quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Sem unidade, esquerda corre risco de 'perder trem da história'

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Falta unidade às forças progressistas no Congresso para enfrentar as pautas conservadoras e a liderança do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), às voltas com as denúncias de manter contas na Suíça com dinheiro de propinas recebidas de contratos de empresas com a Petrobras. Para o diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, erros históricos da esquerda na atual legislatura podem fazer com que o campo progressista perca o trem da história e seja atropelado pela direita nas próximas eleições.
Nos últimos anos, a legislação eleitoral permitiu que o dinheiro tomasse conta das eleições, mas isso é apenas parte do problema. “O mais dramático decorre dos partidos de esquerda e centro-esquerda”, diz Toninho, lembrando que o PT fez alianças em Pernambuco, por exemplo, com a centro-direita e que se tivesse saído sozinho, teria eleito três (deputados), mas na aliança não elegeu nenhum. “Aqui em Brasília, se tivesse saído sozinho elegia dois, mas na coligação elegeu um cara da extrema-direita. Então, essa lógica dos partidos de quererem fazer aliança para ter mais recursos do fundo partidário contribuiu para distorcer a representação, favorecendo os conservadores.”
O analista político também diz que as alianças não têm coerência do ponto de vista ideológico. Um desdobramento dessa situação, afora o fato de que no dia a dia a imprensa se empenha em criminalizar a política e criticar o fisiologismo que se impôs na reforma ministerial, é que o governo vem recebendo ataques da sua própria base de apoio. Na semana passada, o relator-geral do orçamento da União para o próximo ano, Ricardo Barros (PP), despontou na imprensa anunciando a ideia de corte de R$ 10 bilhões do Bolsa Família, entre outras medidas, nada mais, nada menos do que 30% do orçamento do programa para o próximo ano, de R$ 28,8 bilhões. “Isso é um absurdo completo sobre um programa social estrutural do governo. Isso significa que não há coerência nenhuma nessa vontade da base”, avalia Toninho.
“O que vocês não sabem, muito provavelmente, é que ele (Barros) é vice-líder do governo, pelo PP; então, nós temos um vice-líder que opera contra o governo. Quando você tem uma presidente cuja popularidade está em um dígito de aprovação, as piranhas veem sangue na água”, afirmou na quinta-feira (22) o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), em debate da Frente Brasil Popular, em São Paulo., Na ocasião, Chinaglia  admitiu que sua bancada não está empenhada em enfrentar o presidente da Câmara por medo do processo de impeachment. “Nós escolhemos não bater no Cunha para não dar o pretexto a ele de, digamos, em um momento ruim, usar o poder que ainda tem no caso do impeachment, esse é o jogo.”
E se engana quem acha que a base do governo está fechada com as propostas que surgem no Palácio do Planalto. “O problema é que essa base é heterogênea, tem muita gente de direita e esses caras entraram para o governo para implementar sua própria agenda e não para aderir à do governo. As forças à esquerda no espectro político não estão percebendo isso no interior do governo e não vão para o enfrentamento. E fica nessa coisa de compor e viver fazendo concessões, o que não faz o menor sentido”, critica o diretor do Diap.
“Com certeza, na próxima eleição, mesmo que a extrema esquerda cresça, como o Psol, ela virá bem menor do que hoje, não tenha dúvida disso”, diz Toninho, lembrando que a atual legislatura já piorou em relação à anterior. “Sem dúvida, houve um avanço no sentido de explorar essa campanha moralista, justiceira, de associar a esquerda à corrupção, houve uma série de movimentos que foram determinantes para a alteração dessa composição. A bancada sindical, comprometida com os trabalhadores, caiu na Câmara de 91 integrantes para 51. Direitos humanos também caiu uma barbaridade, trabalhadores rurais, defensores do meio ambiente, todas as forças à esquerda na política perderem espaço para o poder econômico e para a agenda conservadora.”
O próprio Chinaglia, falando à plateia paulistana sobre os erros do PT nos últimos anos no governo, confessou que está com pouca paciência para o Planalto. Ao comparar os escândalos da Petrobras e do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que estão respectivamente “precificados” em R$ 6 bilhões e R$ 19 bilhões, o deputado disse que não entende por que o governo não se mexe frente ao órgão da Receita Federal que só tem servido para aliviar os ricos de tributos.
“O Joaquim Levy (ministro da Fazenda) foi à Câmara, e eu perguntei, perdendo a paciência: por que o governo não acaba com o Carf, para que serve o Carf?”, afirmou Chinaglia, destacando que o Carf é “uma síntese cruel do Brasil para quem deve para o Estado brasileiro: dívida velha não se paga e nova você deixa envelhecer. Se o cara sabe que tem o Carf, por que que vai pagar?”, criticou.
Enquanto o governo fica na paralisia, a Operação Zelotes, que investiga as falcatruas no Carf – tendo como suspeitas grandes empresa de diversos setores –, depois de meses de ostracismo ganhou os holofotes da imprensa conta de ação da Polícia Federal na empresa do filho do ex-presidente Lula, Luís Cláudio Lula da Silva, que não tem relação direta com o Carf, muito menos com a Zelotes, mas apenas prestou serviço a uma das empresas investigadas, a Marcondes e Mautoni.
A operação espetaculosa joga uma cortina de fumaça na real questão, que permite ao Carf ser o antro de falcatruas, ou seja, uma conselho em que os empresários participam para defender seus próprios interesses, algo que pode ser comparado à convocação do vampiro para tomar conta do banco de sangue.
Hoje, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), relator de uma subcomissão da Câmara que acompanha a Zelotes desde o início, criticou a "manipulação da imprensa" na cobertura da operação deflagrada para investigar grupos econômicos que teriam pagado propina a agentes públicos para abater dívidas com a Receita. Pimenta disse que a Rede Globo "mentiu descaradamente" e foi "criminosa" ao informar que a Zelotes seria uma operação para investigar compra e venda de Medidas Provisórias para o setor automobilístico.
Para o diretor do Diap, a representação do setor empresarial do Carf não deveria existir. "Tem o sujeito que é advogado, e que está advogando para a empresa e ao mesmo tempo é conselheiro, isso é brincadeira. Não faz sentido isso. O Carf é necessário, ele pode ser uma espécie de tribunal administrativo, mas ele não pode ter uma composição em primeiro lugar paritária entre governo e representantes do empresariado. Se tivesse o trabalhador também, tudo bem, seria tripartite, mas não é. E o setor empresarial pode advogar, quer dizer, é um completo absurdo", afirma.

