sexta-feira, 8 de março de 2013

Câncer no estômago pode ser detectado com exame de hálito

Foto: Wikimedia Commons

Um exame de hálito simples e rápido pode diagnosticar um câncer no estômago, segundo um estudo realizado por cientistas israelenses e chineses.
Em um levantamento com 130 pacientes, os pesquisadores descobriram que o exame tinha 90% de precisão no diagnóstico e na diferenciação do câncer de outros problemas do estômago.
O novo teste tenta detectar perfis químicos no hálito que são característicos de pacientes com câncer no estômago.
A revista especializada British Journal of Cancer afirmou que o exame pode revolucionar e acelerar a forma como o câncer é diagnosticado.
Atualmente, o diagnóstico da doença pode ser feito por meio de uma endoscopia.
No procedimento, o médico insere um cabo flexível pela boca do paciente, que acoplado a uma microcâmera, permite a visualização do aparelho digestivo.

A técnica usada no exame não é nova, muitos pesquisadores estão trabalhando na possibilidade de exames de hálito para diagnosticar vários tipos de câncer, incluindo o de pulmão.Os pesquisadores descobriram que o câncer no estômago possui uma espécie de marca, uma característica específica: compostos orgânicos voláteis, que emitem um cheiro e podem ser detectados usando um kit médico ou talvez até cães farejadores.
O trabalho do professor Hossam Haick, do Instituto de Tecnologia de Israel, analisou 130 pacientes em situações diferentes: 37 deles tinham câncer de estômago, 32 tinham úlceras e 61 tinham outros problemas de estômago.
Além de assegurar, com precisão, a diferença entre todos os problemas em 90% das vezes, o exame do hálito também conseguiu apontar em quais casos o câncer estava nos estágios iniciais e em quais estava em fases mais avançadas.
Agora, as equipes israelense e chinesa estão fazendo um estudo maior, envolvendo mais pacientes, para corroborar os resultados dos primeiros testes.
Para Kate Law, diretora de pesquisa clínica da ONG britânica Cancer Research UK, os resultados da pesquisa são "promissores".
"Apenas uma em cada cinco pessoas consegue uma cirurgia como parte do tratamento, pois a maioria dos casos de câncer no estômago são diagnosticados em fases que são avançadas demais para uma cirurgia", afirmou.
"Qualquer exame que ajude a diagnosticar cânceres de estômago mais cedo vai fazer diferença na sobrevivência de longo prazo do paciente", acrescentou.

BBC Brasil



Dia Internacional da Mulher: Denúncias de violência contra a mulher sobem 600%



Desde a promulgação da Lei Maria da Penha, em 2006, o número de agressões contra mulheres relatadas ao governo federal por meio do serviço Ligue 180 cresceu 600%. A maioria dos casos descritos (57%) envolve agressões físicas.

Segundo dados da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, o serviço de atendimento telefônico que oferece orientações para as mulheres vítimas de violência fechou o ano de 2012 com 88.685 relatos de agressão – contra 12.664 há seis anos.
Segundo a pasta, a elevação no número de relatos não significa necessariamente um crescimento real dos casos de violência, mas um aumento das notificações – na medida em que mais mulheres estariam se sentindo seguras para procurar ajuda.
"Acho que a população já está mais ciente de que existe uma lei para proteger as mulheres da violência doméstica", afirmou à BBC Brasil a farmacêutica Maria da Penha Fernandes, que ficou paraplégica ao ser baleada pelo marido e deu nome à lei que endureceu as punições para quem comete violência contra a mulher, mesmo em ambiente familiar.
O Ligue 180 é um serviço gratuito focado na orientação das mulheres vítimas de abusos e seu encaminhamento para órgãos da polícia, da Justiça e demais serviços de enfrentamento da violência contra a mulher, como centros especializados e casas abrigo.
Em primeiro lugar no ranking das agressões relatadas ao serviço em 2012 está a violência física contra a mulher, com 50.236 casos – o que representa elevação de 433% em relação ao ano de 2006.
Logo abaixo no ranking vêm a violência psicológica (24.477 casos) e a violência moral (10.372). Os abusos sexuais representam, por sua vez, 2% dos casos, com 1.686 relatos.
"A lei Maria da Penha, depois de seis anos, começa a dar resultados. Eu acho que nós estamos vencendo, mas falta muito. Falta a consolidação de uma rede (de proteção à mulher) e falta a mudança de mentalidade (de que os homens não têm direito de agredir as mulheres)", afirmou à BBC Brasil a ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Eleonora Menicucci.
"O aumento da denúncia significa que as mulheres estão acreditando mais nas políticas públicas e nos serviços de acolhimento. Estão acreditando que a impunidade do agressor está chegando ao fim", disse.
O número de relatos de violência ao Ligue 180 é hoje uma das únicas formas para se tentar dimensionar o número de agressões a mulheres nacionalmente – pois não há uma contagem oficial e integrada de casos na área da segurança pública. Essa é uma das principais críticas feitas pela ONU ao Brasil na questão da violência contra a mulher.

