quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Narguilés e cigarros aromáticos oferecem grande risco a jovens

A cada fumaça expelida pelo pulmão, 4.720 tóxicas entram no corpo. No Brasil, que comemora amanhã o Dia Nacional de Combate ao Tabagismo, isso pode afetar cerca de 1,8 milhão de jovens até os 17 anos que já fumaram ou ainda fumam. Por esse motivo, os especialistas asseguram que o tabagismo é uma doença pediátrica. 

A afirmação é sustentada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com base na estatística de que 90% dos fumantes adultos inserem o cigarro no dia a dia antes dos 19 anos. Boa parcela dessa juventude é atraída por produtos sedutores, que prometem mais naturalidade e menos nocividade, mas que estão carregados de perigos à saúde. Os especialistas apontam justamente o oposto, esses fumos são mais prejudiciais ao organismo do que o cigarro tradicional.

Para se ter uma ideia, uma sessão de uma hora de narguilé corresponde ao efeito de cem cigarros, afirma a pneumologista Maria das Graças Rodrigues, presidente da Comissão de Controle de Tabagismo, Alcoolismo e Uso de Outras Drogas, pertencente à Associação Médica de Minas Gerais. “É um produto altamente tóxico para o organismo. Ele injeta uma concentração maior dessas substâncias nocivas que ficam por mais tempo dentro do corpo”, diz.

E os cigarros aromáticos, mesmo sendo menos letais que o narguilé, não podem ficar de fora. O açúcar (glicerol) tragado deles se transforma em toxina no organismo, fazendo com que as hemácias, os glóbulos vermelhos, soltem menos oxigênio para os tecidos, além de potencializar o efeito da nicotina no cérebro. “Outra gravidade é que os aditivos inseridos neles, como o mentol e o chocolate, por exemplo, mascaram os efeitos colaterais, levando o fumante a permanecer mais tempo dependente”, esclarece o pneumologista Pedro Navarro, do Programa de Controle do Tabagismo da Prefeitura de Belo Horizonte.

A pneumologista Maria das Graças chama atenção para os males ocasionados pela exposição prolongada às substâncias tóxicas: doenças respiratórias e cardiovasculares, câncer (pulmonar, cavidade bucal, garganta) e disfunção erétil, além de doenças contagiosas como herpes labial, tuberculose e hepatite C, que também podem ser adquiridas pelo uso do bucal coletivo, no caso do narguilé, por exemplo.

 “O tabaco é o único produto comercializado legalmente que mata dois terços dos seus usuários ou diminui significativamente sua expectativa de vida. Ele custa aos cofres públicos do país R$ 59,6 bilhões por ano para tratar doenças da dependência, segundo o Ministério da Saúde”, diz Maria das Graças Rodrigues.
Créditos: O Tempo

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