sábado, 30 de março de 2013
Papa Francisco pede a cristãos que combatam o mal com o bem
O Papa Francisco presidiu nesta sexta-feira sua primeira Via Crucis em Roma pedindo aos cristãos de todo o mundo que combatam o mal com o bem, como fez Jesus em seu sacrifício na Cruz.
— Queridos irmãos, a palavra da Cruz é também a resposta dos cristãos ao mal que segue atuando em nós e ao nosso redor. Os cristãos devem responder o mal com o bem, tomando sobre si a Cruz, como Jesus.
— As vezes nos parece que Deus não responde ao mal, que permanece em silêncio, mas na realidade Deus está falando, respondendo, e sua resposta é a Cruz de Cristo: uma palavra que é amor, misericórdia, perdão.
— Não quero acrescentar muitas palavras. Esta noite deve permanecer apenas uma palavra, que é a própria Cruz. A Cruz de Jesus é a palavra com a qual Deus respondeu ao mal do mundo — disse o Papa argentino.
— Deus nos julga nos amando. Se aceito seu amor estou salvo, se o rejeito, estou condenado, não por ele, mas por mim, porque Deus não condena, ele apenas ama e salva.
— Continuemos esta Via Crucis na vida diária. Caminhemos juntos pelo caminho da Cruz, caminhemos levando no coração esta palavra de amor e de perdão". "Jesus nos ama tanto, é todo amor.
O Papa, 76 anos, que acompanhou da colina do Palatino boa parte da Via Crucis, sem percorrer a pé as 14 estações, agradeceu "o testemunho dos nossos irmãos do Líbano" que escreveram meditações e orações a pedido de seu antecessor, Bento XVI.
O Papa saudou no Coliseu a amizade com os muçulmanos do Oriente Médio e relembrou a viagem ao Líbano de Bento XVI, quando "vimos a beleza e a força da comunhão dos cristãos daquela terra e da amizade de tantos de nossos irmãos muçulmanos e de muitos outros".
Bento XVI encomendou as meditações lidas nesta Via Crucis ao patriarca da Igreja maronita libanesa, Bechara Rai, que por sua vez pediu a dois jovens a redação do texto. Esta foi uma forma de destacar o drama que vive o Oriente Médio, com a guerra na Síria, a difícil coexistência entre muçulmanos e cristãos, e a fuga de muitos cristãos perseguidos da região.
Mais cedo, o Papa Francisco celebrou a missa da Sexta-Feira da Paixão na Basílica de São Pedro.
Sob o ouro e o mármore da Basílica, o pregador da Casa Pontifical, o padre capuchinho Raniero Cantalamessa, comparou a Igreja a um "edifício antigo" e pediu que Francisco a "conduza à simplicidade e à linearidade de suas origens".
Francisco, com fisionomia grave, vestido com a casula vermelha com as cores da Paixão, ouviu atentamente Cantalamessa, que declarou que esta missão havia sido confiada por Deus no século XIII a São Francisco de Assis, que teve seu nome retomado pelo 266º pontífice da Igreja Católica: "Vá e reforme a minha casa".
— No decorrer dos séculos, para se adaptar às exigências do momento, os velhos edifícios foram enchidos de divisões, de escadas, de salas — Mas as "adaptações" que se sucederam "não correspondem mais às exigências. É preciso ter a coragem de pôr tudo isso abaixo", disse.
Ele enumerou os obstáculos ao anúncio do Evangelho: — Os muros divisores (...), o excesso de burocracia, os restos de aparatos, leis e controvérsias passadas, que se tornaram simples detritos.
O Papa beijou o Cristo crucificado, que foi levado a ele, colocando suavemente a sua mão sobre a face de Jesus.
Zero Hora
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