sábado, 3 de maio de 2014

Paraíba é o segundo estado com mais servidores públicos no Brasil

A Paraíba é o 2º Estado do País com maior percentual de trabalhadores atuando como servidores públicos. São mais de 170 mil pessoas ocupadas na administração pública direita e indireta, o que significa que 4,5% da população paraibana tinha vínculo com a administração pública em 2013. A administração direta ocupa 98% dessas pessoas, enquanto a indireta 2%. Proporcionalmente ao número da população, a Paraíba fica atrás apenas do Distrito Federal, que tem 5,2% da população trabalhando nesta área.
É o que revela o Questionário Básico da Pesquisa de Informações Básicas Municipais - Munic 2013, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa revela, ainda, que a Paraíba tem, proporcionalmente, o maior número de prefeitas do País. E mais: 191 municípios paraibanos não têm estrutura de políticas públicas para as mulheres. Além disso, apenas 10 cidades têm atendimento de saúde especializado para casos de violência contra a mulher. Mais de 30% dos gestores municipais não têm conhecimento da Agenda dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Segundo o Munic 2013, sete prefeitos paraibanos têm apenas o ensino fundamental incompleto (3% do total de prefeitos), 16 deles o ensino fundamental, 36% têm curso superior completo e 12% deles têm pós-graduação. Proporcionalmente, a Paraíba tem o maior número de prefeitas no país, são 47 prefeitas, 21% do total. O Rio Grande do Norte também tem percentual de 21%, no entanto naquele estado são apenas 36 prefeitas.
Créditos: Portal Correio

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Eduardo Campos critica Dilma pelo reajuste do bolsa família

camposO ex-governador de Pernambuco e presidenciável pelo PSB, Eduardo Campos, afirmou que o aumento de 10% no valor do Bolsa Família, anunciado pela presidente Dilma Rousseff (PT) em um pronunciamento feito quarta-feira (30), foi a forma encontrada pelo Governo Federal para compensar “os efeitos sobre a renda do trabalhador de uma inflação que a presidente deixou chegar por meio dos alimentos”. O socialista, que vem criticando continuadamente a administração de Dilma na presidência, deve disputar em outubro o Palácio da Alvorada contra a petista.
“O Brasil entrou pelo caminho errado, e para voltar vai precisar do ânimo e da mobilização do trabalhador”, disse Campos em conversa com jornalistas durante evento realizado em São Paulo em homenagem ao Dia do Trabalho. O ex-governador participou das comemorações em alusão a data promovido pela Força Sindical, em São Paulo, com um público estimado de 1,5 milhão de pessoas. O senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) também estava no local.
Campos ainda lamentou o uso que Dilma fez do pronunciamento, afirmando que a presidente tentou tratar de questões que não foram resolvidas ao longo de doze anos de administração petista no Palácio da Alvorada. No discurso, a presidente anunciou a assinatura de uma Medida Provisória que corrige o imposto de renda, além de dizer que assinou um tratado para aumentar o valor do Bolsa Família, uma das maiores vitrines do governo do PT.
Além de criticar o aparecimento da oponente na TV, Campos ainda refutou a afirmação de que Dilma estaria abrindo um diálogo com os trabalhadores. “O movimento sindical vive reclamando do baixo diálogo com o governo. O Brasil precisa de diálogo com empresários, trabalhadores e estudantes para voltar a crescer”, disparou o presidenciável. brasil247
Créditos: Focando a Notícia

Negros seguem com salários mais baixos e maior rotatividade no mercado de trabalho