De acordo com Maria da Penha, a lei que levou seu nome mudou a realidade das mulheres vítimas de violência no Brasil, na medida em que facilitou a punição de seus agressores.

Porém, segundo ela, a lei não funciona satisfatoriamente na maioria das cidades do interior do país. "A gente infelizmente só tem encontrado a boa aplicação da lei nos grandes municípios, que geralmente são as capitais", afirmou.
A principal crítica da mulher que se tornou a face do combate à violência contra a mulher no país é a falta de iniciativa de governantes para investir em instrumentos de combate aos abusos nas cidades pequenas do país.
A ministra Menicucci afirmou que além de investir no Ligue 180, um dos principais focos de sua pasta é implementar a Lei Maria da Penha efetivamente em todas as regiões do país.
Segundo ela, o governo federal tem enviado verbas aos governos estaduais com esse objetivo. Os repasses de recursos entre 2006 e 2011 chegaram a quase R$ 180 milhões. No ano passado, somaram R$ 40 milhões.
Ela disse ainda que são estabelecidas parcerias com municípios, Estados e órgãos do Judiciário para a estruturação de uma rede de proteção à mulher.
De acordo com a ministra, no últimos dez anos o número de delegacias da mulher no país subiu de 248 para 503. Os centros especializados de atendimento passaram de 36 para 223 e as casas abrigo de 43 para 72.
"É muito pouco, mas é reflexo da Lei Maria da Penha", disse.

Mesmo assim, segundo a ministra, uma das falhas da rede de proteção às mulheres vítimas de violência ocorre na hora dos juízes determinarem medidas para proteger as vítimas.Atualmente estão em funcionamento pelo sistema judiciário do país 93 varas, 29 promotorias e 59 defensorias públicas especializadas em combater a violência contra a mulher.
Segundo Menicucci, depois que uma mulher agredida procura a polícia, o delegado pode pedir à Justiça que imponha ao agressor uma série de normas e regras que o impedem de se reaproximar da vítima.
Porém, embora muitos juízes determinem tais medidas quase imediatamente, outros demoram para tomar uma decisão. "Às vezes eles demoram mais de um mês, exigindo atestado psicológico, atestado de saúde mental, laudos, o que não é necessário, é mais para atrasar", disse.
Ela afirmou que o governo federal já estaria agindo para acelerar a concessão dessas medidas pelo Judiciário.

