Maioria entre a população brasileira – 50,7% dos brasileiros, conforme o Censo do IBGE de 2010 – os pretos e pardos se mantêm em desvantagem em relação aos brancos também no mercado de trabalho. De acordo com o Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser), do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os indicadores são negativos em relação a salários e taxas de desemprego e de rotatividade de trabalhadores e trabalhadoras.
Os pesquisadores do Laeser analisaram indicadores das regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, cobertas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Em fevereiro, o rendimento médio habitualmente recebido pela população economicamente ativa (PEA) total ocupada, de ambos os sexos, nas seis regiões metropolitanas pesquisadas foi igual a R$ 2.015,59 – com elevação de 0,8% em relação ao mês anterior e de 3,1% quando comparado a fevereiro de 2013.
Enquanto o rendimento dos brancos em fevereiro passado foi igual a R$ 2.510,44, em ambos os sexos, e o dos negros ficou em R$ 1.428,79 – rendimento real médio 75,7% superior à de pretos e pardos. A desigualdade de cor ou raça nos salários aumentou 1,4% em relação ao mês anterior. Os brancos também tiveram maior índice de correção salarial em comparação ao mês anterior: 1,3%, enquanto que os negros apenas 0,5%.
A taxa de desemprego aberto da PEA total residente nas regiões estudadas era de 5,1% em fevereiro passado. Em relação ao mês anterior houve elevação de 0,3% no indicador, 0,5% menor que de fevereiro de 2013.
Entre os brancos de ambos os sexos, a taxa de fevereiro ficou em 4,5% e entre os negros, em 5,8%. Na comparação com o mês anterior, o desemprego aumentou 0,7% entre os brancos, mas caiu 0,1% entre os negros.
A taxa de rotatividade, que expressa a proporção de trabalhadores substituídos por outros em relação ao contingente total, também é maior entre os negros e negras: 44%, sendo 10,1% maior que a taxa de 33,9% entre os brancos.
Como ressaltam os pesquisadores, a alta taxa de rotatividade da força de trabalho é considerada um sinal de possível precariedade da situação no emprego. Isso porque está associado a prática de constante substituição da mão de obra em decorrência da vulnerabilidade dos postos de trabalho e desproteção no emprego.
Outra análise leva em conta o maior aquecimento do mercado de trabalho, situação em que os próprios trabalhadores seriam capazes de perceber melhores oportunidades e se deslocariam voluntariamente, com maior frequência.
Em fevereiro, a taxa entre todos os trabalhadores com carteira assinada era de 38,8%, que corresponde a uma elevação de 0,4% em relação ao mês anterior.
Créditos: Rede Brasil Atual
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