Maioria entre a população brasileira – 50,7% dos brasileiros, conforme o Censo do IBGE de 2010 – os pretos e pardos se mantêm em desvantagem em relação aos brancos também no mercado de trabalho. De acordo com o Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser), do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os indicadores são negativos em relação a salários e taxas de desemprego e de rotatividade de trabalhadores e trabalhadoras.
Os pesquisadores do Laeser analisaram indicadores das regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, cobertas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em fevereiro, o rendimento médio habitualmente recebido pela população economicamente ativa (PEA) total ocupada, de ambos os sexos, nas seis regiões metropolitanas pesquisadas foi igual a R$ 2.015,59 – com elevação de 0,8% em relação ao mês anterior e de 3,1% quando comparado a fevereiro de 2013.
Enquanto o rendimento dos brancos em fevereiro passado foi igual a R$ 2.510,44, em ambos os sexos, e o dos negros ficou em R$ 1.428,79 – rendimento real médio 75,7% superior à de pretos e pardos. A desigualdade de cor ou raça nos salários aumentou 1,4% em relação ao mês anterior. Os brancos também tiveram maior índice de correção salarial em comparação ao mês anterior: 1,3%, enquanto que os negros apenas 0,5%.
A taxa de desemprego aberto da PEA total residente nas regiões estudadas era de 5,1% em fevereiro passado. Em relação ao mês anterior houve elevação de 0,3% no indicador, 0,5% menor que de fevereiro de 2013.
Entre os brancos de ambos os sexos, a taxa de fevereiro ficou em 4,5% e entre os negros, em 5,8%. Na comparação com o mês anterior, o desemprego aumentou 0,7% entre os brancos, mas caiu 0,1% entre os negros.
A taxa de rotatividade, que expressa a proporção de trabalhadores substituídos por outros em relação ao contingente total, também é maior entre os negros e negras: 44%, sendo 10,1% maior que a taxa de 33,9% entre os brancos.
Como ressaltam os pesquisadores, a alta taxa de rotatividade da força de trabalho é considerada um sinal de possível precariedade da situação no emprego. Isso porque está associado a prática de constante substituição da mão de obra em decorrência da vulnerabilidade dos postos de trabalho e desproteção no emprego.
Outra análise leva em conta o maior aquecimento do mercado de trabalho, situação em que os próprios trabalhadores seriam capazes de perceber melhores oportunidades e se deslocariam voluntariamente, com maior frequência.
Em fevereiro, a taxa entre todos os trabalhadores com carteira assinada era de 38,8%, que corresponde a uma elevação de 0,4% em relação ao mês anterior.
Créditos: Rede Brasil Atual

Governo manda demolir monumentos cristãos

O Governo chinês tem ordenado a destruição de monumentos cristãos no país, medida que tem tem sido vista por seguidores do cristianismo como uma tentativa de repressão a essa religião, informou o Daily Mail. No último sábado, cinquenta funcionários do Governo bloquearam a entrada de Longgang Hill, local de peregrinação dos cristãos do país, na cidade de Wenzhou - conhecida como a Jerusalém chinesa.
Foram usados guindastes para remover algumas estátuas e construir muros em torno de outros três monumentos que representam Jesus, a Virgem Maria e o Espírito Santo. As obras que foram removidas do local serão armazenadas na propriedade de uma igreja em Hengdaiqiao, subúrbio de Wenzhou, mas todos os outros objetos de decoração do parque foram destruídos.
As autoridades alegam que a construção do parque foi ilegal, mas os cristãos afirmam que a alegação é apenas um pretexto para justificar a perseguição contra eles. Uma testemunha, que não quis se identificar, contou que cerca de 100 católicos que foram ao local assistir à remoção das estátuas foram barrados na entrada. 
Dois dias depois, tratores demoliram uma igreja da cidade de Sanjiang, que ficou pronta apenas em 2013 e que custou mais de R$ 7 milhões. Milhares de cristãos haviam acampado em frente ao monumento para evitar a sua demolição. Quatro cristãos que tentaram impedir a destruição de um prédio cristão de 4 andares, na última semana, foram espancados. Na ocasião, as autoridades disseram que dois andares do edifício haviam sido construídos de forma ilegal.Foto: Twitter
Créditos: Portal Terra

Número de fumantes cai 28% em 8 anos

O Brasil conseguiu diminuir nos últimos oito anos o número de fumantes em 28%, segundo estudo Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) divulgado quarta-feira (30) pelo Ministério da Saúde. Em 2006, 15,7% da população era fumante, em 2013, o porcentual caiu para 11,3%. No último ano, a queda foi de 0,8 pontos percentuais. A parcela da população que fumava em 2012 era de 12,1% passando para 11,3% em 2013. Os homens ainda fumam mais que as mulheres. Enquanto 14,4% deles são fumantes, o porcentual entre elas alcança 8,6%.

