumaré para o almoço privado.
Às 17h Francisco deixa o Sumaré em direção a Praia de Copacabana para a Festa da Acolhida aos jovens participantes da JMJ. O ato está previsto na forma de Celebração da Palavra. O papa fará um discurso e abençoará os jovens. Retornará depois ao Sumaré onde pernoitará.
Sexta-feira (26)
Pela manhã, o papa celebra a Santa Missa, em privado, na Residência do Sumaré. Em seguida se desloca de automóvel até a Quinta da Boa Vista.
Às 10h, o papa recebe a confissão de cinco jovens de cinco continentes (América, Europa, África , Ásia e Oceania). As confissões, segundo o porta-voz, poderão ser em português, espanhol ou italiano. Após as confissões, Francisco se transfere para o Palácio São Joaquim, residência do arcebispo do Rio de Janeiro e será recebido pelos religiosos.
Às 11h, o papa encontrará, reservadamente, cinco jovens detentos. Estarão presentes, também, alguns assistentes, acompanhantes dos jovens detentos. Em seguida, Francisco e o arcebispo se dirigirão ao primeiro andar para visitar a capela onde encontrará as irmãs que trabalham na residência.
Às 12h, Francisco rezará a oração do Angelus do balcão do palácio. Em seguida encontrará os 20 membros do comitê organizador e os dez grandes patrocinadores-benfeitores da JMJ para uma saudação. Não estão previstos discursos. No salão redondo, no primeiro andar do arcebispado, o papa almoçará com dom Tempesta e com 12 jovens, seis rapazes e seis moças, de várias nacionalidades – representando os cinco continentes, além um casal de brasileiros. O almoço terá a duração de cerca uma hora.
Após o almoço, Francisco retornará ao Sumaré, onde não há agenda prevista. Calcula-se que o papa irá descansar. Às 17h, Francisco estará na Praia de Copacabana para a Via Sacra com os jovens: Francisco, depois de introduzir o ato litúrgico, acompanhará do palco o desenvolvimento da Via Sacra e ao final, fará uma oração, depois, ele retornará ao Sumaré onde pernoitará.
Sábado (27)
Às 9h, Francisco irá à Catedral da Cidade onde celebrará a missa com os bispos da JMJ, sacerdotes, religiosos e seminaristas. A expectativa é que cerca de mil pessoas participem da missa, segundo o porta-voz. Às 11h15, no Teatro Municipal, o papa encontra os políticos, diplomatas, representantes da sociedade civil, empresários, artistas e representantes das maiores comunidades religiosas do país. Francisco fará um discurso.
De volta ao Sumaré, Francisco almoça com os cardeais do Brasil, a cúpula da CNBB, os bispos da região e a comitiva papal. Ele deixa a residência em direção do Campus Fidei, de Guaratiba, onde ocorrerá a Vigília de Oração com os jovens. Francisco tem encontro com os jovens na área preparada para a ocasião pelas autoridades locais. Inicialmente, a previsão é que 2 milhões de pessoas estejam presentes.
Domingo (28)
Às 8h20, o papa deixa o Sumaré em direção a Guaratiba. Durante o deslocamento, o helicóptero do papa sobrevoará a estátua do Cristo Redentor do alto do Corcovado e a cidade do Rio.
Às 10h começa a Missa de Envio da JMJ Rio2013. No evento, está prevista a presença da presidenta Dilma. A Celebração terminará com o anúncio sobre o local escolhido para ser a sede e do ano para a próxima jornada.
O papa retorna ao Sumaré onde almoçará com sua comitiva. Às 16h, Francisco encontrará com os integrantes do comitê de coordenação da jornada e do Conselho Episcopal latino-americano. O comitê de coordenação é formado por 45 bispos.
Depois de se despedir dos funcionários da residência do Sumaré, Francisco se dirigirá ao RioCentro onde encontrará cerca de 15 mil voluntários. O papa fará a eles um discurso.
Após o evento, o papa se muda para o centro do Rio onde atende os voluntários da jornada. Segundo as previsões, deve haver 15 mil voluntários que representarão as 60 mil pessoas voluntárias para a realização do evento.
Depois do compromisso com os voluntários, o papa seguirá para o aeroporto Tom Jobim onde, às 18h30, está previsto encontro com a presidenta Dilma Rousseff, com discursos. A decolagem do avião que levará a comitiva papal ao Vaticano está prevista para às 19h (horário local). Francisco deve chegar em Roma às 11h30 ( horário da Itália).