Projetos do retrocesso

Enquanto isso, alerta Toninho, a oposição, continua apostando no quanto pior melhor. O senador José Serra (PSDB-SP), que vinha atacando a lei de partilha do pré-sal para derrubar a soberania da Petrobras, agora quer engessar o orçamento público e perpetuar a austeridade na economia.
E seu companheiro de partido, Aloysio Nunes, como relator do Projeto de Lei da Câmara (PLC 101), sob o argumento de que é preciso dar clareza a artigo da Constituição que classifica o terrorismo como crime inafiançável e insuscetível de anistia, tenta criminalizar os movimentos sociais. “A proposta representa um grande retrocesso para os direitos de participação política no Brasil, porque deixará nas mãos de delegados e promotores o filtro para dizer se tal conduta é ou não de movimento social”, afirma manifesto contra a lei, assinado por mais de 80 entidades do movimento social.
O próprio presidente da Câmara se empenha nos projetos reacionários, enquanto experimenta o silêncio da base do governo em torno de suas falcatruas. Um deles é o Projeto de Lei 7.382, de sua própria autoria, voltado ao "combate à heterofobia". O projeto prevê pena de reclusão de um a três anos por atos de discriminação contra heterossexuais, algo que tem sido interpretado pelo campo progressista como “provocação”, porque poderá contribuir ainda mais para aumentar a discriminação contra a população LGBT.
Ou ainda o Projeto de Lei 5069/2013, que cria dificuldades para mulheres vítimas de estupro serem submetidas legalmente a um aborto, cuja aprovação representa um retrocesso que deixou desoladas as forças progressistas.
Créditos: Rede Brasil Atual