A quantidade de pessoas que consomem mais de 20 cigarros por dia também caiu, mas em menor ritmo. Entre os fumantes, 4,6% consumiam 20 ou mais cigarros por dia, em 2013, o índice passou para 3,4%.
Número de pessoas acima do peso para de crescer no País, aponta pesquisa do Ministério da Saúde
O número de fumantes passivos se manteve estável em 10,2% de 2012 para 2013, com aumento entre homens e diminuição entre mulheres.
Porto Alegre é a capital com maior número de fumantes, 16,5% dos gaúchos são fumantes, seguida de São Paulo (14,9%). Já Palmas é a cidade com menor índice de fumantes, na capital do Tocantins, o porcentual é de 5,7%. Foto: Google
Créditos: Mídia News

Ex-prefeito é responsabilizado por trabalho escravo infantil

Trabalho escravo e infantil Ex-prefeito de Lábrea (AM), Gean Campos de Barros (PMDB) e seu genro, Oscar da Costa Gadelha, foram responsabilizados pela exploração de 21 pessoas em condições análogas a de escravos na produção de castanha-do-pará em Lábrea, no Amazonas. Entre os resgatados estavam dois adolescentes e quatro crianças, incluindo dois meninos de 11 anos que, assim como os demais, carregavam sacos cheios de castanhas em trilhas na mata e manuseavam facões longos, conhecidos como terçados, para abertura dos ouriços, os frutos da castanha. A reportagem tentou entrar em contato com os empresários para ouvi-los sobre o flagrante, mas não conseguiu localizá-los.
A libertação aconteceu em operação conjunta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Polícia Federal, realizada entre 16 a 28 de março em castanhal localizado dentro da Reserva Extrativista do Médio Purus, acessível a partir da comunidade ribeirinha de Lusitânia, nas margens do rio Purus. “O que mais nos chamou a atenção foi a questão das crianças. Vimos meninos carregando sacos de 25 kg dentro da floresta, andando até quatro quilômetros descalças”, conta o auditor André Roston, coordenador do Grupo Especial de Fiscalização Móvel do MTE. “Para ajudar, um policial pegou o saco e começou a carregar, mas ele não aguentou chegar até o final. É um trabalho muito pesado e as crianças estavam submetidas ao sistema de exploração estabelecido.”
Os facões, mais longos que o antebraço de alguns dos meninos, eram utilizados para abrir os duros frutos da castanheira e extrair as sementes. Nenhum dos trabalhadores utilizava proteção e, segundo a fiscalização, um dos garotos de 11 anos estava com o dedo indicador cortado, ferimento decorrente de acidente enquanto exercia a atividade. Tanto o “transporte, carga ou descarga manual de pesos” acima de 20 kg para atividades raras ou acima de 11 kg para atividades frequentes, quanto a “utilização de instrumentos ou ferramentas perfurocortantes, sem proteção adequada capaz de controlar o risco” estão entre as piores formas de trabalho infantil, conforme estipulado pela lei número 6.481/2008, com base na Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
À equipe de fiscalização, em depoimento, Oscar Gadelha confirmou o uso de trabalho infantil e defendeu que o emprego de crianças e adolescentes na atividade é “uma certa forma é até uma maneira de educar”.

