quinta-feira, 7 de março de 2013

O principal socialista do século XXI se despede da vida com grande legado


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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, morreu de câncer. A morte do líder foi anunciada na televisão pelo vice-presidente do país Nicolás Maduro. Após a cirurgia oncológica realizada em 11 de dezembro em Cuba, a condição do líder venezuelano se deteriorou rapidamente. Hugo Chávez tinha 58 anos de idade. Ele governou o país por mais de 14 anos.

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, soldado bolivariano, socialista e anti-imperialista. Esta é uma breve saudação de Hugo Rafael Chávez Frías em sua página no Twitter. O futuro líder da Venezuela, enquanto criança, sonhou em ser um jogador de beisebol profissional, e sua mãe tinha esperança de que o filho se tornaria um sacerdote. Mas ele se formou na Academia Militar e serviu nas unidades aerotransportadas. Desde então, a boina vermelha é uma parte integrante de sua imagem.
Em 1982, juntamente com outros oficiais, Chávez criou o movimento revolucionário Simon Bolívar, e 10 anos depois liderou o golpe de estado contra o presidente Carlos Andrés Pérez. A tentativa de golpe fracassou. Depois de dois anos de prisão, ele foi perdoado e começou sua atividade política legal. Nas eleições presidenciais de 1998, Chávez ganhou 55 por cento dos votos.
Em 2002, o país vive mais uma vez um golpe de estado. Desta vez já contra o próprio Chávez. Ele foi removido de seu cargo, mas passadas 47 horas voltou ao poder. Ele desfrutava de uma enorme popularidade no país, diz o diretor adjunto de pesquisa do Instituto da América Latina, Boris Martynov.
"Chávez levantou da pobreza segmentos bastante grandes da população, e eles são-lhe gratos por isso. Ele proporcionou-lhes apartamentos baratos, assegurou o apoio social, o cuidado da saúde, a educação. Isso não é algo que se pode simplesmente descartar".
Durante o governo de Chávez, a população do país aumentou em 7 milhões, e a taxa de desemprego caiu para 6 por cento. Chávez estava construindo o socialismo do século XXI com petrodólares. A Venezuela é o quinto maior exportador de petróleo do mundo. O aumento dos preços das matérias-primas permitiu ao país chegar quase ao Olimpo do mundo, acredita o editor-chefe da revista Rússia na Política Global Fiodor Lukianov.
"O fenômeno de Chávez como celebridade internacional é devido ao muito anseio por diversidade política no mundo. Surgiu um homem que disse abertamente que o socialismo ruiu, mas vamos oferecer um novo. Chávez era muito popular em certos círculos da Europa. Ele era saudado como um novo Fidel Castro ou Che Guevara".
As exportações de petróleo venezuelano estão amplamente focadas sobre os EUA, apesar de relações bastante tensas entre os dois países. Chávez considerava seu principal adversário não a oposição dentro do país, mas as forças imperialistas no exterior. Em primeiro lugar – os Estados Unidos.
A nacionalização em grande escala no país imediatamente afetou empresas norte-americanas. Os principais gigantes ocidentais que investiram na economia do país cerca de 17 bilhões de dólares podiam esquecer esses investimentos e futuros lucros. Eles foram obrigados a transferir o controle majoritário à empresa estatal Petróleos de Venezuela. Junto com as companhias de petróleo, o governo passou a controlar também ativos de energia e telecomunicações.
A linha de Chávez nas relações com a Rússia era diferente. Após o embargo dos EUA sobre o fornecimento de armas a Venezuela começou comprando equipamentos à Rússia. Moscou e Caracas foram ligados por contratos técnico-militares e petrolíferos, nota o editor-chefe da revista América Latina Vladimir Travkin.
"Durante a presidência de Chávez foram assinados muitos acordos entre a Rússia e a Venezuela em vários campos. Nisso estavam interessados tanto o governo como os círculos de negócios. Esta é uma cooperação mutuamente benéfica, não é de carácter ideológico. As nossas relações com a Venezuela não são o apoio de um ou outro regime, mas a busca de contatos mutuamente benéficos".
Moscou chama Caracas seu parceiro estratégico. A Venezuela, seguindo a Rússia, reconheceu a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia. Hugo Chávez acreditava que é à Rússia que cabe o papel necessário para atingir o equilíbrio no mundo.
VOZ DA RÚSSIA

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