terça-feira, 31 de julho de 2018

Em 20 anos, criminalidade custou R$ 285 bilhões ao Brasil

Os custos econômicos anuais com o combate e com as consequências da criminalidade no Brasil subiram de R$ 113 bilhões para R$ 285 bilhões entre 1996 e 2015, o que equivale a um incremento real médio de cerca de 4,5% ao ano. Os custos da criminalidade no Brasil correspondem a 4,38% do Produto Interno Bruto (PIB). 

Os dados são do relatório ‘Custos Econômicos da Criminalidade no Brasil’, que apontou os gastos administrativos (aqueles alocados na subfunção “Custódia e Reintegração Social” para a manutenção do sistema carcerário), gastos de custeio com pessoal e gastos com auxílio-reclusão. 

De acordo com o relatório, apesar do aumento dos gastos com segurança pública nos últimos 20 anos, houve crescimento nos índices de homicídios no país. No período de 1996 a 2003, houve um aumento de 35 mil para 48 mil homicídios ao ano. No momento posterior, entre 2003 e 2007, houve uma queda de 48 mil para 44 mil vítimas ao ano. Finalmente, a partir de 2008, houve um novo aumento no número de vítimas, embora em ritmo menor do que antes de 2003, chegando a 54 mil em 2015.

O estudo também apontou a necessidade da análise das políticas existentes para possíveis adaptações ou até mesmo a descontinuidade quando não observada a eficácia. Uma solução apontada é a recondução de recursos destinados às políticas sem impacto e retorno social para ações mais promissoras.

Em 2015, os componentes dos custos econômicos com a criminalidade em ordem de relevância eram: segurança pública (1,35% do PIB); segurança privada (0,94% do PIB); seguros e perdas materiais (0,8% do PIB); custos judiciais (0,58% do PIB); perda de capacidade produtiva (0,40% do PIB); encarceramento (0,26% do PIB); e custos dos serviços médicos e terapêuticos (0,05% do PIB).
Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sábado, 28 de julho de 2018

Para 69%, a vida piorou após o golpe


 69% dos brasileiros afirmam que a vida está pior depois do golpe de 2016, que derrubou Dilma Rousseff, presidenta eleita democraticamente por mais de 54 milhões de votos.
O índice de rejeição do presidente Michel Temer (MDB-SP), líder em taxas recordes de desemprego, responsável pelo fim dos direitos trabalhistas e pelo aumento da fome e da miséria, passou de 73% para 83% entre maio e julho deste ano, revela pesquisa CUT/Vox Populi, realizada entre os dias 18 e 20 de julho.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, os resultados demonstram que o golpe não foi contra Dilma, foi para retirar direitos da classe trabalhadora, trazer de volta o desemprego, as privatizações, o arrocho salarial e o desmonte das políticas públicas de inclusão social.
Com Temer, o retrato do Brasil é a volta da miséria e da falta de credibilidade, diz Vagner. “É um país desacreditado internacionalmente”.- Vagner Freitas
Segundo o presidente da CUT, com a aprovação da reforma trabalhista, que praticamente rasgou os direitos da classe trabalhadora, “o que temos são taxas recordes de desemprego e aumento do trabalho precário e informal.”

“É o povo vivendo de bico para pagar as contas no final do mês e cozinhando à lenha porque não pode pagar mais pelo gás de cozinha cada vez mais caro”, critica Vagner, lembrando que a maioria das famílias brasileiras voltou a ficar endividada, sem conseguir pagar sequer as contas de água e luz.
"As filas quilométricas em busca de emprego voltaram a ser realidade no País. Bem diferente dos governos de Lula e Dilma, quando o Brasil atingiu o pleno emprego", lamenta Vagner, lembrando que o número de desempregados no País cresceu 94,2% se comparado com 2014.
“Ao todo, são 27,7 milhões de pessoas aptas ao trabalho que viraram estatística, é a tal força de trabalho subutilizada no Brasil pós-golpe”, diz.
83% dos brasileiros reprovam o desempenho de Temer como presidente. Apenas 3% avaliam positivamente. O percentual dos que achavam Temer regular caiu de 20% para 13% entre maio e julho.
As piores avaliações estão no Sudeste, onde 71% dos entrevistados acham o ilegítimo Temer ruim ou péssimo. Em segundo lugar, aparece o Centro-Oeste e Norte, com 69%, seguido pelo Nordeste (64%), Região que mais sente saudade do Lula, e pelo Sul (62%).
Segundo a pesquisa CUT/Vox Populi, desde que o ilegítimo Temer assumiu a presidência, em agosto de 2016, a vida piorou para 69%. Somente 6% dizem que a vida melhorou. Outros 23% avaliam que nada mudou e não sabem ou não responderam registrou 2%.
Com o fechamento de três milhões de vagas formais durante a crise provocada pela falta de política econômica do ilegítimo Temer e com o aumento no número de desempregados no País, que chega a 13,2 milhões de pessoas, os brasileiros e brasileiras voltaram a listar a necessidade de geração de empregos como uma das principais prioridades do próximo presidente.
Para 20%, a diminuição do desemprego deve estar entre as principais preocupações do novo governo. Em primeiro lugar, está a melhoria na saúde pública, com 24%. Educação (18%), combate à corrupção (13%) e segurança pública (8%) também aparecem no topo da lista de prioridades.
Créditos: Brasil 247

