terça-feira, 21 de setembro de 2021

Brasil registrou 12,9 mil suicídios em 2020

 De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é líder mundial em casos de ansiedade e está em 2º lugar no ranking de casos de depressão – uma doença que tem forte ligação com muitos casos de suicídio.

A média anual é de 12 mil mortes no Brasil em decorrência do suicídio.  No mundo são 800 mil pessoas se suicidam por ano. E 79% dos suicídios ocorrem em países de baixa e média renda, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). 

Com o início da pandemia de Covid-19, muitas pessoas tiveram que lidar com o isolamento e com a solidão, o que levou especialistas a temerem um aumento dos transtornos mentais. No entanto, no primeiro ano de pandemia não foram registrados aumentos nem nos casos de transtornos mentais nem nos suicídios. 

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021, divulgado em julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 12.895 suicídios em 2020, uma média de 35 casos por dia. A variação foi de 0,4% em relação a 2019, quando foram registrados 12.745 casos. 

Os estados que apresentaram maior número, repetindo o ano anterior, foram São Paulo, Minas Gerais e Porto Alegre. 

Apesar de os números terem permanecido estáveis, eles são altos e merecem atenção.

Durante a quarentena, houve um aumento na procura por tratamentos psicológicos em todo o país. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Google Trends, já no início da pandemia entre 29 de março e 4 de abril de 2020, a busca por atendimento psicológico no Google chegou a 88%.

A busca por serviços on-line também cresceu, chegando a 41%, enquanto na semana de maior popularidade do assunto, em 2019, a procura era de apenas 11%. Outra pesquisa, divulgada no Valor Econômico, apontou que 53% dos brasileiros relataram uma piora na sanidade mental durante a pandemia. Por Isabela Alves. Créditos: Observatório do Terceiro Setor

sábado, 18 de setembro de 2021

34% dos trabalhadores brasileiros ganham menos que um salário mínimo

30,2 milhões de trabalhadores são remunerados com até um salário mínimo (R$ 1,1 mil) por mês, o que equivale a 34,4% do total ocupado o país, percentual que também é o mais alto já apurado desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), em 2012.

Os dados, sistematizados em um estudo elaborado pela consultoria IDados, com base nas estatísticas do segundo trimestre deste ano e divulgados pelo portal G1, refletem também a desigualdade brasileira, já que as remunerações mais baixas afetam em especial alguns segmentos sociais. O levantamento mostra que 43,1% dos negros ocupados recebem até um salário mínimo. No melhor momento da série, no quarto trimestre de 2015, este percentual era de 34,4%.

O cenário é ainda pior para o trabalhador quando são considerados os efeitos da inflação no salário mínimo. De acordo com o Dieese, o custo da cesta básica subiu em 13 das 17 capitais pesquisadas em agosto. No período de 12 meses, a cesta subiu em todas, com aumentos que variaram entre 11,90%, em Recife, e 34,13%, em Brasília.

Ainda de acordo com a entidade, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em agosto, 55,93% do salário mínimo líquido, já descontada a contribuição previdenciária, para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.

O piso nacional não tem reajuste acima da inflação há seis anos e a proposta do governo Bolsonaro para o salário mínimo nos próximos três anos acaba de vez com a política de valorização.

Em 2004, as centrais sindicais lançaram uma campanha de valorização, que teve como resultado a elevação do piso nacional acima da inflação em três anos seguidos, até a implementação, no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da política permanente. Ela levava em conta critérios como o repasse da inflação do período, o aumento real pela variação do Produto Interno Bruto (PIB), além da antecipação da data base de sua correção até ser fixada em janeiro, como é hoje.

Com a política de valorização, houve aumento de poder de compra no período. Para efeito de comparação, em 1995 o salário mínimo comprava 1,2 cesta básica, já em 2016, o trabalhador podia adquirir 2,4 cestas. Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Brasil volta a registrar aumento de mortes diárias por covid


Depois de período de queda significativa no número de mortes por Covid-19, o Brasil vive um novo momento de elevação das mortes diárias de covid-19. Ontem (15), o país registrou 800 vítimas em 24 horas, segundo o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Com o acréscimo, já são 588.597 mortos, sem contar com subnotificação apontada por cientistas e admitida até pelo governo federal. No mesmo período, foram notificadas 14.780 novos casos, totalizando 21.034.610 infectados pelo coronavírus desde o início da pandemia, em março de 2020.

