sábado, 4 de janeiro de 2014

O homem moderno pode descender de várias espécies

genoma, homem, humanidade, neanderthalO trabalho de uma equipe internacional de cientistas, que inclui também especialistas russos, acrescentou algo de novo à Arqueologia. Os investigadores decifraram o genoma de uma mulher Neanderthal da caverna Denisova, situada nos Montes Altai, na Sibéria Ocidental. A análise genética confirmou que o homem de Neanderthal, o Homo Sapiens e outra espécie humana ainda não identificada tiveram descendentes comuns. Até hoje se considerava que essas espécies não se misturavam e, por consequência, não tinham permuta de genes. 
Investigadores do Instituto de Arqueologia e Etnografia de Novosibirsk (Sibéria), juntamente com os seus colegas da Alemanha, da China e dos EUA isolaram o DNA de um fragmento de osso do pé de uma mulher de Neanderthal que viveu há cerca de 40 mil anos. Os fósseis foram descobertos durante as escavações efetuadas na caverna Denisova dos Montes Altai, no sul da Sibéria Ocidental. Essa caverna foi descoberta em 2010 depois de nela se terem encontrado ossos de uma espécie humana desconhecida e que, por enquanto, é chamada de Homem de Denisova. Porém, além dos Denisova, a caverna dos Altai também era habitada por espécies bem conhecidas como os homens de Cro-Magnon e de Neanderthal. No total, as escavações dessa caverna permitiram descobrir mais de 20 estratos arqueológicos de diferentes épocas.
Contudo, o principal mistério para os cientistas continuava a ser a possibilidade de haver um cruzamento interespecífico. Durante muito tempo se considerou que as diferentes espécies humanas viveram isoladas umas das outras e não permutaram genes. Mas uma série de cientistas, como por exemplo o chefe do laboratório de genética do Instituto de Problemas Biológicos do Norte, Boris Malyarchuk, discutiam a chamada teoria híbrida. Eles expressaram suposições que o Homem moderno poderia ser descendente de várias espécies simultaneamente, do Homo Sapiens e dos seus parentes de Neanderthal e de Denisova.
No último outono, Malyarchuk foi um dos primeiros a sequenciar o DNA que prova a "hibridização" do Homo Sapiens com os Neanderthal. Agora uma equipe internacional de cientistas que tinham decifrado o genoma da mulher de Neanderthal confirmou por análise genética molecular o cruzamento de todas as espécies que habitavam a caverna Denisova.
Entre as várias espécies humanas ocorreram permutas de genes, escreveu a equipe de investigadores na revista Nature. Por outras palavras, os representantes das várias espécies não apenas viveram alternadamente na mesma caverna ao longo de mais de dez mil anos, como tiveram filhos em comum.
Daí resulta que essas espécies, que se ramificaram há cerca de 400 mil anos, não viveram afinal completamente isoladas umas das outras.
Foto: ru.wikipedia.org
Créditos: Voz da Russia

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