sexta-feira, 13 de julho de 2012

Haddad promete integrar bicicletas ao bilhete único em SP

Haddad durante caminhada no Parque São Lucas / Brazil Photo Press/FolhapressAnunciada timidamente em um evento da Rede Nossa São Paulo no fim de junho, a proposta para as bicicletas do candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, voltou a surgir nesta quinta-feira, ao fim de uma série de caminhadas na zona leste da capital. Depois de visitar o comércio da Vila Prudente, as obras do Expresso Monotrilho Leste e eleitores na Vila Alpina, o petista fez uma rápida aparição no Parque São Lucas, onde tomou um café e conversou com jornalistas.
 "Todo paulistano que quiser sacar uma bicicleta dos bicicletários que nós vamos espalhar pela cidade para fins de integração não vai pagar pelo deslocamento", prometeu o candidato. "Se ele não integrar, se usar a bicicleta como meio de transporte exclusivo, ele vai pagar um valor simbólico, de R$ 0,20 a R$ 0,25. Vai ser uma bicicleta pública", completou ele, que prevê que o usuário utilize um bilhete único personalizado, em que consta o CPF. O período de integração vai durar três horas, segundo Haddad, que deve apresentar mais detalhes no domingo, quando anunciará seu plano de governo.
A declaração do ex-ministro da Educação se deu um dia após o Diário Oficial do Estado (DOE), órgão do governo de São Paulo, desaconselhar em uma matéria o uso de bicicletas para a locomoção dentro da capital paulista. Segundo Jorge dos Santos Silva, chefe do grupo de trauma ortopédico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas e único médico ouvido para a elaboração da reportagem, o aumento no número de acidentes com ciclistas cresceu como consequência do maior número deles nas ruas.
"Para não colocar a vida de quem pedala em risco, recomendo não usar a bike (sic) no trânsito de São Paulo. É uma opção segura de lazer em cidades menores, parques públicos e em ciclovias instaladas na capital, aos domingos", declarou o médico. A assessoria de imprensa do governo declarou posteriormente que a reportagem não expressa a opinião do Executivo. Em nota, o governo se disse "absolutamente favorável à ampliação do uso de bicicletas na capital e em todo o Estado".
"A preocupação com segurança é necessária, mas você não pode impedir o desenvolvimento de um meio de transporte tão importante para a cidade hoje em função disso", criticou Haddad. "Você tem que preparar cada vez mais a cidade para esse tipo de deslocamento: tem que ter vias secundárias, com preferência para bicicleta, vias de apoio como ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas."
Pela zona leste
Parte da estratégia de aproximação do candidato com a população, a caminhada de Haddad começou na Vila Prudente, foi para a Vila Alpina e terminou em uma rápida aparição no Parque São Lucas, todos na zona leste da capital paulista. Por causa de uma chuva insistente e da agenda apertada - Haddad chegou ao bairro às 15h30, com uma reunião marcada às 16h na zona norte -, o candidato apenas tomou um café, conversou com jornalistas e foi embora.
Durante a conversa, além de detalhar a proposta de transporte em duas todas, o petista falou sobre as obras do Monotrilho Expresso Leste, que ele visitou entre um bairro e outro. "O monotrilho vai ser feito. Mas temos que ver se vai ser preciso (uma obra) complementar, pra saber se vai dar conta de toda a demanda de Cidade Tiradentes", afirmou ele, tomando café em pé, dentro da padaria Rainha de São Lucas.
Atrasado para um encontro com empresários do setor de fretamento às 16h no Anhembi, o petista entrou no carro e foi embora. Abandonado, o vereador Chico Macena, candidato à reeleição que acompanhou Haddad no Parque São Lucas, foi almoçar. Seus militantes, de bandeiras na mão e com gritos histéricos, foram atrás dele. Só sobraram o bonecão do vereador e a chuva.(Terra)

