domingo, 20 de agosto de 2017

Correios pretende demitir mais de 5,46 mil trabalhadores

O plano foi aprovado pela diretoria na quarta-feira e agora só depende de aprovações burocráticas para ser anunciado. Com a reabertura do programa, o objetivo passa a ser cortar, neste ano, 10% de um efetivo que, antes do processo de enxugamento da folha, somava aproximadamente 117 mil empregados. Se conseguir isso, a estatal vai reduzir em R$ 123 milhões por mês os gastos com salários a partir de 2018.

A ideia é reabrir o programa de demissões a trabalhadores que atuam há pelo menos 15 anos na companhia. Para ampliar o público elegível do que é chamado pela empresa de Plano de Desligamento Incentivado (PDI), foi retirado o requisito que restringia a possibilidade de adesão aos funcionários com, no mínimo, 55 anos de idade. O prazo da nova etapa do PDI vai de setembro até o fim do ano. Procurada, a estatal confirmou que está avaliando a reabertura do plano.

A proposta da companhia é parcelar a indenização oferecida como incentivo aos pedidos de demissões em pagamentos mensais, limitados a um teto de R$ 10 mil, pelo prazo de até oito anos. Só entre carteiros, o objetivo é tirar 2 mil profissionais das ruas.

Segundo relatório apresentado na reunião da diretoria que aprovou a proposta, o relançamento do PDI é necessário para cortar gastos com pessoal e “adequar o efetivo à nova realidade econômica”.

Essa necessidade da “adequação à nova realidade econômica”, como de costume, recai em primeiro plano sobre as costas dos trabalhadores e da população. A empresa já não contrata novos funcionários há alguns anos, e, com esta nova demissão em massa, além de duplicar ou triplicar a carga de trabalho do atual do quadro de funcionários, ocasiona também um atraso ainda maior na realização de serviços como entregas de faturas e encomendas à população.

Enquanto isso, a empresa segue custeando burocratas com altíssimos salários e também envolvida em casos de corrupção com o dinheiro público, deixando bem claro pra onde exatamente é que vão os lucros que em anos anteriores à crise a empresa acumulou.

Tudo isso faz parte de um projeto de sucateamento deste serviço estatal. A ideia é, assim como em diversos ramos de atividades no país, a precarização absoluta do serviço público, para que se tenha como ”única alternativa viável” a privatização deste serviço e ter, então, um serviço gratuito a menos à população, mas uma fonte de lucro a mais aos empresários.
Créditos: Esquerda Diário

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