quinta-feira, 26 de julho de 2018

1,2 bilhão de crianças são ameaçadas por pobreza, guerra e discriminação

Cerca de 1,2 bilhão de crianças, mais da metade das que existem no mundo, estão ameaçadas pela guerra, pela pobreza ou pela discriminação sexual, segundo o relatório ‘The Many Faces of Exclusion’,divulgado pela organização Save the Children.
O relatório classificou 175 países segundo três ameaças: trabalho infantil, exclusão da educação e casamento infantil (com o risco de gravidez precoce).
O levantamento constatou que mais de um bilhão de crianças vivem em países afetados pela pobreza e 240 milhões em países afetados por conflitos. Além disso, mais de 575 milhões de meninas vivem em países onde a discriminação de gênero é algo preocupante.
Oito dos dez países com pior classificação estão no oeste ou no centro da África, enquanto os países com menor incidência desses problemas são Singapura e Eslovênia. Na América Latina, o melhor colocado é o Chile (58º) e o pior é a Guatemala (152º). O Brasil ficou em 93° lugar.
Em 20 países (entre eles Sudão do Sul, Iêmen e Afeganistão), 153 milhões de crianças vivem ameaçadas pelos três parâmetros de risco usados pela Save the Children, sendo Níger o pior avaliado do mundo.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Governo corta 5,2 milhões de pessoas do Bolsa Família

Mais de R$ 10 bilhões dos programas Bolsa Família, aposentadoria por invalidez e auxílio-doença foram cortados para cobrir o rombo do déficit assistencial. O governo alega que o corte foi baseado em uma operação pente fino, que buscou corrigir irregularidades. 5,7 milhões de pessoas foram atingidas: 5,2 milhões do Bolsa Família e 478 mil dos auxílios-doença e aposentadoria por invalidez. Governo quer cortar mais R$ 20 bilhões.
O levantamento das supostas irregularidades dos programas de proteção social está a cargo do Cmap (Comitê de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas), criado em 2016 por uma portaria do governo. O comitê é formado pelos ministérios do Planejamento, Fazenda, Transparência e Controladoria-Geral da União, e Casa Civil, órgãos que vem sendo acusados de aparelhamento e de encenar um jogo de cartas marcadas no andamento dos processos e delações da Lava Jato.
O comitê lança sua tesoura também para outros programas institucionais: há avaliações em andamento do Fies (Financiamento Estudantil), do seguro defeso (espécie de seguro desemprego temporário do pescador artesanal) e o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
“Os primeiros cortes começaram em 2016, quando se deu início aos cruzamentos de dados do Bolsa Família. Nessa fase, concluiu-se que R$ 790 milhões vinham sendo pagos a pessoas com renda mensal média acima de R$ 178. Os cruzamentos se tornaram uma rotina e foram incluídas outras bases de dados do governo federal. Pescadores com registro na Rais (Relação Anual de Informações Sociais) com renda superior à permitida constavam no cadastro do Bolsa Família, por exemplo.
A base de dados de servidores públicos também permitiu identificar milhares de vereadores que recebiam recursos do programa. Com essas informações em mãos, neste ano outros R$ 209,6 milhões deixaram de ir para o bolso de famílias acima da renda máxima exigida.Leia mais aqui.
Créditos: Brasil 247

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Brasil é líder na América Latina em escravidão moderna

O Brasil foi, em outubro de 2016, o primeiro país a ser condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), uma instituição judicial autônoma da Organização dos Estados Americanos (OEA), por tolerar a escravidão em suas formas modernas. 