Senado aprova projeto que tipifica crime de terrorismo

O plenário do Senado aprovou ontem (28) o projeto de lei que tipifica o crime de terrorismo. O projeto foi aprovado na forma do substitutivo do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), que gerou muita polêmica e mais de duas horas de debate entre os senadores.

Pelo texto aprovado, fica tipificado como terrorismo ato de “atentar contra pessoa, mediante violência ou grave ameaça, motivado por extremismo político, intolerância religiosa ou preconceito racial, étnico, de gênero ou xenófobo, com objetivo de provocar pânico generalizado”. A pena de reclusão é de 16 anos a 24 anos.

O projeto estabelece também como “ato de terrorismo por extremismo político”, quando o atentado for contra instituições democráticas. O texto especifica ainda os atos que podem ser caracterizados como terroristas, entre eles interromper serviços de comunicações, sequestrar aviões, provocar explosões propositais ou o uso de gás tóxico e material radiológico em prédios e locais com grande aglomeração de pessoas.

As penas podem ser agravadas por diversos motivos, entre eles se o ato causou morte, contou com auxílio de governo estrangeiro ou organização internacional criminosa. A pena pode chegar a 30 anos de prisão.

Houve muito debate no plenário porque vários senadores demonstraram preocupação que movimentos sociais e mobilizações reivindicatórias em geral possam vir a ser caracterizados como extremismo político e seu atos tipificados como terroristas. “Esse projeto vulnerabiliza a luta social em nosso país”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Uma das emendas apresentadas visava a ressalvar os movimentos sociais no texto, deixando claro que eles não se enquadrariam como organizações terroristas. A proposta foi assinada por senadores do PT, PSB, PSOL e Rede. “Nós vamos colocar uma mordaça nos mais humildes, que não têm um microfone para gritar sua dor. É esses que nós queremos proteger”, afirmou o senador Telmário Mota (PDT-RR) defendendo a emenda.

A oposição, no entanto, foi contra. “O cidadão não pode estar travestido de movimento social e, por isso, infringir as normas do Estado Democrático de direito”, disse o líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO).

Todas as emendas foram rejeitadas, exceto uma que foi acatada pelo relator e que estende o conceito de terrorismo político para a prática de atentados contra o Estado Democrático, de forma a comprometer o funcionamento de suas instituições. O texto volta à Câmara dos Deputados, que poderão acatar as modificações do Senado ou retomar o projeto originalmente aprovado pelos deputados.
Créditos: Agência Brasil

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Benefícios sociais retiram 'invisíveis' da pobreza

A estratégia da Busca Ativa é o trabalho principal dos profissionais que atuam nas equipes volantes
Às margens do Rio Paraguai, ribeirinhos que vivem nas regiões do Porto da Manga, Porto Esperança, Morrinho e Passo do Lontra, no município de Corumbá (MS), seriam “invisíveis” ao Estado, se não fosse o trabalho dos assistentes sociais e psicólogos que atuam nas equipes volantes.

Diariamente, esses profissionais circulam, seja por terra ou cruzando o rio, em busca de famílias que ainda se encontram em situação de vulnerabilidade social. 

O objetivo: levar direitos sociais até então desconhecidos por por essas pessoas. “São muitas as fragilidades que encontramos. Meu trabalho é cuidar dessas famílias para que saiam da situação de pobreza. Esse é o nosso compromisso”, diz a assistente social Ana Laura Carvalho, que compõe a equipe volante que atende famílias ribeirinhas em Corumbá. 

