Em meados de 2013 o Oriente Médio viu-se no “cativeiro branco”. O tufão Haiyan, ocorrido em novembro, virou um verdadeiro pesadelo para as Filipinas. Em fins de outubro o furacão São Judas desabou sobre a parte norte da Europa. No Extremo Oriente da Rússia as chuvas torrenciais, que começaram em julho, extravasaram o rio Amur e as águas voltaram ao seu nível normal apenas em princípios de outubro. Devido ao calor anômalo que tinha avassalado o Japão no período de maio a julho, a insolação deixou 85 vítimas. Esta primavera resultou penosa também para os EUA. Somente em maio o território do país foi avassalado por 80 potentes tornados. O vento destelhava casas e fazia subir para o céu os automóveis estacionados nas ruas.
Os climatólogos advertem que semelhantes cataclismos naturais irão ocorrer cada vez mais frequentemente. Mais do que isso: é tempo de habituar-se a fenômenos anormais da natureza, aconselha Alexei Kokorin, dirigente do programa "O clima e a energia" junto do Fundo Mundial para a Natureza (WWF):
"Certamente, seria muito desejável indicar com precisão onde e quando ocorrerão cataclismos, mas por enquanto estamos longe disso. Certas conclusões sobre o próximo ano podem ser feitas, por exemplo, na base da fase de El Niño, isto é, em conformidade com a oscilação bienal na parte sul do oceano Pacífico. Embora este fenômeno esteja muito longe de nós, ele abrange um território gigantesco e influencia o clima de todo o planeta. Um outro momento são oscilações periódicas, relacionadas aos gelos árticos."
No processo de prognóstico do tempo os cientistas utilizam modelos matemáticos complicadíssimos. Todavia os meteorologistas constatam com pesar que mesmo os meios de observação mais modernos não permitem fazer prognósticos exatos para um lapso de tempo maior de dez dias. Evgueni Tishkovets, especialista sênior do centro de previsão do tempo Fobos constata o seguinte:
"Quanto a fenômenos hidrometeorológicos espontâneos naturais perigosos e especialmente perigosos, os prognósticos a longo prazo do dia de hoje não permitem prevê-los. O máximo que podemos fazer é fornecer uma previsão meteorológica para uns 5-7 dias. Precisamente estes "horizontes" é que permitem fazer uma ideia sobre o perigo que se aproxima e advertir sobre o seu advento. Quanto a previsões "do segundo plano", podemos dizer que um certo período será frio, ou, pelo contrário, muito quente, ou, finalmente, médio."
O chefe do Centro Hidrometeorológico de Pesquisas Científicas da Federação Russa Roman Vilfand afirma que todos os serviços meteorológicos do mundo estão empenhados agora em elevar a qualidade de previsões de dez dias. O perito afirma, todavia, que hoje é impossível falar das previsões meteorológicas exatas a longo prazo.
"A natureza não permite ao homem conhecer as suas particularidades além do espaço de tempo de duas semanas. Por mais que aumentássemos o volume dos nossos conhecimentos, por mais que desenvolvêssemos as tecnologias, por mais potentes que fossem os computadores que temos, podemos aperfeiçoar a previsão detalhada do tempo somente para um prazo de duas semanas – às vezes, de três. Fazer previsão para um prazo maior é impossível, pode-se fornecer apenas características sintetizadas em forma probabilística, isto é, indicar que o tempo irá corresponder à norma, estará acima ou abaixo da norma. Não mais do que isso."
Os peritos, consultados pela Voz da Rússia, afirmam que em 2014 a natureza vai pasmar certamente tanto com novos recordes climáticos, como com fenômenos de tempo incomuns. O que importa é que o número de surpresas agradáveis seja maior.
Foto: AFP
Créditos: Voz da Russia
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