Discursos do papa vão refletir reformulação da Igreja, avalia o teólogo Leonardo Boff


Os discursos que o papa Francisco vai fazer durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) devem tratar de temas como dignidade, justiça social, solidariedade, direitos humanos, combate à pobreza e à corrupção, ecologia e consumismo. A avaliação é do teólogo e professor Leonardo Boff, para quem os tópicos representam a linha que o papa pretende seguir para transformar a Igreja Católica.
"Creio que ele vai prolongar o discurso que já era característico dele como cardeal em Buenos Aires, dizendo que a pobreza não se combate com a filantropia, se combate com justiça social. E ele disse mais, disse que nenhuma solução é eficaz para os pobres se ela não incluir os próprios pobres", disse em entrevista à Agência Brasil.
Para o teólogo, nessa que será a primeira viagem internacional do papa Francisco, o pontífice deve abordar nos pronunciamentos atitudes concretas para a reformulação da Igreja, como apuração das denúncias de irregularidades no Banco do Vaticano e tolerância zero aos pedófilos. "É um crime que deve ter como punição pelo menos de oito a doze anos de prisão. O papa já depôs a diretoria do Banco do Vaticano e já está preso o tesoureiro que transportou, da Suíça para a Itália, em um aviãozinho, 20 milhões de euros. Então é um homem que não é só o franciscano, da ternura e fraterno com todo mundo, mas é também o jesuíta, que pode ter a mão forte”.
Leonardo Boff assinala que Francisco não deve propor mudanças de forma autoritária. “Ele sabe que pode ter muita resistência na Cúria, por isso convocou oito cardeais vindos do mundo inteiro para juntos, de forma colegiada – e não monárquica e solitariamente – dirigir a Igreja e encabeçar a reforma. Ele se armou de uma estratégia poderosa para que se sinta apoiado. Seguramente ele vai limpar a Cúria Romana dos malfeitos que havia lá dentro de crimes de desvio de dinheiro", explicou.
Na avaliação do professor, o papa vai usar o exemplo pessoal ao pregar apoio aos pobres, tema que, na opinião de Boff, será mais um ponto forte nos discursos da Jornada. "Creio que vamos ter uma Igreja mais simples, mais na linha da espiritualidade franciscana, longe dos palácios. Ele não mora no Palácio do Vaticano, mora na casa dos hóspedes, come com todo mundo, renunciou a todos os títulos de poder”.
O professor acredita que a origem latino-americana do papa Francisco também é um sinal de mudanças que devem ocorrer na Igreja. “É o primeiro papa do terceiro mundo e seguramente vai inaugurar uma dinastia de papas que virão da África da Ásia e da América latina, onde vivem 60% dos católicos. Acho que começa uma nova história da Igreja, com um novo estilo de papado: não mais imperial, monárquico, mas sim pastoral. Ele está mostrando isso. O tempo é curto para ver as consequências, mas todo mundo está se realinhando à forma mais comedida e simples que ele está inaugurando", disse.
Sobre as recentes manifestações populares no país, Leonardo Boff destacou que o papa deve manifestar o desejo de que as autoridades brasileiras ouçam as demandas dos jovens, que pedem melhor qualidade de vida para o povo. "A causa deles é justa e está conforme o Evangelho. (…) Creio que o papa vai fazer um apelo também às autoridades para que escute os cidadãos e não governe de costas para o povo. Acho que ele é um homem corajoso, que fala a verdade. Não usa metáforas e nem discursos vaporizados, que vão escondendo as contradições. Ele fala sobre as contradições e sobre a nossa responsabilidade em resolvê-las", analisou.
O teólogo não acredita que a vinda do papa possa despertar protestos ou manifestações. "Os jovens já entenderam que ele [o papa] está do lado deles e não contra eles. O povo brasileiro é acolhedor e hospitaleiro, não fará manifestações contra o papa. Haverá manifestações ao estilo do que houve até agora, sem auxílio de partido e sem movimentos identificados. É o povo que está na rua reclamando outro tipo de governo, outro tipo de democracia, outro tipo de relação para com a população, que não seja esta autoritária, mediada por políticos corruptos. Essas manifestações poderão continuar e o papa seguramente vai entender e apoiar isso. Seguramente vão abrir ala e aplaudir o papa. (…) Não temo que haja distúrbios, pelo contrário: será muito emblemática a presença dele. Ele é Francisco. Francisco não é um nome. É um projeto de Igreja: diferente, unida, popular, pobre e amante da natureza, chamando todos os seres, como chamava São Francisco, de irmãos e irmãs. Irmãos e irmãs a gente trata bem, cuida e não entra em conflito com eles", concluiu.