O país foi responsabilizado internacionalmente por não prevenir a prática de trabalho escravo moderno e de tráfico de pessoas. Mesmo depois disso, o Brasil segue líder na América Latina em número absoluto de pessoas em situação análoga à escravidão

São 369 mil pessoas nessa condição, segundo o relatório Índice Global de Escravidão 2018, publicado pela Fundação Walk Free. Proporcionalmente, o Brasil tem 1,8 pessoa escravizada para cada 1 mil habitantes. Neste sentido, os países latino-americanos com as maiores taxas de pessoas em situação análoga à escravidão são a Venezuela e o Haiti, ambos com uma taxa de 5,6 vítimas para cada 1 mil habitantes.

No mundo, existem 40,3 milhões de pessoas em situação análoga à escravidão. A Coreia do Norte lidera o ranking junto com a Índia. Na Coreia do Norte, existem 104 pessoas vivendo como escravos modernos para cada 1 mil habitantes. O relatório mostra que a definição para escravidão moderna abrange um conjunto de conceitos jurídicos específicos, incluindo trabalho forçado, servidão por dívida, casamento forçado, tráfico de seres humanos, escravidão e práticas semelhantes à escravidão.

O relatório mostra que das pessoas que estão em situação de escravidão moderna no mundo 71% são mulheres, enquanto 29% são homens. Dos 40,3 milhões de pessoas afetadas, 15,4 milhões estavam em casamentos forçados, enquanto 24,9 milhões se encontravam em condições de trabalho escravo. A Ásia representa 62% da estimativa global de pessoas em regime de escravidão.

Completam o ranking dos países com maior percentual de escravidão moderna em relação à própria população a Eritreia (93 para mil), o Burundi (40 para mil), a República Central Africana (22 para mil), o Afeganistão (22 para mil), a Mauritânia (21 para mil), o Sudão do Sul (20,5 para mil), o Paquistão (17 para mil), o Camboja (17 para mil) e o Irã (16 para mil).
Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sábado, 21 de julho de 2018

Prévia da inflação tem a maior taxa para julho desde 2004

A prévia da inflação oficial do país teve a maior taxa para o mês de julho desde 2004 (0,93%), impactada sobretudo pela alta dos preços de alimentos, transportes e habitação. No acumulado em 2018, o avanço do índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), é de 3%.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 acelerou para 4,53%, acima dos 3,68% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores e acima do centro da meta de inflação do Banco Central para o ano, que é de 4,5%.
O IPCA-15 mediu a variação dos preços no período de 14 de junho a 12 de julho. Alimentação e bebidas (0,61%) e Transportes (0,79%), aliados à aceleração do grupo Habitação (1,99%), foram os principais impactos no IPCA, contribuindo com 0,61 p.p., ou 95% do índice. 
Todas as onze regiões pesquisadas apresentaram desaceleração na variação de um mês para o outro, mas apenas a região metropolitana de Curitiba (1,01%) registrou índice acima de 1,00%, em razão do reajuste de 15,06% nas tarifas de energia elétrica (12,10%), a partir de 24 de junho. O menor resultado ficou com a região metropolitana de Belém (0,07%), em função da queda no preço médio do item tomate (-22,95%). Fonte: IBGE.
Créditos: Revista Forum

sexta-feira, 20 de julho de 2018

1 em cada 3 parlamentares é investigado pelo STF

Faltam 3 meses para as eleições no Brasil. E a população brasileira precisa ficar bem atenta na hora de votar. O Brasil tem um dos congressos mais caros do mundo e também um dos mais corruptos. Um levantamento feito pelo Congresso em Foco mostra que, dos 594 parlamentares (deputados federais e senadores), 238 são investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ou seja, 40%, ou mais de um em cada três parlamentares.
Dos 513 deputados federais, 190 são investigados pelo STF. O cenário do Senado não é diferente: dos 81 senadores, 48 tem acusações criminais, sendo 34 só da Operação Lava Jato.
As acusações contra os deputados incluem crimes eleitorais, contra o meio ambiente, contra a fé pública, falsidade ideológica, corrupção, tráfico de influência, formação de quadrilha e lesão corporal. A situação é mais delicada para 49 deles, que já são réus em 71 ações penais no Supremo. Nesses casos, os ministros aceitaram os argumentos da Procuradoria-Geral da República e concluíram haver indícios de que os parlamentares cometeram os crimes que lhes são imputados.
Por isso é tão importante procurar informações sobre o seu candidato antes do voto. 91% dos parlamentares investigados pela Lava Jato pretendem concorrer nas eleições deste ano.Clique aqui para conferir por estado quais deputados e senadores estão sendo investigados pelo STF.