sábado, 22 de março de 2014

Bombas atômicas dos EUA desestabilizam a situação na Europa

rússia, eua, europa, modernização, corrida armamentista, armas nuclearesO Pentágono está nutrindo planos de modernizar o seu potencial nuclear tático instalado na Europa. Na opinião da maioria de peritos, isto poderá pôr em causa a segurança no continente que está vivendo tempos difíceis. 
Segundo a imprensa alemã, se trata de novas bombas atômicas, estacionadas a bordo de caças Tornado, ao serviço da aeronáutica da Alemanha e da Itália. Tais armas estão ao serviço de aviões polivalentes F-16 de outros Estados europeus. A modernização prevê, entre outras, um aperfeiçoamento de software, devendo as bombas atômicas entrar em serviço já em 2020. Espera-se que para a realização do novo programa de rearmamento sejam gastos 10 milhões de dólares, se estimando em 154 bilhões as despesas com a manutenção de segurança das bases nucleares instaladas no território europeu. Neste contexto, se pode referir vários motivos para a concretização desse objetivo, considera o analista Dmitri Danilov:
“A primeira motivação se deve ao desejo de demonstrar a importância da presença militar norte-americana na Europa e as garantias de estabilidade em face das controvérsias crescentes entre a Rússia e o Ocidente na área político-militar. Uma outra razão é incentivar a Rússia e os parceiros europeus para a intensificação do processo negocial, visando o controle dos armamentos táticos. Claro que existem também certos motivos técnico-militares.
Outra coisa seria saber em que medida poderão os EUA investir seus recursos financeiros no programa de modernização de armas nucleares sob o pano de fundo da progressiva instabilidade política. Será que tal iniciativa irá aumentar a instabilidade atual?”
A modernização das forças nucleares dos EUA na Europa não constitui uma medida extraordinária. Os armamentos de todos os tipos requerem a modernização e a renovação. Mas todos compreendem a conexão dessa decisão com a crise de Crimeia. Os motivos políticos disso são mais do que evidentes. Por isso, se pode deduzir que a modernização em questão está orientada contra a Rússia, sustenta o politólogo russo Konstantin Sivkov:
“Como se vê, será impossível dissuadir a Rússia em termos econômicos, uma vez que tal passo afetará os interesses econômicos da Europa. Por outro lado, a Rússia dispõe de um arsenal nuclear tático e estratégico potente. Assim sendo, para equilibrar os potenciais russo e europeu, os EUA pretendem colocar suas bombas atômicas na Europa.
Perante esse cenário, a Rússia deverá suspender o processo de redução das suas armas nucleares e tomar medidas conducentes ao restabelecimento do seu potencial nuclear até ao nível antecedente ao estipulado pelo Tratado START. Deste modo, será necessário aumentar o número de ogivas de 3,5 mil atuais para 4-5 mil. E a Europa se transformará, involuntariamente, em uma praça de armas sob o controle dos EUA, interessados em eventual escala da tensão regional. Washington obrigou a Europa a receber suas armas nucleares. Em princípio, isto evidencia que os EUA se preparam para uma guerra contra a Rússia.”
Tal previsão triste quanto a um provável adversário dos EUA se deve ao alcance de vetores das bombas atômicas americanas. Os aviões F-16 têm um alcance superior a 1.300 km. A essa distância se encontra apenas um Estado que não se integra na OTAN, realça Dmitri Danilov:
“Tudo isso leva a crer persistirem ainda os desígnios militares em relação à Rússia. Não é segredo que os militares se têm baseado em cenários mais pessimistas. As duas máquinas militares - uma russa e a outra da Aliança Atlântica – permanecem em oposição. Em paralelo, os países-membros da OTAN como a Polónia, os Estados bálticos e nórdicos, se manifestam em prol do conceito de defesa coletiva. Após a cúpula da OTAN em Lisboa, se tornou claro que a Aliança se prontifica a manter esta sua função importante. Com isso, a presença nuclear dos EUA faz uma parte integrante desta doutrina.”
Ao mesmo tempo, alguns outros países da OTAN não concordam com tal política obsoleta, exigindo uma revisão da presença norte-americana na Europa. Acontece que os dirigentes europeus não têm acesso ao “botão vermelho”, estando praticamente afastados do processo decisório. Parece que cabe mais aos políticos norte-americanos decidir o seu destino e fazer a opção entre a vida a morte. Mas eles, como se sabe, se encontram muito longe para sentir a importância vital dessa questão. Por Serguei Duz Foto: en.wikipedia.org
Créditos: Voz da Russia

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