BBC Brasil

Só 5% das crianças com deficiência que entram na escola chegam ao ensino médio

Só 5% das crianças com deficiência que entram na escola chegam ao ensino médio

 Professores despreparados e escolas sem acessibilidade arquitetônica e pedagógica estão entre as principais causas da evasão escolar entre alunos com algum tipo de deficiência – bem superior que a dos demais. Dados de 2010 do Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC) mostram que havia 69.441 dessas crianças matriculadas no ensino infantil (0 a 5 anos) oferecido em escolas especiais e regulares. No ensino fundamental (1° ao 9º ano), eram 522.978. Já no ensino médio o número era drasticamente menor: 28.667. 
“A queda na taxa de matrículas indica que a qualidade da educação é ainda menor para essa população, fazendo com que a exclusão e a evasão sejam as maiores”, disse Enicéia Gonçalves Mendes, coordenadora do programa de extensão em formação continuada da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e presidenta da Associação Brasileira de Pesquisadores em Educação Especial.
Segundo ela, embora já existam leis que determinam a adequação de espaços públicos às diferentes necessidades, a falta de acessibilidade ainda é um grande problema. Dados do MEC mostram que das mais de 146 mil escolas de ensino fundamental, apenas 35 mil estavam adaptadas na época do levantamento, sendo que 29 mil não tinham sequer sanitário adequado e 4.600 não tinham nenhuma de suas dependências adaptadas. 
Imprescindíveis para atender às necessidades básicas desses estudantes, a construção de rampas, vias de acesso, banheiros adaptados e a instalação de elevadores são insuficientes. "Há ainda barreiras atitudinais (atitudes baseadas na desinformação, no preconceito), obstáculos sociais e pedagógicos que dificultam o aprendizado”, disse. 
Entre os obstáculos pedagógicos ela destaca a formação precária dos professores, geralmente em cursos à distância com muitos problemas estruturais – que dificulta a educação de todos os alunos –, as turmas numerosas, a falta de auxiliares em sala de aula também treinados adequadamente e deficiências nos currículos e nos materiais didáticos. “A criança passa 5 horas por dia, 5 dias por semana na sala de aula, mas encontra barreiras. O ensino não é adaptado às suas necessidades, o professor não sabe como ajustar o ensino àquela realidade e ela acaba não se beneficiando desse ensino em classe comum.”
De acordo com Enicéia, em países com políticas mais avançadas os professores do ensino regular têm formação adequada e trabalham em dupla com professores especialistas em ensino especial, em salas que contam com todos os recursos, com excelentes resultados no aprendizado.
Outro entrave ao desenvolvimento escolar é o uso inadequado de tecnologias criadas para beneficiar o aprendizado dos estudantes com deficiência. A professora explicou que além de incentivar as matrículas desses alunos no ensino regular – que devem frequentar cursos específicos no contraturno –, o MEC tem financiado recursos multifuncionais para escolas com alunos com deficiência matriculados. Na prática são salas com mobiliário e materiais pedagógicos especiais, como lupas, calculadora sonora, caderno de pauta ampliada, engrossadores de lápis e pincéis, suporte para livro, tesoura adaptada, programas de computadores, brinquedos e outras ferramentas para dar suporte ao processo de aprendizado.
No entanto, conforme Enicéia, nem sempre esse serviço funciona como deveria. Muitas vezes o atendimento é de no máximo duas horas por semana, tempo insuficiente para satisfazer as necessidades de crianças com atrasos graves de desenvolvimento. “Antes de ser alfabetizada, de ir para uma classe comum, uma criança surda tem de desenvolver a linguagem desde pequenina; assim como tem de aprender libras aquela que não fala”, disse. 
Há ainda um outro complicador: como os serviços públicos de saúde e educação não oferecem atendimento para a estimulação precoce – emprego de diversas técnicas e terapias que atenuam limitações de muitas deficiências –, esses estudantes já chegam defasados numa escola regular cheia de problemas. "Se houvesse esse trabalho desde os primeiros meses de vida, uma criança com paralisia cerebral ou deficiência física severa já poderia estar usando recursos de tecnologia assistida, computadores especiais, e teria condições de ser alfabetizada. No entanto, em geral a criança só vai ter acesso quando entrar numa escola equipada com esses recursos e estará defasada em relação aos colegas."
Para Enicéia, os alunos que chegam ao ensino médio são grandes vitoriosos que aprenderam sozinhos, sem o apoio necessário. Não é à toa que depois da defasagem e de seguidas reprovações a maioria das crianças com deficiência acaba em salas do Educação de Jovens e Adultos (EJA) – isso quando não abandona a escola.
Rede Brasil Atual

Futuro do socialismo latino-americano está em questão


Hug Chávez, Venezuela, socialismo, América Latina


Depois da morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, os analistas começaram falando do declínio do socialismo bolivariano. A perda do líder reconhecido da “viragem de esquerda” pode desmoralizar os aliados e  fazer com que a experiência na América Latina seja gradualmente abandonada.