A média diária de mortes passou de 454, no dia 10 de setembro, para os atuais 597 óbitos a cada um dos últimos sete dias – um salto de 31,5%. Esta tendência não se repete na média diária de novos casos, que apresentou queda no período, e estabilidade nos últimos dois dias, com 15.229 infectados também a cada um dos últimos sete dias. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirma que a tendência nacional atualmente percebida é de estabilidade e queda nos casos.

Por outro lado, a transmissão segue em níveis “extremamente elevados”, especialmente entre os mais jovens. Foram precoce a liberação das medidas de isolamento social, que vigoraram pouco e de forma ineficaz no país, o que reflete para o ainda alto patamar de contágio. Já a estabilização em valores relativamente mais altos na população mais jovem é reflexo da manutenção de transmissão elevada na população em geral. 

Além de apresentar resultados evidentes para a redução das mortes, as vacinas deverão em breve impactar significativamente também na transmissão comunitária do novo coronavírus. É o que aponta estudo publicado na revista científica The Lancet. Os dados positivos são essenciais para a epidemiologia, já que é necessário reduzir a transmissão para evitar o surgimento de novas cepas virais. Essas mutações mais agressivas surgem em regiões de contágio descontrolado. Foto: Conass. Créditos: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Uma em cada cinco meninas já sofreu violência sexual no Brasil

A pesquisa revelou que os jovens em idade escolar que sofreram violência sexual foram tocados, manipulados, beijados ou tiveram o corpo exposto contra a vontade. Destes, 6,3% afirmaram ainda que foram forçados a manter relações sexuais ao menos uma vez na vida, sendo 3,6% dos meninos e 8,8% das meninas.

Um em cada cinco meninas (20,1%) entre 13 e 17 anos já sofreu violência sexual, segundo dados divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), realizada em 2019 com estudantes entre o 7º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio. Entre os meninos, a porcentagem dos que relataram ter sido vítimas desse tipo de abuso cai para 9%.

Também foram realizados levantamentos sobre o uso de álcool e outras drogas, além de questões sobre sexualidade e outros tipos de violências físicas ou psicológicas. Foram ouvidos 11,8 milhões de estudantes, sendo 10,8 milhões alunos de escolas públicas e 1,7 milhão, de instituições privadas.

Além de concluir o número elevado de casos de abusos, especialmente entre meninas, o estudo identificou que as ocorrências são mais prevalentes entre estudantes de escolas privadas. Entre os estudantes no ensino particular, 16,3% relataram o abuso, frente a 14,4% em escolas do ensino público. “Entre os escolares que sofreram abuso sexual, 29,1% apontaram o namorado ou namorada como agressor. Outros 24,8% apontaram um amigo ou amiga e 20,7%, um desconhecido. Em seguida vêm: outros familiares que não o pai ou mãe (16,4%), outras pessoas fora do círculo familiar (14,8%) e pai, mãe ou responsável (6,3%)”, informa o IBGE.

Os dados da pesquisa mostram que mais de um terço (35,4%) dos estudantes entre 13 e 17 anos já tiveram relações sexuais. Foi observado uma queda de 2,1% em comparação com estudo similar realizado em 2015. A taxa foi consideravelmente mais alta entre estudantes do ensino público (37,5%), ante 23,1% no ensino privado. Entre adolescentes mais velhos, entre 16 e 17 anos, o número é maior (55,8%).

Entre os jovens que disseram que já tiveram relações sexuais, apenas 63,3% usaram camisinha na primeira vez. Depois da camisinha, o método contraceptivo mais adotado é a pílula anticoncepcional feminina, com 52,6% de adesão entre as meninas com vida sexual ativa. Outro dado preocupante aponta que 45,5% das meninas utilizaram a chamada pílula do dia seguinte ao menos uma vez na vida. Além de possíveis problemas hormonais, os métodos, à exceção da camisinha, não previnem contra doenças sexualmente transmissíveis.