96 morrem em explosão de caminhão-tanque

Moradores da região de Ahoada, no sul da Nigéria, tentavam pegar combustível derramado em estrada
 Pelo menos 96 pessoas que tentavam extrair gasolina de um caminhão-tanque virado em uma estrada morreram quando o veículo pegou fogo e explodiu no sul da Nigéria. Outras 50 pessoas sofreram queimaduras graves e tiveram de ser hospitalizadas. O caminhão-tanque fez uma manobra brusca para tentar evitar uma colisão com três veículos que trafegavam em sentido contrário, incluindo um ônibus, afirmou Kayode Olagunju, comandante da Comissão Federal de Segurança Rodoviária do estado de Rios. O acidente aconteceu na região de Ahoada, próximo a Port Harcourt, principal cidade produtora de petróleo da Nigéria, que é o maior país produtor da África.
Centenas de pessoas chegaram ao local para recolher o combustível. “Noventa e quatro pessoas morreram queimadas no local. Outras duas morreram já no hospital e dezoito estão gravemente feridas”, afirmou o comandante. Muitos dos mortos eram mototaxistas, conhecidos localmente como okadas, que correram para encher seus tanques depois de saberem sobre o acidente.
Estradas ruins/ Acidentes graves são comuns na Nigéria, onde a maioria das estradas está em mau estado de conservação. Em 2007, pelo menos 93 pessoas morreram queimadas em Kaduna, ao tentarem recuperar o combustível de um caminhão-tanque que explodiu após acidente. Em  2009, na explosão de um outro caminhão-tanque, diversos veículos foram incendiados, matando entre 70 e 80 pessoas em Anambra.(Diario deSP)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Após candidatura frustrada, Nal Viana e grupo do PSB decidem apoiar prof. Josenias em Solânea (PB)


Após resolução da direção estadual do PSB que proibiu a sua candidatura a Prefeito de Solânea, o ex-prefeito Nal Viana, cuja chapa teria como vice o médico Dr.Henrrique (PTB), e todo seu grupo resolveram apoiar a candidatura alternativa de Prof. Josenias (PTB) e Alan Viana (PRB) na majoritária em Solânea.
Nal Viana, em entrevista a este portal, destacou que possuía um histórico limpo, teve todas as suas contas aprovadas pelo TCE e TCU; tinha conseguido na reta final aglutinar na sua coligação 12 agremiações partidárias e em torno de 24 candidaturas a vereador. Contava com apoio de sindicalistas a exemplo do SINDSOL, STR e SINTRAF, além de outras organizações sociais, empresários, comerciantes, 3 vereadores e alguns deputados entre eles, destacou a força importante do Dep. Tião Gomes.
Segundo ele a construção de sua candidatura inicialmente teve o aval do hoje Dep. Federal Edvaldo Rosas em nome do Govenador. Em várias oportunidades foram assumidos compromissos. Entre os quais destacou o seu convite para filiação no PSB abonada pela própria direção estadual do partido; a divulgação na imprensa paraibana de seu nome na lista dos pre-candidatos do PSB a prefeito, em março de 2012; a sua participação a convite do Diretório Estadual do Encontro dos Pre-Candidatos do Brejo em emBelém-PB e do Congresso dos Pre-Candidatos a Prefeitos em Brasília – DF, nos dias 30 e 31 de março, a convite da Direção Nacional do Partido, além da publicação de seu plano de trabalho no portal oficial do PSB assegurando sua candidatura aos solanenses na matéria A LEGENDA SOCIALISTA LANÇA O NOME DE NAL VIANA COMO PRÉ-CANDIDATO E JÁ PREPARA A CONSTRUÇÃO DE UM PLANO DE GOVERNO 100% POPULAR: “SERÁ UM PLANO DE GOVERNO FEITO COM O POVO E PARA O POVO”. publicada no site http://www.psbpb.org.br/index.php?limitstart=15“Tivemos várias reuniões com Edivaldo Rosas e seus assessores, nas quais sempre foram reafirmadas compromissos irrefutáveis do partido com minha candidatura. Em nenhum momento cogitou-se retirar a minha candidatura” “Sempre pautou-se que a candidatura do outro partido da base do governo em solânea era de cunho insustentável, devido aos problemas de suas contas reprovadas pelo TCU” afirmou o ex-prefeito. Para sua grande decepção, e também de homens e mulheres de bem que acreditaram na sua proposta, na undécima hora teve sua candidatura frustrada por uma resolução da direção estadual, a qual somente foi comunicada 02 dias após a realização da convenção, conforme cópia do fax que segue abaixo.
Ainda segundo Nal Viana o partido se curvou as pressões do outro pre-candidato, que é da base aliada do governador, o qual o ameaçava de rompimento caso a candidatura do PSB viesse a ser legitimada. O ex prefeito de Solânea, afirmou que a decisão do PSB Estadual de preterir a candidatura do próprio partido, após convenção realizada no dia 30/06/2012, gerou uma revolta e indignação da população solanense. “Fui agredido no mais elementar dos princípios da democracia que é o direito de votar e o de ser votado”. 
Após avaliação e em reconhecimento ao apoio recebido todo seu grupo do PSB segue, agora sem fazer parte da coligação, na frente da campanha do Prof. Josenias (PTB) e Alan Viana (PRB) para prefeito e vice-prefeito de Solânea. A chapa faz parte da coligação “solânea unida” que é composta por 11 partidos PTB, PRB,  PT, PMDB, PTN, PTC, PRP, PSL, PCdoB, PHS e DEM e 23 candidaturas para vereador.
Marcos Barros de Medeiros (Presidente do PSB – Solânea) para o Focando a Notícia