Quinze militares são mortos em emboscada das Farc


O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse ontem (21), após reunião do Conselho de Segurança do país, que 15 militares foram mortos em uma emboscada feita pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), ontem (20), em Arauca, região de fronteira com a Venezuela. Santos classificou a ação como “ataque terrorista”. Segundo o presidente, 70 guerrilheiros das Farc participaram da ação. Doze foram presos e cinco ficaram feridos.
Os militares faziam parte de um pelotão que vigiava um oleoduto localizado em Arauca. O presidente informou que soube do episódio na noite de ontem (21). “Nossos corações estão com as famílias desses 15 heróis da pátria, que sacrificaram suas vidas pela tranquilidade e a segurança de seus compatriotas. Que nunca esqueçamos isso. Esses heróis morreram defendendo nossa democracia e nossa liberdade”, completou.
O presidente colombiano disse que os cinco integrantes das Farc feridos foram atendidos após a captura. Ele destacou que o episódio reforça a diferença entre os comportamentos das forças militares do governo e as Farc. “[Nossos soldados] foram disciplinados e aplicaram todos os protocolos do direito internacional humanitário e de defesa dos direitos humanos”.
Após saber do ataque, o presidente ordenou que um batalhão de forças especiais se deslocasse para o local com a missão de encontrar todos os responsáveis pelas mortes dos 15 militares.
O governo colombiano e as Farc anunciaram, em 26 de maio, um acordo sobre o desenvolvimento rural, tema central do conflito armado que ocorre há cerca de meio século no país. Os governos de Cuba, da Venezuela, do Chile e da Noruega atuam como mediadores nas negociações.
Santos disse que, assim como seu governo tem a mão estendida para dialogar, também tem a contundência militar e vai aplicá-la. “Eu espero que esses senhores entendam que, militarmente, não têm a mínima possibilidade de ter nenhum êxito”, disse o presidente, ressaltando que os ataques não são o caminho.

Israel e Palestina devem retomar esta semana negociações de paz

Israel e Palestina devem retomar esta semana negociações de paz

 Após quase três anos paralisadas, as negociações de paz entre a Palestina e Israel devem ser retomadas a partir desta semana. Na última sexta-feira (19), o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, anunciou que as duas partes chegaram a um acordo de condições para a retomada do diálogo direto de paz e que o negociador palestino, Saeb Erakat, que participa das negociações desde 1995, e a ministra da Justiça israelense, Tzipi Livni, se reunirão em Washington para iniciar as primeiras reuniões dentro de uma semana.
Já como parte do acordo, o governo de Israel anunciou, que libertará prisioneiros palestinos. O principal ponto de disputa é a definição de fronteiras. Enquanto palestinos defendem a recuperação das demarcações existentes antes da Guerra dos Seis Dias, em 1967, alguns partidos israelenses consideram inaceitável a proposta e ameaçam deixar o governo caso o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a leve em consideração.
Netanyahu disse, por meio de um comunicado, que o diálogo de paz “não será fácil”, mas acrescentou que "o processo será responsável, sério e direto ao ponto, e nas fases iniciais, também discreto".
O primeiro-ministro israelense disse ainda que os interlocutores das negociações terão de fazer concessões que permitam manter a segurança do Estado de Israel e proteger seus interesses, mas ressaltou que qualquer acordo de paz deverá ser referendado pela população. "Não acredito que decisões desse tipo possam ser adotadas por uma ou outra coligação, mas que têm que ser levadas ao povo para que dê a última palavra", disse.
Os presidentes de Israel, Shimon Perez, e da Palestina, Mahmoud Abbas, conversaram por telefone sobre a retomada das negociações. Segundo comunicado do gabinete de Perez, ele parabenizou Abbas pela decisão “corajosa e histórica” e disse que não há outro caminho para ambos os lados e que não se deve dar ouvidos aos céticos.

PT volta a cobrar reforma política e plebiscito válidos para 2014

teixeira.jpg

Presidente da sigla, Rui Falcão, afirma que é consenso o pedido por financiamento público de campanha e atenua divergências. Dilma diz, em carta, que só reforma resolve anseios das ruas