Ela conta que já encontrou famílias inteiras sem registro de nascimento. “Mãe e filhos que não existiam legalmente. Mudamos essa realidade com o nosso acompanhamento.” Ana Laura ressalta que essa atenção diária também já fez com que muitas crianças voltassem a estudar e idosos pudessem acessar o Benefício de Prestação Continuada.

“São direitos deles. E o retorno é positivo. Nada mais gratificante em ver os sorrisos nos rostos e as mudanças de vida para melhor.” O trabalho da equipe ainda inclui registrar as famílias no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e acompanhá-las nas condicionalidades do Programa Bolsa Família. “Pela localidade em que vivem essas famílias, se não existisse a equipe volante, essas mudanças não seriam possíveis”, conta. E acrescenta que, para chegarem até a cidade, os ribeirinhos gastariam R$ 150 ou mais, dependendo do local. “Levamos os direitos até eles. São pessoas que têm mais necessidade.”

Em Corumbá, a equipe volante incluiu 80% dos ribeirinhos no Cadastro Único. Os profissionais atendem uma média de 20 a 50 famílias por dia e as ações são desenvolvidas de acordo com a necessidade da comunidade. A estratégia da Busca Ativa é o trabalho principal dos profissionais que atuam nas equipes volantes. O desafio é localizar pessoas em situação de vulnerabilidade social, em comunidades isoladas ou locais de difícil acesso, que não acessam os serviços públicos e vivem fora de qualquer rede de proteção social. Desde 2011, 1,4 milhão de famílias foram incluídas no Cadastro pela Busca Ativa e já saíram da extrema pobreza.
Créditos: Portal Brasil


Vírus do roteador: o que é, como se instala e quais são os ‘sintomas’