Além da violência sexual, entre outros tipos de abuso relatados se destaca o bullying e ofensas em redes sociais. O percentual de estudantes que relataram episódios de humilhação por colegas duas ou mais vezes no mês anterior à pesquisa foi de 23%. Os motivos principais foram: aparência do corpo (16,5%), aparência do rosto (11,6%) e cor da pele (4,6%). Já entre os agressores, 12% assumiram o papel. Também neste ponto é maior a prevalência de agressões psicológicas em escolas privadas.

O cenário sofre alteração nos casos de violência sexual ou psicólogica em ambientes virtuais. “Foi perguntado aos escolares se eles se sentiram ameaçados, ofendidos ou humilhados nas redes sociais ou aplicativos de celular nos 30 dias anteriores à pesquisa e 13,2% responderam positivamente. A proporção foi maior para as meninas (16,2%) do que para os meninos (10,2%). Os alunos de escolas públicas (13,5%) tinham percentuais pouco mais elevados do que os de escolas privadas (11,8%)”.

Dentro do universo de imposição de padrões estéticos, visto como motivador para casos de bullying e assédio moral, apenas a metade dos estudantes consideram seu corpo “normal” (49,8%). Disseram se achar muito magros 28,9% e muito gordos, 28,9%. A autoimagem de sobrepeso é maior entre as meninas, com 25,2%, ante os meninos, com 15,9%. Na tentativa de se “enquadrar nos padrões”, 6,1% dos estudantes afirmaram que já induziram vômito para emagrecer e 5,4% deles consumiram laxantes com o mesmo objetivo.

Diante de todo o contexto de violências e humilhações, o IBGE identificou um dado classificado como “alarmante” pelo instituto. Entre os estudantes, 21,4% afirmam que “a vida não vale apena”, sendo 29,6% das meninas e 13% dos meninos. “O estudo buscou captar como os adolescentes se sentiam nos 30 dias anteriores à pesquisa. Mais da metade (50,6%) sentiam muita preocupação com as coisas comuns do dia a dia, na maioria das vezes ou sempre. As meninas (59,8%) se preocupavam mais que os meninos (41,1%) e os alunos da rede privada (63%) mais que os da rede pública (48,5%)”.

Outro indicador que acende um alerta para a saúde mental dos jovens é o aumento de casos de depressão e ansiedade. Mais de 5% dos alunos já praticou autoagressão ou automutilação, sendo que 60% das vezes os episódios são ligados a quadros depressivos, de ansiedade ou de problemas de relacionamento em casa e na escola. Do total de estudantes, 21% afirmaram que foram agredidos fisicamente pelo pai, mãe ou responsável no último ano, com maior prevalência novamente entre matriculados no ensino privado (23,6%). Créditos: Rede Brasil Atual. Foto: Google. 

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Cesta básica já consome 65% do salário mínimo

Nos 12 meses o preço da cesta subiu mais de 10% em todas as capitais pesquisadas, de acordo com estudo realizado pelo Dieese. O estudo apontou, que o preço da cesta básica de alimentos chegou a consumir 65,32% dos ganhos mensais nas famílias com renda de um salário mínimo. 

O percentual foi registrado em Porto Alegre, onde a cesta é a mais cara do país, a R$ 664,67. Em Aracaju (SE), que tem a cesta mais barata entre os locais pesquisados (R$ 456,40), o conjunto de alimentos representa um gasto de 44,86% do salário mínimo.

Nos 12 meses até agosto, o preço da cesta subiu mais de 10% em todas as capitais pesquisadas, de acordo com o estudo.

A maior alta foi registrada em Brasília (DF). O valor dos 17 itens que compõem a cesta subiu 34,13% em um ano.

