domingo, 17 de março de 2013

Esquerda italiana vence eleições das duas câmaras do Parlamento

Ex-juiz anti-máfia Piero Grasso, da centro-esquerda, faz discurso após ser eleito novo presidente do Senado, em Roma

A coalizão de esquerda dirigida por Pier Luigi Bersani venceu neste sábado as eleições presidenciais das duas câmaras do Parlamento italiano, sem, contudo, superar o bloqueio político ao não registrar uma maioria absoluta no Senado. Uma deputada de esquerda, Laura Boldrini, do Partido Democrata (PD), foi eleita neste sábado como presidente da Câmara dos Deputados da Itália, na qual o PD obteve maioria absoluta nas eleições de fevereiro. Boldrini recebeu 327 votos (a maioria necessária era de 310 votos) na eleição realizada no dia seguinte à sessão inaugural do novo Parlamento italiano. Jornalista e ex-porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, Laura Boldrini, 51 anos, havia sido designada candidata pelo líder do PD, Pier Luigi Bersani, que aspira ser o futuro primeiro-ministro.
"Passei tantos anos defendendo os direitos dos mais fracos na Itália, no mundo, uma experiência que coloco a serviço desta Câmara (...). Trabalho por aqueles que perderam suas certezas e esperanças", disse em seu primeiro discurso.
No Senado, o ex-chefe da direção nacional anti-máfia, Pietro Grasso, foi eleito com uma maioria relativa que não garante ao bloco de esquerda uma maioria governamental.
Pietro Grasso, candidato do PD, recebeu 137 votos, apenas 20 a mais do que o seu adversário da direita, o atual presidente Renato Schifani, cuja candidatura foi apresentada pelo Povo da Liberdade (PDL), de Silvio Berlusconi. Para uma maioria absoluta seriam necessários 157 votos, de um total de 313.Grasso, de 58 anos, conseguiu 12 votos a mais do que a coalizão de esquerda que apresentou sua candidatura.
"Hoje, mais do que nunca, o país precisa de repostas rápidas e eficazes para enfrentar a crise social, econômica e política que está vivendo", afirmou em seu primeiro discurso. Apesar da esquerda ter conquistado a presidência das duas câmaras, não dispõe de uma maioria absoluta no Senado, indispensável para que o governo obtenha um voto de confiança para assumir suas funções. Na Itália, as duas câmaras têm um peso equivalente.
Bersani buscou no Senado o apoio do Movimento Cinco Estrelas (M5S), que cristalizou o voto de contestação na Itália, ao se tornar a terceira força política, atrás da coalizão de direita de Silvio Berlusconi. Mas o líder do M5S, Beppe Grillo, rejeitou qualquer acordo com Bersani.
A eleição dos presidentes das duas câmaras possibilitará, contudo, ao chefe de Estado, o presidente da República Giorgio Napolitano, iniciar oficialmente, a partir de terça-feira, as consultas com os líderes políticos para a formação de um novo governo.Bersani espera obter um mandato de Napolitano para nomear um gabinete, mas segundo os analistas suas chances são escassas.Napolitano poderá oferecer o mandato a outra personalidade e propor um governo de transição ou de tecnocratas, enquanto a lei eleitoral é modificada para transpor este bloqueio.Na espera, o governo de Mario Monti continua a gerir os assuntos cotidianos.
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