Não se discute se Hugo Chávez era ou não um “táctico e teórico” das transformações sociais na América do Sul. Como disse o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, o líder falecido “levantou a espada de Bolívar na Venezuela, América Latina, nas Antilhas e em todo o mundo”. O representante do Instituto dos países da América Latina, Boris Martynov, diz que Chávez desempenhou um papel-chave na “esquerdização” do continente.
“A sua contribuição é bastante significativa, não pode ser subestimada. Acontece que o início dessa “viragem de esquerda” remonta à subida de Hugo Chávez ao poder em 1998. Depois disso, outros países começaram a aderir a políticas de esquerda, umas mais radicais que outras. Acho que a “viragem de esquerda” coincidiu com a decepção dos latino-americanos com as receitas neo-liberais, que eles conheceram com fartura no início dos anos 90. Essas receitas levaram a fracasso na economia, ao aumento da desigualdade social, à tensão social. Face a isto, o surgimento de uma alternativa aos esquemas neoliberais foi bastante natural”.
Ninguém poderá ignorar a herança de Hugo Chávez
Deve-se assinalar que o socialismo de Chávez não era cópia do socialismo de modelo soviético. Ele próprio se considerava aluno e seguidor do líder cubano Fidel Castro e admirava o seu feito revolucionário de muitos anos. Justamente por isso, o comandante citava com frequência as palavras de Fidel Castro: “Chávez, não crie uma segunda Cuba, crie a primeira Venezuela.”
Novamente a palavra a Boris Martynov:
“O próprio termo “socialismo” é muito amorfo. Nós falamos do socialismo sueco, embora o socialismo na Suécia, o socialismo na Venezuela e o socialismo em Cuba serem coisas totalmente diferentes. Eu já nem falo do socialismo soviético. O socialismo que Chávez construiu era em muito empírico. Não havia qualquer teoria anterior (como, por exemplo, o marxismo) para ser aplicada à vida real. O mérito de Chávez consiste em que ele partiu do contrário: da vida para a teoria, procurando elaborá-la, partindo da realidade venezuelana. No entanto, nesse caminho Chávez cometeu erros e exageros.”
O homem que mudou a história venezuelana e impressionou o mundo
Os especialistas supõem que, com a morte de Chávez, provavelmente terminará o populismo (os críticos chamam assim a época de florescimento do socialismo latino-americano). É uma questão de tempo. O problema é que Chávez não deixou um sucessor à altura.
Não se deve duvidar de que, em breve, a viragem de esquerda na América Latina conhecerá um sério vazio de liderança. Isto será aproveitado sem dúvida pela oposição, bastante considerável, que atua mais ou menos com êxito em todos os países da região. É cedo ainda para falar do que se seguirá. Ao mesmo tempo, não se deve duvidar de que, depois de Chávez, a América Latina já nunca mais será como foi até agora.
VOZ DA RÚSSIA

quinta-feira, 7 de março de 2013

Conmebol libera torcida do Corinthians

Torcida do Corinthians no Pacaembu (Foto: Marcos Ribolli / globoesporte.com)

O Comitê Disciplinar da Conmebol encerrou o caso Kevin Beltrán e anunciou nesta quinta-feira o fim da punição imposta ao Corinthians que proibia a entrada de seus torcedores no estádio em jogos como mandante na Copa Libertadores. Assim, os fãs já poderão acompanhar do Pacaembu o duelo contra o Tijuana, na próxima quarta-feira.


No entanto, a punição segue valendo para os próximos 18 meses nas partidas fora de casa, e o clube alvinegro recebeu uma punição de 200 mil dólares (R$ 400 mil). Assim, o atual campeão continental ficou apenas sem torcida no duelo com o Millonarios, na semana passada.

Na última quinta-feira, o departamento jurídico alvinegro já havia entrado com um novo recurso na confederação sul-americana pedindo agilidade no julgamento. O objetivo do clube era suspender ao menos a medida cautelar que impediu a sua torcida de acompanhar a vitória por 2 a 0 sobre o Millonarios-COL, no Pacaembu, na semana passada. Somente quatro torcedores conseguiram assistir a partida através de liminares.

Com o parecer favorável da Conmebol, o Corinthians poderá voltar a contar com o apoio das arquibancadas em seu próximo compromisso pela Libertadores, contra o Tijuana-MEX, no dia 13 de março. Antes mesmo da entidade anunciar a sanção provisória ao clube, já haviam sido vendidos mais de 27 mil ingressos para esse jogo através do plano Fiel Torcedor.

