quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Oxitocina reduz intoxicação alcoólica

Uso do 'hormônio do amor' ajudaria a tratar a dependência do álcool. Investigação científica foi publicada esta semana na revista 'PNAS'.

A oxitocina, conhecida também como o "hormônio do amor", previne a intoxicação alcoólica em roedores e poderá abrir portas para futuros tratamentos contra a dependência do álcool em seres humanos, segundo estudo divulgado nesta terça-feira (24).
"Descobrimos que as oxitocinas bloqueiam os efeitos da intoxicação do álcool e previnem a atuação em partes do cérebro que estão ligados ao alcoolismo", explicou à emissora "ABC" Michael Bowen, um dos autores da pesquisa da Universidade de Sydney.
Na investigação publicada na revista da Academia Americana de Ciências, a "PNAS", a equipe liderada por Bowen analisou o papel da substância no bloqueio dos efeitos do álcool no organismo, que é induzido pela liberação da dopamina.
Ao observar o comportamento de grupos de roedores sóbrios e embriagados, os cientistas perceberam que os primeiros davam voltas ao redor de suas jaulas, enquanto os outros se sentavam visivelmente sedados, com os focinhos apoiados na quina das caixas.
O curioso foi que um terceiro grupo de ratos, ao qual foi dado o hormônio antes do consumo de álcool, rodeava a jaula como os roedores sóbrios.
Em outros testes para medir a sobriedade, Bowen e seus colaboradores observaram por quanto tempo os roedores aguentavam ficar pendurados verticalmente na grade de arames.
"Os ratos sóbrios se sustentavam de 10 a 15 segundos, enquanto os embriagados aguentaram apenas dois", explicou o psicólogo australiano, ressaltando que os que estavam sob o efeito da oxitocina conseguiram ficar pendurados cerca de dez segundos.
"A substância reverte quase por completo o efeito do álcool", afirmou o cientista ao refletir sobre as possibilidades de prevenir as consequências que o consumo da bebida produz, como o relaxamento excessivo dos músculos.
Estudos anteriores mostram que a oxitocina pode reduzir o consumo do álcool, os desejos e a síndrome de abstinência, por isso há chances de ser um componente crucial para possíveis tratamentos contra o alcoolismo. "Aqui há um remédio que potencialmente pode fazer com que se consuma menos álcool e caso seja ingerido, os efeitos serão reduzidos", indicou Bowen.
O desafio agora é aprimorar a descoberta para tratamentos em seres humanos, embora a oxitocina já seja utilizada de forma segura para induzir partos.
Créditos: WSCOM

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Intolerância política pode atirar o Brasil no abismo

Nos três principais jornais do País, Folha de S. Paulo, Globo e Estado de S. Paulo, a cena de destaque é a mesma: o confronto, ocorrido na tarde de ontem, entre militantes do PT e simpatizantes do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O episódio ocorreu no Rio de Janeiro, pouco antes do ato em defesa da Petrobras e do modelo de partilha do pré-sal, em que o ex-presidente Lula afirmou: "Eu quero paz e democracia, mas se eles querem guerra, eu sei lutar também" (saiba mais aqui).
As imagens estampadas nos três jornais prometem acirrar ainda mais os ânimos.
Eis a legenda da Folha: BRUTALIDADE - Em ato da CUT e do PT em defesa da Petrobras perto da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio, petista agride homem que pedia o impeachment de Dilma.
Legenda do Estado: Pancadaria no Rio - Em ato de petroleiros no Rio, que teve agressões entre manifestantes, o ex-presidente Lula disse que Dilma Rousseff 'não pode ficar dando trela' sobre as investigações na Petrobras e 'tem de levantar a cabeça'.
Legenda do Globo: Intolerância - Homens com camisa do PT partem para a briga com manifestantes que pedem a saída de Dilma em frente à ABI, no Rio, onde aliados do governo fizeram ato.
A intolerância denunciada pelo Globo tem sido estimulada pela política de criminalização do PT, estimulada pelos meios de comunicação – em especial pelos veículos da família Marinho.
Resultado disso foi a agressão sofrida pelo ministro Guido Mantega, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, de onde foi expulso aos gritos de 'vai pra Cuba' e 'filho da puta' (leia mais aqui).
Aonde isso vai parar, ninguém sabe. Mas as imagens de ontem, estampadas nos jornais de hoje, certamente elevarão a temperatura do dia 15 de março, dia em que estão previstos protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.
"É como se vivêssemos numa sociedade completamente polarizada, na Espanha da Guerra Civil", avalia Milton Lahuerta, professor da Unesp, em declaração ao jornal Estado de S. Paulo. "Estamos vivendo um momento de acirramento do debate político, decorrente de um processo eleitoral que terminou mas parece continuar", afirmou Marco Antonio Teixeira, professor da FGV.