O Diretório Nacional do PT reiterou o desejo de que sejam realizados um plebiscito e uma reforma política com validade já para as eleições presidenciais de 2014. Após o encontro em Brasília, o presidente da sigla, Rui Falcão, afirmou ainda que existe um desejo de que se adote o voto em lista, o que, na visão dele, fortalece a identificação entre população e partido.
“A reunião foi excelente. Revelou unidade do partido em defesa do plebiscito, também que uma das questões do plebiscito possa ser a consulta a respeito de uma Constituinte exclusiva”, disse, em breve conversa com jornalistas. “Para nós, as mudanças que deveriam ocorrer devem ser já para 2014. Foi isso que sentimos quando a população nas ruas manifestou seu desagrado com relação ao sistema político atual. Pelo menos o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais, que favorece o poder econômico e induz à corrupção, pelo menos esse item deveria valer para 2014.”
Questionado sobre a ausência do deputado federal Cândido Vaccarezza (SP), que integra o Diretório Nacional, Falcão procurou atenuar as divergências entre o parlamentar e a cúpula do partido. Vaccarezza tem provocado irritação desde que aceitou comandar a comissão montada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para debater em 90 dias propostas para uma reforma política que não necessariamente contará com a consulta popular, e cujas mudanças seguramente não serão aplicadas no próximo ano.
A bancada petista no Legislativo, que já estava incomodada com o fato de Henrique Fontana (RS), que trabalha com o tema há anos, ter sido preterido, ficou ainda mais irritada depois que Vaccarezza declarou que seria inviável realizar o plebiscito ainda este ano, como desejam o partido e Dilma Rousseff. Na quinta-feira, parte dos deputados divulgou uma nbota contra o parlamentar, que reagiu emitindo comunicado em apoio à consulta popular.
“Unidade não significa unanimidade. Vocês sabem que o PT é um partido plural”, argumentou Falcão, acrescentando que a nota emitida por Vaccarezza foi considerada suficiente para que se formasse posição dentro da sigla em favor do plebiscito. “O fato de haver uma divergência aqui e outra ali não significa que o partido esteja desunido.”
Ausência
A grande ausência do encontro foi a da presidenta Dilma Rousseff, que informou, em carta enviada ao Diretório Nacional, estar ocupada tratando dos preparativos para a visita do papa Francisco, que chega segunda-feira ao Rio de Janeiro. No documento, publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, Dilma reitera apoio ao plebiscito. "Eles [brasileiros] querem um novo sistema político, mais transparente, mais oxigenado e mais aberto à participação popular que só a reforma política balizada pela opinião das ruas, por meio de um plebiscito, poderia criar. Mais do que tudo, eles querem ser ouvidos e participar", afirmou.
Dilma cita ainda que não há possibilidade de se construir um "Brasil efetivamente novo" sem o PT. "Sei que podemos contar com o nosso partido para acolher essa energia renovadora que vem das ruas e impulsioná-la para revolucionar o Brasil e sua democracia."
Ela afirmou ainda que os anseios da população sempre foram os anseios dos petistas. "A rua é nosso chão, a nossa base. Mas não basta ouvir, é necessário fazer. Transformar essa extraordinária energia em realizações para todos. Estamos trabalhando duro para atender as justas reivindicações que vêm das ruas", diz.