Além do prejuízo esportivo, o time alvinegro calculava uma perda de R$ 3 milhões por partida sem a presença de seus torcedores no Pacaembu.

O Comitê Disciplinar da Conmebol é presidido pelo brasileiro Caio Cesar Vieira Rocha. No entanto, devido ao envolvimento de um representante do seu país, o também membro do STJD ficou de fora da decisão. O uruguaio Adrián Leiza, vice-presidente, foi o responsável por analisar o caso.

O caso era para ter sido julgado na última quarta, porém um dos três representantes do tribunal não podia participar da tele conferência, e o julgamento ficou para esta quinta.

A medida havia sido uma punição pela morte do torcedor Kevin Espada, 14 anos, atingido no primeiro tempo do empate em 1 a 1 com o San José-BOL, no dia 20 de fevereiro, por um sinalizador disparado do local onde estava a torcida alvinegra. Em sua defesa, o Corinthians alegava não ter responsabilidade no episódio e chegou e chegou a recorrer da pena provisória de até 60 dias, mas não teve o seu pedido de revisão atendido pela Câmara de Apelações da Conmebol.

Desde então, 12 corintianos seguem presos na Bolívia, indiciados como culpados ou cúmplices no processo. O menor H.A.M., 17 anos, que também esteve presente na partida, foi apresentado na Vara da Infância e Juventude, em Guarulhos, pelo advogado da Gaviões da Fiel, Ricardo Cabral, maior uniformizada do clube, como o responsável pelo disparo do artefato.
 ESPN

O principal socialista do século XXI se despede da vida com grande legado


Hugo Chávez, mortes, política, Venezuela


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, morreu de câncer. A morte do líder foi anunciada na televisão pelo vice-presidente do país Nicolás Maduro. Após a cirurgia oncológica realizada em 11 de dezembro em Cuba, a condição do líder venezuelano se deteriorou rapidamente. Hugo Chávez tinha 58 anos de idade. Ele governou o país por mais de 14 anos.

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, soldado bolivariano, socialista e anti-imperialista. Esta é uma breve saudação de Hugo Rafael Chávez Frías em sua página no Twitter. O futuro líder da Venezuela, enquanto criança, sonhou em ser um jogador de beisebol profissional, e sua mãe tinha esperança de que o filho se tornaria um sacerdote. Mas ele se formou na Academia Militar e serviu nas unidades aerotransportadas. Desde então, a boina vermelha é uma parte integrante de sua imagem.
Em 1982, juntamente com outros oficiais, Chávez criou o movimento revolucionário Simon Bolívar, e 10 anos depois liderou o golpe de estado contra o presidente Carlos Andrés Pérez. A tentativa de golpe fracassou. Depois de dois anos de prisão, ele foi perdoado e começou sua atividade política legal. Nas eleições presidenciais de 1998, Chávez ganhou 55 por cento dos votos.
Em 2002, o país vive mais uma vez um golpe de estado. Desta vez já contra o próprio Chávez. Ele foi removido de seu cargo, mas passadas 47 horas voltou ao poder. Ele desfrutava de uma enorme popularidade no país, diz o diretor adjunto de pesquisa do Instituto da América Latina, Boris Martynov.
"Chávez levantou da pobreza segmentos bastante grandes da população, e eles são-lhe gratos por isso. Ele proporcionou-lhes apartamentos baratos, assegurou o apoio social, o cuidado da saúde, a educação. Isso não é algo que se pode simplesmente descartar".
Durante o governo de Chávez, a população do país aumentou em 7 milhões, e a taxa de desemprego caiu para 6 por cento. Chávez estava construindo o socialismo do século XXI com petrodólares. A Venezuela é o quinto maior exportador de petróleo do mundo. O aumento dos preços das matérias-primas permitiu ao país chegar quase ao Olimpo do mundo, acredita o editor-chefe da revista Rússia na Política Global Fiodor Lukianov.
"O fenômeno de Chávez como celebridade internacional é devido ao muito anseio por diversidade política no mundo. Surgiu um homem que disse abertamente que o socialismo ruiu, mas vamos oferecer um novo. Chávez era muito popular em certos círculos da Europa. Ele era saudado como um novo Fidel Castro ou Che Guevara".
As exportações de petróleo venezuelano estão amplamente focadas sobre os EUA, apesar de relações bastante tensas entre os dois países. Chávez considerava seu principal adversário não a oposição dentro do país, mas as forças imperialistas no exterior. Em primeiro lugar – os Estados Unidos.
A nacionalização em grande escala no país imediatamente afetou empresas norte-americanas. Os principais gigantes ocidentais que investiram na economia do país cerca de 17 bilhões de dólares podiam esquecer esses investimentos e futuros lucros. Eles foram obrigados a transferir o controle majoritário à empresa estatal Petróleos de Venezuela. Junto com as companhias de petróleo, o governo passou a controlar também ativos de energia e telecomunicações.
A linha de Chávez nas relações com a Rússia era diferente. Após o embargo dos EUA sobre o fornecimento de armas a Venezuela começou comprando equipamentos à Rússia. Moscou e Caracas foram ligados por contratos técnico-militares e petrolíferos, nota o editor-chefe da revista América Latina Vladimir Travkin.
"Durante a presidência de Chávez foram assinados muitos acordos entre a Rússia e a Venezuela em vários campos. Nisso estavam interessados tanto o governo como os círculos de negócios. Esta é uma cooperação mutuamente benéfica, não é de carácter ideológico. As nossas relações com a Venezuela não são o apoio de um ou outro regime, mas a busca de contatos mutuamente benéficos".
Moscou chama Caracas seu parceiro estratégico. A Venezuela, seguindo a Rússia, reconheceu a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia. Hugo Chávez acreditava que é à Rússia que cabe o papel necessário para atingir o equilíbrio no mundo.
VOZ DA RÚSSIA