Olhos podem revelar risco de derrame

Em breve, os médicos poderão predizer o risco de um derrame ou acidente vascular cerebral, AVC, apenas pela análise da retina. Um estudo publicado na revista Hypertension mostra uma associação entre a retinopatia hipertensiva - uma condição causada pela pressão arterial elevada, onde a retina é danificada - e o risco de AVC.
“Isso porque, segundo os pesquisadores, a retina fornece informações sobre o estado de vasos sanguíneos no cérebro. A imagem da retina é uma forma não invasiva e barata de examinar os vasos sanguíneos”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion do Instituto de Moléstias Oculares (IMO).
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram dados de 2907 pessoas com pressão arterial elevada que tiveram AVC, ao longo de um período de 13 anos. No início do estudo, todos os participantes tiveram suas retinas fotografadas, de modo que os pesquisadores puderam diagnosticar a retinopatia hipertensiva.
No final do período de estudo, 146 dos participantes tinham experimentado um acidente vascular isquêmico (falta ou ausência de circulação numa área do cérebro provocada por obstrução de uma ou mais artérias por ateromas, trombose ou embolia. Ocorre, em geral, em pessoas idosas, com diabetes, colesterol elevado, hipertensão arterial, problemas vasculares e fumantes), ao passo que 15 experimentaram um acidente vascular hemorrágico (sangramento cerebral provocado pelo rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo, em virtude de hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue, traumatismos. Pode ocorrer em pessoas mais jovens e a evolução é mais grave).
Após a contabilização de outros fatores de risco conhecidos, os pesquisadores descobriram que as pessoas que tinham retinopatia hipertensiva leve tiveram um risco 35% maior de acidente vascular cerebral, e as pessoas com retinopatia hipertensiva moderada ou grave tinham um risco 137% mais elevado de acidente vascular cerebral. Além disso, mesmo as pessoas que estavam tomando medicamentos para a pressão arterial e tinham um bom controle de sua condição tinham um maior risco de derrame devido à retinopatia hipertensiva.
No entanto, os pesquisadores alertam que é muito cedo para que a imagem da retina possa determinar com 100% de certeza o risco de uma pessoa ter um acidente vascular cerebral. “Mas, ainda assim, esta não é a primeira vez que essa associação foi sugerida: a de que os olhos podem dar pistas sobre o risco de uma pessoa ter um acidente vascular cerebral. Um outro estudo publicado na revista Ophthalmology mostrou que o uso de amplitude do pulso ocular - um teste que pode ser feito durante uma consulta no oftalmologista - pode ajudar a detectar a estenose da artéria carótida, fator de risco do AVC”, afirma a oftalmologista Roberta Velletri, que também integra o corpo clínico do IMO.
Créditos: WSCOM

Aumento de homicídios e rebeliões agravam crise de segurança pública no Brasil

A crise na segurança pública do Brasil foi agravada em 2014 com o aumento do número de homicídios no país, alta letalidade nas operações policiais, uso excessivo de força para reprimir protestos, rebeliões com mortes violentas em presídios superlotados e casos de tortura. As informações são parte do capítulo brasileiro do Relatório 2014/15 – O Estado dos Direitos Humanos no Mundo, lançado mundialmente hoje (25) pela Anistia Internacional. Devido às diferenças de fuso horário, o relatório foi liberado ontem (24) para o Brasil.

O diretor executivo da organização no Brasil, Atila Roque, informou que o país está entre as localidades onde mais se mata no mundo, superando territórios com conflitos armados e guerras. “Um país que perde todo ano quase 60 mil pessoas claramente não está conseguindo dar uma resposta adequada ao princípio fundamental do estado, que é proteger a vida. Garantir a vida com qualidade, mas, antes de tudo, garantir a vida. A avaliação é mais dramática se pensarmos que cerca de 30 mil [assassinados] são jovens, entre 15 e 29 anos. Desses, 77% são negros”, explicou.

