O governo dá o primeiro passo para privatizar a Caixa Econômica Federal: transformá-la em uma sociedade anônima. Mantendo a política de desmonte do estado, Michel Temer segue a cartilha neoliberal que ameaça a soberania nacional brasileira.
Muito além de entregar um banco 100% público, colocar a Caixa sob a égide da Comissão de Valores Mobiliários, subornando-a à política do mercado financeiro, coloca em risco programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. O alerta é feito pelo presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Jairo Pedro Ferreira.
“A Caixa possui 15 órgãos de regulação e não está subordinada à CVM. Então dizer que o objetivo de transformá-la em S/A para adotar “regras modernas de governança” é uma falácia. Como ela é 100% pública não precisa ficar subordinada ao mercado para tomar decisões. Em um país com altíssimas taxas de juros, a Caixa faz o contraponto. Outro papel importante dos bancos públicos nas crises é fazer o movimento anticíclico, por exemplo”, explicou Jairo, durante conversa no Barão de Itararé.
De acordo com ele, a Caixa é a líder absoluta na concessão de crédito habitacional, com 70% dos financiamentos feitos no país. Ele cita que, apenas no Minha Casa Minha Vida, são R$ 41 bilhões pagos, quando foram construídas mais de 2,6 milhões de casas. O Bolsa Família e o FIES também são pagos pela Caixa.
“Ao mudar a condição da Caixa para S/A a sociedade vai perder esse instrumento do banco público que passará a ser pautado pela rentabilidade. Com isso, a concentração financeira aumenta junto com a desigualdade, que é um dos grandes problemas do país. Que banco privado vai querer financiar por 30 anos uma comunidade carente? Que banco privado vai querer financiar um estudante com o FIES? O limite deles para retorno financeiro é de cinco anos”, explicou Jairo.
Ele também cita a loteria que, só em 2016, a Caixa arrecadou R$ 12,8 bilhões. Desse montante, R$ 4,8 bilhões são destinados para programas sociais e o Fundo de Educação.
A Fenae, junto a outros movimentos sociais, como os de moradia, deu início a uma mobilização em todo o país para alertar as pessoas sobre o risco de privatizar a Caixa. A Federação também busca, junto aos senadores e deputados, apoio para divulgação dos desmontes promovidos por Temer e, agora, dialoga com a Frente Mista em Defesa da Soberania Nacional para incluir o caso na pauta.
“A ideia é agregar todos os desmontes na Frente Mista em Defesa da Soberania Nacional. Estamos trabalhando muito com o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) para aglutinarmos os movimentos. A sociedade precisa reagir a isso”.
Créditos: Agencia PT
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