Em outras sete capitais, o aumento acumulado passou dos 20%: Campo Grande (25,78%), Porto Alegre (24,84%), Florianópolis (24,24%), Vitória (21,50%), Natal (21,11%), São Paulo (20,47%) e Belém (20,07%). Créditos: Brasil 247

domingo, 5 de setembro de 2021

CNBB pede respeito à democracia e às instituições


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através de seu presidente dom Walmor Oliveira de Azevedo, divulgou na sexta-feira, 3 de setembro, vídeo com mensagem sobre o Dia  da Pátria.

De acordo com o presidente da CNBB, “os católicos e cristãos não podem ficar indiferentes à realidade que mistura desemprego e alta inflação, num contexto agravado pela pandemia, situação que acentua as exclusões sociais”.

Na manifestação, a CNBB defende a democracia, com respeito às instituições, adverte para a disseminação da raiva e da intolerância e condena o estímulo ao armamento da população.

“Quem se diz cristão ou cristã deve ser agente da Paz e a paz não se constrói com armas. Somos todos irmãos. Esta verdade é sublinhada pelo Papa Francisco na carta encíclica Fratelli Tutti”, disse Dom Walmor.

“Não se deixe convencer por quem agride os poderes Legislativo e Judiciário. A existência de três poderes impede a existência de totalitarismos”, disse Dom Walmor, sem citar nomes, em alusão às manifestações de Bolsonaro.

O presidente da CNBB pregou a solidariedade à luta dos povos indígenas, lembrando que “nossa pátria não começa com a colonização europeia” e denunciando às agressões aos direitos do povos originários.

Diante do quadro atual, o arcebispo defendeu urgente “implementação de politicas públicas para a retomada da economia e a inclusão dos mais pobres no mercado de trabalho”. Créditos: Agência PT

sábado, 4 de setembro de 2021

Só lhe resta o golpe

 Eleito com quase 60 milhões de votos,  com grande maioria no Congresso, e com apoio da mídia tradicional, Bolsonaro assumiu a presidência da República em 1° de janeiro de 2019, sem programa de governo,  sem projeto para o país, pois na sua campanha para presidente não existia projetos relevantes,  acabar com o comunismo no Brasil, (Nunca ouve comunismo no Brasil) e principalmente acabar com o Partido dos Trabalhadores (PT), foi o tom da campanha, campanha feita em cima de fake news e do discurso de ódio, preconceito e violência, ameaçando inclusive adversários de fuzilamento. 

Passado mais da metade de seu governo, Bolsonaro até agora não apresentou nem uma realização de impacto no seu governo, o país piorou em todos os aspectos, o desemprego aumentou, a infração disparou, o PIB despencou,  a fome voltou, o preço dos combustíveis disparou, e pra piorar a situação veio a pandemia do novo coronavírus, e sua atuação desastrosa em relação pandemia fez com que sua popularidade despencasse. 

Além do fracasso da sua administração Bolsonaro convive com várias denúncias de corrupção, inclusive no combate à pandemia, com acusações gravíssimas na compra de vacinas. Acusado de vários crimes de responsabilidade Bolsonaro já tem mais de 100 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados. Bolsonaro também é acusado de crimes contra a humanidade por atitudes irresponsáveis e negacionistas durante a pandemia de coronavírus, acusações estas que já foram enviadas ao Tribunal Internacional. 

Se não  bastasse o presidente resolveu atacar as instituições e a democracia, com ameaças de ruptura institucional. 

A cada dia Bolsonaro vem perdendo apoio de setores determinantes do país. Além disso as pesquisas eleitorais para 2022, não lhe são favoráveis,  mostra seu adversário o ex-presidente Lula com grande vantagem e com possibilidade de vencer no primeiro turno.

Lula que  não pode concorrer na eleição passada por que estava preso, condenado pela operação Lava Jato, num julgamento que foi considerado parcial e anulado pelo STF. Lula que liderava as pesquisas na época, foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, que virou ministro do governo Bolsonaro.

Diante de tantos obstáculos, sem apoio, sem programa de governo, com ameaça de ser cassado ou até mesmo preso, para o presidente Jair Bolsonaro não resta outra alternativa a não ser o golpe, se vai conseguir realizar essa aventura não sabemos, isso só as Forças Armadas tem a resposta. Por Zito Bezerra.