Outro problema grave apontado pela Anistia é a impunidade. Conforme os dados do levantamento, menos de 8% dos homicídios viram inquérito na Justiça brasileira. “Existe quase uma licença para matar, porque praticamente só vira inquérito o crime cometido à luz do dia, na frente de todo mundo, entre conhecidos, aquele que todo mundo viu quem foi”, acrescentou Roque.

Ele lembra que o Brasil tem a quarta maior população prisional do mundo. "São mais de 500 mil pessoas presas, o que não significa punição para os crimes. Estamos prendendo muito e mal, porque prendemos quem não comete crimes violentos. Está na cadeia quem comete crimes contra a propriedade, contra o patrimônio e crime de tráfico de drogas, que também é bastante controverso.”

De acordo com o relatório, a militarização da segurança pública, com uso excessivo de força e a lógica do confronto com o inimigo, principalmente em territórios periféricos e favelas, contribui para manter alto o índice de violência letal no país. “Em um período de cinco anos, a polícia brasileira matou o que a dos Estados Unidos matou em 30 anos. E a polícia americana não é das mais pacíficas do mundo. Entre os países desenvolvidos, é uma das que mais matam”, ressaltou o diretor.
Créditos: Agencia Brasil

Depoimento indica propina na Petrobras desde 88

Uma testemunha ouvida pela Polícia Federal nas investigações dos desvios da Petrobras indicou que os casos de propina remontam ao fim da década de 80.
“Eu comecei a trabalhar mais com licitações a partir de 1988. E isso de sobrepreço já era conhecido. Isso é mais velho que o ‘vento sul’”, disse Ronaldo Ramos, ex-integrante de comissões de licitações para ampliação da Refinaria de Paulínia (Replan), em entrevista ao site do Valor.
Ele foi ouvido como testemunha, após declarações da ex-executiva de abastecimento Venina Velosa da Fonseca. Segundo Ramos, até os anos 90, eram comuns embates de preços entre a Petrobras e o TCU: “Tive a oportunidade de ver que os valores (dos contratos) estavam muito acima da média de mercado” (leia mais).
Créditos: Brasil 247

Decisão da Justiça sobre multa de R$ 4,4 bilhões pode alimentar caos econômico

É aguardada com grande expectativa a decisão judicial decorrente da ação ajuizada na semana passada pelo Ministério Público Federal (MPF), na Justiça Federal do Paraná, em que cobra R$ 4,47 bilhões das empreiteiras Camargo Corrêa, Sanko, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia e Engevix, por improbidade. O valor envolve R$ 3,19 bilhões por indenização por danos morais, R$ 959 milhões referentes a multa civil e R$ 319 milhões de ressarcimento aos cofres públicos pelos desvios na Petrobras no âmbito da Operação Lava Jato.
Se a Justiça acatar o pedido do MPF será um grande golpe nas pretensões de desenvolvimento planejado pelo governo Dilma Rousseff e uma vitória das forças que querem tornar inviável seu segundo mandato. O clima de pessimismo aumentará entre trabalhadores e empresários interessados em tocar investimentos produtivos no país.
Os desdobramentos da ação vão aumentar os prejuízos a toda a cadeia produtiva e, na ponta, atingir diretamente o trabalhador. “Ninguém sabe que tipo de critério foi utilizado para se chegar a esse número de R$ 4,47 bilhões. A preocupação com a paralisação (das obras) é grande”, diz Deyvid Bacelar, recém-eleito representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras. Ele toma posse em abril. “É preciso punir alguém, os corruptores dessas empresas, gestores que cometeram algum ato ilícito ou corrupção, mas não prejudicar uma empresa (Petrobras) ou várias empresas."

