O Ministério da Saúde informou na terça-feira (14) que ao menos 14 mil pessoas diagnosticadas com a Covid-19 já se recuperaram no Brasil. O número equivale a 55% do total de pacientes que tiveram resultado positivo em exames para o novo coronavírus.
De acordo com o secretário-executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, foram registrados até o momento 25.262 pacientes com Covid-19. Desse total, 1.532 morreram em decorrência da doença e 9.704 continuam internados.
Gabbardo rebateu as críticas de que o ministério se recusava a divulgar esse dado, afirmando que a pasta realizou questionamentos a outros países para decidir qual seria a melhor forma para trabalhar com esses números.
"Até se criou uma narrativa um tanto estranha, que eu tenho percebido nas redes sociais de que o Ministério da Saúde propositadamente não apresenta um dado de recuperação, tentando criar uma imagem de que o bicho é pior do que ele é realmente. Não é nada disso", disse o secretário-executivo.
O ministério, no entanto, frisa que o número de recuperados está dentro do número atual de casos comprovados -ou seja, pode haver variações. A pasta admite que há subnotificação nos dados, o que também pode influenciar o cálculo. "Hoje alguns pesquisadores falaram que para cada caso confirmado tem 12 não confirmados. Pode ser que sim. O inquérito vai nos dizer isso", disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Ele se refere a uma pesquisa que visa dar estimativas do total da população que tem anticorpos para o novo coronavírus. O trabalho deve ser conduzido pela Universidade Federal de Pelotas, em parceria com outras instituições. Atualmente, a maioria dos testes são oferecidos apenas a casos graves e a uma parte dos pacientes com síndrome gripal, o que dificulta um controle maior de casos no país. Por isso, o ministério avalia que o percentual de recuperados possa ser maior.
Na tentativa de ampliar a testagem, a pasta abriu um chamamento público na terça-feira (14) para empresas que queiram realizar o serviço de amostra respiratórias de testes RT-PCR, que visam verificar o material genético do vírus, em total de 3 milhões de exames. A expectativa é que sejam realizados 30 mil testes rápidos para a detecção do Covid-19 por dia.
Em geral, esse tipo de teste usa um swab, uma espécie de cotonete grande, para coletar amostras das vias respiratórias. "É aquele que coloca dentro do nariz e dentro da garganta de quem está no primeiro dia, no segundo dia de sintoma. Ele [o teste] é o que faz o diagnóstico precoce", explicou Mandetta.
A ideia é fazer parcerias público-privadas com laboratórios, e usar máquinas de doações. "Isso vem acoplado a um aplicativo. A nossa ideia é de remeter todos pra São Paulo, gerar uma usina de exames e devolver no aplicativo, procurando trabalhar com 24 horas entre o exame e resposta", completou.
Créditos: Folha PE
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