Brasil tem 3,6 milhões de crianças e jovens fora da escola


Brasil tem 3,6 milhões de crianças e jovens fora da escola 
No Brasil, 3,6 milhões de crianças e jovens entre 4 e 17 anos estão fora da escola. A maioria (2 milhões) tem entre 15 e 17 anos e deveria estar cursando o ensino médio. O déficit entre aqueles com idade entre 4 e 5 anos, que deveriam estar na educação infantil, também é grande: 1 milhão. 
Os dados foram divulgados ontem (6) no relatório De Olho nas Metas, elaborado pelo movimento Todos pela Educação (TPE). O número (3,6 milhões) quase equivale à população uruguaia (de cerca de 3,4 milhões de pessoas).
Em números absolutos, São Paulo, o estado mais rico do país, possui o maior número de jovens e crianças fora da escola: 575 mil alunos. Minas Gerais vem em seguida, com 367 mil. No ensino médio, a taxa de evasão de 2010 foi 10,3%, maior que as dos anos iniciais (1,8%) e finais (4,7%) do ensino fundamental. Em artigo publicado no relatório, dados da Pesquisa Mensal de Empregos (PME) mostram que, de 2004 a 2012, houve um aumento de 169% na frequência de cursos profissionalizantes por estudantes nessa faixa etária - o que poderia indicar que os jovens deixam a escola para buscar inserção no mercado de trabalho.
O relatório diz ainda que 51,1% dos estudantes concluíram o ensino médio em idade considerada adequada, aos 19 anos. No ensino fundamental, 64,9% concluem aos 16 anos. “As idades que consideramos são superiores àquelas que seriam corretas [14 anos para o ensino fundamental e 17 para o ensino médio]. Com 19 anos, metade concluiu o ensino médio, o fluxo ainda tem muito a melhorar”, diz a diretora-executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz.
A TPE é um movimento da sociedade civil cujo objetivo é contribuir para que crianças e jovens tenham assegurado o direito à educação básica de qualidade. Anualmente, a entidade divulga um estudo em relação a metas estipuladas para até 2022. Uma delas é que pelo menos 98% dos jovens e crianças entre 4 e 17 anos estejam matriculados e frequentando a escola. As altas taxas de repetência, a evasão escolar e a distorção idade-série foram apontados pelo relatório como alguns dos problemas que precisam ser enfrentados pelos sistemas públicos de ensino.
Rede Brasil Atual