Tecnicamente, ele não é um malware. Porém, leva um nome capaz de assustar. O chamado “vírus do roteador” aplica golpes de mestre, sem que o dono da máquina perceba, e “se instala” sorrateiro em um dispositivo crucial para a sua conexão com a Internet, porém totalmente vulnerável: o roteador Wi-Fi. Com o poder de mudar o endereço DNS e direcionar a navegação para sites falsos, os objetivos são vários e vão desde a exibição volumosa de anúncios, para lucrar com sistemas como Google Ads, até a instalação de softwares mal intencionados que roubam dados pessoais e bancários das vítimas. 
O roteador é infectado de duas maneiras O golpe funciona com dois tipos de ataque. Um deles é remoto, sem interação com o dono do roteador. O computador nem precisa estar ligado e ninguém precisa clicar em nada. As mudanças ocorrem todas no dispositivo distribuidor de rede que, para funcionar, usa um software, o firmware, cheio de falhas.
É tão silencioso e tão fatal que pode controlar a navegação de todos os dispositivos da casa Fábio Assolini, Kaspersky Lab
“As pessoas não imaginam como uma mudança tão pequena pode afetar sua vida”, alerta Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky Lab, que detalhou os dois tipos de golpe.
O segundo tipo, é um ataque feito pela Internet e envolve interação. O usuário recebe um e-mail com um tema qualquer, com um link para um site. Muitas vezes, são usadas imagens de diferentes formatos de arquivo para executar os scripts em mensagens de e-mail. Exatamente por isso, grande parte das caixas de mensagem não abrem figuras de origens desconhecidas por padrão.
Na hora em que o internauta clica nesta URL (esteja em um foto ou em um texto), uma série de scripts entram em ação e dão um comando para alterar o DNS do roteador que usa senhas padrão, aquelas que já vem configuradas. Muita gente ainda faz isso, não troca a senha que vem da operadora por uma senha forte.
O script tenta adivinhar o login de rede e mudar o DNS do roteador do computador. Caso o usuário tenha trocado a senha padrão, vem aí mais uma etapa. A vítima recebe um e-mail, clica no link, e o script tenta adivinhar a senha e não consegue. É aí que abre uma janelinha pop-up pedindo a senha do roteador. Se o usuário “entregar”, será infectado e terá o seu DNS alterado, redirecionando os sites.
Com a mudança do DNS, o roteador vai direcionar toda a navegação de Internet para sites que o criminoso controla. Isso significa que não será notado nenhum vírus ativo no computador. Ele impacta em todos os dispositivo conectados, inclusive seu celular, conectado ao mesmo dispositivo de rede. “Não fica nenhum vírus ativo na máquina. Por isso, tecnicamente, não classificamos isso como um malware”, explica Assolini.
O antivírus tem recursos que podem detectar a mudança de DNS, mas especialmente quando o usuário vai acessar sites de banco, pagamentos e conta online, que contam com uma camada a mais de proteção. Não existe, porém, um sintoma gritante e universal. O sinal mais confiável de que o usuário está com problema é que o cadeado de segurança de sites https desaparece. O DNS encaminha a navegação para um site falso, sem segurança, e rouba seus dados do banco, do e-mail, do que quiser.
Outro sintoma é a lentidão na navegação, pois você está compartilhando uma rede com várias outras vítimas. Em alguns ataques, o criminoso consegue evitar isso, sem deixar o computador lento. Quando há uma estrutura maior, o criminoso consegue administrar muita gente na mesma rede sem impacto.
Tudo depende do objetivo do criminoso. O golpe pode envolver banners de publicidade, ads e links maliciosos. Como resultado, o usuário vai começar a ver propagandas demais nos sites em que visita, em páginas que tradicionalmente não tem propagandas, como o Wikipédia, que vive de doações. Além de roubar os dados financeiros e causar prejuízos às vítimas, golpistas aproveitam recursos como o AdSense, criam sites falsos cheios de propaganda, e lucram com os cliques que você dá neles.
É fácil perceber quando o foco é lucrar com anúncios. Normalmente, a propaganda aparece torta na versão desktop. Ou, no celular, o dono do aparelho começa a ver sites com propaganda versão desktop e não móvel. Smart TVs, videogames, tudo fica vulnerável se for um dispositivo conectado.
“É tão silencioso e tão fatal que pode controlar a navegação de todos os dispositivos”, alerta Assolini, ao apontar que todos os dispositivos domésticos são, normalmente, conectados a um mesmo roteador. Lembram dos dois tipos de ataque citados no início do texto? Eles fazem toda a diferença. No primeiro tipo, o criminoso está explorando alguma vulnerabilidade e só há um jeito de resolver, atualizando o firmware do roteador. As atualizações trazem correções de bugs e falhas de segurança.
Entretanto, a atualização do firmware não é muito usual, nem muito fácil. Se for mal feita, pode transformar o roteador em um tijolo e o dispositivo não vai mais funcionar em rede, com perda total. A primeira coisa a fazer sem pensar em firmware, é trocar o dispositivo de rede por um novo.
No segundo caso, em que houve interação do usuário (tente se lembrar de algo), basta que o usuário troque a senha. Na hora que estiver navegando, caso um pop-up peça login e password, não se deve arriscar. O visual da tela é parecido com o do Windows, não lembra um navegador ou sites.
Ainda segundo especialistas, um bom programa antivírus consegue alertar quando houver algo de errado. Quando o usuário entrar em um site falso de banco, o antivírus vai relatar e vai proibir o acesso ao site. Nenhum sistema vai, porém, impedir isso de acontecer com o roteador doméstico.
Fernando Mercês, pesquisador da Trend Micro, deu ainda algumas dicas importantes. O especialista recomenda, além de um bom antivírus, usar plugins de browser que controlem a execução de scripts, como o No-Script. Outra sugestão do especialista é a troca do IP do modem/roteador para um IP “não padrão”, que pode demandar a presença de um técnico para que tudo ocorra sem problemas.
Esse tipo de ataque afeta qualquer sistema operacional: Mac OS, Windows, Linux, Android, iOS, Windows Phone, BlackBerry, todos eles. Também não é possível instalar um antivírus no roteador, ainda, e todos os dispositivos de redes tem falhas. Alguns fabricantes se preocupam mais, outros não tem o mesmo cuidado. Dos que se importam, recebem o alerta da falha de fazem a correção do firmware. Nem sempre, porém, os usuários ficam sabendo delas ou sabem executá-las de forma segura e adequada.
“Na dúvida, procure sempre os grandes nomes, os mais importantes. Evite adquirir marcas desconhecidas e muito baratas”, conclui Assolini, dando a dica para o consumidor. Ainda de acordo com o especialista, “marcas grandes” costumam se preocupar mais com esse risco.(techtudo).
Créditos: Foando a Notícia