Solânea (PB): Registrado pedido de impugnação contra Beto e de seis candidatos a vereador


A exemplo do que ocorreu em 2010, a candidatura do ex-prefeito de Solânea, Beto do Brasil (PPS), está sendo questionada junto a JustiçaEleitoral. Foi registrado na 48ª Zona Eleitoral do município um pedido de impugnação contra o ex-gestor que teve contas julgadas irregulares. Também foram pedidas as impugnações de seis candidaturas a vereador.
Inicialmente ficará a cargo do juiz local, Ozenival dos Santos, julgar a candidatura de Beto e dos candidatos ao parlamento mirim. Conforme for a decisão do juiz, caberá recurso junto ao Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB).
Beto do Brasil – que concorre com o professor Josenias Pereira (PTB) – explicou ao Focando a Notícia que a ação impetrada na Justiça Eleitoral este ano é baseada nos mesmos fatos argumentados na representação movida em 2010. Segundo ele, não há nenhum fato novo para ser julgado.
Em 2010, Beto do Brasil foi registrou sua candidatura a deputado estadual, mas renunciou depois de ter tido a candidatura questionada junto ao TRE. Apesar de não ter concorrido, Beto entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que julgou Beto ‘ficha limpa’.
 “Essa ação movida agora é baseada nos mesmos fatos de 2010, não há nada de novo. A decisão atual do Tribunal de Contas da União está suspensa e, por isso, não pode entrar como argumento para fatos de questionamento de candidatura”, explicou Beto.
Vereador –Além do pedido de impugnação contra a candidatura de Beto do Brasil, também foram impetradas ações contra seis candidatos a vereador na cidade. São eles: Jucian Jad do Amaral (PR); Dra. Magnária (PSL); Cida de Josa (PTB); Vitória Silva Alves (PTB); Mirian Ferreira do Amaral (PSL); e Reginaldo da Motos (PSL).
Os dados foram retirados do sistema de divulgação de candidaturas do TSE.
Redação/Focando a Notícia

Pelo menos 10 pessoas morrem vítimas de chuvas no Japão

Credito: EPA

As inundações e os desmoronamentos danificaram as principais rodovias do sul do país 

Um total de dez pessoas, no mínimo, morreram vítimas de inundações e desabamentos provocados por fortíssimas chuvas torrenciais no sul do Japão. Outras 18 pessoas estão desaparecidas, informa a mídia local.



A situação mais grave é na ilha meridional de Kiushu, onde mais de 40 mil habitantes receberam ordens de evacuação. Em certos lugares da ilha houve mais de 500 mm de precipitações nas últimas 24 horas, um recorde em toda a história das observações meteorológicas. Em vários setores montanhosos houve desmoronamentos.


As inundações e os desmoronamentos danificaram as principais rodovias. O transporte ferroviário também funciona com interrupções.(tnoline)

Minas Gerais já registra 15 mortes por gripe suína, apesar disso, Governo descarta epidemia no Estado


