terça-feira, 22 de outubro de 2013

Em 'nome do povo', Dilma pede desculpas a médicos estrangeiros hostilizados

 
Na cerimônia de sanção da lei que institui o Programa Mais Médicos, a presidenta Dilma Rousseff abriu seu discurso pedindo desculpas ao médico cubano Juan Delgado, um dos profissionais estrangeiros hostilizados por médicos brasileiros em Fortaleza (CE), ao sair do curso de preparação do programa. Na ocasião, eles foram vaiados e xingados de “escravos”.
“Quero cumprimentar Juan, não apenas pelo fato de ter sofrido um imenso constrangimento, sobre o que do ponto de vista pessoal, do governo, e do povo brasileiro, peço desculpas a ele. Mas também pelo fato de nós estarmos aqui hoje, e queria cumprimentar cada um dos médicos aqui presentes, eles representam muito bem a grande nação latino-americana”, afirmou Dilma.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao se referir a Juan em seu discurso, disse que “aquele corredor polonês da xenofobia em Fortaleza não representa o espírito do povo brasileiro e a maioria dos médicos brasileiros que representam o Sistema Único de Saúde, o SUS.”
Para a presidenta, o Mais Médicos representa o enfrentamento de uma resistente desigualdade no acesso à saúde. “Sabemos que devemos atender a todos os brasileiros, mas sobretudo os mais pobres e fragilizados, e sabemos como é entranhada e resistente a desigualdade no acesso ao serviço de saúde no país. Queremos atacá-la com energia e absoluta prioridade.”
Além disso, o programa também seria uma forma de valorizar e priorizar o SUS no atendimento à população. “Não se trata apenas de atender a questão da desigualdade, mas também estruturar a conquista que é o SUS, que é algo que conquistamos justamente como conquistamos a democracia, e não foi de graça que ocorreu. Queremos dar importância ao SUS, com maior força e sustentação”, disse.
O Sistema Único de Saúde nasceu com a Constituição Federal de 1988, formulada e aprovada após a redemocratização do país, sob ditadura entre 1964 e 1985. Até então, a Constituição vigente datava de 1967, fruto do regime de exceção.
O governo afirma que já há 1.300 médicos, formados aqui e no exterior, trabalhando nos municípios inscritos no Mais Médicos. Até o final do ano, a estimativa é que 3.500 médicos estejam atuando, atendendo a cerca de 12 milhões de pessoas.
Foto: Blog do Planalto
Créditos: Rede Brasil Atual

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