ONU: votação quase unânime por fim do embargo a Cuba isola EUA

A Assembleia Geral da ONU pediu nesta terça-feira, pelo 24º ano consecutivo e por imensa maioria, o fim do embargo aplicado a Cuba pelos Estados Unidos, em uma resolução votada três meses após o restabelecimento de laços diplomáticos entre os dois países.
O texto foi apoiado por 191 dos 193 países. Apenas Estados Unidos e Israel votaram contra, um resultado ainda mais contundente do que no ano anterior, quando foram registrados 188 votos positivos, dois negativos e três abstenções, constatou a AFP.

"Foi uma votação recorde", disse o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, à imprensa em Nova York, destacando que "praticamente de maneira unânime a comunidade internacional manifestou seu apoio à suspensão do bloqueio".
A resolução deste ano dá as boas-vindas ao restabelecimento das relações diplomáticas entre Havana e Washington em julho passado, depois de vários meses de negociações que puseram um ponto final a mais de meio século de ruptura.

O texto também reconhece a vontade manifesta do presidente Barack Obama de "trabalhar pela eliminação do embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba".
Ao apresentar o texto, Bruno Rodríguez falou de um "notável progresso" desde o ano passado, mas criticou que "dez meses depois" do início do processo de aproximação bilateral não houve "qualquer modificação substancial" ao embargo.

"As medidas adotadas pelo Executivo americano desde o início do ano, apesar de positivas, modificam somente de forma muito limitada alguns elementos da aplicação do bloqueio", afirma o texto.
"A suspensão do bloqueio será o elemento essencial que dará sentido ao que já foi tratado", assinalou, advertindo que Cuba "jamais negociará seu sistema socialista".

O bloqueio foi imposto em 1962 pelo então presidente John F. Kennedy para forçar a queda do regime comunista da ilha. Pode ser suspenso apenas pelo Congresso americano.
Desde 1992, a Assembleia Geral da ONU pede seu fim, por intermédio de resolução apresentadas por Cuba.

Caso Noemí
O embaixador americano na ONU, Ronald Godard, lamentou a decisão de Cuba de apresentar a resolução para votação. Segundo ele, o texto "se distancia muito de refletir os passos importantes que foram adotados e o espírito de compromisso do presidente Obama".
"Fizemos muitos progressos. Lamentamos, por isso, que o governo de Cuba tenha optado por proceder com sua resolução anual", acrescentou.

Apenas Israel acompanhou os Estados Unidos no voto. Três países que se abstiveram no ano passado (Ilhas Marshall, Micronésia e Palau) se somaram à posição quase unânime da comunidade internacional. Para o jornal oficial cubano "Granma", a votação nas Nações Unidas constitui uma vitória "retumbante" para a Ilha, que deixou Washington "mais isolado" do que nunca.

Nas ruas de Havana Velha, alguns cubanos se mostraram decepcionados com a "contraditória" posição assumida pelos Estados Unidos na ONU. "É muito contraditória (a posição americana). Não se pode dizer que vai suspender o bloqueio e depois votar a favor de que permaneça", disse à AFP Ema Collado, de 44 anos, funcionária de uma construtora.

O embargo causou prejuízos de mais de US$ 100 bilhões à Ilha, segundo o governo cubano.
Cuba tem de comprar em mercados mais distantes, o que encarece as mercadorias com fretes e seguros. No caso de medicamentos e de outros bens tecnológicos, às vezes, os Estados Unidos são o único fornecedor.

