Dia mais importante para os cristãos, o Domingo de Páscoa é o momento em que fiéis lembram o sofrimento e a ressurreição de Jesus Cristo e trazem para a própria vida o simbolismo dessa passagem
Para além de toda fé, hoje o dia é de se voltar a si e trazer à consciência os passos dados até agora. No Domingo de Páscoa, a fé cristã rememora e celebra a ressurreição de Jesus Cristo, há 2.013 anos. Mas, principalmente, reserva-se o direito da mudança, do recomeço.
É nesse esforço de renovação que, matizados, catolicismo, espiritismo e protestantismo encontram-se num mesmo tom.
Padre Ivan de Souza, da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, diz do botão que vira flor, hoje. Poetiza. Fala que a Semana Santa celebra a paixão e a morte de Jesus Cristo, mas chega, no Domingo de Páscoa, com a ressurreição, com a ponte, a possibilidade do reinício, com a certeza de que a vida, e não a morte, é o destino dos que mendigam, aflitos, explicações sobre a existência na Terra. É a passagem do mundano para a ética e os bons costumes. Chance que se renova todos os anos.
“Nós, cristãos católicos, devemos entender essa grande festa, a maior festa da Igreja, como retorno à vida, à ressurreição. Jesus nos permite isso. Sem a ressurreição, o que seria da nossa fé?”, interroga o padre, que chama o povo às missas e à eucaristia para viver o calvário de Jesus.
EspíritasDespidos de celebrações, liturgias ou procissões, os espíritas, mais intimistas, também separam o Domingo de Páscoa para a reflexão. Luciano Klein, presidente da Federação Espírita Cearense (FEEC), diz que Jesus é o ser que Deus enviou à humanidade para servir de modelo e guia. Poupa-se das polêmicas sobre a vida do Messias para se ater ao “amar a Deus sobre todas as coisas” e “ao próximo como a si mesmo”. A ressurreição? Acredita nela espiritualmente.
Permite-se, então, já que vinculado à tradição judaica cristã, aproveitar o Domingo de Páscoa como oportunidade para uma reflexão sobre a vida íntima e promover uma passagem interior.
“Fazer a nossa Páscoa, intimamente, equivaleria a uma mudança de comportamento, tendo como referência Jesus. O sacrifício dele é uma demonstração plena de amor”, ensina.
Protestantismo
Longe das simbologias, assim como o espiritismo, mas crendo na ressurreição de corpo e alma de Jesus Cristo, assim como o catolicismo, o protestante faz do Domingo de Páscoa um momento de renovação. “A esperança do recomeço”, assim define o pastor Armando Bispo, da Igreja Batista Central. Diz que hoje nasce a possibilidade de vida para o amor que morre e para os tratos e contratos que esmorecem todos os dias.
“Acordem cedo, olhem o nascer do sol e celebrem, numa refeição singela com a família, o que este domingo representa”, ora o pastor. Enfim, sob todos os credos, a mensagem é só uma: renasça!
A Páscoa tem origem na tradição judaica, quando o povo de Israel foi liberto do cativeiro egípcio e assim celebrou a nova vida, a renovação em busca da “terra prometida”. Ao ir a Jerusalém, Cristo foi crucificado e ressuscitou.
O Povo Online
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