Número de casos da H1N1 no Estado pode aumentar com baixas temperaturasQuinze pessoas já morreram em decorrência da contaminação com o vírus H1N1, da Influenza A, popularmente conhecida como gripe suína em Minas Gerais. No total, foram 38 casos da doença registrados até o momento. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde nesta quarta-feira (11).
O secretário de vigilância e proteção à saúde, Carlos Alberto Pereira Gomes informou que 80% das pessoas que morreram pela doença já estavam em condições vulneráveis antes de contrair o vírus.
— Na grande maioria, eram pacientes que já tinham alguma doença anterior como diabetes ou hipertensão e que não se vacinaram. Graças à imunização, não tivemos mortes de grávidas ou crianças em Minas.
Gomes ressaltou a necessidade de conscientização da população. Ele avaliou que, embora os números não sejam satisfatórios, o Estado não vive um momento alarmante e que "está dentro do previsto epidemiologicamente".
Ainda de acordo com o secretário, mais pessoas sofrem com a doença neste período do ano devido ao frio mais intenso. Prova disso é que a maior parte das mortes aconteceu na região Sul, que registra temperaturas mais baixas.
A partir da semana que vem, as campanhas de prevenção contra a doença devem ser reforçadas, entre a população e dentro das unidades hospitalares. Gomes explicou que a melhor forma de conter a circulação do vírus é através da "educação sanitária", que consiste em manter hábitos de higiene como lavar sempre as mãos, além da vacinação, principalmente entre as pessoas que já possuem condições de saúde mais vulneráveis.