A Ilha produz 65% dos medicamentos para seus 11,1 milhões de habitantes e importa os 35% restantes, principalmente para tratamentos de câncer, aids e diabetes.
Nesse sentido, o representante da Bolívia na ONU, Sacha Llorenti, lembrou o caso da menina Noemí Bernárdez, de 7 anos, que teve um tumor cerebral extraído. Agora, deve ser submetida à quimioterapia com um medicamento oral produzido nos Estados Unidos.

Como não pode ter acesso a esse remédio de maneira oficial devido ao embargo, o Ministério da Saúde cubano tenta comprá-lo sigilosamente em um terceiro país, o que, segundo Llorenti, é "um exemplo do alcance genocida do bloqueio".
Créditos: Jornal Floripa

Lava Jato teve custo alto para a sociedade, diz diretor do Ipea

A Operação Lava Jato teve um custo não intencional para a sociedade brasileira, além dos benefícios do combate à corrupção, disse ontem (27) o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), André Calixte. Segundo Calixte, as investigações "travaram" a cadeia produtiva de petróleo e gás no início deste ano e tiveram impacto na construção civil, que foi um dos setores com maior queda no nível de ocupação no primeiro semestre de 2015. 

"Não era possível desorganizar uma das cadeias mais importantes do país sem ter impacto na vida das pessoas, mesmo que isso seja necessário para colocar na cadeia os corruptos", disse Calixte, que acrescentou: "a verdade é que essa operação teve um custo muito alto para a sociedade brasileira. Não é só o benefício do combate à corrupção".

O diretor do Ipea destacou que essa consequência não foi a intenção do Judiciário, mas não pode ser ignorada. Calixte disse que ainda não é possível dizer exatamente quantos empregos foram afetados pelo impacto nos setores de petróleo e construção.

O Ipea apresentou hoje uma pesquisa sobre o mercado de trabalho com base em dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad) e no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A construção civil teve uma das maiores quedas, de 6,7% em relação ao primeiro semestre de 2014, atrás apenas da administração pública, que teve retração de 10,3% no nível de ocupação. A redução do nível de ocupação no país, segundo o Ipea, está mais relacionada à queda no número de novas admissões e não a um aumento nas demissões.
Créditos: Agencia Brasil

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Sonegação no Brasil supera em 17 vezes a arrecadação prevista com a CPMF

Dados divulgados pelo portal “Sonegômetro” revelam que a sonegação fiscal no Brasil, em 2015, está em R$ 419 bilhões e pode chegar a R$ 550 bilhões até o fim do ano. Esse valor final é 17 vezes maior do que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) arrecadaria anualmente, cerca de R$ 32 bilhões. 

Os dados foram divulgados pelo criador do contador, o Sindicato Nacional dos Procurados da Fazenda (Sinprofaz). No mês passado, o governo federal anunciou um corte de R$ 66 bilhões no orçamento de 2016, visando o ajuste fiscal para reequilibrar as contas públicas. No entanto, bastaria que apenas 16% do valor sonegado voltasse aos cofres públicos para não ser mais necessário aumentar os impostos e fazer reduzir despezas.

“Os sonegadores de impostos não são os pobres, são os ricos. Neste ponto, a CPMF ajudaria a revelar quem são as pessoas que sonegam e as que contribuem corretamente com o país. Acredito que seja esse o motivo pelo qual está sendo criada uma resistência da não aprovação da contribuição”, defende o economista e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Márcio Pochmann.

A CPMF registra aqueles que pagam a taxa pela circulação do recurso no Sistema Bancário Nacional e, por meio dessa base de informações, sabe-se que de cada três pessoas que foram responsáveis pela circulação de grandes quantias e que pagaram a CPMF, apenas uma fez declaração de imposto de renda. Foto: EBC
Créditos: Agencia PT