Reserva extrativista 

A exploração de trabalho escravo infantil aconteceu em uma unidade de conservação federal, a Reserva Extrativista do Médio Purus. A área de preservação foi criada como resultado de intensa mobilização social, processo detalhado na obra “Memorial da Luta pela Reserva Extrativista do Médio Purus, em Lábrea: Registro da mobilização social, organização comunitária e conquista da cidadania na Amazônia””, e garante às comunidades ribeirinhas o direito de desenvolver atividades extrativistas na região.
Os castanhais, em questão, porém, eram tratados como propriedade privada, e o grupo econômico formado por Oscar Gadelha e o ex-prefeito Gean Barros determinava exclusividade na extração. Além de ser encaminhado ao MPT e à PF, que acompanharam a ação, o relatório da fiscalização foi enviado também ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Não é a primeira vez que Gean Barros se posiciona contra as áreas de proteção. Durante sua gestão, o político chegou a tentar impedir fiscalizações de crimes ambientais ocorridos nas reservas extrativistas, e foi processado pelo MPF por ter, em 9 e 10 de março de 2010, incitado “uma manifestação popular na praça central do município, com o objetivo de impedir a fiscalização do ICMBio e expulsar os fiscais do município”.
O controle da exploração comercial na reserva federal era feito por Oscar Gadelha, e o sistema era financiado e estruturado pelo ex-prefeito, o que configurou a formação de grupo econômico familiar, segundo a fiscalização. O coordenador da ação explica que a escravidão foi caracterizada por diferentes fatores, incluindo o uso do sistema de barracão, mecanismo clássico de exploração de trabalhadores, ribeirinhos e comunidades indígenas, ainda comum em frentes de trabalho e áreas isoladas na Amazônia. No controle das redes de abastecimento, os regatões (comerciantes de grandes barcos) e senhores de barranco como são conhecidos os que monopolizam o comércio, vendem itens básicos com sobrepreço e compram a preços irrisórios, criando relações de dependência, se beneficiando de dívidas e impondo restrições de locomoção.
No caso específico, Gadelha fornecia desde itens básicos como açúcar, café, óleo vegetal, sabão, arroz, carne em conserva, leite em pó, bolacha, até itens essenciais para o trabalho, como gasolina e diesel para o transporte por barcos, além de botas, terçados e lanternas. Na mata, ele cobrava cerca de 20% a mais do que o preço que os mesmos itens eram comercializados em Lábrea. Os trabalhadores só recebiam após o fim da safra, e dependiam do barracão para sobreviver.
Os bens adquiridos em um armazém eram descontados aos ganhos com produção, e, sem controle ou opção, alguns recebiam R$ 100 ou R$ 200 por todo trabalho realizado durante a safra. Há também depoimentos de trabalhadores que terminaram o período endividados e tiveram de trabalhar na safra seguinte para pagar o barracão. O emprego das crianças pelos pais está relacionado à preocupação das famílias em tentar aumentar os ganhos. “Estamos falando de um sistema de barracão com um barracão físico. Um paiol para armazenas as castanhas, além do armazém e da casa grande. É um sistema clássico”, explica o auditor André Roston.
Nesse contexto, mesmo os programas sociais têm limitações de alcance. Na área urbana de Lábrea, há denúncias de que comércios locais retêm cartões de benefícios como Bolsa Família e Bolsa Floresta, com as respectivas senhas a título de garantia de dívidas de ribeirinhos e índios.

Condições degradantes

Além dos 21 trabalhadores resgatados, a fiscalização também constatou que outros 16, incluindo mais crianças e adolescentes, foram submetidos anteriormente às mesmas condições. Eles não foram libertados porque não estavam trabalhando no período do resgate, mas também receberam seus direitos trabalhistas. Ao todo, o valor líquido das rescisões pagas ao grupo é de R$ 58.978,42.
Os trabalhadores viviam e trabalhavam em condições de degradação humana. Entre os resgatados durante a fiscalização, parte vivia em um abrigo improvisado, parte em um barco apertado e os demais em casas nas comunidades ribeirinhas vizinhas. Sem estrutura mínima, os alojamentos inadequados não garantiam nem privacidade nem proteção contra chuvas ou temporais. Nas frentes de trabalho, algumas distantes a mais de uma hora e meia de caminhada, não havia estrutura ou abrigo na mata, nem abastecimento de água potável, banheiros ou itens básicos de higiene, como papel higiênico. Os rios eram utilizados tanto como fonte de água quanto como espaço para lavar a louça e tomar banho. Sem banheiros ou fossas, as necessidades eram feitas na mata ou nas águas. Na fiscalização, a equipe encontrou a comida de todo o grupo, peixe com farinha, armazenada em um balde que já havia servido para transportar tinta. Sem pratos ou talheres, as pessoas comiam direto do balde com as mãos.
Além da degradação humana, também foram constatados riscos de segurança onde os adultos, adolescentes e crianças ficavam. Entre eles, a ameaça de o ouriço, o pesado e duro fruto da castanheira, se desprender da árvore e atingir pessoas. Nem capacetes, nem malhas metálicas para o manuseio de facas ou qualquer outro tipo de equipamento de proteção eram fornecidos pelos empregadores.
Além de André Roston, que coordenou a ação junto com a também auditora fiscal Márcia Ferreira Murakami, da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Rondônia, também participaram os auditores João Ricardo Dias Teixeira, Júlio César Cardoso da Silveira, Marco Aurélio Peres; o procurador Rogério Rodrigues de Freitas da Procuradoria Regional do Trabalho de Bauru; e os policiais federais Camila Pinheiro Simmer e Fabiano Ignacio de Oliveira, da 11ª Delegacia; Júlio de Melo Arnaut, da 2ª Delegacia; Ruan Cleber Torres Cruz, 4ª Delegacia; Wandercleysson de A. Souza da 1ª Delegacia; e Willian Pascoal Pereira da 14ª Delegacia. Por Daniel Santini, do Repórter Brasil Matéria produzida com apoio da Fundação Rosa Luxemburg
Créditos: Rede Brasil Atual