Plenário do Senado cassa mandato de Demóstenes Torres


O senador Demóstenes Torres com seu advogado no plenário do Senado (Foto: Agência Senado)Demóstenes Torres (sem partido-GO) teve seu mandato de senador cassado nesta quarta-feira (11) pelo plenário do Senado em razão de sua ligação com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Em votação secreta, Demóstenes foi o segundo senador cassado na história do Senado com 56 votos favoráveis – Luiz Estevão foi cassado em 2000. Apenas 19 dos 80 senadores presentes votaram pela manutenção do mandato do senador. Foram cinco abstenções.
O senador Demóstenes Torres com seu advogado
no plenário do Senado (Foto: Agência Senado)
Para se confirmar a perda do cargo, aprovada anteriormente por unimidade no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça, seriam necessários, no mínimo, 41 votos de senadores. O único senador ausente na sessão foi Clovis Fecury (DEM-MA), que está de licença desde o dia 6 de julho.
Com a cassação aprovada, Demóstenes Torres tem seus direitos políticos suspensos por oito anos a contar do fim do mandato parlamentar, que se encerraria em 2019. Com isso, Demóstenes só poderá voltar a disputar eleições a partir de 2027, quando tiver 66 anos.
Em tese, ele poderia questionar a cassação no Supremo Tribunal Federal (STF), mas ainda nesta terça (10), antes da decisão, o advogado de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, descartou uma apelação na Justiça. “Não vamos recorrer. A decisão do plenário é soberana. Não há como fazer qualquer tipo de recursos. Só nos cabe aceitar a decisão”, disse o advogado.
Com a perda do mandato, Demóstenes também perde o foro privilegiado e deixa de ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, onde é alvo de inquérito. Como é procurador de Justiça do Ministério Público de Goiás licenciado, Demóstenes passa a ter como foro o Tribunal de Justiça de Goiás.
O senador cassado foi acusado de quebra de decoro parlamentar por suspeita de ter utilizado o mandato parlamentar para auxiliar nos negócios do contraventor, preso pela Polícia Federal no fim de fevereiro durante a Operação Monte Carlo sob acusação de explorar jogos ilegais e corrupção. Poucos dias após a prisão, surgiram notícias do envolvimento de Carlinhos Cachoeira com Demóstenes Torres.
Eu fui perseguido como um cão sarnento. Tudo o que aconteceu na minha vida e o que não aconteceu veio a público. Mandaram jornalistas para todo lugar de Goiás e do Brasil. Por que não apareceu meu nome em desvios? Eu fui investigado como ninguém no Brasil.”
Demóstenes Torres, durante discurso no plenário do Senado
‘Bode expiatório’ e ‘cão sarnento’
Demóstenes chegou ao plenário nesta quarta para sessão que votaria sua cassação antes dos colegas e permaneceu sentado durante os discursos. Antes da votação, voltou a negar ter favorecido o bicheiro e disse que foi um “bode expiatório” e “perseguido como um cão sarnento”.
“Eu fui perseguido como um cão sarnento. Tudo o que aconteceu na minha vida e o que não aconteceu veio a público. Mandaram jornalistas para todo lugar de Goiás e do Brasil. Por que não apareceu meu nome em desvios? Eu fui investigado como ninguém no Brasil. E não apareceu nada, nada, nada. Aí começaram a inventar”, disse Demóstenes.
Apesar da votação secreta, a sessão, que começou às 10h11, foi aberta e as galerias do plenário já estavam repletas de pessoas convidadas por partidos, que receberam 100 senhas para assistir de perto.
Relembre o caso
No começo de março, a primeira denúncia indicava que Demóstenes havia recebido uma cozinha de presente do contraventor. No mesmo mês foram revelados indícios de que o então senador vazava informações do Congresso para Cachoeira. Depois disso, surgiram novas suspeitas de tráfico de influência em diversos órgãos federais. Em abril, Demóstenes deixou seu partido, o DEM, e passou a ser alvo de processo no Conselho de Ética.
Desde o início das denúncias, ele alegou que sua relação com Cachoeira, revelada em gravações da Polícia Federal, se limitaria à amizade e que não sabia de qualquer atividade ilegal. Em discursos e na defesa escrita, Demóstenes alegou que as inteceptações eram ilegais, por não terem sido autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), questionou a interpretação dada sobre os diálogos com Cachoeira e se disse vítima de perseguição política e da opinião pública.
Demóstenes adotou comportamento incompatível com o decoro mandato. Ele feriu de morte a dignidade do cargo e a ética que se impõe aos parlamentares”
Pedro Taques, senador
Discursos na sessão
A representação que pediu a cassação de Demóstenes por quebra de decoro parlamentar foi de autoria do PSOL. Em nome do partido, o senador Randofe Rodrigues (AP) usou a tribuna por 30 minutos para afirmar que o senador quebrou o decoro e defender a cassação.
Randolfe afirmou que as gravações feitas pela Polícia Federal entre Demóstenes e Cachoeira deixam claro que as relações entre o senador e o contraventor não eram apenas pessoais. “O que está em jogo é um sinal para milhões de brasileiros sobre a credibuliade de uma instituição”, afirmou. “O diálogo mostra claramente o nível de relação entre Cachoeira e o representado [...] Muitas são as provas que mostram a conduta incompatível com o decoro parlamentar.”
Antes de Randolfe, o senador Humberto Costa (PT-PE), relator do processo no Conselho de Ética, afirmou que Demóstenes mentiu aos parlamentares ao negar sua relação com o contraventor.
“Vossa Excelência disse aqui que não sabia dos afazeres ocultos de Carlos Cachoeira. É muito difícil acreditar. Como poderia não saber das atividades criminosas? [...] Que amigo é este que não procura saber por que o amigo havia sido indiciado por seis crimes. Portanto, me perdoe, mas Vossa Excelência faltou com a verdade”, disse o relator.
Quem também defendeu a cassação do mandato durante a sessão foi o senador Pedro Taques (PDT-MT), relator de processo contra Demóstenes na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Segundo ele, Demóstenes “feriu de morte a dignidade do cargo”.
“Demóstenes adotou comportamento incompatível com o decoro mandato. Ele feriu de morte a dignidade do cargo e a ética que se impõe aos parlamentares”, disse no discurso.
Histórico de cassações
Antes de Demóstenes, apenas um senador teve o mandato cassado: Luiz Estevão, então no PMDB-DF, perdeu o mandato sob a acusação de ter mentido no Senado ao negar envolvimento no desvio de R$ 169 milhões nas obras do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.
A cassação ocorreu no dia 28 de junho de 2000, com 52 votos a favor da cassação, 18 contra e dez abstenções. Além do mandato, Luiz Estevão perdeu os direitos políticos até 2014.
No ano seguinte, Antonio Carlos Magalhães, então no PFL-BA, renunciaria ao mandato antes da votação de um processo de cassação, motivado pela revelação de que obteve a relação dos votos da cassação de Luiz Estevão. O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, então no PSDB-DF e líder do governo, também renunciou, sob suspeita de ter fornecido a lista. Ambos foram eleitos novamente em 2002, ACM para o Senado e Arruda para a Câmara.
Ainda em 2001, Jader Barbalho (PMDB-PA) renunciou, também para evitar a perda de direitos políticos. Na época, ele presidia o Senado e era acusado de desvios no Banco do Estado do Pará, fraudes na extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e venda de títulos da dívida agrária.
O processo mais recente de ameaça de cassação ocorreu em 2007, quando o então presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) foi acusado de ter as contas pessoais pagas por um lobista. Na época, ele renunciou à presidência do Senado e escapou da cassação.
G1