quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A Síria em vias de paz

A Síria em vias de pazA ONU, a Rússia e os EUA dirigiram-se a autoridades da Noruega com o pedido de aceitar no seu território uma parte de arsenais sírios de armas químicas a fim de destruí-las depois. Ao mesmo tempo foi indicada mais uma data da provável convocação da conferência “Genebra 2”. E os americanos levantaram novamente o tema de legalidade do mandato de Assad.

Embora a Noruega não tenha a experiência de destruição de armas químicas, os peritos do Instituto Norueguês de Pesquisas na Esfera de Defesa e da Organização de proteção da natureza Bellona consideram que de um modo geral o projeto é viável. O transporte de armas também não deve provocar problemas. Foi esta a opinião que Serguei Seregichev, perito do Instituto do Oriente Médio, manifestou na entrevista à Voz da Rússia.
“Se este acordo for firmado, então, de um modo geral, não será difícil realizá-lo. As armas químicas podem ser transportadas por aviões ou navios. O Qatar e a Arábia Saudita podem financiar esta operação. Será encontrada uma companhia comercial que se especializa no transporte de cargas incomuns. O número destas companhias é bastante grande e elas ainda irão disputar este direito. Farão tudo isso direitinho”.
Ao mesmo tempo continua o processo de regulação política do conflito sírio que se prolonga por quase dois anos. Foi indicada mais uma data suposta de convocação da conferência internacional em Genebra. A “Genebra 2” pode ser realizada no fim de novembro. A necessidade da sua realização é discutida desde maio, mas este prazo foi adiado várias vezes por causa da posição intransigente da oposição síria. A missão de convencer todos os grupos oposicionistas da Síria de participar das conversações de paz foi confiada aos EUA. A Rússia incumbiu-se de convencer os círculos oficiais de Damasco de encetar as conversações e deu conta da sua tarefa. Apesar das delongas Moscou espera que a conferência seja realizada e que tenha um efeito útil, disse Serguei Seregichev.
Enquanto isso, a mídia mundial discute a entrevista que o presidente da Síria Bachar al-Assad concedeu segunda-feira ao canal de televisão libanês Al-Maiadin. Nesta palestra com os jornalistas ele admitiu a possibilidade da sua participação das eleições presidenciais de 2014. Afirmou que não vê obstáculos que impeçam esta decisão. A reação do secretário de Estado norte-americano John Kerry foi imediata. O chefe do serviço diplomático americano considera que caso o atual presidente da Síria Bachar al-Assad for reeleito chefe de Estado, a guerra no país vai continuar. No entanto, os peritos constatam que os últimos eventos na Síria são favoráveis ao atual presidente – apesar da atividade dos insurretos, incluindo os islamistas radicais, a iniciativa estratégica continua nas mãos das tropas governamentais, fieis a Assad. Um outro fator que contribuiu para a criação da imagem positiva do presidente sírio é o processo de eliminação de armas químicas, aponta o politólogo Leonid Isaev.
“Compreendo, naturalmente, que a parte americana considera excepcionalmente desvantajoso a permanência de Assad no poder. Creio, todavia, que ele é único candidato real para o posto de presidente da Síria. Acontece que no país foi iniciada uma reforma política. No decorrer da guerra civil a oposição não está em condições de preparar-se bem para o pleito. Está claro que mais alguém vai apresentar a sua candidatura, mas é pouco provável que isso impeça a vitória de Assad. A Síria enfrenta agora uma situação difícil e ele desempenha o papel da principal força de consolidação de toda a sociedade síria”.
Assad declarou anteriormente que vai apresentar a sua candidatura na eleições presidenciais de 2014 somente se tiver o apoio de todo o povo sírio. Mas o presidente falou relativamente pouco também da possibilidade da sua demissão. Afirmou também que não se agarra ao seu posto e está pronto a sair. Mas o contexto da declaração não proporcionou motivos de alegria aos adversários do regime. O líder sírio afirmou que a sua demissão é possível somente se milhões de cidadãos do seu país o quiserem.

Créditos: Voz da Rússia

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