Cento e quinze cardeais se reunirão hoje, 12 de março na Capela Sistina no Vaticano para eleger um novo papa. Ninguém, por enquanto, pode prever exatamente quando o conclave revelará o nome do 266º líder da Santa Sé. Esperam que o Colégio de Cardeais o faça antes de 24 de março – o Domingo de Ramos Católico. E, certamente, antes da Páscoa Católica – 31 de março.
O circulo de contendores a primaz da maior confissão cristã está hoje reduzido a cinco nomes. Entre os cardeais favoritos chamam o canadense Marc Ouellet, o italiano Angelo Scola, o austríaco Christoph Schoenborn, o argentino Leonardo Sandri. Até o final da semana passada, segundo jornais italianos, começou rapidamente a ganhar pontos o brasileiro Odilo Scherer.
Quem exatamente será o novo chefe do Vaticano – a única monarquia absoluta da Europa – ninguém quer predizer. E tudo graças a Bento XVI, o cardeal Joseph Ratzinger. O último papa complicou imenso a tarefa aos prelados católicos. Antes de sair, ele mudou o procedimento de escolha do pontífice, lembrou à Voz da Rússia o famoso especialista russo no Vaticano, Alexei Bukalov:
“As condições de votação são muito rigorosas. O Papa Bento XVI corrigiu a Constituição Apostólica, ou o cânone de eleição de um novo pontífice. Ele restaurou a cláusula, segundo a qual um novo papa só pode ser eleito por uma maioria de dois terços. Seu antecessor, João Paulo II, tinha simplificado o procedimento um pouco. No sentido de que, após um certo número de turnos de votação, o papa poderia ter sido escolhido por uma maioria simples.”
Devido a essas mudanças, o conclave pode muito bem prolongar-se. Embora seja pouco provável que ele bata o recorde do século XIII. Na altura, a eleição do papa durou quase três anos. Mas o caso tão pouco poderá ser resolvido num só dia. Se nenhum dos candidatos acima mencionados ganhar dois terços dos votos dos padres, pode muito bem aparecer uma figura de compromisso.
Isso aconteceu em conclaves várias vezes. O último exemplo notável foi o Papa João Paulo II. Em outubro de 1978 ele era um forasteiro na votação e ninguém o considerava seriamente um candidato a Vigário de Cristo. Havia outros favoritos. Mas foi Karol Wojtyla que foi eleito. Na altura ele foi o primeiro papa não-italiano nos últimos 455 anos. E um dos mais populares.
Na atual situação é quase impossível predizer o nome do novo papa, acredita o analista da Fundação russa de Perspectiva Histórica, Pavel Svyatenko:
“As listas das principais candidaturas que surgem perante o conclave são frequentemente de baixa confiabilidade. Eu acho que ainda é cedo falar sobre a identidade particular do novo Papa. É possível que nenhum dos favoritos passe. E aparecerá uma candidatura alternativa.”
A julgar pelas declarações de alguns dos cardeais, na abordagem às próximas eleições tomaram forma duas “escolas” distintas. Uma acredita que reformar a Cúria Romana só pode alguém que a conhece muito bem de dentro. Em outras palavras, um bispo que atuou diretamente na administração do Vaticano. Apoiantes de reformas acreditam que o Vaticano precisa de um “vento fresco” e alguém de fora. Em princípio, qualquer homem católico poderia tornar-se Papa. Mesmo um laico sem título eclesiástico. Mas a partir do século XIV apenas cardeais ascendem ao trono papal.
VOZ DA RÚSSIA |
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