Para o conselheiro, "tem um juiz e promotores no Paraná que querem praticamente parar o Brasil”. Ele se refere ao magistrado que tem capitaneado as ações da Lava Jato na Justiça (Sérgio Moro).
O fato de as maiores empreiteiras do país serem acusadas de envolvimento na Lava Jato não apenas leva à interrupção de obras como tem poderosas repercussões no mercado. As empresas já enfrentam enormes restrições de crédito, por exemplo. “Com isso, não vai haver investimentos. Como não há mais dinheiro para investir, a corda arrebenta do lado mais fraco, que é o trabalhador”, diz o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel.
Não há dados confiáveis ou fechados sobre o número de trabalhadores demitidos na esteira da Operação Lava Jato. Segundo números da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Fenatracop), os demitidos passam de 20 mil. De acordo com a entidade, este seria o resultado do “impacto direto das demissões em sete projetos da Petrobras, nos estados da Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio Grande do Sul”. As demissões teriam ocorrido nas empreiteiras incluídas na Lava Jato e empresas menores que prestam serviços em obras associadas aos grandes projetos.
Um dos casos considerados mais sintomáticos da situação, a refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca (PE), embora em operação, teve a segunda parte de seu gigantesco projeto paralisada. Fundamental para o desenvolvimento do Nordeste, a refinaria Abreu e Lima é a primeira inaugurada no Brasil em 35 anos.
Previsões da Petrobras no início de 2014 davam conta de que, em cinco anos, as novas refinarias do Nordeste seriam responsáveis por 83% da capacidade de refino do país, injetando 830 mil barris de derivados de petróleo por dia no mercado de combustíveis do Brasil. Porém, fora Abreu e Lima, já foram canceladas as construções das refinarias Premium I (Maranhão) e Premium II (Ceará) da Petrobras. Esperava-se a criação de cerca de 25 mil empregos diretos e indiretos só no projeto da refinaria do Maranhão.
A fábrica de fertilizantes em Três Lagoas (MS) paralisou as obras em novembro do ano passado, assim como as do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí.

Interesses externos e internos

Considerando que a Petrobras responde por 13% do PIB nacional, diante desse quadro, cabe a pergunta: a quem interessa que o país entre em colapso com a paralisação da economia? “Há, sim, uma tentativa de se paralisar o país, consequentemente atingir o governo federal e a Petrobras. Sabemos bem que existem vários interesses por trás disso tudo”, aponta Deyvid Bacelar, do conselho da Petrobras. “Os Estados Unidos, por exemplo, com grande interesse na desestabilização de governos de esquerda do país e de toda a América Latina.”
No caso dos Estados Unidos, as questões políticas são meros disfarces dos interesses econômicos. Em matéria publicada em setembro de 2013 no jornal O Globo (seis meses antes da Lava Jato ser deflagrada), intitulada “Reservas de pré-sal estão na mira dos americanos”, o diário carioca, hoje na vanguarda midiática das denúncias da Operação Lava Jato, informava: “A espionagem dos Estados Unidos na Petrobras coloca em risco segredos tecnológicos estratégicos da companhia na exploração do pré-sal. De acordo com especialistas, um dos interesses do governo americano decorre do fato de a Petrobras ser líder mundial na exploração e produção de petróleo em águas ultraprofundas”.
Para José Maria Rangel, a ideia de provocar a paralisia do país obedece a uma lógica. “Isso interessa àqueles que até hoje não aceitaram o desenvolvimento em que o país ingressou a partir de 2003 (primeiro ano do governo Lula). Eles não estão medindo consequência. Dane-se que o trabalhador vai perder o emprego, que o país vai parar e a inflação vai voltar. O que não pode é o PT continuar no governo. Essa é a lógica deles”, avalia o coordenador da FUP.
Na opinião de Rangel, paralisar a Petrobras, as 23 maiores empreiteiras, que atendem não só a Petrobras, mas também a União, estados e municípios, em obras importantes em vários segmentos da nação, com repercussão no mercado financeiro, devido aos gigantescos financiamentos envolvidos, provocará “um verdadeiro caos no país”.
Porém, Rangel acredita que a situação seria menos grave se a presidenta Dilma Rousseff se cercasse de assessores mais argutos e dialogasse mais com a sociedade. “Dilma, primeiro, está mal assessorada. Além disso, não tem a sensibilidade que o presidente Lula tinha de saber negociar, ser um grande interlocutor. O deus mercado não vai resolver tudo. Infelizmente, o que o mercado quer é que se instale o caos”, acredita.
Para ele, na medida em que Dilma montou “um ministério à direita”, ela está tomando um “caminho que pode não ter volta.”
Diante do cenário, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), em artigo escrito em parceria com Guilherme Mello, economista da Unicamp, publicado hoje no site Brasil 247, afirma que “não existe saída que não o diálogo”. Na opinião de ambos, é preciso “construir uma solução que permita às empresas continuarem em atividade, ao mesmo tempo em que reformulam suas práticas para não permitir que os delitos se repitam”.
De acordo com vozes que há meses se manifestam no sentido de que é preciso punir corruptos e corruptores, mas não Petrobras e empreiteiras, eles escreveram: “Linchar publicamente os que buscam uma solução, em nome de uma pretensa ‘depuração moral’, serve apenas aos interesses dos que querem destruir o patrimônio tangível e intangível das empresas para fragilizar (e, quem sabe, privatizar) a Petrobras e seus fornecedores”, escreveram Teixeira e Mello.
O economista Luiz Gonzaga Belluzzo, já em dezembro de 2014, dizia estar observando uma situação preocupante: “A tendência na sociedade brasileira de achar que não tem importância em destruir a Petrobras e as empreiteiras”, afirmou na ocasião, em entrevista à RBA. Segundo Belluzzo, a situação, já então, apontava para um cenário grave: “Porque não se vai reinventar de repente uma grande construtora que participou, por exemplo, de Itaipu e outras grandes obras. Você não vai substituir a memória técnica dessas empresas por outra que se vai inventar na hora”.
Em entrevista à Rádio Brasil Atual hoje (24), ele voltou a falar no assunto. "Não podemos por uma razão justa, que é a de punir quem comete os chamados crimes de colarinho branco, culpar uma empresa inteira (Petrobras)", disse. Segundo ele, “quem quer jogar toda uma empresa no lixo faz isso porque quer comprar mais barato".