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Dilma rebate ataques, anuncia medidas e pede apoio

dilma_pron_stuckert_planalto.jpgO pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff em alusão ao Dia do Trabalho, celebrado hoje (1º), foi marcado por anúncio de medidas, críticas ao papel desempenhado pela oposição e um pedido de apoio popular para levar adiante as reformas que ela pretende promover no Brasil.
Durante o discurso em cadeia nacional de rádio e TV, com duração de 12 minutos, a presidenta fez referência várias vezes a seu compromisso com o fortalecimento das causas dos trabalhadores e adotou um tom de reação aos ataques que ela, seu governo e empresas estatais vêm sofrendo nos últimos meses.
“Nosso governo nunca será o governo do arrocho salarial, nem o governo da mão dura contra o trabalhador. Nosso governo será sempre o governo dos direitos e das conquistas trabalhistas, um governo que dialoga com os sindicatos e com os movimentos sociais e encontra caminhos para melhorar a vida dos que vivem do suor do seu trabalho”, afirmou, depois de discordar de pessoas que entendem que é preciso retroceder em termos de direitos trabalhistas, uma alusão a dois de seus adversários na disputa ao Palácio do Planalto. Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) têm defendido em conversas públicas com empresários uma agenda mais liberal.
Dilma anunciou a edição de medida provisória que reajusta a tabela do Imposto de Renda, o que garantirá a inclusão de mais pessoas dentro da alíquota de isenção, e um aumento de 10% no benefício do Bolsa Família pago a 36 milhões de pessoas. Ela reafirmou ainda o compromisso com a política de valorização do salário mínimo. Pela legislação atual, está garantida até 2015 a fórmula que prevê que o reajuste seja calculado levando em conta o crescimento da economia de dois anos antes somado à inflação do ano anterior. Do começo do governo Lula até hoje, este sistema garantiu um aumento real (acima da inflação) de 72%, segundo o Dieese.
Um dos pontos mais enfáticos do discurso se deu em torno deste aspecto, ao citar sua diferença com aqueles que consideram que a valorização do mínimo é excessiva. Desde o ano passado os principais quadros econômicos do PSDB têm dito que é preciso revisar essa política, e alguns chegaram a afirmar que o ideal é que o país tenha um pouco mais de desemprego para não se ver às voltas com pressões por aumento de salário.
O aspecto que surgiu várias vezes ao longo do discurso foi a afirmação de que seu governo atua em prol dos trabalhadores e tem condições de seguir adiante, desde que encontre respaldo popular. Dilma reiterou sua visão de que é necessário promover reformas para combater a corrupção, aumentar a transparência, fortalecer a economia e melhorar a qualidade dos serviços públicos.
“Nosso governo tem o signo da mudança e, junto com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros, especialmente dos mais pobres e da classe média. Continuar com as mudanças significa também continuar lutando contra todo tipo de dificuldades e incompreensões, porque mudar não é fácil, e um governo de mudança encontra todo tipo de adversários, que querem manter seus privilégios e as injustiças do passado, mas nós não nos intimidamos.”
A presidenta voltou a falar especificamente da reforma política, recordando que, após as manifestações de junho do ano passado, enviou ao Congresso a proposta de que fosse feita uma consulta popular em torno do tema. O Legislativo, porém, deixou de lado a ideia e depois aprovou mudanças na legislação eleitoral consideradas apenas cosméticas, sem alterar a lógica de funcionamento do sistema partidário. O Supremo Tribunal Federal acabou levando à corte a proibição de doações eleitorais por empresas privadas. Embora a tese já tenha alcançado maioria dos ministros, do STF, seis votos favoráveis, o ministro Gilmar Mendes pediu vistas do processo e interrompeu a conclusão da votação.
“Sem uma reforma política profunda, que modifique as práticas políticas no nosso país, não teremos condições de construir a sociedade do futuro que todos almejamos. Estou fazendo e farei tudo que estiver ao meu alcance para tornar isso uma realidade”, afirmou. “Por isso, além da ajuda do Congresso e do Judiciário, preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e trabalhadora. Temos o principal: coragem e vontade política. E temos um lado: o lado do povo. E quem está ao lado do povo pode até perder algumas batalhas, mas sabe que no final colherá a vitória.”
Créditos: Rede Brasil Atual