domingo, 21 de julho de 2013

ISTOÉ: Propinoduto desviou milhões do transporte nos governos do PSDB


A revista ISTOÉ revela na edição desta semana um grandioso esquema de desvio de dinheiro das obras do Metrô e dos trens metropolitanos, montado durante os governos do PSDB em São Paulo. Lobistas e autoridades ligadas aos tucanos operavam por meio de empresas de fachada, segundo a publicação.
"Ao assinar um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a multinacional alemã Siemens lançou luz sobre um milionário propinoduto mantido há quase 20 anos por sucessivos governos do PSDB em São Paulo para desviar dinheiro das obras do Metrô e dos trens metropolitanos. Em troca de imunidade civil e criminal para si e seus executivos, a empresa revelou como ela e outras companhias se articularam na formação de cartéis para avançar sobre licitações públicas na área de transporte sobre trilhos. Para vencerem concorrências, com preços superfaturados, para manutenção, aquisição de trens, construção de linhas férreas e metrôs durante os governos tucanos em São Paulo – confessaram os executivos da multinacional alemã –, os empresários manipularam licitações e corromperam políticos e autoridades ligadas ao PSDB e servidores públicos de alto escalão", diz a ISTOÉ. 
O problema é que a prática criminosa, que trafegou sem restrições pelas administrações de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, já era alvo de investigações, no Brasil e no Exterior, desde 2008 e nenhuma providência foi tomada por nenhum governo tucano para que ela parasse. Pelo contrário. Desde que foram feitas as primeiras investigações, tanto na Europa quanto no Brasil, as empresas envolvidas continuaram a vencer licitações e a assinar contratos com o governo do PSDB em São Paulo. 
Ainda de acordo com a revista, o Ministério Público da Suíça identificou pagamentos a personagens relacionados ao PSDB realizados pela francesa Alstom – que compete com a Siemens na área de maquinários de transporte e energia – em contrapartida a contratos obtidos. Somente o MP de São Paulo abriu 15 inquéritos sobre o tema. 
A ISTOÉ diz também que esta rede criminosa tem conexões em paraísos fiscais e teria drenado, pelo menos, US$ 50 milhões do erário paulista para abastecer o propinoduto tucano, segundo as investigações concluídas na Europa.
SUSPEITOS
As provas oferecidas pela Siemens e por seus executivos ao Cade são contundentes. Entre elas, consta um depoimento bombástico prestado no Brasil em junho de 2008 por um funcionário da Siemens da Alemanha. ISTOÉ teve acesso às sete páginas da denúncia. Nelas, o ex-funcionário, que prestou depoimento voluntário ao Ministério Público, revela como funciona o esquema de desvio de dinheiro dos cofres públicos e fornece os nomes de autoridades e empresários que participavam da tramoia. Segundo o ex-funcionário cujo nome é mantido em sigilo, após ganhar uma licitação, a Siemens subcontratava uma empresa para simular os serviços e, por meio dela, realizar o pagamento de propina. Foi o que aconteceu em junho de 2002, durante o governo de Geraldo Alckmin, quando a empresa alemã venceu o certame para manutenção preventiva de trens da série 3000 da CPTM (Companhia Paulista de Transportes Metropolitanos). À época, a Siemens subcontratou a MGE Transportes. 
De acordo com uma planilha de pagamentos da Siemens obtida por ISTOÉ, a empresa alemã pagou à MGE R$ 2,8 milhões até junho de 2006. Desse total, pelo menos R$ 2,1 milhões foram sacados na boca do caixa por representantes da MGE para serem distribuídos a políticos e diretores da CPTM, segundo a denúncia. Para não deixar rastro da transação, os saques na boca do caixa eram sempre inferiores a R$ 10 mil. Com isso, o Banco Central não era notificado. 
A MGE é frequentemente utilizada pela Siemens para pagamento de propina. Nesse caso, como de costume, a MGE ficou encarregada de pagar a propina de 5% à diretoria da CPTM”, denunciou o depoente ao Ministério Público paulista e ao ombudsman da empresa na Alemanha. Ainda de acordo com o depoimento, estariam envolvidos no esquema o diretor da MGE, Ronaldo Moriyama, segundo o delator “conhecido no mercado ferroviário por sua agressividade quando se fala em subornar o pessoal do Metrô de SP e da CPTM”, Carlos Freyze David e Décio Tambelli, respectivamente ex-presidente e ex-diretor do Metrô de São Paulo, Luiz Lavorente, ex-diretor de Operações da CPTM, e Nelson Scaglioni, ex-gerente de manutenção do metrô paulista. 
Scaglioni, diz o depoente, “está na folha de pagamento da MGE há dez anos”. “Ele controla diversas licitações como os lucrativos contratos de reforma dos motores de tração do Metrô, onde a MGE deita e rola”. O encarregado de receber o dinheiro da propina em mãos e repassar às autoridades era Lavorente. “O mesmo dizia que (os valores) eram repassados integralmente a políticos do PSDB” de São Paulo e a partidos aliados. O modelo de operação feito pela Siemens por meio da MGE Transportes se repetiu com outra empresa, a japonesa Mitsui, segundo relato do funcionário da Siemens. Procurados por ISTOÉ, Moriyama, Freyze, Tambelli, Lavorente e Scaglioni não foram encontrados. A MGE, por sua vez, se nega a comentar as denúncias e disse que está colaborando com as investigações.
Créditos: Jornal do Brasil

Governo discute procedimentos de segurança da Jornada Mundial da Juventude



A presidenta Dilma Rousseff reuniu-se hoje (20) com ministros para fazer uma revisão geral dos procedimentos de segurança para a Jornada Mundial da Juventude, que ocorrerá na próxima semana, no Rio de Janeiro. Segundo a assessoria de i
mprensa do Palácio do Planalto, o encontro, no Palácio da Alvorada, não estava na agenda oficial e serviu para fazer um check list dos procedimentos de segurança do evento, além de detalhar a participação de Dilma no encontro.
Ela deixou de participar da reunião do Diretório Nacional do PT para se reunir com os ministros. O encontro contou com a presença dos ministros da Defesa, Celso Amorim, das Relações Exteriores, Antonio Patriota, da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.
A Jornada Mundial da Juventude ocorre de 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro. A segurança do evento será feita por homens das Forças Armadas, da Defesa Civil, das Polícias Civil e Militar. Mais de 20 mil ônibus transportarão os participantes pelas rodovias federais. São esperados 800 mil turistas no Rio e público de 2 milhões de pessoas nos eventos com a presença do papa Francisco.