Empreiteiras

A reportagem procurou diversas empreiteiras para comentar a Operação Lava Jato e suas consequências em obras, investimentos, quadros de funcionários e eventuais demissões. As empresas que responderam, por meio de suas assessorias de imprensa, o fizeram com economia de palavras. "Os contratos assumidos seguem normalmente o cronograma. A empresa reitera que tem todo o interesse em que a verdade seja apurada com rigor”, afirmou a Odebrecht. “(A empresa) está, como sempre esteve, à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento.”
Segundo a Andrade Gutierrez, “não houve, até o momento, qualquer obra sua paralisada em decorrência da Operação Lava Jato".​
A OAS diz que “todas as obras da construtora estão operando normalmente” e, questionada sobre se as denúncias prejudicam novos contratos e licitações e se há risco de a Operação Lava Jato paralisar o país, afirma que “não comenta questões como esta”.A Mendes Júnior preferiu não comentar nenhuma questão. Por Eduardo Maretti, da RBA 
Créditos: Rede Brasil Atual

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Indústria e infraestrutura investirão R$ 1,4 tri

A economia brasileira deve movimentar R$ 1,38 trilhão em investimentos industriais e de infraestrutura, no período 2015 a 2018. A estimativa é do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A cadeia produtiva de empresas que demandam a indústria deve ter fluxo de negócios superior a R$ 928,82 bilhões, ao longo dos quatro anos.
O impacto na cadeia produtiva será 13,7% maior que no período 2010 a 2013. Segundo o banco, a desaceleração da economia não deve influir negativamente na previsão, uma vez que os investimentos em infraestrutura são de longa maturação e menos influenciáveis pela conjuntura.
Os dados são utilizados para o planejamento e indicam as áreas industriais mais demandadas. A construção civil deve receber 8,6% a mais no volume de demanda que no período 2010-2013, com R$ 279,29 bilhões. Em seguida vem o setor automotivo, com R$ 276,56 bilhões, 5% mais que no mesmo período anterior.
Dos R$ 928,82 bilhões de fluxo de negócios estimados, R$ 700 bilhões devem ser movimentados pelas áreas da construção, automotiva e metal mecânica. As projeções consideram apenas o que será produzido, excluindo impostos, custos com transportes e de comércio.
De acordo com o BNDES, até 2018, os setores administração, saúde e educação devem aumentar o fluxo em 36,10%. O de eletroeletrônicos aumentará em 29% e, o comércio, 27,7%.
No estudo referente a 2010-2013, as expectativas de investimento levantadas pelo BNDES alcançaram 90% do total realizado. As perspectivas de investimento e seus impactos são revisados pelo banco a cada seis meses.
Para o superintendente-adjunto de ciclos econômicos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Aloísio Campelo, são importantes os empreendimentos de longo prazo na indústria brasileira. Ele considera razoável a projeção de movimentação de recursos na economia originada de investimentos programados pela indústria, mesmo num contexto de atividade mais fraca.
Segundo Campelo, mais da metade da atividade da indústria da transformação é focada em bens intermediários, como os setores de siderurgia e celulose, cujos projetos têm duração de três ou quatro anos. Para ele, previsões de um PIB mais fraco não assustam empresários com projetos de expansão orgânica, com aumento de capacidade.
“A formação bruta de capital (FBCF – medida de investimentos no total da economia) está na faixa de 17% a 18% e não oscila há alguns anos”, explicou Campelo.
Créditos: Agencia PT